A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 9
O céu


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Depois daquele ataque da sereia eu passei bastante tempo com Luíze, mas não igual ao que eu tive na praia. Estávamos apenas como amigos. Não sei se ela sentia algo por mim, mas eu estava ficando cada vez mais apaixonado por ela.

Pedro e Caspian se preocupavam mais ainda em como deter a Feiticeira, a mim eles quase não se preocupavam em me chamar para falar disso. Até a Luíze eles chamavam para falar de possíveis estratégias, muitas vezes quando eu via essas reuniões à menina de olhos verdes ficava fria o tempo todo, evitando se estressar com argumentos teimosos de Pedro.

Mas quando ela não estava nessas ”reuniões” ela ficava bem, até ria. Um dia ela me acordou quando ainda estava de noite, eu demorei um pouco para entender o que ela queria de mim, mas sem reclamar me levantei e a segui.

-O que foi Luíze? Ainda é de noite. –reclamei.

-Eu quero te mostrar o céu, Edmundo. –ela sorriu. –então vamos?

-Claro. –eu não conseguia dizer não.

-Que bom. –ela segurou na minha mão e me puxou até um grifo, eu a ajudei a subir e depois subi logo atrás. –Vamos lá, Jordan. –o grifo levantou vôo.

“Eu conheço a imensidão do céu
Pássaro que sou,
Mergulharei de vez
Uma vez ou três
.”

Enquanto eu ficava abobado com as estrelas que o céu estava mostrando, Luíze ria se divertindo da minha cara de bobo.  O grifo fez um mergulho no céu nos dando uma imagem linda da água da praia, a água chegava a ser cristalina. Luíze olhou pra trás e sorriu pra mim, a lua refletia o brilho dos olhos da menina e ela ficava cada vez mais bela.

“Duzentos por hora, ou algo mais,
Na velocidade de encontrar você,
Te merecer
Voar, sem ter onde chegar.

Na velocidade que estávamos voando, a impressão era que nós tinhamos nossas próprias asas. A menina abriu os braços e ficou curtindo o vento batendo contra o rosto da mesma, eu apenas observava Luíze se soltar. Aquela era a verdadeira Princesa do céu.

“E de lá do céu
Formaremos dois em um só,
Fugirei da chuva,
Beijarei o sol.”

Começou a chover enquanto voavamos, Luíze pediu para que o grifo parasse de voar e pousasse numa caverna que achamos próximo do local onde estavamos. Entramos na caverna e ficamos lá dentro rindo de coisas bobas enquanto a chuva não passava. Nós estavamos sentados um do lado do outro , encostados numa parede.

-É lindo. –ela falou de  repente.

-O que? –a encarei.

-Tudo. –ela riu como se aquilo fosse óbvio.

-Você é estranha sabia, Luíze? –eu dei um empurrãozinho dela.

-Eu desconfiava disso. –rimos. –Me faz um favor?
-
Pode falar.

-Me promete que quando tivemos aquela reuniões chatas com o seu irmão você vai dar palpite? –ela segurou uma de minhas mãos e ficou me encarando com os olhinhos de cachorrinho sem dono.

-Não sei se eles vão querer mina opinião. –resmunguei.

-Você tem que mostrar que se importa. Você tammbém é Rei, Edmundo. –ela sorriu.

-Prometo. –retribui o sorriso.

-Vamos a chuva parou. –ela se levantou e me puxou pelo braço para subir de novo no grifo e voar novamente.

“Amanheceu
É hora de voar,
Amanheceu
É hora de voar”.

Luíze desta vez se sentou de lado para pode ficar me olhando, o sol já estava nascendo e nos dava uma imagem linda dele. A menina parecia gostar bastante do que via e sorria mais ainda quando o sol se levantava cada vez mais.

-Sabe, Ed. Quando meu pai soube do primeiro filho dele, meu pai disse que Atílio seria o Sol, iria significar a luz. –a menina parou de falar um pouco, então suspirou. –Depois, minha mãe me teve. Meu pai disse que eu seria a Lua, iria significar a escuridão, mas sempre com uma luz no fim. E por fim nasceu Michael, o filho mais novo e foi quando a minha mãe morreu, meu pai disse que ele seria a Estrela, iria significar guia. Nem luz, nem escuridão.
-Por que seu pai disse que você seria a escuridão? –
perguntei.

-Por que eu sou a única filha menina, e meio que meu pai é como a maioria dos reis, apenas quer meninos. –ela deu de ombros.

-Com certeza seu pai está errado. –passei a mão pelo rosto dela, acariciando.

-Eu não me importo com isso. –ela segurou a minha mão, me encarando.

“Sigo meu instinto animal,
Cruzo mil fronteiras
Garimpando amor,
Semeador
.”

Depois ela soltou a minha mão e eu parei de acariciar o rosto da mesma, ficamos apenas observando o sol nascer. Eu quase tomei um susto quando Luíze encostou a cabeça em meu ombro enquanto ficaca hipnotizada pela luz que o sol transmitia, eu não iria disperdiçar uma chance de ficar perto o suficiente da menina, então não disse nada apenas fingi que não me importava de ela está encostada em mim.

“De tanto voar achei você,
Multicolorido exatamente igual
Ao meu astral.”


-Luíze, você já tinha me visto alguma vez sem ser esse ano? –
indaguei.

-Sim, muitas vezes. –a menina desencostou de mim e me encarou. –Mas vocês nunca perceberam nada, na sua ultima visita eu ainda era uma criança.

-Você estava lá nesta época? –perguntei. Ela apenas balançou a cabeça afirmando. –isso quer dizer que eu sou muiiiito mais velho que você.

-Isso mesmo, mas isso não importar. –ela riu.

“Melhor é voar a dois
E de lá do céu
Formaremos dois em um só,
Fugirei da chuva,
Beijarei o sol,”


-Sério?

-Sim! –ela revirou os olhos. –Não importa a idade, amigos sempre são amigos.Não importa a idade. –sinceramente aquelas palavras me destruiram, eu não queria ser somente um amigo pra ela.

-E se eu quiser ser mais do que isso? –falei me aproximando dela.

-É o que? –ela engoliu em seco e ficou me fitando. Não iria de me importar com o meu comportamento real ou minha coroa agora, eu trocaria tudo só para beijá-la para sempre. –Acho que isso não é certo.

-Não me importo. –acabei com o espaço que tinha entre os meus lábios e os lábios de Luíze, desta vez a menina não demorou a corresponder o beijou. Nossas linguas brigavam por espaços, enquanto eu acariciava o rosto da menina com uma de minhas mãos.

“Amanheceu
É hora de voar,
Amanheceu
É hora de voar.


Quando nos separamos por falta de ar, Luíze sorriu, mas logo o sorriso foi embora quando o grifo começou a cair. Eu abracei a menina enquanto, com a outra mão segurava no pelo do grifo.

-O que está acontecendo? –ela gritou.

-Não sei. –o corpo do grifo bateu nas árvores e foi quebrando os galhos até chegar no chão. Luíze se levantou tonta e foi ver o que aconteceu com a criatura.

-Colocaram ele para dormir. –ela mostrou um pequeno dardo.

-Quem?

-Nós! –apareceram alguns seguidores da Feiticeira nos pegando desprevenidos. Me bateram até não dá mais, antes de eu desmaiar por causa da pancada eu escutei Luíze gritando para que parassem de me bater.

Acordei com alguém me sacudindo, abri os olhos que estavam doendo e me deparei com o grifo que agora estava acordado.

-Cadê a Luíze? –perguntei me levantando.

-Não quero ser pessimista, mas acho que a capturaram de novo e desta vez acho que foram direto para o Castelo da Feiticeira. –disse o grifo.

-Vamos ao acampamento, preciso avisar. –subi no grifo com dificuldade e ele me levou direto até os meus irmãos.

Luíze

Acordei sentindo meus pulsos presos, quando  tentei abrir os olhos os meus estavam vendados e minhas pernas também estavam presas.

-Ah, que lindo! Me prenderam de novo –bufei.

-Olá minha querida, vejo que acordou. –a voz de uma mulher foi ouvida.

-Quem é você? –perguntei autoritária.

-Tirem a venda dela! –falou a mulher com uma voz firme. Depois que consegui enchergar me deparei com a Feiticeira.

F-Feiticeira Branca...

-Isso mesmo! –ela sorriu debochada. –Você deu muito trabalho aos meus homens fugindo do lago e do último sequestro.

-O que eu posso fazer se eles me prendem quando eu não quero. –dei de ombros.

-Você será uma peça valiosa no meu jogo. –ela sorriu.

-Jogo? –perguntei.

-Logo saberá. –ela saiu da  masmorra onde eu deveria estar me deixando com o anão irritante, de novo. Eu não sabia o que fariam comigo, mas coisa boa que não era.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Música de Claúdia Leitte: Pássaros



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