A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 10
Amnésia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! *-*



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Luíze

Eu já estava presa naquele calabouço há três dias, a comida era péssima, se é eu aquilo era comida e o anão muito do rabugento só ficava lá para me importunar. Eu deveria estar com uma aparência doentia, me sentia mal, eu deveria estar pálida e minha boca estava seca. Eu não dormia, pois tinha medo que eles fizessem algo comigo.

-Você está péssima. –A Feiticeira Branca apareceu neste momento, acho que o tal plano dela pra mim estava pronto.

-Deve ser essa comida que você me dá. –debochei.

-Você neste estado ainda fica debochando? Impressionante. –a mulher revirou os olhos.

-Diga logo o que quer. –bufei.

-Não seja apressada menina. –ela começou a andar de um lado para o outro, então parou finalmente. –Você será minha guerreira. –falou por fim.

-E você perguntou se eu quero? –ergui uma das sobrancelhas.

-Não estou perguntando, estou dizendo que quero e vou conseguir. –ela caminhou até mim.

-Ah, claro! –gargalhei.

-Peguem ela, e me sigam. –A Feiticeira ordenou a dois homens. Os mesmos me soltaram da pilastra que me prendia e me levaram como a mulher havia mandado.

-O que vai fazer? –indaguei.

-Você verá, só não garanto que goste. –ela soltou um risinho cínico. Depois de alguns minutos chegamos a um salão mal iluminado que tinha uma mesa de pedra no centro.

-Eu acho que não vou gostar! –murmurei.

-A coloquem na mesa. –A Feiticeira ordenou. E assim eles fizeram, me prendendo na mesa mesmo eu me debatendo. Eu soltei um suspiro e olhei para os lados, não tinha mais ninguém além de mim e da Feiticeira. A mulher começou a dizer algumas palavras que eu não estava entendo, ela começou a andar envolta da mesa enquanto olhava fixamente para mim, quando ela estava quase completando a volta ela tirou um punhal do cinto e cortou minha mão. A mesma saiu de perto da mesa até um fogo que estava lá, era a única coisa que iluminava o salão, então terminou de proferir aquelas palavras e jogou algumas gotas do meu sangue que estava no punhal lá. O fogo que estava numa tonalidade entre vermelho e laranja se tornou completamente azul, eu comecei a sentir dores insuportáveis por todo o corpo, parecia que meu corpo iria rasgar ou algo parecido, e era como se estivesse enfiando por toda a extensão do meu corpo agulhas, milhões delas. Eu comecei a gritar de dor, não estava me agüentando e depois tudo ficou preto...

Edmundo

Eu estava ficando louco, não achavam Luíze já havia três dias. Eu tinha um pressentimento ruim sobre isso, mas resolvi ignorar. Era horrível pensar que algo poderia ter acontecido a ela.

Enquanto eu me afogava eu meus pensamentos, Pedro chegou perto de mim.

-Nós vamos ao Castelo da Feiticeira. Se ela estiver com a Luíze, então vemos o que ela irá querer em troca da princesa. –meu irmão tocou meu ombro tentando transmitir alguma coragem. –Você vem?

-Sim. –falei quase num sussurro, mas pelo visto Pedro tinha entendido.

-Então venha. –me levantei quando ele pediu. Subi no meu cavalo e seguimos rumo ao Castelo. Demorou um tempo para chegarmos ao Castelo da Feiticeira, os portões logo se abriram nos permitindo entrar. Descemos dos cavalos, fomos guiados por um anão até o salão principal do Castelo que era totalmente feito de gelo.

-Que surpresa vê-lo aqui Pedro. –A mulher de branco apareceu sorrindo cínica para a gente.

-Não viemos aqui falar sobre isso Feiticeira.

-Então sobre o quê? –fez-se de santa.

-Você sabe! –Susana falou.

-Cadê a Luíze? –rosnei.

-Ah...Luíze. Uma menina bonitinha de cabelos castanhos e olhos verdes? Essa Luíze? –A Feiticeira ficava mexendo num cacho do cabelo pálido.

-Sim, essa Luíze. –quase cuspi as palavras.

-Acho que ela não reconhece mais vocês. Mas se quiserem tentar. –ela suspirou e fez um sinal para o anão, acho que foi para achar a Luíze. Não demorou muito e então apareceu a menina.

-Me chamou? –assim que escutei a voz da mesma, eu me virei na hora me deparando com uma Luíze diferente. Não pela aparência, mas tinha algo nela que me incomodava.

-Sim, sim minha querida! Eles acham que te conhecem. –a Feiticeira a chamou com um gesto, e a mesma foi até a mulher, então se virou para gente nos olhando com um olhar confuso.

-Não nos reconhece? –perguntei decepcionado.

-Deveria? –ela ergue uma das sobrancelhas.

-O que você fez com ela monstro? –gritei.

-Apenas atualizei a memória dela. –a Feiticeira gargalhou.

-Como? –Susana deixou escapar.

-Não posso contar. –ela riu. –Agora façam o favor de saírem daqui, tenho planos para fazer e uma guerra para vencer.

-Demônio. –falei antes de sair batendo os pés de lá. Subi no cavalo e galopei até o nosso esconderijo. Quando chegamos eu desci furioso do cavalo, quase batendo em todos pela raiva que eu estava sentido.

-Se acalme Edmundo! Ficar com raiva não vai adiantar em nada. –Pedro me repreendeu.

-Como quer que eu fique. Raptaram e apagaram a memória da única menina que eu gostei. –gritei para quem quisesse ouvir.

-Ficar com raiva não vai trazê-la de volta. –Susana apareceu.

-Está bem, só me dêem um tempo para esfriar a cabeça. –suspirei e saí dali a passos largos. Sentei-me num lugar onde eu podia ver o céu e ninguém pudesse me incomodar. Porque a Feiticeira precisava apagar a memória de Luíze, porque logo a princesa desconhecida? Eu a queria pra mim e aquela mulher nojenta a tirou sem nem ao menos eu perceber. Nenhum mundo é um lugar bom. Todos são ruins e egoístas, porque quando você tem alguma alegria ele dá um jeito de destruir, isso era certo.

Será que eu nunca iria tê-la mais pra mim? Que a Feiticeira iria mandar ela para a guerra e eu teria que matá-la para que ela não me matasse? Eram coisas que eu não queria pensar, só queria tê-la perto de mim, sem ninguém que pudesse raptá-la. Por que era nos meus braços que ela estaria segura...


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Notas finais do capítulo

Manda reviews, senão eu morro! ç-ç'



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