A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 17
Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! *o*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/117866/chapter/17

-Nasceu? –um homem apareceu pela porta correndo e entrando no espaçoso e luxuoso quarto em que havia três mulheres, uma delas estava deitada na espaçosa cama.

-Sim, senhor. –uma das servas disse com os olhos direcionados ao chão.

-Onde ele está? –perguntou o homem com esperanças.

-Logo ali no berço. –o homem sem esperar que a serva lhe mostrasse o caminho saiu correndo até o berço esperando ver seu próximo herdeiro, afinal sua mulher antes já havia dado a luz para um menino que tinha o nome do Atílio, então agora não seria diferente. A surpresa foi a dele quando se deparou com o pequeno bebê, na verdade era apenas uma menina que parecia doente de tão pálida que era, tinha alguns cabelinhos ralos que eram castanhos e seus olhos eram tão verdes quanto os da mãe.

-O que significa isso? –falou o rei atordoado.

-Sua filha, senhor. –respondeu a outra serva que antes havia permanecido calada.

-Uma menina? Uma menina! –antes que começasse a berrar com todos os presentes a mulher que estava deitada na cama havia acordado e estava sorrindo para ele de forma calma e fraca.

-Uma linda menina, não? –ela pediu que as serventes trouxessem a menina até ela e então a mulher dos cabelos loiros e olhos verdes ficou a encarar a pequena herdeira. –Qual será seu nome? –perguntou a loira à pequena menina.

-Luíze. –respondeu o rei.

_______________________________________

-Luíze venha logo! –gritou uma voz infantil.

-Não me apresse Atílio, não estou interessada em ver o nosso irmãozinho. –respondeu a menina com uma certa irritação na voz.

-Para de ser chata, menina! –provocou o mais velho. –Vamos logo! –ele havia voltado e segurado na mão da menina e então começou a correr até o quarto de seus pais. Enquanto corria a garota reparava nas linhas de expressões do seu irmão mais velho, mesmo animado ele ainda parecia estar com medo de ser trocado por alguém. Os cabelos loiros herdados da mãe e os olhos negros herdados do pai formavam perfeitamente Atílio que tinha uma pele bronzeada, ao contrario da irmã que todos pensavam que era doente.

-Crianças o que estão fazendo aqui? –a frase ficou pelo ar assim que a cara de horror das crianças pararam na cama onde jazia um corpo coberto pelo lençol branco, porém, mesmo assim dava-se para ver a mão pálida e delicada da mulher.

-Ela morreu?-murmurou a menina.

-MÃE! –gritou o garoto saindo correndo e indo até a cama.

-Onde pensa que vai Luíze? Não vai ver seu irmão mais novo ou se despedir da sua mãe? –perguntou o pai enquanto via a filha saindo com passos lentos do quarto.

-Não me interessa saber quem é ele e eu nunca vou me despedir da minha mãe. –e assim a menina saiu do quarto sem nunca ter visto o rosto do irmão.

Após três meses fechada em seu quarto enquanto observava o túmulo de sua mãe pela janela, ela finalmente resolveu sair e ao se deparar com o mais novo apenas o encarou sem interesse aparente. Michael era praticamente a cópia da mãe, só que em versão masculina.

_________________________________________________

-Luíze me espere! –a voz infantil de Michael podia-se ser ouvida dos céus.

-Você é muito lerdo Michael. –gritou a menina enquanto estava em cima de se grifo.

-Eu sou menor do que você. –ele choramingou de forma infantil.

-Grande coisa. –ela riu e então saiu voando deixando seu irmão para trás.

-Espere-me! –berrou o loiro.

Depois de um tempo escapando do irmão Luíze finalmente resolveu parar e ficar o observando enquanto se aproximava dele com os olhos cheios de lágrimas.

-Eu não queria fazer isso. –murmurou.

-Queria sim! Tanto que ficou me perturbando o dia inteiro. –a morena riu.

-Lua, Estrela. O rei os chama. –quando o servo deu as costas, os irmãos apenas reviraram os olhos. Se havia algo mais revoltante do que ser filhos de um rei que ficava o dia inteiro trancado em seus aposentos, era ser chamado assim, a impressão que dava era que não tinham nomes.

-O que deseja, pai? –murmurou Luíze assim que adentrou nos aposentos do pai escancarando as portas de carvalho.

-Seja mais educada e não entre assim. –Atílio a repreendeu.

-Pai, o senhor já tentou sair daqui? –comentou Michael olhando tudo a sua volta.

-É claro que ele nunca tentou sair. As cortinas chegam a estar com poeira com o tempo em que estão fechadas. –a morena abriu as cortinas deixando o sol entrar no quarto.

-Parem de ver defeitos, eu não os chamei para isso. –falou o rei.

-Pode falar. –falou Atílio.

-Estou adoecendo meus filhos. –comentou o velho.

________________________________________________

Luíze

Abri meus olhos de forma preguiçosa, espantada ainda com o sonho que estava tendo. Eu poderia jurar que aquela menininha era eu e era como se eu estivesse esquecendo uma parte importante da minha vida.

Esfreguei os olhos e então reparei mais no local onde estava. Não era meu quarto e muito menos a minha casa. Levantei-me tonta e então comecei a andar até a porta, mas surpresa foi a minha ao escutar barulhos vindos do outro lado. Saí correndo de volta para cama, mesmo sentindo dores, e fingi dormir.

-Ela ainda está dormindo. –falou uma voz grave. Eu sinceramente não lembrava de nada que havia acontecido no dia anterior.

-É o que parece. –uma outra voz também foi ouvida, só que em um tom sarcástico.

Assim que senti alguém mexendo nos meus cabelos rapidamente segurei a sua mão e me levantei.

-Calma, Luíze! Somos nós. –falou uma menina. –Susana e Edmundo. Abaixei a cabeça em sinal de desculpa e então voltei a me sentar na cama.

-É de se esperar que acorde assustada. –comentou Susana sorrindo para mim. –Quer que te levemos pra casa? –balancei a cabeça de forma negativa e então indiquei para um papel.

-Espere um pouco! –Edmundo pegou um papel e um lápis e então me entregou.

- “Posso ir pra casa sozinha”.–havia escrito. – “Sabem o que aconteceu ontem?”.

-Você não se lembra de nada? –indagou Susana. Neguei novamente.

-Te encontrei no chão coberta por um sobretudo negro. Você estava toda machucada, parecia que foi espancada. 

Alguns flashes de imagens apareciam, e só lembrava de algumas coisas que havia acontecido comigo, nada muito concreto.

- “Lembro de você, Edmundo. O parque e uns dois homens”.

-Só isso?

-“Sim”.

-Acho melhor você descansar, depois você vai pra casa. –falou Susana saindo do quarto e deixando eu e Edmundo a sós.

-Sente ainda alguma dor? –ele me perguntou.

-“Pouca!” - escrevi. –“Tive sonhos estranhos, Edmundo. De uma realidade diferente desta.”

-Que sonho?

-“Havia três crianças, um castelo no céu, bichos estranhos que voavam...”

-Acho que é melhor você escutar a Susana! Descanse. –ele simplesmente fez com que eu deitasse, beijou a minha testa e saiu.

Edmundo

-Ela parece estar começando a se lembrar da outra vida. –falei para meus irmãos.

-Como assim? –perguntou Lúcia.

-Ela havia dito que sonhou com três crianças.

-Atílio, ela e Michael. –concluiu Susana.

-Um castelo.

-O próprio castelo dela. –disse Pedro.

-E bichos estranhos que voavam.

-Grifos. –falou Lúcia.

-Como ela pode estar tendo esses sonhos? Isso não deveria ser apagado da sua memória? –indagou Susana.

-Acho que sim, porém ela ainda disse que se lembra de mim. –continuei. Eu estava muito confuso com isso. A princípio ela não se lembrava de nada e agora de uma hora para outra depois de ser espancada consegue recuperar a memória?

-Como ela conseguiu resistir aos socos? –perguntou Pedro atrapalhando minha linha de raciocínio.

-Ela poderia ter sido treinada assim em Nárnia, e agora não foi diferente. –comentou Lúcia.

-Faz sentindo.

Luíze

Era tudo muito estranho, tudo muito novo. Eu gostaria de saber o que significavam esses sonhos e por que eu conseguia me lembrar de Edmundo tão claramente, sendo que havia conhecido ele há pouco tempo.

Minha cabeça não parava de girar e sempre que girava parava no mesmo ponto de partida: Ele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Manda comentários mesmo assim! *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Lua que Eu Te Dei" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.