A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem! *o*
-Nasceu? –um homem apareceu pela porta correndo e entrando no espaçoso e luxuoso quarto em que havia três mulheres, uma delas estava deitada na espaçosa cama.
-Sim, senhor. –uma das servas disse com os olhos direcionados ao chão.
-Onde ele está? –perguntou o homem com esperanças.
-Logo ali no berço. –o homem sem esperar que a serva lhe mostrasse o caminho saiu correndo até o berço esperando ver seu próximo herdeiro, afinal sua mulher antes já havia dado a luz para um menino que tinha o nome do Atílio, então agora não seria diferente. A surpresa foi a dele quando se deparou com o pequeno bebê, na verdade era apenas uma menina que parecia doente de tão pálida que era, tinha alguns cabelinhos ralos que eram castanhos e seus olhos eram tão verdes quanto os da mãe.
-O que significa isso? –falou o rei atordoado.
-Sua filha, senhor. –respondeu a outra serva que antes havia permanecido calada.
-Uma menina? Uma menina! –antes que começasse a berrar com todos os presentes a mulher que estava deitada na cama havia acordado e estava sorrindo para ele de forma calma e fraca.
-Uma linda menina, não? –ela pediu que as serventes trouxessem a menina até ela e então a mulher dos cabelos loiros e olhos verdes ficou a encarar a pequena herdeira. –Qual será seu nome? –perguntou a loira à pequena menina.
-Luíze. –respondeu o rei.
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-Luíze venha logo! –gritou uma voz infantil.
-Não me apresse Atílio, não estou interessada em ver o nosso irmãozinho. –respondeu a menina com uma certa irritação na voz.
-Para de ser chata, menina! –provocou o mais velho. –Vamos logo! –ele havia voltado e segurado na mão da menina e então começou a correr até o quarto de seus pais. Enquanto corria a garota reparava nas linhas de expressões do seu irmão mais velho, mesmo animado ele ainda parecia estar com medo de ser trocado por alguém. Os cabelos loiros herdados da mãe e os olhos negros herdados do pai formavam perfeitamente Atílio que tinha uma pele bronzeada, ao contrario da irmã que todos pensavam que era doente.
-Crianças o que estão fazendo aqui? –a frase ficou pelo ar assim que a cara de horror das crianças pararam na cama onde jazia um corpo coberto pelo lençol branco, porém, mesmo assim dava-se para ver a mão pálida e delicada da mulher.
-Ela morreu?-murmurou a menina.
-MÃE! –gritou o garoto saindo correndo e indo até a cama.
-Onde pensa que vai Luíze? Não vai ver seu irmão mais novo ou se despedir da sua mãe? –perguntou o pai enquanto via a filha saindo com passos lentos do quarto.
-Não me interessa saber quem é ele e eu nunca vou me despedir da minha mãe. –e assim a menina saiu do quarto sem nunca ter visto o rosto do irmão.
Após três meses fechada em seu quarto enquanto observava o túmulo de sua mãe pela janela, ela finalmente resolveu sair e ao se deparar com o mais novo apenas o encarou sem interesse aparente. Michael era praticamente a cópia da mãe, só que em versão masculina.
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-Luíze me espere! –a voz infantil de Michael podia-se ser ouvida dos céus.
-Você é muito lerdo Michael. –gritou a menina enquanto estava em cima de se grifo.
-Eu sou menor do que você. –ele choramingou de forma infantil.
-Grande coisa. –ela riu e então saiu voando deixando seu irmão para trás.
-Espere-me! –berrou o loiro.
Depois de um tempo escapando do irmão Luíze finalmente resolveu parar e ficar o observando enquanto se aproximava dele com os olhos cheios de lágrimas.
-Eu não queria fazer isso. –murmurou.
-Queria sim! Tanto que ficou me perturbando o dia inteiro. –a morena riu.
-Lua, Estrela. O rei os chama. –quando o servo deu as costas, os irmãos apenas reviraram os olhos. Se havia algo mais revoltante do que ser filhos de um rei que ficava o dia inteiro trancado em seus aposentos, era ser chamado assim, a impressão que dava era que não tinham nomes.
-O que deseja, pai? –murmurou Luíze assim que adentrou nos aposentos do pai escancarando as portas de carvalho.
-Seja mais educada e não entre assim. –Atílio a repreendeu.
-Pai, o senhor já tentou sair daqui? –comentou Michael olhando tudo a sua volta.
-É claro que ele nunca tentou sair. As cortinas chegam a estar com poeira com o tempo em que estão fechadas. –a morena abriu as cortinas deixando o sol entrar no quarto.
-Parem de ver defeitos, eu não os chamei para isso. –falou o rei.
-Pode falar. –falou Atílio.
-Estou adoecendo meus filhos. –comentou o velho.
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Luíze
Abri meus olhos de forma preguiçosa, espantada ainda com o sonho que estava tendo. Eu poderia jurar que aquela menininha era eu e era como se eu estivesse esquecendo uma parte importante da minha vida.
Esfreguei os olhos e então reparei mais no local onde estava. Não era meu quarto e muito menos a minha casa. Levantei-me tonta e então comecei a andar até a porta, mas surpresa foi a minha ao escutar barulhos vindos do outro lado. Saí correndo de volta para cama, mesmo sentindo dores, e fingi dormir.
-Ela ainda está dormindo. –falou uma voz grave. Eu sinceramente não lembrava de nada que havia acontecido no dia anterior.
-É o que parece. –uma outra voz também foi ouvida, só que em um tom sarcástico.
Assim que senti alguém mexendo nos meus cabelos rapidamente segurei a sua mão e me levantei.
-Calma, Luíze! Somos nós. –falou uma menina. –Susana e Edmundo. Abaixei a cabeça em sinal de desculpa e então voltei a me sentar na cama.
-É de se esperar que acorde assustada. –comentou Susana sorrindo para mim. –Quer que te levemos pra casa? –balancei a cabeça de forma negativa e então indiquei para um papel.
-Espere um pouco! –Edmundo pegou um papel e um lápis e então me entregou.
- “Posso ir pra casa sozinha”.–havia escrito. – “Sabem o que aconteceu ontem?”.
-Você não se lembra de nada? –indagou Susana. Neguei novamente.
-Te encontrei no chão coberta por um sobretudo negro. Você estava toda machucada, parecia que foi espancada.
Alguns flashes de imagens apareciam, e só lembrava de algumas coisas que havia acontecido comigo, nada muito concreto.
- “Lembro de você, Edmundo. O parque e uns dois homens”.
-Só isso?
-“Sim”.
-Acho melhor você descansar, depois você vai pra casa. –falou Susana saindo do quarto e deixando eu e Edmundo a sós.
-Sente ainda alguma dor? –ele me perguntou.
-“Pouca!” - escrevi. –“Tive sonhos estranhos, Edmundo. De uma realidade diferente desta.”
-Que sonho?
-“Havia três crianças, um castelo no céu, bichos estranhos que voavam...”
-Acho que é melhor você escutar a Susana! Descanse. –ele simplesmente fez com que eu deitasse, beijou a minha testa e saiu.
Edmundo
-Ela parece estar começando a se lembrar da outra vida. –falei para meus irmãos.
-Como assim? –perguntou Lúcia.
-Ela havia dito que sonhou com três crianças.
-Atílio, ela e Michael. –concluiu Susana.
-Um castelo.
-O próprio castelo dela. –disse Pedro.
-E bichos estranhos que voavam.
-Grifos. –falou Lúcia.
-Como ela pode estar tendo esses sonhos? Isso não deveria ser apagado da sua memória? –indagou Susana.
-Acho que sim, porém ela ainda disse que se lembra de mim. –continuei. Eu estava muito confuso com isso. A princípio ela não se lembrava de nada e agora de uma hora para outra depois de ser espancada consegue recuperar a memória?
-Como ela conseguiu resistir aos socos? –perguntou Pedro atrapalhando minha linha de raciocínio.
-Ela poderia ter sido treinada assim em Nárnia, e agora não foi diferente. –comentou Lúcia.
-Faz sentindo.
Luíze
Era tudo muito estranho, tudo muito novo. Eu gostaria de saber o que significavam esses sonhos e por que eu conseguia me lembrar de Edmundo tão claramente, sendo que havia conhecido ele há pouco tempo.
Minha cabeça não parava de girar e sempre que girava parava no mesmo ponto de partida: Ele.
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Gostaram? Não? Manda comentários mesmo assim! *-*