A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 16
Nublado


Notas iniciais do capítulo

Não demorei tanto assim! *-* Espero que gostem! /õ



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Luíze

Eu simplesmente não entendia aquele menino. Bem, eu havia acabado de conhecê-lo e mesmo assim o acompanhei até o parque, o único problema não foi esse, e sim o fato de eu saber que o conheço de algum lugar, mas não lembrar. Eu sinto que ele foi algo importante pra mim e aquela escuridão de seus olhos que eu me afundava fazia com que eu tivesse a certeza que nunca esqueceria aqueles olhos.

Passei a mão pelos meus cabelos castanhos desarrumando um pouco eles e então olhei para o lado para saber o que eu poderia ver. Quando disse que tinha que ir embora era apenas uma desculpa para saber o que ele faria a seguir, mas o mesmo simplesmente ficou parado naquela chuva enquanto murmurava algumas coisas e olhava para o céu.

Mexi na minha franja e então retomei o caminho para ir para casa, mesmo eu não lembrando muito bem por onde eu deveria ir eu poderia simplesmente perguntar onde estava, ou melhor, digitar. Enquanto andava percebi que era seguida, mas como minha ingenuidade é grande demais pensei que estava indo pelo mesmo caminho que eu, porém fui parada por um homem feio, alto, musculoso e incrivelmente fedorento. Andei meio passo para trás e fiquei o encarando lívida, não sabia o que fazer e minhas pernas não me obedeciam direito quando pedia para saírem correndo.

-O que temos aqui? –falou o homem. –Está perdida, princesa? –apenas balancei a cabeça de forma negativa.

-Quer que te ajudemos? –apareceu mais um atrás de mim. Voltei a negar.

-Responde com boca! –gritou o primeiro.

-Não vai dizer nada? –o segundo insinuou. –Vamos te levar para um lugar bem legal. Que tal? –ele segurou meu braço e tentou me puxar, porém comecei a me debater e acabei lhe dando um soco na cara.

-Como ousa? –exaltou-se o homem quando se recompôs e segurou meu pulso com força fazendo com que eu tentasse gritar, porém som nenhum saia da minha boca, afinal eu era muda. Minha única reação foi mordê-lo, mas me arrependi amargamente por te feito algo tão imprudente, enquanto o mordia com força ele começou a me dar socos no rosto para que soltasse seu braço. A cada soco que ele me dava fazia com que eu ficasse tonta até que eu soltei seu braço.

-Selvagem essa menina. –murmurou o primeiro homem.

-Não importa. Ela pagará por isso. –o segundo me pegou pelos cabelos e começou a dar socos na barriga. Eu me recusava a chorar por isso, mesmo que a dor fosse insuportável, por algum motivo era como se eu soubesse que havia passado por coisa pior antes e isso era apenas um treinamento de resistência.

Quando ele cansou de bater eu caí de joelhos no chão e fiquei tentando recuperar meu fôlego, porém só sabia cuspir sangue. Respirei fundo enquanto encarava o chão, minha cabeça doía pelos socos e me sentia tonta pronta para desmaiar, mas acho que o chute que acabei levando ajudou e muito.

Edmundo

 Sequei meus olhos com as costas da mão direita e pus a andar em direção há minha casa, enquanto andava vi dois homens correndo na minha direção, pareciam que estava fugindo de alguma coisa e então sumiram da minha vista quando viraram a rua. Não me importei, afinal havia cada maluco e então eu resolvi não contrariar ninguém, mas assim que eu olhei mais a frente vi algo jogado no chão sendo coberto por uma espécie de sobretudo. Andei até lá de forma cautelosa e então tirei devagar o sobretudo de cima da coisa, mas assim que reparei nas mãos pálidas e os cabelos castanhos retirei rapidamente o casaco e puxei a pessoa para perto.

-Luíze! –chamei tentando acordá-la. Seu rosto estava todo roxo e sangrando, ela estava com uma expressão de dor. Vendo ela daquele jeito eu sentia sua dor. A peguei no colo e fui andando até a minha casa com ela daquele jeito, afinal o que poderia fazer? Ela estava totalmente machucada e eu não sabia onde era a sua casa, a única opção era a minha.

Assim que cheguei em casa Susana me olhou assustada, mas resolvi lhe explicar depois. Nossa mãe estava trabalhando e só voltaria no dia seguinte, Pedro e Lúcia haviam ido à rua comprar legumes e Susana ficou me esperando, pois estava preocupada.

-O que significa isso? –minha irmã me perguntou enquanto eu colocava Luíze na minha cama.

-Não sei. A encontrei na rua desse jeito. –respondi.

-Vá pegar pra mim uma bacia de água e um pano limpo. –ordenou Susana. Saí do meu quarto correndo para pegar as coisas que Su havia ordenado e logo voltei com tudo.

Susana me expulsou do meu próprio quarto para cuidar dos machucados de Luíze e quando Lúcia e Pedro chegaram pediu para que Lú a ajudasse a trocar a roupa da Luíze.

Passou-se muito tempo quando finalmente Susana e Lúcia saíram do quarto e nos disseram que ela já havia acordado, entrei rapidamente no quarto e fechei a porta para que tivesse privacidade enquanto conversava com ela.

-Oi. –falei em um tom baixo. A morena apenas assentiu enquanto me encarava. –O que aconteceu? –Luíze virou o rosto para a janela do quarto e então me aproximei e sentei-me na cama.

-Não quer falar? –ela balançou a cabeça de forma negativa. –Ta bom. Não precisa.

Ficamos em silêncio por um tempo enquanto olhávamos a paisagem nublada, eu não sabia o que falar e provavelmente ela não estava nem um pouco a fim de escrever ou digitar nada.

A menina puxou a manga da minha blusa chamando a minha atenção e então pediu para que eu sentasse ao seu lado com um gesto e assim eu fiz. Quando já estava ao seu lado ela deitou a cabeça em meu ombro e ficou brincando com a minha mão, não demorou muito para que ela adormecesse.

Eu não quis sair de seu lado, ali ela parecia confortável e então acabei dormindo sentindo ela ao meu lado, uma coisa que sempre desejei.


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Notas finais do capítulo

Ficou legal?