A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 14
Calada


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e desculpe a demora! >-<'



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Chegamos na escola um pouco atrasados, o pouco que eu quero dizer é muito. Entrei na sala de aula correndo, e ainda levei uma bronca imensa do professor de física, alguns alunos riram, outro apenas reviraram os olhos e continuaram fazendo a lição. Fui para a ultima cadeira perto da janela e me sentei ali mesmo, mal tinha pegado o livro e escutei uma risadinha, mesmo que mínima, mas ainda sim uma risadinha.

Assim que olhei para o lado reconheci aqueles cabelos castanhos, os olhos extremamente verdes e a pele clara, era como se eu tivesse voltando para o primeiro dia em que eu tinha visto ela, e não tinha mudado em nada. Não consegui reprimir um sorriso quando olhei para ela, e isso não passou despercebido. Assim que eu me sentei, meu amigo me chamou:

-Pelo que eu vi, você realmente gostou da novata. –ele falou aquilo com um sorriso maroto.

-O que você está falando? Nem a conheço. –bufei.

-Então é melhor procurar um balde, caso ao contrário alguém vai acabar escorregando na sua baba. –ele riu com gosto.

-Me erra, James. –revirei os olhos e fiquei rabiscando qualquer coisa no caderno.
(...)

As aulas foram se passando, claro que eu não me concentrava em nada já que Luíze estava lá. Estava tão animado que a minha mão tremia só de olhá-la, ainda queria entender como ela poderia ter voltado, mas isso não poderia reclamar, já que ela estava viva.

Será que ela se lembrava de mim? Ou as memórias dela foram apagadas?
Balancei a cabeça como uma forma de tirar esses pensamentos dela, era melhor deixar rolar para ver o que acontecia.

O sinal para o almoço tocou, e para dizer a verdade, dei graças a Deus por isso. Não agüentava mais a professora falando a mesma coisa. Saí correndo da sala para encontrar meus irmãos no jardim da escola, assim que cheguei no mesmo encontrei Lúcia e Pedro conversando em um banco debaixo de uma árvore.

-Vocês não sabem o que aconteceu. –falei ofegante, já que tinha corrido para alcançá-los.

-O que aconteceu? –a voz da minha irmã Susana foi ouvida atrás de mim.

-Luíze está na minha sala. –assim que dei a notícia, abri um sorriso de orelha a orelha.

-Que coincidência! –exclamou Lúcia.

-Concordo. –Pedro balançou a cabeça afirmando.

-Vou falar com ela. –Lúcia se levantou em um só pulo e saiu correndo antes que eu pudesse falar alguma coisa.

-Falou com ela na aula? –perguntou Susana se sentando no lugar onde Lúcia estava ainda pouco.

-Digamos que... –a resposta foi vaga.

- Não. –Pedro riu com o próprio comentário.

-Eu não tive coragem de ir falar com ela.  –falei derrotado.

-Relaxa, você ainda vai ter tempo de vocês conversarem.

-Assim espero. –dei de ombros.

O almoço passou se arrastando, pois não tinha muita coisa para fazer, mas assim que chegou o próximo tempo eu saí correndo para a sala de aula. Como esperado lá estava ela, sentada em sua carteira, olhando pela janela enquanto brincava com o cabelo, está tão distraída. Respirei fundo, estava sentindo minhas mãos suarem, o que era aquilo? Eu estava ficando muito nervoso por falar com alguém que eu já conhecia e já tinha me apaixonado.

Caminhei até ela a passos largos, mas não firmes, quando cheguei próximo a ela apenas consegui sorrir. Aqueles olhos verdes ficaram me fitando esperando que eu dissesse algo, quando eu não consegui mais ficar calado na presença dela resolvi falar alguma coisa.

-ãhn...Empresta-me essa caneta? –WHAT? Eu sou muito idiota mesmo para falar isso.

-uhum. –ela afirmou com a cabeça e me entregou a caneta. Eu me virei para ir embora, mas não consegui.

-Na verdade eu não quero a caneta, só queria te dizer “Oi”. –dei um sorriso nervoso para ela, a menina ficou me encarando surpresa como se não esperasse por isso. Luíze pegou uma folha de caderno e escreveu alguma coisa e depois me mostrou.
- “Olá” –era o que dizia o papel. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa vi todos os alunos entrarem na sala de aula e o professor nos mandando sentar, ela me deu um sorriso de desculpa e olhou para o caderno.

Porque ela não havia me respondido? Era simples...Era só DIZER e não ESCREVER. Luíze não parecia se importar com muita coisa com o decorrer da aula de Álgebra, mas a minha surpresa só aumentou quando chegou à aula de Música.

-Bem, vamos ver o que vocês sabem fazer. –exclamou o professor que parecia ter mais ou menos uns vinte e cinco anos. –Mas antes de tudo, eu tenho uma pegadinha para vocês. –o jovem professor sorriu maroto ao ver as caras de desconfiados dos alunos. –Qual instrumento que pode ser ouvido, mas não pode ser tocado e nem visto?

Todos se olharam confuso, será que havia algum instrumento assim. Depois de várias tentativas o professor disse que iria dizer a resposta, mas antes que pudesse fazer isso Luíze levantou a mão.

-Pode falar senhorita Deville. –A menina se levantou assim que teve permissão e foi andando até o quadro negro da sala, assim que chegou perto do mesmo pegou um giz e escreveu: “É a voz”.

O professor sorriu com a resposta e agradeceu, mas antes que pudesse deixá-la voltar ao seu lugar a perguntou:

-Por que não falou? –Luíze apontou para si mesma, depois balançou o dedo indicador de forma negativa e por fim tentou gesticular palavras com a boca que não saíam som nenhum. –Você é muda? –ela confirmou com a cabeça.

-Do mesmo jeito sua resposta está certa. –O professor logo saiu do choque e a permitiu se sentar.

Então Luíze era MUDA? Surpreendi-me com isso. Mas em Nárnia ela falava, como ela poderia não falar aqui? Mas lembre-se Edmundo...Em Nárnia Luíze morreu, e aqui ela está viva. Não questione nada!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *-*



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