A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 13
Ilusão?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! *--*



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“Posso te falar dos sonhos, das flores...
de como a cidade mudou...
Posso te falar do medo, do meu desejo...
do meu amor...
Posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver no céu a Lua
Que um dia eu te dei”


 Estava perdido no mundo sem ela, a cena dela morrendo não saía da minha cabeça. Eu não me lembrava mais como eu era antes dela chegar na minha vida e agora tinha sido tirada de mim de uma forma bruta.

Ainda me lembrava da perda do brilho daqueles olhos verdes que tanto me chamavam a atenção. Eu não sabia o que iria fazer agora.

(...)
Estávamos na montanha que poderíamos dizer que era a mais alta que conseguimos achar em pouco tempo. Todos com trajes pretos e com uma cara de choro estampada, os grifos estavam no pior estado. De repente escutamos uma música triste transmitida por um violino enquanto os centauros traziam o caixão de Luíze, o mesmo era feito de cristal e ouro, o próprio pai dela havia mandado fazer.

Tiveram que sentar o Rei do céu já que ele tremia sem parar enquanto chorava, seu filho, Atílio estava do seu lado consolando o próprio pai. O mais novo estava com um olhar perdido, vendo o caixão da própria irmã. Depois que Aslan havia parado de dizer palavras que deveria confortar as pessoas ali presentes, eles resolveram enterrá-la. As lágrimas em meus olhos desciam sem parar, por mais que eu tentasse elas não cessavam.  Susana me abraçou enquanto eu chorava, depois veio Pedro e Lúcia para me consolarem.

Eu não me importava por te ganhado a guerra contra a Feiticeira Branca, me importava pelo que eu tinha perdido nela. Eu perdi uma menina única, que não existiria outra em seu lugar. Por que se não fosse ela, não seria mais ninguém.

“Gosto de fechar os olhos
Fugir do tempo, de me perder
Posso até perder a hora
Mas sei que já passou das seis”

 Quando todos tinham ido embora eu tinha ficado por lá. Aproximei-me do túmulo dela e li o que estava escrito:

A única coisa tão inevitável quanto a morte é a vida”.

Luíze Deville

 Ainda estava difícil de digerir que ela havia morrido...Morrido por mim. Quando a Feiticeira pensou em fugir para longe, Aslan a matou de vez. Mas isso não fez com que Luíze voltasse à vida.

Sentei-me de frente para o túmulo dela e fiquei falando algumas coisas que não faziam sentido nem para mim, depois de um tempo Susana apareceu me dando um sorriso doce.

-Vamos Ed, está na hora! –ela falou com delicadeza.

-Já? Eu não quero voltar.

-Temos que ir. –minha irmã me ajudou a levantar e foi me guiando até uma grande árvore onde meus irmãos já esperavam por mim. Todos se despediram rapidamente, mas antes de eu ter que voltar para o outro lado fui falar com o Rei dos céus.

-Acho que isso é seu. –entreguei para ele o anel que antes era a tiara de cristal de Luíze.

-Não, meu jovem. Ele é seu. –ele devolveu a mim. –Minha filha te deu.

-Obrigado, senhor! –peguei o anel de volta e atravessei a árvore junto com os meus irmãos.

“Sei que não há no mundo
Quem possa te dizer
Que não é tua a Lua que eu te dei”

Aparecemos do outro lado, no nosso porão. Soltei um suspiro pesado e subi de volta para o meu quarto, não estava a fim de falar com mais ninguém hoje.

Parecia que tinha um nó na minha garganta, algo preso, algo que no momento em que Luíze morreu eu queria dizer tudo a ela. Eu fui burro demais em não dizer de uma vez que a amava. Afastei as cortinas para que pudesse ver o céu, ele continuava o mesmo. Cheio de pontos brilhantes denominados estrelas, e era lá que eu um dia iria encontrar Luíze, a minha Luíze.

(...)

“Pra brilhar por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu Amor”

O mundo girava e nunca iria colocar as coisas no seu devido lugar... Enquanto eu me revirava na cama pensando num jeito melhor de descansar minha mente, a Terra dava as suas voltas. Será que a minha doce Luíze estava na Terra de Aslan? Ou ela não era merecedora disso?

Não adiantava o quanto eu pensasse nisso sempre voltaria para o mesmo ponto de retorno. Eu sentia um vazio por dentro, como se algo tivesse quebrado e ninguém fosse catar os caquinhos que sobraram. O mundo dependo de qual for, é um lugar horrível para as pessoas, era assim que eu pensava de agora em diante.

(...)

“Eu posso falar da tarde que cai
E aos poucos deixa ver no céu a Lua
Que um dia eu te dei”

Acordei com o som do despertador tocando super alto na minha cabeça. Levantei preguiço e logo fui me arrumar para ir para a escola, o tempo em Nárnia tinha acabado e tudo tinha voltado na sua mais normal ordem.

Quando desci para o café da manhã todos agiram como se nada tivesse acontecido, e que afinal eu achava que seria melhor pra mim. Saímos de casa e fomos pegar o trem, em nenhum momento meus irmãos abriram a boca para falar alguma coisa sequer.

Estávamos esperando o trem: Lúcia se distraía com uma coleginha, Susana lia um livro gigante e Pedro conversava com alguns amigos, apenas eu estava perdido em meus pensamentos mais profundos, onde pareciam que iria alcançar a minha alma.

Quando o trem chegou nós pegamos as nossas coisas e entramos no transporte, mas assim que estava dentro do mesmo meu coração parou imediatamente. Achei que meus olhos estavam me enganando por causa das coisas que aconteceram comigo, mas aquela visão era tão real que eu queria realmente acreditar.

Susana reparou no meu olhar e o seguiu até a uma certa pessoa, assim que os olhos da minha irmã se depararam na tal pessoa ela arregalou os mesmos e ficou estática que nem a mim, e assim foi com Lúcia e Pedro. Aquilo seria uma ilusão?

“Pra brilhar
Por onde você for
Me queira bem
Durma bem
Meu amor
Durma bem
Me queira bem
Meu Amor”

Passei a viagem todo encarando aquela pessoa, assim que chegamos na estação onde deveríamos parar para ir á escola eu não queria sair, mas Lúcia e Pedro me tiraram de lá a força. Só depois eu fui ver que a pessoa também tinha saído na mesma estação, por uma fração de segundos e a vi olhando para mim, foi então que não me conti em gritar:

-LUÍZE! –ela se virou bruscamente para olhar quem tinha a chamado, mas ao constatar que não era ninguém voltou a seguir seu caminho. Antes de ela sumir pela multidão de pessoas aglomeradas ali, pudi ver seus olhos verdes com o antigo brilho que eu pensava que ela havia perdido...

-Vamos Ed. –Susana segurou a minha mãe foi me puxando na direção certa.

-Você viu? –perguntei a Lúcia que estava ao meu lado, como se fosse para confirmar que não estava louco.

-Claro que sim. –minha irmã respondeu espantada. Deixei um sorriso bobo estampado em meu rosto.

-Complicado... –Susana sussurrou.

-Então ela está viva! –esbravejei.

“A lua que eu te dei...
A lua que eu te dei...”


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Notas finais do capítulo

uhu' Aah, o cap. "Vida ou Morte?" Não é o penúltimo capítulo, resolvi fazer mais. Fiz Edmundo&Lúize em Nárnia, então resolvi fazer no nosso mundo também. Só que desta vez eu não vou matar ela. *-*
Espero que tenham gostado, logo vou postar o próximo cap.
Música: Ivete Sangalo -A lua que eu te dei