A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 11
Saudades de você


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e desculpe a demora! >—



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Luíze


“Se o vento sopra sem sentido
as estrelas podem me guiar
se eu não te tenho aqui comigo
quando eu sonho eu posso encontrar”

Estava na sacada da janela do meu quarto no Castelo da Feiticeira, ainda estava um pouco confusa com tudo. Aquele menino de olhos pretos ficou me olhando decepcionado por eu te dito que não lembrava do mesmo, nem um pouquinho. Quando eu o vi esperançoso pelo menos por um curto tempo eu tive vontade de dizer que o conhecia, mas não podia mentir. O vento brincava com o meu cabelo enquanto eu observava a noite sem estrelas. Eu estava com a tiara de cristal na mão, a Feiticeira havia me dito que ela me dera quando me encontrou por ai na floresta. A tiara era linda, tão frágil... Enquanto eu passava o dedo indicador pela superfície do objeto eu sinto algo, como se estivesse gravado alguma coisa na tiara. Quando vou ler estava apenas escrito: ” Encontre a Lua no reino do céu”

Reino do céu? Então existia um outro reino? Sorri com essa idéia. Fui surpreendida quando alguém bateu na porta do meu quarto, coloquei a tiara na cabeça e abri a porta. Lá estava a Feiticeira, sorrindo um tanto amigável para mim.

-Olá querida. –cumprimentou

-Olá! –sorrir e lhe dei passagem para que entrasse.

-Só vim ver se estava tudo bem contigo. –disse a mulher.

-Claro que estou bem, mas só estou intrigada com uma coisa... –uma não, duas. Pensei!

-Pode falar.

-Por que deixou aquelas pessoas entrarem aqui? –perguntei.

-Elas queriam te ver, não a fariam mal algum. –A Feiticeira passou a mão pelo meu cabelo acariciando. –Mas não se preocupe, não voltarão aqui.

-Posso te pedir algo? –engoli a seco.

-Fale.

-Poderia transformar minha tiara em um anel? –eu já tinha idéia que poderia fazer com ele.

-Mas por que, querida?-ela me olhou intrigada.

-Não quero perdê-lo, só isso. –sorrir. Péssimo argumento.

-Se é assim, então está bem. –ela estendeu a mão pra mim e eu a entreguei minha tiara, então ela pegou a tal varinha e murmurou algumas coisas que fez a tiara de cristal se encolher num formato de um anel. Sorri para a mulher como forma de agradecimento. Sem falar mais nada a mesma se retirou de lá.

Edmundo

“A liberdade sempre andou comigo
nas esquinas de algum lugar
mas o meu lugar é estar contigo
eu não posso mais me controlar”

“Por mais que eu tente lhe dizer
o quanto eu sinto por você
como é possível não saber
que eu te quero.”


 Eu estava perdido nos meus pensamentos, estava num estado doentio por ter perdido Luíze para a Feiticeira. Por um momento eu tive esperanças que ela se lembrava de mim, mesmo dizendo a Pedro que não podíamos atacar a Feiticeira, ele continuou com a idéia. Disse-me que se não fizesse isto logo poderia perder o resto dos soldados que ainda tinha e que Luíze não seria machucada. Mas não era isso que eu estava preocupado e sim pelo fato de ela poder nos atacar e nós tivemos que nos defender e acabar matando-a.

Eu estava sentido falta da minha liberdade, desde que conheci Luíze, liberdade pra mim não tinha mais. Eu havia me prendido naqueles olhos verdes e não conseguia mais sair dessa prisão, se bem que eu gostava.

Desde que a vi com a Feiticeira eu passo horas e horas tentando achar uma solução para isto tudo e a única que eu vejo é ou a deixar me matar ou matá-la. No começo estava confuso, mas acho que agora eu tenho certeza que a amo. Eu a amo de todos os jeitos: sorrindo, gritando, irritada, rindo, ignorando, intrigada, de todos os jeitos. Só me sinto péssimo por não poder dizer isto pra ela.

Resolvi sair do esconderijo, aquilo estava me sufocando completamente. Peguei um grifo e sai voando por ai.

Luíze

“Não importa se estou sozinho
eu não tenho como te esquecer
vagando pelas ruas sem destino
se me perco me encontro em você”

Peguei a corrente de um colar qualquer e coloquei o anel ali e depois pendurei no pescoço para que não o perdesse. Eu estava intrigada com algumas coisas ainda e uma delas é não ter tirado ainda os olhos daquele menino dos meus pensamentos. Eles eram negros como ônix e era como se a escuridão procurasse luz, naquela imensidão dos olhos daquele menino eu via decepção, dor, amor... Muitos sentimentos de uma vez só.

O sono não me vinha, eu me levantei da cama e fui até a janela onde fiquei a observar o céu novamente. Só de olhá-lo me dava uma satisfação. Ouvi barulhos de asas batendo e fiquei observando tudo ao meu redor, até achar novamente “aqueles” olhos.

“Por mais que eu tente lhe dizer
o quanto eu sinto por você
como é possível não saber
que eu te quero”.

Desta vez eles estavam tristes como se quisesse me dizer alguma coisa.

Edmundo


 Pensei que há essa hora ela estaria dormindo, mas vejo que me enganei. Fiquei encarando os olhos verdes por um tempo, sentia falta deles e muito. Fiz o grifo se aproximar um pouco mais para que eu pudesse olhá-la mais de perto, e devo dizer que não mudou em nada a sua beleza.

Queria sorrir para a mesma, só que ela tinha levado meu sorriso junto com a sua memória perdida. Não deveria me aproximar tanto, quando pensei em voltar escutei a voz dela:

-Por que está triste? –ela me perguntou.

-Não estou...

-Seus olhos dizem que está. –retrucou.

-Só por algumas coisas, mas nada de mais. –tentei sorrir, mas foi em vão.

-Que careta desagradável. –ela riu.

-Devo ir...-era como se algo explodisse dentro de mim só de vê-la rir.

-Somos inimigos, não é?

-Sim, somos! Até a guerra, pequena guerreira. –falei mais frio que consegui.

-Até... –ela fechou a janela e depois a cortina, mas antes de fechar completamente a cortina ela piscou pra mim.

“Por mais que eu tente lhe dizer
o quanto eu sinto por você
como é possível não saber
que eu te quero”.


Nem naquele momento eu conseguia dizer tudo a ela. Talvez eu devesse esquecê-la e ela se tornar uma vaga lembrança. Por que quando a guerra começasse um de nós não estaria mais aqui.

-Vamos conseguir trazê-la de volta. –a voz da minha irmã ecoou atrás de mim. Virei-me e me deparei com ela.

-Não tenho tanta certeza. –respondi cabisbaixo.

-Não desista Ed. Não vale a pena lutar por Luíze? –ela me provocou.

-Claro que vale.

-Então não desista e demonstre que se importa com ela. –Susana sorriu pra mim e com um aceno de cabeça nós voltamos para o esconderijo.

“Como é possível não saber
que eu te quero”.
 


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Notas finais do capítulo

Reviews? Música: Por Mais Que Eu Tente- Marjorie Estiano



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