Estávamos completando cinco meses de namoro. Eu queria fazer-lhe uma surpresa. Já tinha certeza de que ele sentia o mesmo que eu era como se tivesse encontrado o homem da minha vida. Embora muitos me julguem nova demais, eu sabia que era com ele que queria passar o resto dos meus dias. Só tinha olhos para aquele garoto e esperava o mesmo dele.

Naquele dia Sasori não tinha ido para a escola, eu passei o dia todo preocupada com ele, não era normal ele faltar, por isso quando as aulas do dia acabaram decidi que iria visitá-lo. O que eu não sabia é que essa seria a pior coisa que eu poderia ter feito.

Cheguei a casa dele. Tinha a cópia das chaves desde que começamos a namorar. Entrei e fechei a porta, tentando fazer o mínimo barulho possível. Fiquei parada na sala, vendo que por cima do balcão da cozinha, havia muitas garrafas vazias. Bebida alcoólica? Sasori nunca foi de beber! O que está acontecendo com esse garoto afinal de contas? 

Pensei em gritar seu nome, mas ouvi alguns barulhos vindos do quarto. Gemidos, talvez ele estivesse doente, apesar de não explicar as bebidas.

Fui correndo ao seu quarto e quando abro a porta, me deparo com a cena mais triste da minha vida!

Não, ele não estava doente. Preferia mil vezes que fosse isso. Naquele momento, fiquei parada na porta e senti uma única lagrima escorrer pelo meu rosto. Sai correndo e sei que ele veio atrás de mim. Mas não, eu nunca iria perdoá-lo. Traição era a única coisa que eu não admitia. Perdida tentando decifrar o que sentia naquele momento, vi que algo me prendia. Sasori segurou meu braço, me impedindo de sair da casa. Não sei o que passou pela minha mente, mas minha primeira reação foi dar-lhe um belo tapa na cara. Todo aquele amor havia transformado em ódio. E foi dai que tirei forças para encará-lo.

- Como pode fazer isso comigo Sasori?

Não esperei por sua resposta, me soltei dele e ainda com lágrimas nos olhos sai correndo. Fui para o mais longe que podia, não queria ver nem falar com ninguém. Agora tudo o que eu sentia era uma grande dor em meu peito.

Chorei. Chorei até não ter lágrimas para chorar, e jurei pra mim mesma que nunca mais deixaria alguém me fazer sofrer de novo.