Diários da Noite escrita por MsWritter


Capítulo 3
Infância- segunda fase


Notas iniciais do capítulo

Nuss, essa fic é a que me dá mais trabalho! às vezes eu deprimo junto com a Integra! Espero que gostem!
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Capítulo especial do dia do post!



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“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade” (Terceira Lei de Newton)

É engraçado como me sinto tão perto dele, e ao mesmo tempo mais longe do que nunca. Agora, voltando aos seus escritos, percebo que ele deve ter sido uma criança encantadora. Ao menos... bom, antes de ser essa criança triste que eu percebo pelo que escreve.

Mais algumas páginas, já que ele escrevia pouco e não diariamente, e já estou seis meses adiante na vida dele. E já percebo uma mudança sutil, mas que deve ter significado muito. As histórias, os contos, antes incríveis e seguros, mágicos apenas, começam agora a apresentar vilões, monstros e perseguidores. Surgem também os heróis que os detém e a glória que os recompensa após as vitórias nas batalhas.

      Quanto ele cresceu em tão pouco tempo? O que significa essa inserção do mal na fantasia desse garoto de... onze anos? Não, droga. Ele não está “crescendo”. Ele já devia saber disso tudo há anos, chato e inteligente do jeito que é... era. Droga! Ele obviamente não estava crescendo, estava superando um trauma! Como é que eu não percebi isso antes? Ele tinha regredido, estava só voltando ao normal! Droga! Droga!

E o pior foi ler as páginas seguintes! Com o tempo, os heróis não sobreviviam aos contos, e depois, nem heróis haviam. Tudo era baseado na providência divina e nos castigos que Deus enviava à Terra.

Era nisso que aquela criança acreditava? Em um mal absoluto nas mãos dos homens e que o bem se manifestava apenas vingativo?  Isso não estava certo, era menos esperança que a maioria dos adultos possuem.

            E ai, as invenções acabam, finalmente misturadas o suficiente com a realidade para serem apenas verdade. Apenas o relato fiel demais de como um pai espanca um filho, lhe dizendo que homens não choram, e a dor que esse mesmo filho que só queria ser abrigado sentiu ao se perceber só no mundo.

            Ele estava só, mesmo rodeado por sua família. Nessa idade eu tinha ainda meu pai, e mesmo depois, quando já estava órfã, não me senti só, porque aquele maldito vampiro e o sempre irritante mordomo estavam comigo. Ou seria porque estava ocupada demais com a organização, e não percebi o quanto estava solitária por dez anos?

            O que é solidão? Céus, o que Vlad sentiu quando reparou que tudo o que ele conhecia não existia mais? Quando eu o abandonei? Não sei, acho que não se pode comparar a dor de uma pessoa com a dor de outra.

            E não se compara em magnitude com nosso próprios sentimentos também. Não sei dizer se doeu mais perder meu pai ou perde-lo. Não sei se a traição dele doeu mais que a do meu tio, ou a de Walter. Só sei que por enquanto o que mais me dói é a falta que ele me faz.

            No dia seguinte ao em que acordei no hospital, recebi alta. Enquanto esperava o médico para as recomendações finais, vi Victória passando pela minha porta. Ela estava no hospital? Veio me buscar? Então por que passava com tanta pressa pela porta do meu quarto? E por que com tanto desespero no olhar?

            Enquanto o médico falava qualquer porcaria sobre os meus pontos e em ter que ficar de repouso, só conseguia pensar no que a policial estava fazendo ali. Foi quando conectei os pontos, interrompi o médico e perguntei, com tanta autoridade que soou estranho aos meus ouvidos, já que esperava que o som saísse mais ansioso. O que tinha acontecido com o rapaz que estava comigo?

            A expressão dele se fechou imediatamente, ele começou a listar uma série de ferimentos que não faziam sentido, e o quanto foi difícil estocar o sangue, e sobre fraturas que ele teve quando o carro caiu por cima dele. E que não houve muito o que eles puderam fazer. Já esperava o pior, quando ele me disse que devia ser paciente, que talvez se, SE, ele acordasse, pudessem fazer mais. Ele estava vivo?

            Não esperei o médico dizer mais nada, levantei-me e fui na direção em que vi Celas se dirigindo minutos atrás. Com o médico andando atrás de mim, dizendo alguma coisa sobre o repouso e qualquer outra merda que não entendi no momento. Encontrei Victória no meio de um corredor. Ela mostrou um olhar assustado a princípio, depois ele se fechou de uma forma que, sinceramente, reconheci como ódio. Ela me indicou uma parede de vidro e se afastou, postando-se diante da porta em uma mensagem clara: pode olhar, mas não vai tocar nele.

            Aproximei-me hesitante do vidro, apenas para ver um amontoado de bandagens e curativos conectados a uma série de máquinas. Céus. O pior é que no momento não senti nada. Aquele não era Vlad, não podia ser. Aquilo não era uma pessoa, não era. Aquilo não podia estar vivo. Aquilo não podia ser o corpo de Vlad, com uma máquina o fazendo respirar, outra vigiando seu coração, outra ajudando a filtrar seu sangue. Aquele não era Vlad, como podia ser? Não havia nada de seu rosto exposto, como poderiam querer que eu acreditasse naquilo?

            Mas os dois únicos centímetros de pele expostos em seu braço mostravam uma verdade inegável: a cabeça de um dragão. Vlad estava vivo, mas por quanto tempo?

            Voltei para cama, meu corpo ficou em repouso, mas nunca mais consegui descansar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! E participem do desafio do dia do post!
Ah claro! Deixem reviews!



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