– Vem comigo. – John falou puxando Lizzie pela mão. A garota não conseguiu negar e foi sendo puxada.

– Para onde a gente está indo?- Lizzie perguntou curiosa.

– Essa festa está muito chata.  – John falou com mais um de seus sorrisos misteriosos.

– Seu pai pode reclamar a gente não pode sair da festa.  – Lizzie parou de repente, fazendo com que John também parasse.

– Bem, se você prefere ficar lá na festa brincando com seus palitinhos do que ir comigo arranjar alguma coisa para fazer, e para comer também, eu estou com fome, fique a vontade.

Lizzie olhou para ele alguns segundos, John continuou andando, deixando Lizzie para trás. Lizzie sabia que ele estava certo, brincar com os palitinhos era a única coisa que ela havia feito de mais útil até aquele momento. Ela correu até onde John estava, parando ao seu lado, e caminhando junto com ele.

– Você sabe convencer as pessoas – Lizzie falou explicando.

– Esse é um dos meus dons. – John disse novamente com o sorriso misterioso. Lizzie não sabia o que ele pensava quando aquela sorriso aparecia, mas não podia deixar de achar bonito.

Os dois caminharam por um tempo, ambos calados. John andava um pouco na frente, como se já conhecesse todos os lugares do que ela achava ser o Buffet. Lizzie apenas observava todos os cômodos com atenção.

– Para onde você está me levando mesmo? – Lizzie perguntou quebrando o silêncio.

– Garanto que você vai gostar.

– Porque você é sempre tão misterioso?

– Você acha que eu sou misterioso?

– Será que você poderia pelo menos responder as minhas perguntas e não confundir a minha cabeça? – Lizzie falou, apressando o passo.

– Eu te deixo confusa? – John perguntou rindo.

– Viu? Poderia responder minhas perguntas com uma afirmação, por favor?

– Claro. Pergunte.

Lizzie ficou calada alguns segundos. E depois apenas disse, baixinho, com uma cara de decepcionada:

– Eu esqueci o que ia perguntar.

John começou a rir, dando gargalhadas. Lizzie apenas sorria.

– Eu falei que você me deixava confusa – Ela comentou.

John logo chegou aonde queria, eles haviam saído da casa e estavam agora do lado de fora, um jardim enorme, muito florido, com um lago lindo ao lado. Lizzie achou aquela cena perfeita demais.

– Você gosta de cachorros? – John perguntou

– Sim – Lizzie respondeu, estranhando a pergunta.

– Então eu vou te mostrar o meu.

– O que o seu cachorro está fazendo no Buffet? – Lizzie perguntou supresa, quase gritando.

– Lizzie, esse não é um Buffet, é a minha casa.

O queixo de Lizzie caiu. “Aquela coisa enorme, com um monte de quartos, um jardim imenso e um lago (isso mesmo, um lago), era a casa do John e não um Buffet?”

John riu da cara de surpresa de Lizzie, ele sabia que sua casa era enorme e que as pessoas costumavam se assustar, mas a reação de Lizzie foi além do que ele esperava.

John sai por alguns segundos, deixando Lizzie apreciar aquele jardim enormemente lindo. Lizzie sentia o vento bater no seu rosto, aquilo era muito relaxante e refrescante. John voltou com um filhote de cachorro, um San Bernardo lindo. Aquilo só aumentou a alegria de Lizzie. Ela se abaixou, ficando da mesma altura do cachorro e fazendo afagos na sua cabeça.

– Que fofo – Lizzie falou com os olhos brilhando.

– O nome dele é Einstein. – John falou com um sorriso no rosto.

– Einstein...

John deu uma pequena bola para Lizzie, e falou:

– Joga, ele adora brincar disso.

Lizzie pegu a bolinha da mão de John e jogos para perto do lago, Einstein correu atrás dela, fazendo Lizzie sorri.

– Lizzie, posso te fazer uma pergunta?

– Isso já é uma pergunta – Lizzie falou olhando sarcasticamente para John. O garoto apenas sorri.

– Percebi que você não tem muitos amigos... – John começou. John havia descoberto o ponto fraco de Lizzie, a amizade. A menina apenas ficou olhando para os próprios pés, ela não gostava de falar sobre esse assunto. Principalmente porque não conhecia John direito.

– Prefiro não comentar sobre esse assunto.

John respeitou a opinião de Lizzie, se ela não quisesse falar tudo bem. Os dois ficaram calados por alguns minutos. Só vendo Einstein correndo atrás da bolinha. E quando a bolinha entrou na água, o cachorro não pensou duas vezes e foi junto. O que fez com que John gritasse e Lizzie risse muito.

– Apesar do nome esse cachorro é muito burro. – John falou rindo.

– Não fale assim do seu cachorro, ele pode ficar triste. – Lizzie falou gargalhando.

– Sabe, você é uma garota totalmente diferente de todas as garotas que eu já conheci. – John falou com o seu sorriso misterioso que fez com que Lizzie ficasse toda vermelha de vergonha.

– Porque? – A garota perguntou

– Você não se importa com aparências, gosta de ler, provavelmente de estudar e é a primeira que não dá em cima de mim por eu ser rico.

– Riqueza não muda caráter de ninguém. – Lizzie falou séria.

– É disso que eu digo. As garotas com quem eu estou acostumado a lidar geralmente são frescas e mimadas, que dão em cima de mim, só pelo dinheiro. E olha que eu ainda sou um adolescente, imagina quando eu ficar mais velho. – John falou sorrindo. Na última frase até Lizzie riu.

Os dois estavam conversando animadamente, vendo Einstein correr atrás da bolinha, quando o Pai de Lizzie, o Sr. Richard, aparece e grita de longe para Lizzie.

– Lizzie!! Sua mãe já quer ir... Vamos??

– Claro papai.  Já estou indo – Lizzie gritou de volta.

Lizzie se despediu de John e de Einstein e voltou correndo para dentro da casa, deixando John “filosofando” sozinho.

– Gostou filha? – O Sr. Richard perguntou.

– Sim. – Lizzie falou distraidamente.

– Aquele seu amigo, filho do Oliver, ele é muito simpático – A mãe de Lizzie, a Sra. Isabelle falou.

– Sim, ele é legal. – Lizzie respondeu automaticamente.

– Além de ser um rapaz muito inteligente – o pai completou.

– Onde vocês querem chegar com essa conversa? – Lizzie perguntou.

– Em nenhum lugar filha. – O Sr. Richard falou.

E o resto da viagem de volta foi o maior silêncio.

Continua...