O Amor Pode Dar Certo escrita por liz


Capítulo 21
Capítulo 13 - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está um pouquinho triste, mas é importante para a história, ok?

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Sugestão de Ginn_K ;D



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– Você o que???? – Lizzie perguntou quase gritando, surpresa.

– Bem, eu reservei o London Eye só para a gente, algum problema? – John perguntou sem entender

– John, você é louco? – Lizzie ergueu as sobrancelhas.

– Bom, não que eu saiba. Ah, Lizzie, hoje é domingo, o London Eye estaria lotado... Não ia ser legal – John falou calmo, calmo até demais, pensou Lizzie.

– John, as pessoas tem o direito de vir para cá, sabia?

– Liz, eu queria fazer uma surpresa, mas pelo visto você não gostou – Lizzie percebeu um tom de ressentimento na voz de John.

– Não, não é isso... Eu adorei a surpresa, sendo que acho que você não precisa reservar só para a gente.

John não respondeu e Lizzie pensou que de alguma forma o que ela disse poderia ter deixado o garoto um pouco magoado. Lizzie, então, resolveu contornar a situação, afinal, que garoto reservaria o London Eye só para você e ele? Hum... Acho que nenhum. John era sempre assim, imprevisível, fazia e falava coisas que Lizzie sabia que nenhum outro menino pensaria em fazer ou falar. Por isso ele era tão surpreendente, pelo fato de falar as coisas certas nas horas certas e de impressionar qualquer garota da forma mais doce possível.

– John, esquece, ok? Obrigada mesmo por ter me trazido aqui. Agora vamos aproveitar!! – Lizzie deu seu melhor sorriso e John não pode deixar de sorrir também. Lizzie pegou a mão de John, que ainda estava em sua cintura e o puxou para a entrada do da Roda Gigante.

John ajudou Lizzie a subir na cabine, que era ampla, fechada e envidraçada, mas muito elegante. Assim que Lizzie entra na cabine ela corre para a janela e John a segue. Os dois ficam parados alguns segundos olhando para o nada, até que a Roda Gigante começa a se mover e uma música lenta e agradável começa a tocar na cabine.

– Eu já falei que você é louco? – Lizzie perguntou baixo, olhando para sua frente e vendo o movimento da cabine.

– Hum... Hoje ainda não... – John fingiu que pensava.

– Sério, você só pode ser muito louco! Nunca vi nenhum garoto reservar o London Eye... – Lizzie começou a falar, porém foi interrompida.

– Se você continuar com essa história eu juro que jogo dessa cabine – John ameaçou com um sorriso encantador, que fez o estômago de Lizzie dar voltas.

– Você não vai conseguir, essas cabines são blindadas, suportam peso – Lizzie falou meio séria.

– Como você sabe isso? – John perguntou sorrindo de lado.

– Eu venho aqui desde pequena com meus pais e avós. O London Eye era a minha maior obsessão quando criança... Eu simplesmente adorava vir aqui e ficar olhando toda Londres, era tão estranho, parecia que eu não pertencia a essa Londres que a gente está observando...

– Ponto positivo para o John! Viu? Eu sou mesmo demais! Sem saber acabei trazendo você aqui... – John sorria convencido, porém de todas as reações que ele esperava vir de Lizzie, aquele mais sincero sorriso foi o que o surpreendeu. Era um sorriso tão puro, tão inocente que faria qualquer homem se ajoelhar pedindo perdão.

– Obrigada – Lizzie falou com seu sorriso, sem saber que esse lindo sorriso afetava John mais do que ela podia imaginar.

Os dois ficaram calados por longos minutos, apenas apreciando a vista. Londres era mesmo incrivelmente linda. Só então Lizzie pôde escutar a música lenta e calmo que tocava na cabine, junto com a vista do London Eye, formavam um dos momentos mais preciosos da vida dela. Tudo lá de cima parecia tão pequeno, os problemas pareciam insignificantes, não que Lizzie achasse que tivesse muitos problemas, ao contrário, agora, por incrível que pareça, todos os seus antigos problemas e medos estavam sumindo. Poderia até se dizer, sumindo de uma forma misteriosa e até mesmo assustadoramente rápida. E era essa rapidez o que mais assustava Lizzie.

Porém, toda a linha de raciocínio de Lizzie fora quebrada por um simples pedido de John.

– Dança comigo? – John perguntou estendo a mão à Lizzie.

A garota olhou assustada para a mão e para o rosto de John. Era típico dele fazer aqueles pedidos, naquelas horas.

– John... Eu... – Lizzie tentou recuar, mas sabia que não teria outro jeito, ela conhecia John, ele não iria desistir.

– Lizzie, eu não aceito não como resposta... Tenho que te intimar de novo? – John sorriu de lado. – Vamos, é só uma dança, prometo não fazer nada demais, não vou te atacar, juro!

– Eu tenho outra escolha? – Lizzie perguntou aceitando a mão de John.  – Mas, só avisando, eu não sei dançar.

– Não tem problema, é bom que você já vai treinando – John piscou o olho sorrindo e conduzindo Lizzie para o meio da cabine, onde a música parecia mais alta.

– Se eu pisar no seu pé não reclame... – Foi a última coisa que Lizzie falou antes de John enlaçá-la pela cintura, mantendo o corpo dos dois bem próximos. Lizzie estava tensa, não sabia se era pela situação: estar sozinha em uma cabine do London Eye, dançando com seu melhor amigo, ou por sentir a respiração de John muito próxima à ela. Uma proximidade que ela nunca havia permitido a nenhum menino antes. John percebeu a tensão de Lizzie e sorriu fraco:

– Se você não se sentir bem, a gente pode descer e voltar para...

– John, está tudo bem... É só que... Bem... Eu não me sinto confortável – Lizzie falou respirando fundo, John entendeu e a soltou.

Lizzie então se sentou em um pequeno sofá que estava lá e John a seguiu.

– Lizzie, desculpa, eu acho que fui muito apressado, eu não devia...

– Não, John, o problema não é você, sou eu! Entende? Você é o meu melhor amigo e único. É só que está tudo acontecendo muito rápido... Eu... Eu.. Acho estranho... Só isso. Não há nada de errado com você, muito pelo contrário, você está sendo um fofo desde o momento que eu te conheci, quero dizer, não exatamente, já que você roubou minha carteira...  –Lizzie falava tudo apressadamente, para não perder a coragem.

– Você não esquece isso, não é? – John perguntou sorrindo, mas logo em seguida fez uma careta engraçada, fazendo Lizzie sorrir.

– Ladrão de carteiras! – Lizzie sorriu e deu língua para o garoto.

– Você parece uma criança, assim! – John sorriu e os dois ficaram em silêncio, apenas olhando a paisagem.

O silêncio passou a incomodar Lizzie, ela então perguntou:

– Hum... Seu autor preferido?

– Hã? – John perguntou sem entender.

– Apenas responda: Autor preferido?

– Hum... Acho que Agatha Christie.

– Livro preferido?

– Dela?

– Apenas responda...

– Assassinato no Expresso do Oriente... Caso dos dez Negrinhos... Ah! Não sei! Todos dela são muito bons!

– Hum... Filme preferido?

– Não tenho um filme preferido! – John sorriu.

– Ah, John, todo mundo tem que ter um filme preferido! – Lizzie sorriu.

– Vai me obrigar agora? – John perguntou sorrindo e Lizzie também sorriu. Depois de um pouco de silêncio, Lizzie pergunta novamente, não conseguindo conter sua curiosidade:

– John... Er... Como era sua mãe?

John suspirou alto e se virou para Lizzie, estava mais sério que de costume, Lizzie então percebeu que ele realmente não gostava de falar sobre a mãe.

– Não precisa responder... Esquece! Só achei que... Esquece! – Lizzie se levantou do banco e foi novamente para a janela. Já estava perto de 1 hora da tarde, o sol estava forte e Londres, ainda assim, era encantadora.

Depois de alguns segundos apreciando a vista, Lizzie sentiu uma mão tocar a sua cintura, ela porém não se virou. John, segundos depois, se encosta-se à janela, porém virado de costas para a paisagem.

– Meu pai sempre dizia que minha mãe era parecida comigo... Principalmente os olhos... – John começou a dizer.

– John, você não precisa fazer isso... Eu não quero parecer intrometida! – Lizzie se virou para ele, ficando quase de frente para o garoto. John então colocou os dois dedos na boca de Lizzie, como se pedisse para ela se calar. Lizzie então obedece, porém seu olhar era de súplica. O garoto tira a mão da boca de Lizzie e coloca dentro do bolso.

– Meu pai era completamente apaixonado pela minha mãe, apesar dela ser 10 anos mais jovem... Ele a amava demais... Quando a minha mãe morreu, ele entrou em total depressão. Nessa época eu era muito novo. Tinha uns 7 anos. Meu pai encontrou no trabalho dele uma maneira de se manter ocupado e esquecer da morte da minha mãe. Posso afirmar com toda a certeza que aqueles foram os piores anos da minha vida. Meu pai mandou tirar toda e qualquer foto da minha mãe que tivesse em casa, de modo que eu mal me lembro dela. Eu só me lembro do seu sorriso... – E John não conseguiu mais falar nada, algumas lágrimas caiam pelo seu rosto e ele parecia fazer um esforço muito grande para que mais lágrimas não caíssem. Ele passou a mão rapidamente pela bochecha, afastando algumas lágrimas.

– John... – Lizzie sussurrou baixo, já arrependida por ter perguntado sobre a mãe do garoto.

– Meu pai ficou muito ligado ao trabalho dele, tanto que não ligava mais para mim...

– John... Não! – Lizzie falou, tentando fazer com que o garoto parasse de falar, estava sendo difícil até para ela, que era apenas a ouvinte, imagine para ele.

– Liz, eu tenho que continuar... Você não entende, esse sentimento ficou preso em mim por muito tempo...

– John! Não, para! Hoje é seu aniversário, eu não quero que você fique assim... Eu não devia ter perguntado... – Lizzie abraçou John, reconfortando-o. Ela sentiu a respiração dele em seu pescoço e por um segundo se arrependeu de tê-lo abraçado.

– Obrigada, Liz.

– Obrigada pelo que? – Ela perguntou ainda abraçada a ele.

– Por tudo... Por me entender.

Os dois sentiram a cabine se mover, indicando que ela estava descendo e se separaram. Voltaram a olhar para o horizonte, apreciando Londres.

– Liz, me promete uma coisa?

– Hum... Depende – Ela sorriu marota.

– Promete que sempre estar comigo?

– Prometo... Agora você vai ter que me prometer uma coisa, também.

– Hum?

– Promete que sempre vai ser esse cara legal e que agora vai mudar esse humor e vai ficar mais feliz?

– Sempre... Por você, sempre – John falou sorrindo fraco.

 


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Notas finais do capítulo

Bom, vamos começar hoje falando sobre os personagens. O primeiro deles, como eu disse anteriormente, será o Mike.
Na verdade, eu havia criado o Mike apenas como um mero coadjunante, daqueles que mal aparecem. Sendo que começei a imaginar as caracteristicas dele: alto, cabelos castanhos claros, quase loiro, olhos igualmente castanhos e algumas caracteristicas psicologicas: divertido, engraçado, paquerador, companheiro, etc. Certo, todos nós sabemos que ele é lindo... Porém, nunca pensei que ele fosse fazer tanto sucesso e confesso que depois ele até se tornou um dos meus personagens preferidos, já que ele cativa de uma forma bem simples. Como ele era para ser apenas um mero coadjunvante, não tinham pensado em nenhuma "função" especifica para ele na fic, porém, em qualquer grupo de amigos sempre tem aquele engraçadinho metido a besta, então pensei: "ótimo, o Mike tá certinho"; ele é irreverente, não se importa com que os outros pensam, assim como o John a Clara e a Liz.
Ps.; espero que estejam gostando, esse capitulo ficou um pouquinho mais dramático que os outros, porém, se vocês puderem perceber, o John e a Lizzie estão ficando mais próximos. Surpresas e mais surpresas no próximo capítulo. Não deixem de comentar, ok?
Beijos