Lizzie acordou no outro dia se sentindo com um pouco de mal estar, levantou-se, tomou um banho e desceu para tomar café da manhã com os pais.

– Filha, você está bem? – Isabela perguntou preocupada.

– É só uma dor de cabeça, mãe, não se preocupe – Lizzie falou com a mão na cabeça, a dor de cabeça estava aumentando muito, mas não deixaria de ir à escola por causa disso. Ela teria as provas finais naquele dia e se perdesse teria que fazer segunda chamada.

– Deixe-me ver – Isabela se levanta e vai até a filha, coloca a mão na testa dela, para ver a temperatura e logo se assusta – Liz, você está queimando em febre! Volte para o quarto imediatamente, você não vai à escola hoje.

– Mas, mãe...

– Sem mas. Para o quarto, agora! – Isabela mandou e Lizzie não teve como negar, voltou para o seu quarto e lá trocou de roupa e se deitou novamente na cama.

Alguns minutos depois, a mãe de Lizzie, Isabela sobe para o quarto da filha, com uma xícara de chá na mão e um termômetro na outra. Dá o chá para a filha e coloca o termômetro. Alguns minutos depois ela tira o termômetro.

– Quase 39°. E você ainda queria ir para a aula.

– Mãe, eu estou bem.

– Você está bem mal, isso sim! Agora tome esse chá e se deite, se não passar daqui a uma hora eu vou chamar o médico.

Lizzie bufou, porém aceitou a ordem da mãe. Deitou-se e pegou um livro para ler, mas a mãe assim que viu, puxou o livro da menina e falou:

– É para você descansar, não ler.

– Mãe!!

– Des-can-sar!! – Isabela fechou as cortinas e saiu do quarto. Mas retornou segundos depois, pegou alguns livros que estavam na mesa de cabeceira de Lizzie e um que estava debaixo do travesseiro dela.

– Sem livros.

E saiu, Lizzie bufou novamente, puxou o edredom, fechou os olhos e logo adormeceu. Mais ou menos duas horas depois ela escuta vozes no quarto e acorda. Vê sua mãe, seu pai e mais um homem, vestido de branco e com um jaleco, “Médico” ela pensou.

– Mãe... – Lizzie chamou mal conseguindo abrir o olho.

– Volte a dormir filha, está tudo bem.

– É só uma febre, o tempo está meio instável e pode acontecer isso, se persistir é só me ligar, por enquanto é só ela descansar e tomar muito líquido, ok? – O médico falou antes de Lizzie cair no sono novamente.

Dessa vez, Lizzie só acordou cinco horas depois, mas já estava se sentindo melhor. Olhou para os lados e não viu ninguém, resolveu então descer para procurar os pais. Isabela havia pedido folga do trabalho para cuidar da filha, sempre era assim quando Lizzie ficava doente, alguns dos pais pedia folga para ficar com ela. Lizzie se sentia meio culpada por estar fazendo os pais perderem um dia no trabalho, mas na maioria das vezes ela estava tão doente que logo esquecia. Ouviu vozes vindo da sala e estranhou.

Assim que chegou na sala, reparou que sua mãe não estava sozinha, tinha outras duas pessoas na sala. “O que a Clara e o John estão fazendo aqui?” Foi seu último pensamento antes de desmaiar.

– Filha, você está doida?? Qual parte de “Fique descansando” você não entendeu? – Isabela praticamente gritou quando a filha acordou.

– Bom te ver também, mamãe. O que houve? – Lizzie perguntou confusa.

– Você desmaiou. – Clara falou com simplicidade, mas com a preocupação expressa em sua voz.

– O que vocês estão fazendo aqui? – Lizzie perguntou estranhando a presença dos amigos lá.

– Você faltou a aula hoje, e depois a Clara ligou para cá e descobriu que você estava doente. – John falou, ele e Clara estavam sentados junto a cama na qual Lizzie estava deitada.

– Gente, obrigada pela preocupação, mas não precisava tanto. Um telefone estava bem!

– Liz, você é nossa amiga, é claro que nós ficamos preocupados – Clara apertou a mão de Lizzie.

– O Mike também queria vir, mas ele tinha algumas coisas para resolver – John falou fazendo uma careta estranha. Nessa hora o celular de John tocou e ele saiu do quarto para atender. Isabela também saiu do quarto, para ir pegar mais chá para Lizzie, deixando-a sozinha com Clara.

– Liz, eu vim também por que queria te convidar...

– Convidar??

– É, não sei se o John te falou, mas daqui a dois dias vai ser o aniversário dele. E ele, por ordem do papai, vai ter que fazer uma festa lá em casa. Vai ser aquelas festas chatas, de adultos, mulheres com vestidos longos, champagne, essas coisas de velhos, sabe? – Clara falou divertida – Porém, eu estava pensando em fazer outra festa para ele, uma mais casual, mais informal, em uma casa com piscina, e essas coisas, mais de jovens, entende?

– Mas, por que ele tem que fazer essa festa?

– Todo ano o papai o obriga a fazer essa festa, diz que faz bem para a imagem dos dois. É só isso que o papai se importa mesmo. Então, mas, voltando a outra festa, eu queria que fosse meio surpresa, então eu queria pedir sua ajuda para distrair o John no dia.

– Por que eu tenho que distraí-lo?

– Por que você é a melhor amiga dele – Clara respondeu como se fosse óbvio.

– Eu sou? – Lizzie pergunta confusa.

– Então, tenho a sua ajuda?

– Claro que tem! Pode contar comigo!

– Pode contar com você para que? – John perguntou entrando no quarto.

– Quem era? – Clara perguntou.

– O papai, avisou que vai viajar e só volta amanhã.

– Em cima do seu aniversário – Clara comentou.

– Não vamos falar sobre isso, ok?

– E você nem para me contar que daqui a dois dias seria seu aniversário, hein? – Lizzie repreende John em tom de brincadeira, o menino baixa a cabeça e sorri.

– Desculpe... Eu não gosto muito do meu aniversário.

– Por que? – Lizzie perguntou surpresa.

– Não quero falar sobre isso agora.

– E como foi a festa ontem? – Lizzie perguntou tentando mudar de assunto.

– Nós não fomos. O papai não deixou, o John não deixou. Que homens controladores!! – Clara brincou.

E assim eles passaram o resto do dia, Clara e John só saíram da casa de Lizzie quando já estava começando a escurecer, no outro dia teria aula de novo, seria sexta-feira, Lizzie não sabia se poderia ir para a aula. Ninguém conhece o amanhã.

Continua...