O Casamento escrita por Chiisana Hana


Capítulo 16
Capítulo XV




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

O CASAMENTO

Chiisana Hana

Capítulo XV

Um mês depois.

Sibéria.

Hyoga continua na Vila de Kouhoutek. Eiri ainda não se acostumou ao frio, mas se sente feliz por sua escolha. Ter decidido ir embora com seu amado foi a melhor coisa que fizera até então, pois, de repente, ganhara uma casa e um praticamente marido.

Ele geralmente passa o dia fora, ajudando as demais pessoas da vila, enquanto ela cuida das tarefas domésticas. À noite, sentam-se perto da lareira e ele ensina russo a ela. Semanalmente vão fazer compras na cidade mais próxima.

Numa dessas viagens, Hyoga é abordado por uma mulher que se diz impressionada com sua beleza. Ela o convida para fazer algumas fotos, entrega-lhe um cartão da agência onde trabalha e pede para que ele ligue e marque um teste. Hyoga pega o cartão. Quando a mulher se afasta, ele o joga no chão. Eiri recolhe o papel e tenta convencê-lo a telefonar, sem muito sucesso.

Dias depois, já cansado dos inúmeros sermões de Eiri, ele decide ligar para a tal agência. A própria mulher que o viu na rua atende.

(Hyoga) Oi, eu sou o rapaz que você abordou há alguns dias. Meu nome é Hyoga.

(Nicolle) Ah, qual deles? São tantos!

(Hyoga) O loiro de olhos azuis.

(Nicolle) Não ajudou muito. Todos são loiros de olhos azuis.

(Hyoga, já irritado) Eu estava acompanhado da minha namorada, uma loira de olhos grandes e escuros.

(Nicolle) Aaaaaaaaah, lembrei! Você é exatamente o que eu preciso! Se você se der bem no teste fotográfico, tenho logo três trabalhos pra você. Nenhum principiante consegue isso, mas você é especial, tem estilo! Não posso perdê-lo.

(Hyoga) E o que é que eu tenho que fazer?

(Nicolle) Você vem aqui na agência, faz o teste e se for aprovado, já vai direto fazer os trabalhos. O endereço está no cartão. Venha o mais rápido possível.

(Hyoga) Que tal hoje?

(Nicolle) Excelente. Até logo.

Hyoga vai à cidade, faz o teste, é aprovado e nos dias seguintes, faz os tais trabalhos, que por sinal, não são qualquer coisinha. Fazem parte da campanha publicitária mundial de um grife famosa.

Logo as fotos dele estão em centenas de revistas, jornais e outdoors do mundo inteiro.

Saori foi a primeira a ver as tais fotos numa revista e achou que Hyoga levava muito jeito para ser modelo. Seiya também viu, mas achou que era só um modelo muito parecido com Hyoga. Shiryu e Shunrei não viram, pois lá em Rozan não chega revista de moda. Ikki não quis ver, mas achou coisa de “boiola” ficar posando para fotos. Shun achou tudo muito lindo e ligou para Hyoga.

(Shun) Oi, Hyoga!

(Hyoga) Ah, Shun! Como vai?

(Shun) Eu estou bem e você?

(Hyoga) Muito bem também.

(Shun) Vi suas fotos. Você estava muito bonito em todas.

(Hyoga) Obrigado, Shun! Agora estou bancando o modelo, pode?

(Shun) Você fotografa muito bem. Acho que vai fazer muito sucesso.

(Hyoga) Vamos esperar para ver. Se eu gostar mesmo de fazer isso, pode ter certeza que serei o melhor.

E ele gosta. Em pouquíssimo tempo, Hyoga se torna o modelo mais famoso da Europa. Alexei Yukida vira seu nome artístico. Por causa da carreira, ele e Eiri mudam-se de Kohoutek para Moscou.

Bastante badalado no “mundinho fashion”, Hyoga acaba recebendo um convite para fazer uma ponta num filme. O personagem não fala nada, só exibe a beleza estonteante. Para fazer o tal filme, ele terá que passar duas semanas em Praga. Eiri não gosta da idéia.

(Eiri, gritando) Assim não é possível! Você não pára mais em casa e não liga pra mim! Você só se importa com a sua maldita carreira!

(Hyoga, sem alterar seu tom de voz) Em primeiro lugar, foi você mesma que insistiu para que eu ligasse para a agência. Em segundo, você tem a chave de casa, tem dinheiro na sua conta. Quando quiser ir embora, sinta-se à vontade.

(Eiri, gritando) Você nem se importa, né?

(Hyoga, calmo) Eu não disse isso.

(Eiri, gritando) Eu sei que é assim!

(Hyoga, calmo) Você não pode adivinhar o que eu penso.

(Eiri, gritando) Se eu morresse agora, a única coisa que deixaria você preocupado é saber qual dos seus ternos Armani seria mais adequado para o meu enterro!

(Hyoga, gritando) Já chega! O que você quer afinal? Acabar com minha carreira que mal começou? Logo agora que eu encontrei uma coisa que gosto de fazer!

(Eiri) Eu quero ir para Praga com você!

(Hyoga) Que coisa idiota! Eu vou trabalhar!

(Eiri) Me leva! Eu não vou atrapalhar! Por favor!

(Hyoga) Está bem. Você vai comigo. Agora chega, certo?

(Eiri, abraçando Hyoga) Agora está bom!

--C--H--I--I--

Um mês na fazenda com Seika e Saori (e com o batalhão de médicos que recebem uma fortuna por hora) foi o suficiente para Seiya trocar a cadeira de rodas por um par de muletas. Ainda assim, ele fica feliz por não precisar mais ser empurrado todo o tempo. Seika também está feliz por não precisar mais disputar com Saori a ‘posse’ da cadeira do irmão. A Srta. Kido, aliás, está com um humor melhor, tem tratado todo mundo muito bem apesar de morrer ciúme de qualquer um que se aproxime de Seiya. E, mesmo com as muitas brigas, seu amor foi a força mais importante na recuperação do cavaleiro de Pégasus.

(Seiya) Acho que já está na hora de voltarmos para Tóquio. Sinto-me bem melhor e até gosto dessas muletas. E também penso na Seika. Ela já está ficando entediada.

(Saori) Está bem, querido. Estou mais tranqüila agora que você não está mais usando a cadeira de rodas. Voltaremos para Tóquio amanhã. Mas eu gostaria que você ficasse lá em casa. Não quero que você volte para aquele quartinho no porto.

(Seiya) Por enquanto eu vou para o meu quartinho, sim!

(Saori) Seiya, deixa de ser cabeça dura! Agora você é milionário! Não pode morar num quartinho!

(Seiya) Já tomei minha decisão! Não adianta protestar. O que é? Você tem vergonha de namorar alguém que mora num quartinho?

(Saori) Não é isso! Estou pensando no seu conforto! Você é teimoso mesmo!

(Seiya) Ora, não é à toa que a minha fama se deva à teimosia. Seika e eu vamos para o quartinho no porto. Se você não tiver mesmo vergonha, que vá nos visitar lá!

(Saori) Ai, que ódio! Por que você é assim, hein? Seika, vê se convence esse seu irmão a desistir dessa idéia de continuar morando naquela coisa que ele insiste em chamar de casa!

(Seika) Eu não! Se ele quer ir para lá, então ele vai. E eu vou junto!

(Saori) Ai, você também é muito cabeça dura! Eu só estou pensando no conforto dele!

(Seika, saindo) E eu estou pensando no que ele quer fazer! O Seiya não é um brinquedo, ele tem vontade própria, sabia?

(Seiya) É isso aí, Seika!

(Saori) Seiya!! Ai, que ódio!

E começa mais uma briga do casal. O namoro de Seiya e Saori está longe de ser tranqüilo. Ambos têm temperamentos fortes e é difícil viver em paz com personalidades assim chocando-se a todo instante. Saori é poderosa, rica, responsável. Tanta eficiência nos negócios às vezes incomoda Seiya. Ela cuida de tudo sozinha enquanto Shiryu não aceitar dividir essa tarefa. Lógico que há toda uma equipe auxiliando a menina a cuidar de tudo, mas mesmo assim não é tarefa fácil. E ainda tem os problemas do Santuário, pois mesmo com um Mestre como Dohko, a palavra final é sempre da deusa. Às vezes, tudo que Seiya deseja é uma namorada normal cuja única responsabilidade seja estudar para as provas da escola.

--C--H--I--I--

Tóquio. Dia seguinte.

Shun está em sua nova casa, um apartamento de luxo na área nobre de Tóquio. O som está ligado no volume máximo. Ele canta e dança, enquanto faz o almoço.

(Shun, cantando) Go now go, walk out the door. Just turn around now cause you're not welcome anymore. Weren't you the one who tried to hurt me with goodbye. Think I'd crumble? Think I'd lay down and die? Oh no, not I. I'll survive!! Oh as long as I know how to love I know I'll be alive. I've got all my life to live. I've got all my love...(telefone toca. Shun atende berrando) ALÔ!QUEM? PERAÍ! (abaixa o volume) Ah, oi Seiya!

(Seiya) Que diabos está acontecendo na sua casa? Por que esse barulho todo?

(Shun) Eu estava ouvindo música.

(Seiya) Você estava fazendo uma rave em casa, isso sim! Pensei que você gostasse de música clássica...

(Shun) Eu gosto muito. Não é à toa que vou começar minhas aulas de piano amanhã. Mas essa música que eu estou ouvindo também é demais!

(Seiya) Tá... tá... Escuta, já voltei da fazenda. Posso ir almoçar aí hoje? Tenho uma novidade pra contar!

(Shun) Claro que pode.

(Seiya) Ótimo! E Ikki, onde está?

(Shun) Trabalhando.

(Seiya, surpreso) Trabalhando? Mentira!

(Shun) Você ainda não sabia? Ele arrumou um emprego! Hoje é o primeiro dia de trabalho dele.

(Seiya) Incrível. No almoço você me conta direito essa história. Tchau!

(Shun) Tá bom. Tchau.

Meia hora depois alguém bate desesperadamente à porta.

(Shun, gritando) Calma, Seiya!! Já tô indo! (abrindo a porta) Ikkiiiiiiiii? Você não tem a chave?

(Ikki) Eu perdi.

(Shun) Que azar... e como foi seu primeiro dia de...?

(Ikki, interrompendo) Uma merda! Uma catástrofe! Aqueles pequenos demônios não me deixaram em paz e eu não podia fazer nada! Como eu queria bater neles! Eu daria um dedo do pé para dar um cascudo naquele moleque desgraçado que ficou zoando o meu cabelo. Ele me chamou de Smurf porque eu pinto o cabelo de azul! Eu afundaria a cabeça daquele infeliz! Como eu queria dar umas pauladas neles... (campainha toca)

(Shun) Deve ser o Seiya... (abrindo a porta) Oi, Seiya! Entra!

(Seiya, fazendo brincadeiras com as muletas) Olá!! E aí, gostaram das minhas muletas??Finalmente saí daquela maldita cadeira de rodas! Ikkiiiiii! Que cara é essa? Que bicho te mordeu?

(Ikki) Eu fui atacado por demônios.

(Seiya) Hein? Mas não é você que vive dizendo que nem os demônios lhe querem por perto?

(Shun) Não é isso. Ele está trabalhando num parque de diversões e ficou bravo porque não pode bater nos guris.

(Seiya) Ah... é mesmo muito chato não poder dar umas cacetadas. Eu sinto tanta falta de bater nuns caras maiores que eu.

(Shun) Pois eu não sinto falta nenhuma! Estou ótimo assim! Aliás, Seiya, você está com uma cara muito boa.

(Ikki) Tá maluco? O Seiya de cara boa? Ele é feio pra cacete!

(Seiya) Você que é feio. Eu sou lindo e perfeito!

(Ikki) Se ilude quem quer.

(Shun) Esqueçam isso. O que aconteceu para deixar você tão bem?

(Seiya, entusiasmado) Vocês nem vão acreditar! Eu estou namorando a Saori!

(Ikki) É isso?

(Seiya) E você acha pouco?

(Shun) É que a gente já sabia, Seiya.

(Ikki) Sua irmã fofoqueira ligou para o Shun e contou tudo.

(Shun) É, eu pensei que você ia dizer que tinha tomado jeito, que ia estudar ou tinha arrumado outra coisa pra fazer da vida ao invés de viver só da herança do nosso...

(Ikki, interrompendo) Daquele velho safado!

(Shun) Ô, Ikki... E aí você vem com essa história de namoro com a Saori.

(Seiya) E vocês acham pouca coisa? Ela é deusa! Deusa! Você tem noção da importância?

(Ikki) Grande coisa. Desde que ela não se meta em encrenca, não ligo a mínima para o fato de ela ser deusa ou não.

(Seiya) Vocês são chatos! Isso é importante, sim! Se bem que estamos meio brigados. Às vezes ela ainda é meio implicante, sabe?

(Shun, entediado, colocando um ponto final no assunto) Ah, Seiya, está bem, parabéns, tire bom proveito do seu namoro. Agora vou pôr a mesa, tá?

(Seiya, com uma expressão maliciosa) Ei, Shun, cadê aquela loirona que andava arrastando asa pra você?

(Shun, meio triste) Quem? A June? Não sei dela há muito tempo.

(Ikki) É, a June sumiu, mas sua irmã vive correndo atrás dele! A menina liga pra cá todo dia!

(Seiya) Mas você não quer nada com ela, né, Shun? Posso confiar em você?

(Shun) Ai, Seiya! Que coisa! Eu não quero nada com a sua irmã! Ela é legal, mas eu não quero saber dessas coisas. Sou muito novo pra isso! Eu pretendo entrar na universidade e para isso vou ter que me dedicar muito aos estudos.

(Seiya) Ótimo! Só espero que quando você começar a pensar “nessas coisas” não seja com a Seika.

(Shun, empurrando um prato para Seiya) Deixa de falar bobagens e come!

(Seiya) Tá bom!

(Shun) Ô Seiya, me diz uma coisa. Onde é que ficaram Mino e Shina nessa história?

(Seiya) Em lugar nenhum... Mas deixa isso pra lá. Vamos continuar comendo porque isso aqui está ótimo! Vocês precisam me convidar para almoçar mais vezes!

(Ikki) E precisa convidar? Você vem sem ser convidado, seu cara-de-pau!

(Seiya) Nós somos irmãos! O que tem de mal nisso?

(Shun) Nenhum mal! Pode vir quando quiser.

(Seiya, para Shun) Você não é vegetariano? Como consegue preparar a carne para o Ikki?

(Ikki) Normalmente é a Pandora que faz a carne, mas como ela está viajando, tem uma mulher aí que faz minha comida e manda pra cá. (apontando para o Shun) Essa coisa aí se recusa a pegar em carne crua! Você sabe, ele é fresco.

(Shun, bravo) Eu não sou fresco! Eu sou vegan!

(Ikki) Dá no mesmo!

(Seiya, de boca cheia) Ikki, por que você não tenta uma vaga naqueles clubes de luta livre? Dá pra bater e apanhar bastante sem ser preso nem processado.

(Ikki) Hã? Grande idéia, Seiya! E eu que achava você meio tonto!

(Seiya) Tonto? Vem cá ver o tonto! Vou te dar umas porradas! Vou quebrar sua cabeça com as minhas muletas!

(Shun) Vocês e essa mania de brigar...

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

--C--H--I--I--

Música: I Will Survive - Gloria Gaynor (D. Fekaris / F. Perren)

Tradução do trechinho: Vá agora, saia pela porta./ Apenas vire-se agora/ Porque você não é mais bem-vindo. / Não foi você quem tentou me magoar com o adeus/Eu me desintegrei em pedaços/ Você pensou que eu deitaria e morreria/ Oh não, eu não. Eu vou sobreviver... / Enquanto eu souber como amar, eu sei que permanecerei viva. / Eu tenho minha vida toda para viver, eu tenho meu amor todo para dar e...

Vegan (fonte: Wikipedia): "O veganismo é uma filosofia de vida motivada por ética e respeito aos direitos animais que procura evitar qualquer sofrimento desnecessário. Os veganos não consomem quaisquer produtos de origem animal (alimentares ou não alimentares), nem usam produtos que tenham sido testados em animais ou incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufactura."

—-C--H--I--I--



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