POV BELLA

Nunca dormir tão bem na minha vida, meu corpo estava com uma sensação prazerosa  e relaxada. Os meus sonhos foram todos em direção a Charlie e Renne, isso me deixou intrigada, mas ao mesmo tempo feliz. Nunca sonhei com eles, sempre foi Jake, agora eram meus pais dizendo felizes por mim. Fiquei contente com isso, desde que me transformei os vi muito pouco, a minha vida era muito perigosa para eles.

Meu corpo foi acordando vagarosamente, sentindo um carinho quente no meu braço, não preciso abrir minhas pálpebras para saber, seu cheiro amadeirado deixava isso bem claro. Jake acarinhava a minha pele, como uma ventania que sacode todas as folhas, as cenas da nossa noite amor sacudiu minha sanidade e arrepiou minha pele.

-bom dia bells. - ele disse com aquela voz rouca que amo, também me enlouquece quando sussurrada no meu ouvido.
-Bom dia Jake. - Eu disse finalmente abrindo os olhos, eu percebi que dormia de lado, ele na minha frente na mesma posição que a minha, apoiando nos cotovelos.
-Desculpa, ter te acordado. - enquanto falava suas mãos não pararam de me dar carinho. - Mas não contive só ficar te olhando, queria te tocar. Não era minha intenção te despertar.
-Você ficou me olhando dormindo? - sorri com aquilo, inevitavelmente lembrei de alguém também fazia aquilo, acho que devo dormir muito bonito.
-fiquei muito tempo sem ter você, não quero perder nada. - ele me puxou para perto dele, em um abraço, fui de bom grado. - Não quero tirar meus olhos de você.

Esfreguei meu rosto no pescoço de Jake, o cheiro dele me deixava inquieta, desejosa por estar perto dele, por consumir seu amor. As mãos dele apertaram sutilmente as minhas costas, ele encostou sua boca no meu ouvido e falou em um sussurro;

-Eu te amo. Não sei como vivi sem você por esses anos. - sorri com aquilo, depositei um beijo molhado na pele do pescoço, mas fazer isso sentir o cheiro do seu sangue, isso fez minha garganta queimar um pouco, contudo me contive e o beijei mais ainda.
-Bells... - ele me chamou rindo e se derretendo pela minha caricia.

Jake despertou em mim um lado sensual, que nem eu sabia possuir, uma faceta incansável em sempre o desejar em mim. Como se ele fosse um vicio, que necessito saciar a todo instante.

Bem que May sempre brincou comigo: o dia que experimentasse o amor com todas as faltas de limites deliciosas que existem, você não vai mais querer parar. Ela falou isso depois de uma noite contei a forma comedida que Edward me tratava em nosso namoro, sem passar nunca o limite.

Não é que minha irmã brasileira tinha acertado em cheio a sua previsão. Estou aqui tarada, depois de várias vezes amar meu sol durante a madrugada, experimentando formas e mais formas de nos amar, meu corpo já querendo mais do meu lobo.

Mas Jake também não facilitava o meu juízo, alisando meu corpo com carinho e desejo, beijando a minha orelha e ainda fazendo juras de amor eterno. Ele estava pedindo um ataque meu. Sorri com esse pensamento, Jacob sempre teve a capacidade de lidar com todas as minhas loucuras , de me aceitar da maneira que fosse.

Meus beijos desceram até o peitoral dele, uma mão dele bagunçou meu cabelo, senti em meus lábios seu corpo esquentando pelos meus toques, então o provoquei:

-Está com calor meu sol? - enquanto o beijava.
-Muito. - Ele ergueu meu queixo para encará-lo. - Quero seus beijos na minha boca.

Rindo subi até a sua boca, fiquei encarando-o por alguns segundos, os dois pareciam a todo instante certificarem olhando um ao outro que tudo vivido era real, não mais um sonho que ambos sonharam tantas vezes.

-Todos os meus beijos são seus Jacob. - Eu disse, em seguida o beijei com todo amor guardado para ele a tanto tempo.

A velocidade não era rápida ou esbaforida como foi quando estávamos na garagem depois da boate, loucos para nos entregarmos, agora era lenta e intensa, nossas bocas pareciam degustar um do gosto do outro com cuidado e zelo. Nossas línguas se mexiam complementares, uma cariciava a outra sem presa.

Nossos corpos nus já bem condicionados, afinal eles se encontraram algumas boas vezes durante a noite, logo eles souberam que já estavam preparados para se ligarem mais uma vez.

Os dois como seres sobrenaturais, o ar não ficava escasso facilmente, o cansaço não era como de humanos comuns, nós dois não tínhamos muitos limites para parar ou ficar fatigado dessa doce brincadeira.

As mãos quentes másculas dele pegaram a minha cintura, me puxando para cima do seu corpo, fazendo-me deitar na sua pele quente, nossas bocas não desgrudavam, como o ritmo era calmo, conseguíamos respirar com facilidade, mesmo se não, eu não ia sair do seu gosto.        

Sem pressa só deixando meu desejo por ele me guiar, senti nos conectamos mais uma vez, tudo com muito amor, os dois pareciam perdidos em amar um ao outro de sentir  toda aquela  doce paixão.

O prazer nos brindou minutos depois, não sei quanto tempo nos movimentamos um no outro, porque na verdade eu não queria saber, só quero ter ciência do que acontecia entre nós dois. O que passava lá fora, agora não me importava, muito menos os segundos que corriam.

Meu coração foi inundado pelo mais delicioso amor, meu prazer foi tão grande que senti que meus batimentos iriam cessar, de tão intenso o sentimento que ali o afogou. Sorri vendo que toda a loucura da minha vida me trouxe a esse momento único vivido por mim com meu sol. Sempre será assim? Espero que sim.

As vezes que nos amamos foi maravilhoso, mas dessa vez pareceu que fundimos a nossa alma. Algo muito profundo, nunca por mim imaginado.

-te amo. - falei beijando meu sol. - Cada vez vai ficar mais perfeito?
-Espero que sim. - ele disse passando as pontas dos dedos nas minhas costas. - Nosso amor sempre foi muito maior do que a gente conseguia entender.

Ponderei as palavras dele por um breve instante, tinha uma grande verdade ali, nossa ligação era muito intima desde sempre. Lembro-me do menino de cabelos compridos que no primeiro sorriso já ganhou a minha simpatia, com pouco tempo ganhou a minha confiança.

Aquele nosso pequeno encontro em La Push onde tentei seduzi-lo para conseguir obter informações sobre a família de Edward, senti uma ligação surgi, era muito natural conversar com aquele garoto, era simples como respirar.

Depois de todo turbilhão de tristeza que vivi, foi ele a me salvar com tanta naturalidade em meio as minhas loucuras. Sempre houve um sentimento incompreensível por mim em relação ao meu sol, algo sem definição mais forte e firme em meu peito. Palavras nunca foram necessárias para nos entendermos, bastava olhares significativo, e tudo era dito com a maior das perfeições. 

-Você tem razão Jake. - sorri e lhe depositei um beijo suave.

Em meio ao encontro dos meus lábios, escuto meu celular vibrar ao meu lado, Jake meio irritado não deixava facilmente eu atender. Ri com aquilo, mas consegui sentar ao seu lado e  pegar meu aparelho, pelo visor vi que era mensagem da minha oriental.

“Bella, desculpe incomodar, só quero lhe informar que iremos caçar. Acabamos de receber uma informação um grupo de cinco vampiros agindo na parte leste da cidade. O café da manhã está a espera de Vocês.

Beijos

Shang”

Fiquei preocupada, desde da minha transformação sempre ajudo meus irmãos, afinal tornou a minha missão também matar vampiros. Não era mais frágil e indefesa de quase uma década atras, hoje eu posso ajudar e lutar lado a lado. Sem perceber, minhas feições mudaram, de algo leve para um ar pesado, e logico meu lobo compreendeu:

-O que foi Bells?  - A duvida pairava seu rosto, enquanto alisava meus cabelos.
-Meus irmãos vão caçar sanguessugas. - disse tensa com aparelho na mão, posso ter mudado muito, mas continuo me preocupando muito com aqueles que amo.
-Adorei você falando sanguessuga. - ele sorriu lindamente para mim. - Você está preocupada?
-Amo meus irmãos, saber que posso ajudá-los, pois se tiver um vampiros de poderes psíquicos posso bloqueá-los. - suspirei, mas já decidida que irei junto, não vou deixá-los, sei quanto os dons dos vampiros podem ser perigosos.

Sentando na cama disquei para Shang, no segundo toque ela atendeu:

-Bella, Bom dia! - A suavidade de sua voz era uma pequena dose de tranquilizante, sempre calma e serena.
-Bom dia Shang. Vocês saem em quantos minutos? - perguntei.
-Não precisa ir. - ela falou triste, senti uma pontada de culpa no seu tom. - Bem, que May quase me bateu para não te incomodar.
-Não senhora, você fez muito bem. Somos um time. - disse determinada. - Não me perdoaria se algo acontecesse com Vocês qualquer coisa.

De repente escutei outra voz na linha.

-Belllzita, nada de nos acompanhar. - Ordenou Melissa. - Você está em uma pequena lua de mel.
-Mel, eu vou. Tenho muito tempo para amar o Jake. - ninguém faria eu mudar de ideia. - Quantos minutos tenho?

Ouvi ela bufar irritada, não precisava olhar para ela, sei que revirava os olhos.

-Sairemos daqui a 30 minutos, ainda preciso encontrar a loba. - ela disse despreocupada.
-Ela sumiu? - falei suspirando, isso era algo que Lunna as vezes fazia, sumia.
-Já mandei uma mensagem, ela disse que 20 minutos está aqui.
-Okay, daqui... - olhei para Jake, que tinha um sorriso lindo para mim, deitado com os braços atras da cabeça, só me olhando, acho que admirando. Ponderei o tempo de um banho. - 20 minutos.
-Beleza. - Melissa falou já desligando.

Olhei para meu sol, fiquei um pouco receosa de tomar a decisão de ir e não consultá-lo, porém seu semblante era... orgulhoso? Era isso? Sem eu precisar perguntar foi logo explicando:

-Estou impressionado Bells. - Ele agora sentava na minha frente, alisando meu rosto. - Você tão determinada em lutar com seus irmãos, querendo estar ao lado deles, parece até uma matilha. Acho admirável, vou junto.
-Será um prazer Alfa. - brinquei dando um selinho nele. - Me verá em ação.
-Curioso já estou. - ele me puxou pela mão para irmos ao banheiro.
Sei que não adiantaria discutir com ele, não era necessário sua presença na nossa caça, contudo se fosse contrario eu também ia querer ir. Portanto somente o abracei e o chamei para tomar um banho, uma chuveirada, com alguns beijos controlados, o tempo era limitado.

Trocamos de roupa, coloquei uma calça jeans surrada, eram as melhores para combate, junto com uma blusa preta regata, com costas nadador e logico um tênis. Jake usava uma bermuda jeans bege, uma blusa branca de malha, mas levemente folgada no corpo, com um tênis.

De mãos dadas fomos para cozinha, escutei May arrumando a mala deles, com roupas e medicamentos, o cheiro de comida nos atiçou, logo a fome surgiu, ri do ronco alto do estomago do meu lobo.

Quando meus irmãos: Shang, Melissa e Jonh nos viram sorriram maliciosos, obvio corei. Meu sol riu, puxou-me para um abraço, infantilmente me escondi no seu peitoral.

-Acho que temos agradecer sinceramente a Sarah a ideia de isolamento acústico dos quartos da ultima reforma. - ironizou jonh. - bom dia casal.
-Bom dia. - respondemos juntos, arrancando a risada de todos ali.
-Estão bem ensaiados. - retrucou Melissa. - Tem ovos e bacon ali.

Apontou para dois pratos na bancada, onde ainda tinha sucos e outros alimentos, tudo com uma cara deliciosa. Ao nosso lado Shang falava ao telefone, parecia mandarim, ela anotava num papel alguma coisa. Alheia aquilo eu e meu sol comemos todo o nosso café da manhã em meio a conversa com meus dois irmãos, o papo era descontraído.

Sarah entrou nos cumprimentou com abraço em cada um, sempre ela fazia isso, todos os dias. Perguntou ao Jake se estava gostando da comida, esse carinho todo era algo natural da nossa “mãe”, ela cuidava de nós com o maior amor materno que há.

-Jake, tomei uma pequena liberdade. - Os olhos coloridos eram empolgados, ri com aquilo. - Já reservei as passagens para seus amigos,  chegaram hoje a noite, liguei para seu pai e combinamos tudo.
-Você ligou para o billy? - indaguei impressionada.
-Ontem dei o numero lá de casa para Sarah. - comunicou Jake. - enquanto Vocês ficavam trancadas se arrumando. Ficando linda para mim.

Ele beijou minha boca somente com lábios, eu sorria para ele.

-Muito simpático seu pai. - comentou Sarah.

Logico que isso foi motivo de chacota entre meus irmãos;

-Ih até Sarah está caindo nos encantos de um black. - implicou Melissa. - você tem um irmão, Jake?               
-Só irmãs. - disse com falso pesar para Melissa.
-Vou morrer encalhada. - A loira fingiu irritação.
-Eu vi como você ficou encalhada ontem a noite. - Brincou May entrando na cozinha. - O loiro arquiteto que o diga não é?
Melissa riu divertida, com olhar vitorioso disse;

-Enquanto não acho o certo, vou me divertindo com os errados.
-Bem, eu já desisti. - A morena brasileira falou risonha. - fico somente na caça. A pantera aqui num é domesticada.

Todos riram, quando escutamos, enfim ali todos não eram humanos comum, com audição limitada. Os passos da loba eram próximos, como o bater do seu coração. Meus olhos eram atentos a porta; onde ela entrará.

Segundos se passaram minha melhor amiga passou por ali, com um sorriso não muito feliz no rosto, aquilo me deixou curiosa. Mas sei o quanto ela sempre finge esta tudo bem, sempre é assim:

-Bom dia família. - Sua voz rouca falou, havia uma pitada de humor negro ali. - Vejo que só está faltando a minha presença.

Todos a olharam preocupados, sabíamos de uma dor que ela carrega, mas nunca soubemos o que ou quem provocou isso. De tempos em tempos ela buscava a solidão, queria uma reclusão opcional, tentávamos ajudá-la, porém ela dizia que era necessário ficar só.

A nós bastávamos respeitá-la. O cheiro que havia na pele dela era de um humano, de um homem. Ela passou por nós e avisou:

-Vou tomar banho.
-Já tomou café da manhã? - Perguntou Melissa preocupada.
-Ah sim. - ela respondeu dando os ombros.

Quando ela sumiu todos nós nos olhamos, não adiantava falar nada. Antes de qualquer possível comentário Shang começou a passar um relatório:

-Um dos nossos olheiros soube que imigrantes chineses recém-chegados veem desaparecendo. Todos estão ficando com medo, tem um prédio onde todos evitam, pois perceberam que as pessoas atraídas para ali somem. O olheiro ainda me disse que há relatos dos monstros de olhos vermelhos, que nublam os pensamentos.

-Talvez um vampiro com dom. - ponderou May já trançando os cabelos.

-é bem provável. - analisou Jonh.

-Será que conseguirei bloqueá-lo? - perguntei.
-esperamos que sim. - brincou May.
-Vai conseguir Bella. - Falou Sarah com sorriso confiante para mim.
-quero ver Bells em ação. - Jake disse.
-Ela é feroz. - respondeu Jonh rindo.
-Falar nisso, você não precisa se alimentar de nós? - perguntou Melissa.

No mesmo momento a secura arranhou a minha garganta, sei o quanto o sangue me fortalecia, mas não queria mostrar esse meu lado para Jake, pois ele que lembrava o quanto um pouco sou contaminada pelo veneno de sanguessuga.
-Acho que só essa comida vai me ajudar. - enquanto minhas palavras saiam lancei meu olhar para o chão.
-Bells, você mudou muito, porém ainda é uma péssima mentirosa. - Jake disse erguendo meu queixo para encará-lo. - Não vou deixar te amar nunca.

Sempre meu sol conseguia dizer as palavras certas para mim. Como ele consegue? Parece que a minha alma era transparente para ele, clara como água. Seus olhos negros eram generosos para mim, então dei voz a um pedido.

-Não quero que veja. - sussurrei.
-Ok. - ele disse contrariado, me dando um abraço de urso.

As meninas já falavam quem iria me oferecer o braço, então escutei a voz de Lunna no ambiente.

-então estou pronta para ser refeição da Bells. - Me afastei dos braços do meu sol e vi a loba de cabelos molhados. - Sei que sou a preferida no cardápio dela.

Sorri para ela, pelos seus olhos azuis vi que sua alegria tinha voltado, independente o que tinha surrupiado aquela felicidade já tinha sido dissipado, Lunna de sempre havia voltado.

-você vai ter que dar licença lobão. - ela disse marota encostando no ombro de Jake. - Ela ainda é tímida ao seu lado, nem tudo ela revelou a você.
-voltou afiada em loba. - retrucou meu sol, levantando, mas antes deu selinho em mim.
-Sempre sou assim lobo. - ela riu.

Meu sol foi até Jonh, os dois saíram indo até a sala junto com Sarah, que comentou ir organizar tudo para chegada dos meninos de La Push. Quando eles sumiram a loba levantou o braço na minha frente, num movimento de oferecimento, como se tivesse servindo um prato gostoso de comida, ri com aquilo.

Sem delongas, pois faltava mais ou menos 10 minutos para sairmos, cravei meus dentes na pele alva da minha irmã, que sorria enquanto se alimentava de um pão. Em meio ao meu sugar do sangue quente, a medida que aquele liquido vermelho entrava no meu organismo sentia meus músculos se fortalecerem, meu corpo se aquecia mais que o normal, meu dom ficava alerta. Escuto ao fundo May falando:

-Sua noite foi boa Lunna?
-Não foi das melhores. - ela deu os ombros. - confesso que houve melhores.
-Odeio quando você some assim. - Melissa falou um pouco raivosa. Sei o quanto a leoa é protetora.
-Mel, Vocês sabem o quanto as vezes preciso ficar sozinha. - Ela parecia impaciente.
-Ainda quero saber o motivo real disso. - Mel falou. - Sei que algo doloroso há em você minha irmã, mas não entendo o motivo.
-Não há o que entender. - Lunna retrucou. - O passado não se muda.
-Mas assombra não é? - implicou May, sempre com suas respostas diretas.

Houve um silencio entre elas, afastei minha boca do pulso de Lunna, que comia seu pão calmamente, com um sorriso irônico em seus lábios.

-Vocês deveriam ser menos curiosas. - ela falou rindo. - Não temos tempo para ficarmos
-Até quando você vai esconder a sua dor? - indagou Shang, até agora calada.
-Sempre foi assim, não é agora que mudarei. - A loba levantou limpando a boca e avisou. - Acho que temos vampiros para matar. Podemos ir.

As meninas pareciam querer falar nada, mas Sarah entra soberana na cozinha, com suas duas contas coloridas atentas a nós, todas se calaram, então ela ordenou:

-Não é agora que curaremos feridas de longa datas, além de que Lunna sabe como lidar com seu sofrimento, que nem sempre pode ser compartilhado. Agora vão, que os meninos já esperam por Vocês.

Ninguém falou nada, somente nossos pés se moveram nos encaminhando para o elevador. Percebi os olhos debochados de Lunna em mim, então descontraindo o ambiente soltou:

-Pela sua fome e pelo seu sorriso de orelha a orelha, deduzo que a noite de estreia do seu romance com lobão foi boa.
-Porque você não viu a luz maravilhosa que estava na cara dela quando entrou na cozinha. - disse Melissa implicando comigo.
-Num parava de rir, com os olhinhos brilhando. - Shang afagou meu braço carinhosamente.
-Depois você vai ter que nos contar tudo. - Melissa deu enfase na ultima palavra,
-Claro. -  mesmo corando sorri. - até parece que Vocês não sabem o que aconteceu.
-Mas a curiosidade nos faz querer saber, mulher adora um romance. - Shang falou empolgada, só sorri.
-Só digo uma coisa: quando eu cheguei, de madrugada, quase amanhecendo, escutei uma movimentação estranha. - Brincou May, com uma cara engraçada e maliciosa. - só não fiquei com inveja porque já tinha tido minha movimentação da noite.
 
Todas riram dentro daquele cubículo. Sempre foi assim, podíamos brigar, discutir feio,  porém não conseguíamos ficar brava ou chateada uma com outra por muito tempo, logo o ambiente suavizava e as bobagens eram esquecidas.

Entramos em dois carros, May de novo reclamou do Jake usando o carro dela de novo. Mas implicâncias a parte seguimos até o local indicado pelo olheiro. Era um bairro onde havia muitos imigrantes, ali naquela área havia quarteirões inteiros com pessoas de uma mesma nacionalidade.

Quando saímos dos carros chamamos atenção dos chineses ali, vários comentários surgiram, as mulheres ficaram encantadas com os meninos, meu ciume me fisgou, entretanto respirei fundo e foquei no que viemos aqui. A oriental foi conversar com algumas pessoas, o mandarim foi usado na comunicação.

-Sinto o cheiro deles ao longe. - May disse franzindo o nariz levemente.
-Acredito que vem daquele prédio ali. - apontou Melissa para um edifício antigo, parecia abandonado, era no fundo de uma rua sem saída, um beco.                 
      
-Podemos nos dividir em dois grupos. - jonh sugeriu, todos assentiram. - Vai Bella, Jake, Lunna e May entram pela entrada principal. Eu, melissa e Shang vamos abordar pelo teto, subiremos pelo prédio do lado, quando entrarmos lá por cima, mando um torpedo para Vocês.
-Levo a mochila, guardarei no telhado. - Comunicou Melissa. - Jake, não precisa se preocupar com suas roupas quando transformar. Trouxe roupa para você.  

Shang se aproximou e disse:

-Falaram que há um ser maligno no prédio marrom. - Local onde o cheiro enjoativo vinha, os vampiros só podem estar lá. - Gritos são escutados na madrugada.

-Então vamos luta. - May disse empolgada.

Caminhamos até o local, o fedor ia aumentando gradualmente que nos passos eram dados. Jake andava de mão dadas comigo, paramos na frente da fachada, sem falar nada nos dividimos nos grupos combinados.

Agora meu olfato podia distinguir seis odores de sanguessugas diferentes, aquilo me sobressaltou, havia um a mais do que olheiro falou. Interessante que aquele cheiro era diferente, menos enjoativo, quase poderia dizer não ser de um vampiro.

-Há um cheiro diferente. - Disse Jake farejando o ar. - Cinco são vampiros, agora o sexto parece ser um vampiro com perfume.
-Estou sentindo. - May concordou.
-Podemos entrar. - Lunna avisou fechando o celular. - eles já entraram.
-Então vão. - Jake falou com seu tom de alfa, já com sua mascara, abrindo a porta com um chute.
-Temos um alfa entre nós. - brincou May para mim.

O lugar era mal iluminado, sombra de poeira levantada com a nossa entrada ali, o cheiro de sangue velho e coagulado pairava no ambiente, como de corpos apodrecendo, o cheiro da morte.

Entramos devagar, então Lunna fez um gesto para subirmos, o fedor dos vampiros vinha lá de cima. Ela e May caminhavam na frente, nós dois ficamos atras, minha visão era atenta qualquer movimentação dali.

Cada degrau subido, eu já podia escutar os corações dos meus irmãos, eram fortes, depois havia outros batendo, havia humanos ali também, aquilo me sobressaltou, havia inocentes ali.

-Vocês estão sentindo o fedor deles? - May sussurrou o suficiente para nós escutarmos.
-sinto os olhos deles em nós. - Lunna disse olhando para cima.

Nesse momento um vampiro negro caiu na frente das meninas, já atacando direto a Lunna agarrando-a pela blusa tentando morder seu pescoço. Mas ela se transformou na hora, junto com May, as duas agarravam os membros do fedido com as bocas de suas feras. Alguns choros delas  também era ouvidos quando atingidas, vários baques ecoavam ali com as trombada e golpes ali distribuídos. Tudo acontecia muito rápido perante meus olhos.   

Jake me puxou para trás, algo instintivo. Nesse momento outro vampiro apareceu na nossa frente, era uma mulher de cabelos loiros e pele morena, seus olhos vermelhos eram raivosos para nós.

Rapidamente o lobo castanho avermelhado apareceu, tentando abocanhar alguma parte do corpo da fria, mas ela era esperta se esquivava fácil, o deixando mais raivoso. Então decidi duas coisas, enquanto esperava o momento certo de pular em cima dela:

Primeiro bloquearia a mente de todos esticando meu elástico mental, afinal eu não sinto ataques mentais, quero me precave disso antes. Segundo ajudaria imobilizar a aquela vampira, isso ajudaria meu lobo.

Em questão de fração de segundo após minhas decisões as costas dela apareceram  desprotegidas para mim, seguindo meus instinto de caçadora pulei ali. Grudei nela  passando minhas pernas na cintura dela e meus braços por debaixo dos braços dela , prendendo minhas mãos, cruzando meus dedos, na nuca dela.

A maldita foi em direção a uma parede e começou a bater suas costas com o intuito de me fazer soltá-la, ela gritava de ódio, aquilo só me incentiva ficar ali. O lobo me olhava atento buscando melhor oportunidade de atacar, mas ele foi rápido e cravou só dentes na barriga dela arrancando um pedaço.

Aproveitei que ela destabilizou o corpo se curvando, então num movimento rápido  coloquei minhas mãos no ombro dela dando impulso para um pulo, meus pés chegaram ao meu ombro e minhas mãos passaram pelo pescoço da vampira, puxei rapidamente, logo a cabeça dela estava na minhas mãos.

O lobo aproveitou para desmembrar o resto. Os pedaços daqueles vampiros caiam pelo chão, junto com alguns pedaços de reboço e madeira. Quando finalizamos ali escutamos uma pequena batalha no andar de cima.

Subimos depressa, quando chegamos ali, vi meus outros irmãos em sua forma de animais, lutando com dois vampiros, logo ajudamos aniquilar aqueles dois vampiros. Sem duvida eramos uma equipe e tanto, ainda viria os meninos da reserva, seriamos uma força quase imbatível contra os vampiros.