Um Reencontro entre Nós escrita por Karenine


Capítulo 6
O nascimento e a fusão


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelas reviews *______________* o Agora pulamos no tempo mais seis anos!
Essa fic às vezes pula muito o tempo, mas não se preocupem. Caso vocês queiram, quando terminar a fic, eu posto capítulos especiais mais detalhados do que aconteceu nas partes que não foram ressaltadas durante a fanfic.

Beijos para todos e bom fim de semana!



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O nascimento e a fusão

            Mais seis anos haviam se passado. Eu estava muito feliz que em breve minha filhinha nasceria, mas estava preocupada, porque com ela chegariam os invasores que tanto esperávamos.

            Trunks sempre estava ao meu lado, cuidando de mim. Ele seria um ótimo pai, e eu amava vê-lo beijando a minha barriga e cantando canções de ninar para a nossa pequena, que sempre chutava a minha barriga nessas horas.

            Meu coração batia cada vez mais forte por ele. Eu sempre fora apaixonada por aquele homem, desde que me entendia por gente, mas durante aqueles anos em que estávamos casados, percebia que o meu amor por ele tinha crescido além da conta, e que mal cabia no peito.

            Pensando assim, olhei para ele, deitado ao meu lado, em sono profundo. Deveria ser 3 horas da manhã, e eu não conseguia dormir, por causa da enorme barriga que já dava os vários sinais de incômodo. Sorri ao vê-lo dormir tão lindo, pensei em levantar e pegar um copo de água. Mas, no mesmo instante, fui impedida por uma dor muito forte em meu ventre que me fez arfar, e em seguida dar um grito de dor.

            - Pan! – falou ele acordando assustado. – O que aconteceu? Algum problema?

            Olhei para ele aflita e antes de responder, mais uma contração me impediu de falar. Meu Deus, Yuki estava nascendo! Ele entendeu no mesmo instante e me segurou nos braços. A bolsa tinha estourado, molhando toda a minha camisola, e as dores estavam aumentando cada vez mais.

            - Agüente firme, amor! – ele falou voando para o carro. – Vai ficar tudo bem!

            Eu forcei um sorriso que não saiu. Comecei a respirar como o médico tinha aconselhado. Trunks me colocou no carro e entrou também. Eu abri minhas pernas o máximo que pude, sempre mantendo a respiração “cachorrinho”, e sentindo pontadas e contrações cada vez mais fortes.

            - Trun...ks.. – falei enquanto ele dirigia.

            - Mais um pouco, Pan! Estamos chegando, eu prometo! – ele falou me olhando pelo espelho do carro, e eu apenas continuei respirando.

            A dor estava muito forte. Eu estava sentindo que a minha filha estava vindo ao mundo, e que não daria tempo de chegar no hospital. Parecia que ela queria sair naquele momento, que não poderia esperar mais. Dei um grito de dor e agarrei no banco do carro.

            - TRUNKS! ELA ESTÁ VINDO! – gritei com todas as forças e ele parou o carro. Não dava tempo de chegar no hospital. Percebi que ele compreendera isso, pois me pegou no colo novamente, e me levou para um campo tranqüilo que tinha ali perto. Isso é que dava querer ficar num lugar longe da cidade, para passar uma gravidez mais tranqüila! Pensei enquanto mais uma contração fortíssima me atacava.

            - O que eu tenho que fazer, Pan? – ele perguntou aflito.

            Eu pensei muito rápido. Não sabia como fazer um parto, nunca tinha pensado nisso na minha vida, mas acho que o instinto materno e a lógica estavam do meu lado, naquele instante.

            - Abra mais as minhas pernas e tire minha calcinha... – falei em meio a mais uma contração. – Pegue... água e um pano limpo... RÁPIDO! – gritei quando mais uma contração abalou meu corpo.

            Trunks voou até o carro e pegou uma tigela. De lá, voou para o rio, que corria ali perto, e trouxe água. Imediatamente pegou algumas roupas que ficaram em nosso porta-malas e voltou. Eu não estava mais agüentando de tanta dor. Começava a fazer força para acabar com aquilo.

            - A..gora... – falei com dificuldade. – Você... vai me ajudar... Eu vou empurrar o bebê... e você vai tirá-lo... tu..do bem?

            Ele balançou a cabeça afirmativamente, e eu fiz força. A dor era alucinante. Era como passar uma bola de futebol onde só cabia uma tampinha. Meus gritos ressoavam por todo o lugar, e meu corpo pedia cada vez mais descanso a cada esforço que eu fazia.

            - Força, amor! – ele falou com as mãos entre minhas pernas. – Eu já estou vendo a cabecinha dela. Mais uma vez, força. Vai ficar tudo bem, eu te amo!

            E então eu dei um grito medonho. Toda a minha força foi pelos ares, e eu já achava que não tinha conseguido, quando ouvi um pequeno choro ecoando no lugar. Meus olhos se abriram um pouco, enquanto minha respiração falhava, e eu vi a coisa mais linda do mundo. Uma pequena criaturinha, suja de sangue, chorando e balançando as mãozinhas, no colo de um abobalhado Trunks.

            - Minha filha... – balbuciei com os olhos cheios de lágrimas. Trunks olhou para mim, já chorando, e estendeu a pequena menininha para mim, colocando-a nos meus braços com muito cuidado.

            Eu a observei apaixonada. Sentindo as lágrimas banhando o meu rosto. Ela começou a parar de chorar quando lhe dei o peito para mamar. E ao abrir os olhos, vi que eles eram da mesma cor que os de Trunks.

            - Ela é tão linda... – falei, completamente, comovida.

            - Como a mãe... – ele falou bobo. Eu sorri para ele cansada e feliz, e senti seus braços me envolvendo. – Eu te amo... – ele me disse, dando um beijo em minha testa e na testa de sua filhinha.

            - Eu também, amor... – falei. E me virando para minha pequena princesinha, sorri. – Vai se chamar Yuki. Minha pequena Yuki.

            Ele sorriu concordando e ligou para os pais. Logo, Bulma e Vegeta estavam lá de carro para nos buscar, e fomos direto para o hospital para vermos se estava tudo bem comigo e com ela. Eu não me continha de felicidade. Meu coração nunca batera tanto, como naquele momento. Aquele era o melhor presente do mundo.

**

            Algumas semanas depois, sentimos quatro imensos kis se aproximando da Terra. Meu pai e meu avô estavam de prontidão. E quando sentiram sua nave se aproximando, não chegaram a esperar sua chegada, partiram em direção a ela. Eu estava muito preocupada. Meu pai e meu avô eram pessoas que eu amava muito mesmo. E tinha medo que algo desse errado.

            Pan do futuro também estava aflita, mas aprendera a conter seus sentimentos. Ela viera de um tempo distante só para impedir que aqueles caras fizessem o mesmo que fizeram no futuro. Era sua chance de mudar tudo.

            Trunks cuidava de mim, que estava de resguardo devido ao nascimento da nossa Yuki. Lembrei-me do medo que tinha visto em Pan, uma vez, ao abraçá-la. E finalmente compreendi. Apesar de eu ter treinado muito, minha condição me deixava fraca e debilitada. Isso quer dizer que se eu quisesse proteger alguém, teria dificuldades. Agora eu entendia a sua culpa e dor. Ela não pudera proteger Trunks e se não fosse ele, até sua filha teria morrido. Agora eu compreendia a dureza do seu olhar.

            Instintivamente segurei minha Yuki nos braços. Mas eu não deixaria nada acontecer com eles. Eu tinha treinado muito para que pudesse protegê-los, e seria isso que iria fazer.

            - Fique tranqüila, minha lindinha. Mamãe está aqui para te proteger. – falei a ninando nos meus braços.

            - Ela sabe disso, amor. – Trunks falou ao meu lado, nos abraçando. – E eu também estou aqui para protegê-las.

            Eu concordei, mas me lembrei da imagem que vira na mente de Pan. A imagem de Trunks morto em seus braços, e subitamente senti medo. Tremi um pouco, ao que ele estranhou, mas nada me perguntou. Dei graças a Deus por isso.

            - Pan está aí para te buscar. – ele falou me dando um beijo na testa.

            - Já está na hora, não é? – perguntei olhando para ele preocupada.

            Ele se virou para mim, pegando meu casaco e minhas coisas.

            - Sim, ela disse que é melhor você ir para um lugar mais seguro. Ela disse que precisa ainda de um último treinamento com você. – ele respondeu também preocupado. – Eu não queria que lutasse nesse estado, Pan. Mas considerando tudo que ela me disse, acho que se você não for, pode ficar ainda pior.

            Eu sabia o que ela deveria ter dito a ele. Provavelmente, ela contara alguma coisa, mas talvez não exatamente como tinha sido. Acho que só eu sabia completamente a verdade. E me senti grata por não ver medo em seus olhos, nem desesperança. Eu iria mudar as coisas também, era para isso que ela estava me treinando. Eu daria tudo de mim.

            Lentamente beijei minha princesinha. Yuki ficaria com minha mãe, porque Bulma queria estar na luta para ver o inimigo. Sempre aquela curiosidade dela. E minha avó Chi-chi estaria com minha mãe para qualquer coisa. Eu poderia ficar tranqüila quanto a nossa filhinha. Mas não conseguia deixar de sentir dor ao me separar dela. Ela era tão pequenininha...

            - Vamos. – falou Trunks me ajudando a sair do quarto. Olhei uma última vez para o nosso ninho de amor e senti saudade. Por quanto tempo eu ficaria privada disso, seria para sempre?

            - Não pense em nada que te faça perder as esperanças, amor. – falou ele no meu ouvido. E eu sorri. Sim, eu mudaria tudo. Eu precisava manter a fé. As coisas não seriam como no futuro de Pan. Nós teríamos um futuro diferente.

            Como única resposta, beijei-o com carinho, e ele sem hesitar, aprofundou o nosso beijo. Poderia ser o último em muito tempo. Mas eu o teria de volta, com certeza.

            Logo estávamos na sala, onde Pan nos esperava pensativa.

            - Pan! – ela falou assim que nos viu.

            - Oi Pan! – eu disse sorrindo. – Então, chegou a hora?

            - Sim... – ela respondeu. – Chegou a hora de fazer tudo diferente. Eu vou te levar a um lugar distante daqui para concluir nosso treinamento e nós iremos ao encontro dos outros mais tarde.

            - Tudo bem. – respondi com convicção. – Até mais, amor. – falei abraçando Trunks carinhosamente. – Até mais, minha linda. – falei dando um beijo na testa de Yuki que estava dormindo. E saímos de carro, para que os inimigos não percebessem o nosso ki.

            Chegando em um lugar deserto e descampado, Pan parou e me encarou com um olhar sombrio.

            - Eu vim até aqui esperando esse momento. – ela começou. – E agora chegou a hora de mostrar que tudo que fizemos valeu à pena. – ela parou por um momento, olhando para mim e desapareceu. Eu sabia o que era aquilo. Ela iria me atacar. Comecei a sentir seu ki e antes que ela me desse um chute, revidei. Ela estava transformada em super sayajin. – NÃO QUERO QUE SE CONTENHA, PAN! O INIMIGO NÃO IRÁ SE CONTER QUANDO FOR MATAR AQUELES VOCÊ AMA!

            Então travamos uma luta decisiva. Eu tinha que mostrar que todo o nosso treinamento valeria à pena... e não! Eu estava errada, não era para isso que eu estava lutando... Eu precisava mostrar que era capaz de proteger Trunks e Yuki. Era por isso que eu estava lutando.

            - VAMOS! É TUDO QUE SABE FAZER? – gritou Pan me dando inúmeros golpes. Eu estava fraca por causa da minha condição física, mas revidava bem. O problema é que aquilo não seria suficiente. – VOCÊ VAI DEIXAR QUE TODOS MORRAM ASSIM, PAN? – ela falou me segurando por trás e me elevando até o céu. – VAI DEIXAR QUE TRUNKS MORRA COMO EU DEIXEI?

            Então eu vi, vi todas as imagens de novo... Trunks morto e seu grito... a chuva... a luta... Yuki chorando... e meu ki se expandiu de uma forma imensurável. Imaginei o meu Trunks morto nos meus braços, como o dela estava em minha mente. Imaginei Yuki, órfã de pai... e talvez órfã de mãe... porque eu mesma sabia que aquela dor eu, também, não iria agüentar. E meu ki tomou conta de mim, fazendo com que eu me transformasse e lhe atacasse sem piedade.

            Pan recebeu todos os golpes com um sorriso, enquanto revidava, aumentando seu ki. Aquela expansão de poderes logo chamaria atenção do inimigo. Mas era necessário... era necessário testar até onde eu poderia ir. Por fim, paramos ambas transformadas. E Pan estendeu sua mão.

            - É agora, Pan! – ela falou e eu entendi.

            Nos aproximamos, mantendo nosso ki no mesmo nível. Tínhamos treinado aquilo muitas vezes, mas agora era o momento crucial, o momento mais importante de todos. Olhamos uma nos olhos da outra. Sabíamos há alguns anos que poderíamos fazer aquilo, mas não contamos nada para ninguém, precisávamos ter certeza de que daria certo. Mas agora, estávamos seguras.

            Fechamos os olhos ao mesmo tempo, e uma energia nos envolveu. Nossos kis começaram a se mesclar. Minhas lembranças se misturaram com as delas, e as delas com as minhas. Sentimos nossos corações batendo ao mesmo tempo, de repente, enquanto nossas respirações se transformaram em uma só. Então abrimos os olhos, e no lugar de duas Pans, havia apenas uma única mulher, sorrindo confiante.

            - Estamos prontas! – exclamamos em uma única voz.

            E voamos o mais rápido possível em direção aos poderosos kis que se formavam na direção Oeste. Chegara o momento de lutar por tudo que amávamos, e eu não iria desistir até que tivesse vencido. Era uma promessa.


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