Um Reencontro entre Nós escrita por Karenine


Capítulo 7
O encontro inesperado


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora!! Andei meio atrapalhada ^^

Mas agora sim, o cap. 7 da fic! Espero que gostem!

Beijos



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O encontro inesperado

            Há 12 anos estávamos esperando que eles chegassem. Mas, mesmo com toda as expectativas, nunca pensamos que seriam tão poderosos e destemidos. Eram quatro ao todo. Um grupo de irmãos vindos do planeta Kikoshito, no Oeste da galáxia. Eram medianos e com uma pele parecida com a de uma cobra, viscosa e peçonhenta. Nos braços, símbolos estranhos em preto e vermelho, e na extremidade do corpo, caldas enormes que se agitavam a qualquer percepção de um inimigo.

            Quando chegamos, a cidade já estava totalmente destruída. O choro da população, mulheres e homens numa intensa luta pela sobrevivência, e o riso daqueles monstros, era tudo que ouvíamos no momento. O desespero era palpável. Olhei para Goten, ao meu lado. Seu olhar resumia o que todos sentíamos: horror.

            Pousamos perto de uma escola, já completamente devastada, e eu ouvi um pequeno choro, abafado nos escombros. Avaliei o local, procurando pelo ki, e tirei as enormes pedras que cobriam o local.

            - Você está bem? – perguntei ao pequeno menino que se encontrava todo machucado. Não deveria ter mais de 8 anos e, subitamente, lembrei-me de minha filha Yuki. Engoli em seco com esse pensamento, tirando o menino daquele lugar.

            - Obrigado... – ele falou dando um sorriso. Coloquei-o no lugar mais seguro que encontrei e parti.

            - Gohan, isso está pior do que eu imaginava! – falou Goku mais adiante.

            - É mesmo, pai! – falou Gohan olhando para tudo ao redor.

            - Não temos tempos para besteiras, Kakaroto! Precisamos acabar logo com eles! – disse meu pai, aparecendo ao meu lado.

            - Meu pai tem razão! – falei, finalmente. – Enquanto estamos parados, tem gente morrendo.

            - Mas isso está muito confuso. Muita gente correndo... – falou Goten, olhando para a multidão repleta de medo.

            Realmente estava muito difícil se encontrar naquele lugar. O desespero deixava as pessoas parecidas com uma manada de animais. Sem contar, que no meio da confusão, muitos ladrões aproveitavam para assaltar lojas e roubar pessoas. O pânico era o maior vilão daquele lugar, e estava fazendo bem o seu trabalho.

            - Vamos nos separar. – sugeriu Goku. – Vegeta e eu vamos para aquele lado, Trunks e Goten vão para o outro e...

            - Quem disse que pode me dizer o que fazer, Kakaroto? – perguntou meu pai, cruzando os braços. – Sou o príncipe dos sayajins! Não recebo ordens de ninguém!

            - Ok.. – falou Goku, sem perder a calma, com um pequeno sorriso. – E Gohan e Piccolo ficam na retaguarda. Eles já devem saber que chegamos, pois seus kis desapareceram. Vamos ter que encontrá-los.

            - Sim! – responderam todos, menos um.

            - Que seja! – falou meu pai, e todos desapareceram.

            Se voássemos, iriam nos descobrir. E, provavelmente, isso seria arriscado. Até aquele momento, não tínhamos visto de perto os inimigos. Goten ao meu lado parecia assustado. Mesmo com todo o tempo, ele não tinha treinado o suficiente, e eu temia que isso o prejudicasse. Pensei em Pan. Ela estava com a Pan do futuro, e logo estariam aqui. Tinha medo pelo que aconteceria com ela, pelo que ela poderia sofrer, da mesma forma que me preocupava com minha filha e com minha mãe. Mas, antes que pudesse continuar a pensar nessas coisas, fui subitamente atacado.

            - TRUNKS! – gritou Goten, tentando dar um soco no oponente que me jogara no chão. Mas fora inútil. Imediatamente, vi meu amigo, também ser derrubado, e olhei para o lugar de onde vinham os golpes.

            No alto do céu um sorriso maligno nos encarava. Era um deles. Provavelmente os outros estavam fazendo o mesmo com nossos amigos. Levantei e me pus em posição.

            - GOTEN TOME CUIDADO, ELE ESTÁ ESCONDENDO SEU VERDADEIRO PODER! – gritei.

            - JÁ NOTEI ISSO! – falou Goten, também se colocando em posição.

            Ouvi uma risada ao longe, e mais um golpe, que não conseguimos ver, nos atingiu. O que estava acontecendo? Pensei enquanto tentava revidar. Seus golpes pareciam invisíveis, e seu ki quase todo encoberto, assemelhava-se a um humano qualquer. Que criatura era aquela que conseguia esconder seus poderes mesmo nos atacando? Vi Goten se transformando em super sayajin e fiz o mesmo.

            - Então, esses são os lendários super sayajins? – perguntou uma voz ao meu lado, me dando um chute. Segurei sua perna, impedindo que o ataque me atingisse, mas isso era apenas uma distração para que seu rabo me pegasse em cheio. Voei de encontro a um prédio, terminando de destruí-lo. – ESSES SÃO OS LENDÁRIOS GUERREIROS? QUE LIXO! E EU QUE PENSEI QUE IRIA ME DIVERTIR MAIS! – gritou ele e deu uma risada macabra.

            - TRUNKS, TUDO BEM? – gritou Goten para mim. Levantei dos escombros, voando ao seu encontro.

            - SIM! – respondi, aproximando-me do meu amigo. – Ele é muito forte. – falei, quando estava mais perto.

            - Sim. Acho que vamos ter que nos transformar mais uma vez. – disse ele, ficando ao meu lado.

            - Tem razão! – concordei, e ambos nos transformamos em super sayajins 2.

            O olhar do monstro mudou. Seu sorriso ficou mais intenso, e antes que pudéssemos pensar no que fazer, recebemos um novo ataque. Dessa vez, porém, começamos a ver seus golpes, revidando-os.

            - Agora ficou melhor!!! – falou Goten rindo, dando socos e chutes, ao mesmo tempo que eu.

            “Não conte vantagem, ainda, Goten”, pensei, tendo a certeza de que o nosso oponente estava pegando muito leve. Mas não sabia o porquê disso. Seria para testar nossa capacidade de luta? Ou seria por outro motivo?

            - Vocês não são tudo que eu esperava! – falou o monstro se afastando. – Talvez, se tiverem um pouco de motivação... – ele deu um sorriso estranho, e pousou no chão. Pousei em seguida. Não estava entendendo o que aquele ser pretendia, mas sabia que boa coisa não era. Então o vi formar uma grande bola de energia com uma das mãos.

            - O que ele está fazendo? – perguntou Goten pousando ao meu lado.

            - Não s... – antes que pudesse terminar ele arremessou o poder para algum lugar. Não sei quanto tempo demorei para perceber o que ele tinha feito. Só percebi quando senti um ki conhecido se aproximando, e gelei por dentro.

            - NÃO!!! – fui em direção a ele e o ataquei com toda a minha força. – MALDITO!!!

            Ele deu uma risada e começou a me atacar com a mesma força. Ele ainda estava se contendo, mas eu não conseguia mais pensar direito. Tentava, ao mesmo tempo que lutava, encontrar o ki de Pan, mas a atenção na luta me impedia de manter a concentração.

            - TRUNKS CUIDADO! – gritou Goten, quando me distraí, tentando encontrar o ki dela novamente. Meu chute ficou no ar, enquanto o ser reapareceu atrás de mim com uma bola de energia nas mãos.

            Arregalei meus olhos, já esperando o golpe certeiro, quando um poder cruzou com aquele que iria me atingir. Olhei para o local de onde vinha o poder e me deparei com uma única Pan, transformada em super sayajin. Seu ki estava muito mais forte do que eu me lembrava. Então reparei que não era apenas um, eram dois kis reunidos. Quando que elas tinham se fundido? Perguntei-me não sem surpresa. Não pensei que tinham chegado a tanto.

            - TUDO BEM COM VOCÊ, TRUNKS? – falaram elas, aproximando-se de mim.

            Balancei a cabeça ainda surpreso e sorri. Pan sempre me impressionava com sua capacidade...

            Então, recomeçamos nossos ataques, eu, Goten e as Pans. O combate intenso se iniciou. Pan atacava de frente, com uma habilidade que eu desconhecia. Goten não ficava atrás, sempre usando seus poderes para atingi-lo. E eu, muitas vezes o atacava com a minha espada. Mas parecia que nada realmente derrubava aquele extraterrestre. Comecei a desconfiar de que ele brincava com a gente. Porém, isso virou certeza quando ele parou e sua calda atacou Goten de surpresa, o segurando pela cintura.

            - GOTEN! – gritei tentando cortar aquela calda, mas uma barreira magnética me jogou longe, impedindo que eu me aproximasse.

            Pan vendo que eu não conseguia chegar perto, principiou-se a atirar poderes e mais poderes. Todos inúteis. Então, uma outra voz soou no céu, seguida de uma risada.

            - Gran, pare de brincar com a comida! – falou um outro ser quase idêntico ao nosso oponente. – Não vê que eles não são de nada? Acabe logo com isso!

            - O que eu posso fazer se você nos mandou para um planeta de fracos? – rebateu o outro com um olhar decepcionado. – Não disse que esses sayajins eram os seres mais fortes da galáxia? Não estou vendo nada de especial por aqui.

            O outro sorriu.

            - Bem, pelo menos o poder daquele sayajin arrogante foi bem útil. – falou ele. Arregalei meus olhos. Ele estava falando de quem? Do meu pai? Tentei sentir seu ki, notando que estava muito fraco e antes que pudesse pensar em fazer alguma coisa, ouvi os gritos de Goten. Olhei para meu amigo, e o que vi me deixou apavorado.

            Uma energia azulada o envolveu e começou a lhe dar choques ao mesmo tempo que sugava todos os seus poderes. Sua transformação foi desfeita e sua força foi se extinguindo quase instantaneamente. Seu ki foi ficando fraco, à medida que isso acontecia, e até mesmos seus gritos foram diminuindo com o tempo.

            Da calda de Gran a energia era absorvida, distribuindo-se para todo o seu corpo. Ele deu uma risada macabra, ao sentir o poder de Goten, e depois de terminar, jogou seu corpo contra alguns escombros ali perto. Usei toda a minha velocidade, aparecendo, antes de Goten cair, e o peguei pela mão. Ele estava completamente desacordado, mas ainda estava vivo.

            - Realmente... – o monstro falou. – Um poder significativo...

            - Eu disse! – o outro comentou. – Se quer saber, acho que podemos conseguir até mais que isso!

            Deixei Goten deitado no chão e voei ao encontro daqueles seres desprezíveis. Então eles estavam nos testando esse tempo todo? Apenas nos usando para conseguir poder. Comecei a atacá-los, mas era impossível manter a luta contra aqueles dois que já possuíam os poderes do meu pai e de Goten.

            Então senti um ki passar ao meu lado em alta velocidade. Era Pan indo em direção ao inimigo usando grande parte do seu poder. Começamos a nos revezar, seus chutes eram auxiliados com os meus socos, e a cada ponto cego que um de nós tinha, o outro atacava.

            Os dois começaram a se distanciar à medida que aumentávamos nossa força. Aumentei o nível do meu ki ainda mais, e continuei atacando, entre poderes, lutas e espada. Eu sempre ao lado de Pan, mantinha minha visibilidade focada nas caldas, que dificultavam nossos movimentos, enquanto ela se preocupava com o resto. Tudo estava sobre controle, quando uma mínima distração da minha parte foi o suficiente para que Pan fosse pega por um daqueles rabos.

            O choque foi imediato junto com seu grito. Tentei cortar a calda com a espada, mas a força daquela energia a quebrou ao meio, enquanto eu era arremessado para longe.

            - AHHHHH! – gritou Pan, enquanto sua energia era sugada. Logo a transformação de super sayajin se foi, mesmo que elas estivessem tentando lutar contra aquilo, e em seguida, a fusão foi desfeita, fazendo com que a Pan do futuro caísse desacordada e a minha Pan permanecesse envolta daquela calda maldita.

            - NÃO! – gritei, tentando me levantar. Minha transformação também tinha sido desfeita, e eu estava fraco para usar qualquer ataque. Foi quando ouvi alguém gritando “Kamehameha” alguns metros de mim.

Não sei quanto tempo lutei para meus olhos continuarem abertos. Apenas tive tempo de ver minha adorada Pan cair desacordada de uma altura de 20 metros, como em câmera lenta, enquanto meu coração se partia em pedaços. Não... pensei, antes que minhas pálpebras se fechassem. NÃO!!!...

***

            NÃO!!!.... Meu espírito gritou, enquanto eu apenas conseguia ouvir o som ao longe de uma queda. NÃO!!!... Por um momento, tudo ficou em silêncio. Não ouvi mais ataques, mais lutas, nada... Tudo estava tão silencioso e calmo como naquela noite sob as estrelas, quando finalmente me entreguei àquele amor tão maravilhoso.

            Uma imagem de Pan sorrindo surgiu em minha mente. Ela estava vestida de azul claro e me seguia de mãos dadas comigo.

            - Para onde está me levando, Trunks? – perguntou ela sorrindo.

            - Não posso contar, é surpresa! – respondi, retribuindo o sorriso.

            Eu me lembrava daquele dia. Tinha falado com Gohan para me deixar levá-la a um lugar especial durante a noite. Minha mãe me ajudara com os preparativos. Eu queria que tudo fosse uma surpresa maravilhosa, por isso cuidei pessoalmente de cada detalhe: local, momento, e cada palavra. Mas as coisas não tinham saído exatamente como o esperado.

            - Trunks! Onde vamos ficar nessa chuva?! – gritou Pan, enquanto voávamos para um lugar seco.

            - Não sei, Pan! – exclamei visivelmente irritado. Deveria ser proibido chover quando a gente queria fazer um jantar romântico ao ar livre. Principalmente quando eu queria... – Vamos ficar naquela caverna até esse temporal passar! – falei, ao avistar uma pequena fresta na montanha.

            Logo que aterrissamos lá, eu tirei meus sapatos e minha blusa. Estavam encharcadas.

            - O que você está fazendo? – perguntou Pan, virando o rosto para o outro lado, corando.

            Segurei meu riso pelo jeito em que ela estava. Mesmo que namorássemos há mais de um ano, não havíamos.... ainda... e era incrivelmente engraçado perceber o quanto Pan ficava vermelha ao me ver sem camisa.

            Aproximei-me dela, aproveitando-me daquele momento, e daquela timidez que me deixava louco. Eu estava sem jeito, também. Principalmente porque todos os meus planos tinham ido por água a baixo. Mas aquele jeitinho dela, simplesmente me deixava louco.

            Fiquei pertinho de seu ouvido e respirei nele, vendo-a se arrepiar. Meu riso saiu um pouco mais rouco que o normal, mas me contive de agarrá-la ali mesmo. Não era o momento certo para aquilo. Sentei-me ao seu lado e lhe dei um beijo no rosto.

            - Minha roupa está encharcada, vou deixá-la secar um pouco. – falei, estendendo minhas roupas no chão.

            Ela não respondeu nada, fazendo com que eu estranhasse aquele silêncio. Olhei para ela, assim que terminei de colocar as roupas para secar, quando encontrei seus olhos me encarando.

            - Você tinha preparado um jantar, não é? – ela perguntou, e eu arregalei os olhos corando.

            - Como você sabe? – perguntei, visivelmente surpreso.

            - Não interessa! Apenas me responda!

            Desviei o olhar do dela e fiquei vendo a chuva cair lá fora. Eu queria tê-la pedido em casamento naquele dia... era esse o meu plano. Para isso tinha preparado um jantar romântico no lugar em que demos o nosso primeiro beijo, sem que ela soubesse. Minha mãe preparou a comida que Pan mais gostava, enquanto Videl tinha dado um jeito de nos ajudar com Gohan, pois, minha idéia inicial tinha um quê de além das 22:00.

            Corei com o pensamento. Tudo tinha dado incrivelmente errado, e eu estava envergonhado demais para dizer. Ela, porém, continuou me encarando, sem desviar um minuto sequer de mim.

            - Eu fiz uma pergunta, Trunks! – insistiu ela e eu suspirei.

            - Sim... eu tinha preparado um jantar, Pan. – respondi fracamente.

            - E por quê? – ela perguntou. Virei para encará-la. Tinha motivo fazer um jantar para a sua namorada? Continuei olhando para ela.

            - Por que a pergunta? Não posso fazer um jantar, por acaso? – rebati, sem saber a causa do meu súbito aborrecimento.

            Ela corou e ficou um minuto em silêncio.

            - Não... é que você não é desse tipo...

            - Que tipo?

            - Tipo que faz surpresas... que faz jantares... – ela falou, e eu meditei sobre suas palavras.

            Não era desse tipo? Do que ela estava falando? Eu vivia enfurnado na empresa. Quando não estava lá, estava treinando. Eu sabia que nosso namoro não era muito convencional. Ficávamos juntos às vezes depois de muito treino, suados e cansados. Às vezes, durante a manhã, Pan vinha até meu escritório, mas eu sempre cheio de trabalho, não podia lhe dar muita atenção. Isso me rendia muitas brigas.

            Tudo bem, eu a chamava de crianças muitas vezes, também. Talvez pelo simples fato de que ela ainda estudava quando eu tinha um monte de obrigações. Eu também estava preocupado com os inimigos que estavam chegando, tinha medo por todos, e em especial por ela.

            Suspirei... Realmente, quando fora a última vez que lhe tinha feito uma surpresa? Ela era muito amadurecida, eu sabia. Apesar das nossas brigas, ela nunca me cobrara nada, nunca tinha imposto sua presença. Quando percebia que eu estava ocupado, apenas se afastava, muitas vezes, sem falar nada. Mas eu conseguia ver em seu olhar, em muitas dessas ocasiões, lágrimas silenciosas.

            - Desculpa... – falei, envergonhado de mim mesmo.

            Ela ficou em silêncio. Mas sorriu. Surpreendi-me com isso. Esperava um grito no mínimo, mas não veio nada semelhante. Realmente, eu a observava tão pouco assim? Ela continuou sorrindo para mim.

            - Tudo bem! – ela falou com aquele jeito todo dela. – Mas, não vamos desperdiçar toda essa comida. Deve estar muito boa!

            Eu sempre me surpreendia com ela, mas nunca tinha sido como daquela vez. Apenas concordei com a cabeça. E logo já tínhamos comido tudo. No fim, ela parecia feliz. A chuva já tinha passado. Aventurei-me então em continuar com as surpresas, e a peguei no colo, voando para um lugar distante.

            Aquela noite durou até de manhã. Não sei quanto tempo ficamos deitados naquela grama verdinha e silenciosa, ouvindo apenas o som dos grilos pulando ao nosso redor. Acariciei seu cabelo, enquanto ela adormecia, linda e só minha, nos meus braços. Ouvi seu riso como se fosse uma música, e encarei aqueles olhos como se fossem estrelas.

            - Hoje é o dia mais lindo da minha vida... – ela falou. Eu sorri.

            - Ainda não, Pan... – falei, e ela me olhou sem entender. E eu peguei uma coisa no bolso. – Não, antes da parte mais importante...

            Vi seus olhos brilharem quando encararam uma caixinha de veludo na minha mão. Eu a abri, deixando que ela visse um anel com um lindo diamante, lapidado especialmente para ela. Peguei o anel, segurando sua mão e olhando nos seus olhos surpresos e já cheios de lágrimas.

            - Son Pan, aceita esse idiota que nunca soube te dar a atenção que você merecia, que nunca soube lagar tudo para ficar um pouco mais com você, que não é do tipo que faz surpresas, mesmo que você mereça todas as surpresas do mundo, que te chama de criança, mesmo sabendo que você já é há muito tempo a mais linda mulher do universo? – falei, encarando aqueles olhos negros e lindos como ela.

            Como resposta, senti seus braços se agarrando no meu pescoço e um sonoro “SIM” ecoando por toda a montanha.

           

            De repente as imagens foram se turvando... Eu queria retê-las, queria ficar lá, queria continuar vendo aquele sorriso, sentindo aquele abraço forte... Mas por mais que eu tentasse, seu olhar foi se desfragmentando diante dos meus dedos, e no lugar dele, uma luz branca apareceu.

            Pisquei algumas vezes, tentando entender o que estava acontecendo, quando uma mão surgiu diante de mim, oferecendo-me ajuda. Olhei para a pessoa que me estendia a mão, e reconheci meus próprios olhos me mirando, ou pelo menos olhos muito semelhantes aos meus.

            - Quem é você? – perguntei me levantando, e olhando ao redor. – Onde estou?

            Sua risada lembrou a minha própria risada, e eu o observei melhor. Arregalei meus olhos ao ver a mim mesmo, mais velho, diante de mim. Era como olhar no espelho e me ver daqui a alguns anos.

            Trunks do futuro me encarou com uma cara cômica. Estava rindo da minha cara de idiota. Seus cabelos eram mais longos e estavam presos. Seu rosto, mais marcado, mostrava tudo que ele tinha passado no futuro, toda a dor e o sofrimento. Sua auréola, no topo da cabeça, mostrava que estava morto, o que subitamente me fez pensar se eu também estava no mundo dos mortos.

            - Não, você ainda está vivo. – ele falou, respondendo a minha pergunta, mesmo que eu não tivesse perguntado nada.

            - Então como...

            - Você está desacordado, por isso, posso falar com você. – ele explicou e eu suspirei aliviado. – Preciso que você me faça um favor...

            - Um favor? – perguntei, olhando sem entender.

            Ele balançou a cabeça e se aproximou de mim, tocando meu ombro.

            - Preciso que você veja uma coisa...


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