Hermione e Rony saíram correndo em disparada em direção ao banheiro da Murta-que-Geme.
– Espere Hermione! Estou muito cansado! - Rony parou de correr.
– Ron, você está bem?
– Estou, - disse ofegante - vamos continuar.
A dupla finalmente conseguiu chegar ao banheiro antes que Lilá cometesse alguma loucura. Ela estava debruçada sobre a janela chorando e se queixando para a Murta, que estava com uma expressão cansaço, pois não aguentava mais as reclamações da menina.
A garota estava com o rosto molhado de lágrimas e seus olhos estavam cobertos de olheiras. Havia um cano estourado que jorrava água à sua esquerda, e o chão estava coberto de água.
Antes que os dois pudessem entrar, Hermione puxou Rony para falar alguma coisa.
– É melhor você entrar sozinho, seu eu for lá ela vai me matar! Ela não gosta de mim e eu não quero arrumar mais problemas.
– Hermione, eu não posso entrar sozinho, senão quem vai morrer sou eu!
– Vai Rony, você consegue! Afinal, a namorada é sua - Hermione empurrou Rony para dentro do banheiro e ficou do lado de fora esperando.
Rony andou em direção à Lilá.
– O que você está fazendo aqui? Vai ficar com a sua outra namorada, a Parvati!
– Lilá, não é o que você está pensando, eu...
– Ah, vai me dizer que ela te abraçou contra a sua vontade, ou que ela te pegou de surpresa!
– É, foi isso mesmo que aconteceu!
– Ah, conta outra senhor Weasley, Eu já devia saber que você é um traidor, ordinário idiota e imbecil que...
Hermione entrou rapidamente no banheiro.
– Aí garota, quem você pensa que é pra falar assim com ele? Você nem sabe o que aconteceu pra começo de conversa! -Hermione se arrependeu de fazer isso no mesmo momento que entrou no banheiro.
– Ah, já devia imaginar, você é a culpada de tudo! Foi você que juntou os dois, pensa que eu não sei, Granger? - Lilá sacou a varina de seu bolso e apontou para o pescoço de Hermione, e com a outra mão segurou seu braço com força.
O banheiro ficou em silêncio por um momento, e logo depois se ouvia a voz da murta.
– Mate-a Lilá, é a sua chance de se vingar!
– Lilá, não escute a Murta, solte a Hermione - a voz de Rony falhou.
Hermione permaneceu sem se mexer até que Harry e Gina entraram no banheiro.
– Solta ela, sua lunática! - Gritou Gina, que correu até Hermione. - Lilá, solta ela, a culpa é minha, e não dela!
Lilá soltou Hermione e olhou assustada para Gina.
– Você? Não acredito que você me enganou dessa maneira! Gina Weasley, você é outra traidora! - Lilá apontou a varinha para Gina.
– Vocês podem me deixar sozinho com Lilá, por favor?
Todos saíram do banheiro, menos Gina.
– Tem certeza que quer ficar sozinho com essa Lunática?
Lilá lançou um olhar vingador sobre Gina.
– Sai Gina, por favor - disse Rony.
Dessa vez todos saíram, mas Hermione ficou perto da porta para ouvir a conversa.
– Lilá, meu amor, não é o que você está pensando.
– Então o que é Ron? Eu vi vocês dois se abraçando!
– Eu juro amor, a Parvati me pegou de surpresa, acredite em mim.
Depois de uma breve conversa, Lilá resolveu ceder.
– Está bem Ron, vou te dar mais uma chance.
Rony sorriu.
– Ah, como eu estava com saudade de você meu Wown-Wown! - Disse Lilá, abraçando Rony.
Harry achou melhor voltar ao banheiro para ver se estava tudo bem com o amigo, mas quando subiu as escadas se deparou com Hermione na porta do banheiro.
– Hermione? O que está fazendo aqui?
– Xiiu! Fica quieto Harry! Eles ainda estão ai dentro! - Falou, com a voz triste.
– Hermione, você está chorando?
Hermione abraçou Harry e seu choro se tornou mais forte.
– Vem, vamos sair daqui.
Harry levou Hermione até o salão comunal. No caminho todos olhavam com cara de espanto para Granger, afinal, ela estava chorando na frente de metade dos alunos de Hogwarts.
– Senha, por favor - disse a mulher gorda.
– Lobisomem caolho - disse Harry.
– Nossa, nunca tinha reparado de como essa senha é estranha - disse Hermione tentando descontrair o clima ruim.
Harry e Hermione entraram e sentaram no chão em frente à lareia, pois estava muito frio naquela noite. Não havia ninguém mais no salão comunal além de Harry e Hermione.
– Agora vai me dizer por que estava chorando?
– Na verdade Harry, eu não sei, juro mesmo.
– Mas deve ter algum motivo, você ouviu alguma coisa enquanto estava na porta do banheiro?
– Nada de importante, aliás, foi uma cena nojenta, cheia de romantismo, mas foi irrelevante para mim - Hermione de fato havia odiado escutar o que acontecera no banheiro há pouco.
– Mione.
– Sim Harry.
– Posso te fazer uma pergunta?
– Claro, pode sim.
– Você sente alguma coisa pelo... - Harry interrompeu a sua fala, e achou melhor mudar sua pergunta.
– Pelo...?
– Pelo... - Harry pensou um pouco - Pelo James?
– Bom... O James é um cara legal e eu gosto muito dele, mas eu o considero apenas como um amigo.
– Ah, ta bom, era só pra saber mesmo.
– Mas, então, você e a Gina...
– O que, o que tem eu e a Gina?
– Realmente eu me surpreendi quando descobri que vocês estavam juntos, afinal, eu fui uma das últimas a saber, mas fui uma das primeiras a sacar que estava rolando alguma coisa.
– É, e hoje ela é uma das coisas mais importantes pra mim! E quem ia imaginar. Eu nunca pensei que ficaria com aquele menininha que me desejou boa sorte na estação de trem no meu primeiro dia como bruxo de verdade!
– Mas você sempre foi bruxo de verdade, até quando fez o vidro do viveiro da cobra sumir no zoológico, e quanto atiçou a mesma cobra contra seu primo Duda. E quem ia imaginar que Harry Potter seria amigo de Hermione Granger, a garotinha que sempre ouvia falar de você, e o considerava seu herói! - Os dois riram.
– é, quem ia imaginar... - disse Harry.
E por alguns momentos Hermione esqueceu da cena que tinha sido uma das piores do mundo para seu coração, mas ela não estava certa de seus sentimentos, e quando se pegava pensando em Rony logo pensava: "Gostar de Ronald Weasley? Isso é impossível, mas... será que eu posso estar gostando dele?"
Depois da longa conversa, Hermione subiu para dormir.