Love Is Waiting escrita por Gabriela Rodrigues


Capítulo 12
Capítulo 12




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Acordei com o sol na minha cara. Porcaria de claridade. É nessas horas que eu queria que o dia amanhecesse nublado, repleto de nuvens e chovendo, para ficar sob as cobertas me aquecendo. Abri os olhos devagar, piscando com a luz intensa e absorvendo os detalhes daquele quarto que não passava de um borrão na minha memória.

Não havia ninguém ao meu lado na cama o que apenas me deu mais um motivo para desfrutar do aconchego daquele colchão. Nem bem voltei a fechar os olhos um barulho do outro lado da porta me fez pular de susto.

Levantei mais que depressa na tentativa de descobrir o que era aquilo que provavelmente acordou o hotel inteiro, porém não consegui chegar à porta que se abriu de repente exibindo um funcionário estabanado estirado no chão com toalhas antes limpas (mas agora imundas de café, torradas e geléia) até a cabeça e um Jake segurando uma bandeja vazia.

Reprimi uma gargalhada e fui ajudar o pobre do homem a juntar suas coisas tentando acalmar meu primo que só faltava soltar fumaça pelo nariz.

- Eu vou prestar queixa daquele infeliz. – Jake entrou na suíte reclamando.

Não consegui evitar o riso.

- Posso ao menos saber o que houve?

- Eu IA trazer o teu café da manhã. Na verdade, quase consegui, até aquele afobado me atropelar com aquele monte de toalha.

Ri mais um pouco antes de apaziguar as coisas.

- Aquilo estava pago?

- Não. É cortesia do hotel, sabe? Café-da-manhã de graça. Eu queria era fazer uma surpresa.

- Bom... O estrondo foi uma bela de uma surpresa! Pensei que tivessem demolindo o hotel.

Jake revirou os olhos e eu peguei sua mão.

- Calma, ok? Deixa só eu trocar de roupa e você terá a honra de me acompanhar num merecido desjejum.

- Não demore! – ele alertou – o lugar aonde eu vou te levar abre daqui a pouco e lota rapidinho.

Curiosa até o último fio de cabelo, fiz o que ele mandou e, assim que acabei de comer, Jake pagou a conta (que ele me proibiu de ver) e saímos para mais um passeio esgota-Zoey.

As ruas eram estreitas, portanto andamos devagar, mas a cidade estava vazia. Não se via um carro além do nosso e as poucas pessoas que passavam estavam a pé ou de bicicleta, o que dava um ar de tranqüilidade e despreocupação ao lugar.

- Nunca vim aqui, então nem adianta se você disser aonde vamos. Nem vou saber o que tem lá. – eu já estava insistindo direto há uns dez minutos e, ao contrário de qualquer outra pessoa que pudesse estar comigo e cedido pelo cansaço, Jake apenas ria da minha frustração.

Por fim passamos por uma praçinha e estacionamos em frente a ela.

- Chegamos. – ele anunciou.

Lá?! Confesso que fiquei decepcionada. Tudo bem que a praça era linda com aquele monte de árvores e quilômetros de passeio, mas eu esperava algo um pouco menos... Verde? Acho que tradicional era a palavra certa.

Fiz o que pude para esconder meu estado de espírito e apenas segui Jake sem dizer palavra alguma. Não lembro quando foi a última vez em que andei tanto, mas tinha certeza absoluta de que aquele dia não era nada se comparado à minha jornada pela praça.

Algumas horas se passaram até que meu primo finalmente sugeriu que parássemos para lanchar alguma coisa. Eu estava sem fome, então fiquei só na água, esperando Jake engolir o queijo-quente que ele pediu.

- Pronta?

Fiz que sim com a cabeça quando ele acabou de comer.

- Queria que você conhecesse a praça. É um lugar tranqüilo, mas agora... Vamos ao que interessa. – meu primo me puxou na direção de um portal de pedras erguido no fim da praça, o qual eu ainda não notara.

- O que é aquilo? – como se para responder minha pergunta, um barulho de água jorrando tomou conta da minha audição.

Fiquei maravilhada com o som relaxante e comecei a andar mais rápido. Jake me seguia de perto sem dificuldade para acompanhar meu ritmo, fitando-me esporadicamente e analisando minha expressão de deslumbre com certo divertimento.

Passamos pelo arco de pedra e minha visão se encheu de brilho, um cheiro e um colorido fenomenais. As poucas árvores e muitas flores das mais diversas espécies que adornavam aquela campina ao mesmo tempo arejavam e perfumavam tudo ao nosso redor, sem mencionar o jogo e a dança das cores que nos envolviam a cada passo.

- Isso é...

- Incrível? – Jake terminou por mim.

- Acho que não há palavras. É simplesmente único.

Meu primo me puxou pela mão e eu o segui relutante em deixar aquele paraíso para trás.

- Vai fazer o que?

- Você vai ver. – eu já sentia um arrepio na espinha toda vez que o ouviu dizer aquilo.

Paramos na frente de uma barraquinha simples e a mulher que estava por trás era certamente um tipo de caixa que nos atendeu com cortesia.

- Posso ajudar? – foi a pergunta.

Jake se encarregou de responder à moça numa espécie de enigma que, não sei como, ela entendeu. Saímos de lá tão rápido quanto chegamos. Meu primo a pagou e recebeu uns tickets em troca, os quais ele guardou no bolso da calça antes que eu pudesse ler qualquer coisa além de “cavalos”.

Caminhamos pelo parque, tiramos algumas fotos (por mais que ele odiasse, eu o convenci) e, após outros longos minutos, atravessamos um pequeno portão de ferro.

- O que...

Ouvi relinchos. Era aquilo?! Não acreditava.

- Pronta para conhecer a cidade? – Jake sussurrou em meu ouvido e sentir meu corpo todo tremer de leve apenas com o som de sua voz. Tão perto...

Um homem surgiu de trás de uma das baias.

- Bom dia, amigos, eu sou o guia do parque. Vocês vão querer começar como? Trilha ou turismo?

- Primeiro a trilha, depois turismo.

- Vocês já montaram antes.

- Sim. – meu primo e eu respondemos em uníssono.

- Ótimo. – o homem respondeu visivelmente aliviado – Vocês não sabem o quanto é chato ter que ficar em cima de um cavalo, e ajudar os outros a montarem e ficar ouvindo reclamação que o bicho ta lerdo ou rápido demais... – ele comentou num cochicho – Mas é meu emprego, o que eu posso fazer? Podem escolher suas montarias. Eu vou ajudar aquele grupo. – ele indicou com a cabeça umas sete garotinhas com medo da própria sombra e nojo até da grama que pisavam. Senti dó daquele homem na hora, mas tratei de procurar um cavalo que me agradasse.

Não precisei dar mais que dez passos e um corcel branco, majestoso, apareceu em meu campo de visão.

- Vou naquele. – declarei.

A cela e as rédeas já estavam postas e não senti dificuldade em subir. Jake me estendeu um capacete que fiz questão de rejeitar e ele montou uma égua (como sempre, um pouco mais baixa que meu cavalo). Uma vez prontos, saímos levantando poeira e rindo, rumo à trilha estreita.

As árvores davam ao ambiente um quê de sombrio, mas eu não estava com medo. Em uma das curvas, já perto da metade do caminho, vi Jake puxando seu cavalo para fora da estradinha de terra diretamente para o breu das árvores e, sem pensar duas vezes, o segui.

- Vai fazer o que aqui? – não consegui conter a pergunta.

- Descansar um pouco e... Conversar, se você quiser.

Assenti devagar e senti-me ao lado dele. Por mais estranho que fosse aquele ponto de encontro, não deixava de ser especial. Eu sei, eu sei... É ridículo. Ficamos sem nos mexer um longo tempo até que meus pés começaram a formigar e eu ouvi um barulho estranho vindo não da trilha, mas do meio das árvores.

Levantei num pulo puxando Jake comigo.

- O que foi? – ele pareceu alarmado.

Com um sinal, mandei-o ficar calado tentando prestar atenção àquele farfalhar que aumentava a cada segundo. Dessa vez meu primo também ouviu.

- Vem! – ele praticamente me jogou em cima de qualquer cavalo e montou o dele, dando início ao galope. Nem bem nos movemos, uma cobra, maior que qualquer outra que eu já tenha visto, deu o bote errando o cavalo de Jake por muito pouco.

- Jake! – gritei incapaz de esconder o desespero.

Ele galopava ao meu lado e a cobra dos seguia de perto, esgueirando-se sempre para mais perto da montaria de meu primo.

- Zoey, chega mais perto! – ele berrou de volta com a serpente em seu encalço.

- Como? – o cavalo dele relinchava sem parar (e com razão).

- Tenta! Eu vou pular!

- Ficou louco?

- Faz o que eu disse! – a essa altura, já havíamos voltado para a trilha e os outros turistas galopavam para todos os lados, só atrapalhando nossa fuga da cobra que parecia determinada a nos atingir.

Cheguei o mais perto que pude e Jake tentou ficar em pé, mas o galho de uma árvore próxima o forçou a se abaixar novamente e a cobra, por sua vez mudou seu alvo para mim.

Gritei de pavor quando ela deu o bote, perto demais da pata traseira do meu cavalo que aumentou a velocidade sem melhorar muito a minha situação. Ainda faltava muito para o fim da trilha e conforme pude ver, mais adiante era estreito demais para dos cavalos correrem lado a lado.

- Zoey, pula! – Jake mandou.

Minhas pernas tremiam, minhas mãos doíam de tanta força que eu punha nas rédeas para me manter firme e o retardado queria que eu pulasse?

- É impossível! Eu vou cair!

- Confie em mim!

Não dava mais tempo. Criando coragem e vendo tudo girar ao meus redor, levantei-me como pude. As árvores eram nada além de borrões verdes; eu só tinha olhos para aquela única mão estendida e aquele par de olhos intensos e desesperados me fitando. Passei uma das pernas pela cela com o cavalo em disparada e, sem pensar duas vezes, pulei.

A mão que envolveu minha cintura me deu forças para me impulsionar para cima passando minha perna direita pelo dorso de um cavalo que gemeu com o peso adicional, mas não diminuiu o ritmo, tomando a frente de minha antiga montaria que ficou para trás e foi abocanhada pela cobra que agora tentava imobilizar sua presa.

Eu tremia convulsivamente e não consegui conter o choro de alívio quando finalmente saímos daquele aglomerado de árvores sãos e salvos.

- Tudo bem. Já passou. – ele tentava me acalmar, sem sucesso – Foi um belo salto.

Eu não conseguia dizer nada, apenas chorava nos ombros de meu primo que me consolava e afagava com carinho. Algumas pessoas começaram a se reunir à nossa volta perguntando se havia mesmo uma cobra e murmurando coisas que eu não consegui entender.

Não demorou muito para que o homem que nos deixara escolher os cavalos chegasse para acabar com aquele aglomerado e começasse a perguntar dos cavalos.

- Senhor, a história é... Um pouco delicada. – meu primo começou, pensando na melhor forma de dar a notícia ao velho.

- Delicada? Delicada como? Só quero saber onde está o outro cavalo já que aqui só tem um.

- Bom, já que insiste... – Jake perdeu a paciência – Só há dois lugares possíveis: estirado no meio da trilha ou no estômago da cobra que nos seguiu até aqui perto.

- O que você quer dizer? – o tapado ainda perguntou.

Um dos turistas não agüentou e respondeu com um forte sotaque de quem aprendeu há pouco a falar português:

- O animal está morto, idiota!

- Jesus! – o velho balbuciou – Pégasus, meu menino! O papai está indo!

O doido começou a correr para o meio da trilha, mas parou no meio do caminho ao lembrar algo aparentemente importante e voltou apontando o dedo na nossa cara:

- Vocês me devem um cavalo! – o velho estava possesso – E eu vou cobrar! Vou ligar dia e noite para o número que vocês deram para o cadastro até um novo Pégasus aparecer por aqui!

Antes que o maluco resolvesse voltar outra vez, demos a volta no parque para conhecermos a cidade de carro, o que era mais seguro. Águas de São Pedro não era nem metade de Americana. De um lado da rua ficava o parque do qual tínhamos acabado de sair e que ocupava mais da metade daquele projeto de cidade. Do outro, ficava... Bem, o resto.

Lojas, restaurantes, o menor comércio que eu já vi na vida, o hotel e poucas casas (não havia prédios). As ruas estavam um pouco mais movimentadas enquanto passávamos e precisamos parar num posto, pois a gasolina já estava no vermelho. Íamos voltar para a rua quando o celular de Jake tocou.

- Atende. – ele mandou.

- Por que eu?

- É pra ti, tenho certeza.

Peguei o telefone:

- Alô?

- Zoey? Cadê vocês? - minha mãe berrou do outro lado da linha.

- Jake não quis ficar em casa. Estamos em Águas de São Pedro.

- Nossa! Eu adoro essa cidade! – ela não parava de gritar.

- É bonitinha sim. – “tirando as cobras”, acrescentei em pensamento – Mas o que a senhora queria falar?

- Ah! Claro, já ia esquecendo. Ligou um rapaz aqui que pareceu bem simpático, dizendo que você tinha se machucado e queria saber se estava tudo bem e se você gostaria de dar uma volta de moto amanhã com ele.

Respirei fundo antes de perguntar quem era esse homem misterioso para minha mãe que parecia mais animada que eu.

- Segundo ele, vocês se conheceram num restaurante e se viram outra vez num jogo de boliche que, por sinal, eu quero saber cada detalhe. Mas sim... O nome dele é Tom, eu acho.

Senti o sangue fugir de meu rosto enquanto minha mãe tagarelava na outra linha. O que Tom queria comigo? Jake deve ter percebido que algo estava errado, porém se manteve quieto.

- Zoey? – minha mãe chamou – Tudo bem?

- Sim. – consegui sussurrar.

- Você ouviu o que eu disse?

- Desculpe, eu me distraí aqui.

- Eu disse que avisei a ele que você ia. Perguntei que tipo de roupa era pra você usar e ele respondeu apenas que deveria ser algo confortável já que o tempo na estrada será longo, e eu não aconselho você a ir de saia...

Parei de ouvir. Minha cabeça rodava e eu estava prestes a devolver o pouco que eu tinha comido pela manhã. Já passava das duas quando eu disse que havia outra ligação em espera e que tinha que desligar sem dar maiores satisfações. Entreguei o celular ao meu primo que logo disparou:

- O que houve?

Não sabia como dar a notícia a ele. Afinal, não fazia a menor idéia de como dizer ao namorado que sua mãe sem-noção arrumou um encontro para você com o homem que você e ele não suportam e nem sabe para onde vai.

- Eu...

- Zoey, por favor. – ele quase implorou.

Respirei fundo antes de condenar a senhora minha mãe.

- O Tom ligou e falou com a minha mãe que o achou um amor de pessoa e agora eu tenho um encontro com direito a passeio de moto na companhia do senhor cara de pau amanhã sem destino previsto, sem hora pra voltar e sem ter como desmarcar.

- Não. – Jake quase urrou – Tem como desmarcar sim. Cadê o telefone.

- Eu não vou fala com o Tom. – declarei

- Eu sei. Quem vai falar com ele sou eu.

- Você ta dirigindo. – tentei persuadi-lo.

Meu primo parou no acostamento.

- Não estou mais.

- Jake, por favor! Vai levantar suspeitas! A Mariana já descobriu, quer que ELE descubra também?

- Não vou deixar você ir. A gente vai pra outra cidade e eu finjo que to bancando o guia turístico. A gente volta depois de amanhã.

- Minha mãe vai ficar uma fera.

- Eu não vou deixar ela brigar contigo.

Estávamos quase gritando.

- Deixa eu ir. – murmurei.

- Você o quê?!

- Eu não quero ir, mas é melhor assim. Não vai acontecer nada, eu prometo. É só pra não levantar suspeitas. Eu vou, volto pra casa e invento qualquer coisa pra, se ele ligar de novo, minha mãe dar o fora nele por mim.

Os nós dos dedos de Jake estavam brancos enquanto ele voltava para a estrada apertando o volante mais que o necessário, mas chegamos a um acordo: eu iria ao bendito encontro.

Não falamos durante todo o percurso de volta à Americana, pelo menos não um com o outro. Jake insistia em xingar baixinho e reclamar para si mesmo enquanto eu me limitava a olhar a estrada que passava como um borrão.

Não demorou nem a metade do tempo da noite anterior para chegarmos à casa dele. Tia Margareth e minha mãe estavam à nossa espera com um bom lanche da tarde, mas eu mal comi, preocupada com meu desafio do dia seguinte.

- Não precisa ir. – Jake tentou me convencer pela milésima vez aquele dia.

- Eu já disse que vou. Assim não levanta suspeita.

- Eu posso ir te seguindo com o carro. – ele disse e eu ri.

- Como se Tom não fosse perceber que era você. E eu nem sei aonde ele vai me levar. Acha que ele não ia notar o mesmo carro seguindo-o pelas ruas da cidade?

Jake ficou cabisbaixo por um tempo pensando em alguma forma de nos acompanhar sem ser notado.

- E se eu fosse de taxi?

Ri um pouco antes de responder:

- Ficaria meio filme policial – brinquei – “Siga aquele carro, homem!” – recitei.

Relaxamos um pouco naquela noite e meu primo tocou a marcha fúnebre para mim (fazia um tempo que eu não ouvia aquela canção) e o efeito entorpecente foi quase instantâneo. O sono me dominou, mesmo sendo cedo para os meus padrões e despedi-me de todos para me refugiar no mundo dos sonhos. Ou melhor, dos pesadelos.

Sonhei que pilotava uma moto desgovernada tentando ao máximo pará-la, mas o tranco tão esperado só aconteceu muitos minutos depois. Meus braços estavam cansados e doloridos pela força que eu fizera e, quando por fim consegui descer, um desconhecido se aproximou e eu não tinha como fugir.

A moto partiu sozinha antes que eu pudesse montá-la outra vez, como se dissesse “Você me rejeitou? Agora eu te rejeitarei.” Deixando-me sozinha num lugar estranho, sem meios de voltar e com aquele homem que, só depois de se aproximar notei ser Tom, com um sorriso malicioso de canto andando vagarosa e determinadamente em minha direção.


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