Vale Tudo escrita por Anna C


Capítulo 2
Perder Para Uma Garota?


Notas iniciais do capítulo

Tá curtinho, mas eu acho que os próximos serão mais longos... Enjoy! :D



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Narrado por Rose

Bom, era o último ano. Eu queria poder dizer que fiz tudo o que queria nessa escola, porém, não podia. Aquilo que eu mais quis em todos os sete anos ainda não havia se concretizado: fazer Scorpius Malfoy admitir que eu era a melhor e que ele está fadado a permanecer em segundo lugar para sempre. Mas como eu poderia realizar esse desejo se não conseguia superá-lo por completo? Quer dizer, eu tinha certeza de que era melhor que ele, só que às vezes os resultados não coincidiam com a verdade…

– Rose! – Albus veio ao meu encontro na biblioteca. – Me diz, qual é a coisa que você mais gosta?

– Hum… Almôndegas! – falei com os olhos brilhando. Cara, eu não sei porquê mas adorava almôndegas de carne incontrolavelmente! Ok, não chegava a ser obsessão, mas enfim.

– Não, a segunda coisa.

– Derrotar o Malfoy? – ergui uma sobrancelha para ele.

– Isso! E você tem mais uma chance de se mostrar superior.

Dei um largo sorriso, interessada.

– Faço qualquer coisa pra ferrar a doninha albina júnior!

– Então me siga.

Atravessamos a porta da saída. No que ele estava me metendo?

Após andarmos bastante, percebi que íamos entrar no Salão Principal e que havia uma agitação lá dentro. Os alunos incentivavam e estranhamente também vaiavam alguém.

Mas que diabos estaria acontecendo?

– AÊÊÊ! – tinha uma rodinha de pessoas no extremo da mesa da Sonserina parecendo comemorar.

– Mais um se foi… Quem é o próximo que se acha capaz de me vencer? – eu, já estando mais próxima, podia ouvir o sonserino se gabando. Haha, a alegria dele duraria pouco.

– O que estão fazendo? – perguntei, com as mãos na cintura. Todos olharam para mim de forma arregalada, menos ele. Sorriu daquela forma nojentinha e irônica de sempre.

– Queda de braço – ele respondeu.

Sentei-me à sua frente, apoiando o cotovelo sobre a mesa.

– Tô dentro.

O público todo ficou mais que surpreso. Malfoy deu um leve riso de escárnio, estalando os dedos.

– Por mais que eu adore te humilhar, vou ter que recusar. Seria covardia já que você é…

– Uma garota? Ah, me parece que você está com medo.

Ele revirou os olhos ao ouvir a risada geral.

– Está bem, Rose “Fracasso” Weasley! Só não chore quando eu torcer seu pulso… - o loiro segurou firmemente a minha mão.

– Já! – um corvinal qualquer berrou.

1… 2… BUM!

– QUÊ?!

– É Rose Jean Weasley, querido – corrigi, dando meu sorriso triunfal.

– Cara, perder pra uma garota? – ouvi Mark Cooper zombar de seu amigo.

Apesar do machismo do Cooper, eu simplesmente ignorei e me levantei do assento.

– É, foi uma boa distração... Mais sorte na próxima – pisquei para o loiro e voltei à biblioteca onde havia deixado minhas coisas.

Ai, ai... E esse garoto ainda pensava que podia comigo! Coitado.

–x--x--x-

Narrado por Scorpius

Aquilo havia sido bem humilhante. Tá, humilhante era pouco! Seria a piada da escola pelo resto da semana. Mas ela era forte demais pra uma garota. Não estou desmerecendo o sexo feminino nem tentando me fazer melhor do que fui, porém a Weasley não poderia ter me vencido senão pela força... E homens são, por natureza, mais fortes que mulheres.

– Cara, estou com vergonha de andar com você agora – Mark continuava a tirar uma comigo.

– Cala a boca – respondi, aborrecido.

– Perder de vez em quando pra Weasley tudo bem, mas numa queda de braço?! Que decepção... – fingia estar zangado comigo, balançando negativamente a cabeça.

Comecei a ficar com dor de cabeça. Ele não ia parar nunca?

– Tô pensando seriamente em...

– Mark! – o interrompi. – Te dou dez sicles pra você ficar de boca fechada.

– Nem todo o dinheiro do mundo vai fazer a sua vergonha ser apagada da minha memória.

– Vinte sicles e não se fala mais nesse assunto.

– Fechado – ele apertou minha mão e eu revirei os olhos.

Chegamos então à sala do Professor Binns, de História da Magia. História não era uma matéria realmente chata se você se interessasse, o problema é quando um espectro caduco tenta te ensinar. Desse jeito, só querendo muito aprender para entender alguma coisa! Ou com muita vontade de superar alguém...

Weasley estava sentada numa das primeiras carteiras duplas junto a uma amiga, com os braços apoiados na mesa e os dedos das mãos entrelaçados, a coluna ereta e os olhos fixos no quadro negro, mais do que preparada para a aula começar. Eu quase podia ver uma auréola reluzente pairando sobre sua cabeça... Ela realmente se achava muito perfeita, não é?

Sentei-me com Mark na carteira ao lado. A ruiva me lançou um olhar desafiador acompanhado daquele mesmo sorriso de algumas horas atrás. Fiquei ainda mais irritado, encarando-a com raiva. Eu ia ter minha revanche e ia ser agora!

– Boa tarde, classe – disse o professor, atravessando a lousa. Os alunos responderam com desânimo. – Onde eu havia parado? – perguntou a si próprio, falando tão devagar que já se podia ouvir os bocejos. – Ah sim, a crise no século XVIII. O que ocorreu nesse século? Alguém sabe me dizer?

A grifinória próxima a mim levantou o braço.

– Srta. Weasley?

– Revolta dos duendes.

– Por que eles estavam se revoltando?

– Queriam ser reconhecidos pelo que faziam aos seus mestres, cansados da forma como eram tratados. Turgue, o Rebelde que os liderou.

Então eu comecei a rir. É, eu simplesmente desatei a gargalhar e todos começaram a me observar; alguns assustados, outros achando graça. Weasley estava irada, cerrando os punhos.

– Algum problema? – ela questionou.

Limpei uma lágrima que escorria pelo canto do olho.

– Isso é absurdo. Que porra é Turgue, o Rebelde?

– Sr. Malfoy! – Binns não gostou da minha escolha de palavras.

– Desculpe, vou reformular... Quem é esse Turgue? – olhei para a garota com sardas no rosto.

– O líder da revolta, duh! – dizia como se eu fosse um retardado.

– É Urgue, o Impuro! Como alguém pode ser tão burro... – reprovei-a.

O professor olhava de um para o outro.

– Parece que só um aluno andou estudando... Quinze pontos para a Sonserina.

– COMO É?! – a minha rival guinchou. – Isso não é justo! Eu acertei a maior parte da pergunta.

– Cometer um erro desses não é digno de pontos.

Ela ficou com a boca escancarada, como se fosse dizer algo, mas estava indignada demais pra isso. A maioria das pessoas estava rindo. Não tinha sido exatamente uma vitória, mas eu estava satisfeito...

Quando a aula acabou ela veio me procurar, possessa. Fiquei um pouco receoso, afinal, ela não era nem um pouco fraca e era bem capaz que ela me batesse.

– Vai indo na frente... – falei para Mark que ia me acompanhar para a próxima aula.

Rose Weasley já veio pondo seu dedo indicador contra meu peito, pontuando cada palavra com um cutucão.

– Quem você pensa que é pra falar comigo daquela forma?

– Você estava errada – respondi, dando os ombros.

– Mas me chamar de burra? Me humilhar assim?!

– Foi merecido – ia andando, porém, ela não deixou de me seguir.

– Eles riram...

– Como fizeram essa manhã.

– Mas eu tinha acertado boa parte da explicação...

– Assim como eu tinha vencido todos que me desafiaram na queda de braço até você aparecer. Admita, Weasley.

Ela nunca admitiria que eu estava certo, muito menos para mim.

– Você devia estudar mais – acrescentei. Ironia pura. – Esse não é o tipo de exemplo que devia estar dando... Bom, pra sorte de todos, ao menos um dos monitores chefes está cumprindo suas obrigações.

Ah, como me dava prazer ver aquela expressão fatal no rosto daquela garota. A verdade era que eu simplesmente amava irritá-la.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eles são tão simpáticos um com o outro! *-*