Vale Tudo escrita por Anna C


Capítulo 10
Afinal, Todos Cometem Erros


Notas iniciais do capítulo

Ok, antes de lerem eu, Anna, gostaria de pedir desculpas pela minha ausência aqui no site e principalmente pela falta de atualizações nas fics. Eu só espero que não tenham desistido da fic, pois apesar de eu sofrer muitos bloqueios criativos, no fim sempre terá um capítulo novo :) Tá, eu não sou muito boa com desculpas, mas se estou pedindo é porque de verdade, eu sinto muito :/ Bom, tendo dito isso, eu espero que curtam o capítulo 10 :D



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Narrado por Rose

Naquele dia haveria o tão aguardado jogo. Por que eu não me sentia animada? Aquele costumava ser o ponto alto do ano, ganhando ou perdendo.

Estava terminando de vestir o uniforme de Quadribol no vestiário.

– Vamos logo, Rose! Já vai começar! – Albus, nosso batedor, veio me avisar.

Droga, não me sentia preparada pra isso. "Anda, Rose, você consegue!" tentava me animar.

Saindo do meu esconderijo pude ver que o dia estava nublado e escuro, só faltando nevar. Que animador. Andei até o centro do campo. Oh meu Deus, ali estava ele! Na minha frente, seus cabelos sendo jogados para o lado pelo vento.

Então ele ergueu o braço, sua mão estendida para mim. Eu a apertei ele me puxou bruscamente, fazendo com que ficássemos ombro a ombro, lado a lado. Arregalei os olhos graças à ação inesperada dele.

– Boa sorte. – o loiro sussurrou no meu ouvido. Arrepiei.

Scorpius se afastou e eu fiquei alguns segundos imóvel, aturdida.

– O que você tá fazendo? Suba logo na vassoura! – o Professor Douglas de Voo, que apitaria o jogo, reclamou.

Porcaria! Não estava conseguindo me concentrar. Fui meio atrasada para a minha posição.

E a Goles foi lançada. Foco, precisava de foco! Era a principal artilheira, então não podia relaxar.

– Weasley, pega aí! – Linton, também artilheiro, me alertou, arremessou e...

Mas o quê? Scorpius conseguiu agarrar a Goles no meio do passe e voou em disparada para os aros do nosso gol. Isso não ia dar certo...

–x—x—x—x-

E as coisas não melhoraram com o passar do tempo.

– 130 a 20 para a Sonserina! – anunciava o narrador.

Merlin, o que estava acontecendo comigo? Eu estava errando os passes, estragando as estratégias, praticamente entregando o jogo pro adversário.

– Rose, se você não melhorar o time vai acabar propondo uma votação. – Kate se aproximou, preocupada.

– Votação?

– É, para novo capitão.

NÃO! Tudo menos isso! O problema era aquele sonserino! Toda vez que meus olhos o encontravam, ficava desorientada e não conseguia jogar direito.

Aquela era minha chance! Como se uma súbita onda de adrenalina tivesse me atingido, agarrei a Goles e avancei para fazer um gol. Isso! Havia ganhado o apoio da torcida, que começava a me incentivar. Estava tão perto... Preparei meu braço pro arremesso e... Maldição.

Scorpius entrou no meu campo de visão, bem distante, mas eu o observava enquanto ele vinha. O observava e perdia o rumo. E perdia o jogo.

A Goles escorregou lentamente dos meus dedos e parecia cair em câmera lenta. O pior foi quando ela bateu no solo arenoso do campo. O silêncio foi geral e nada no mundo podia me humilhar mais.

–x—x—x—x-

Placar final oficial: 300 a 40.

Humilhação: 1000.

Nota de Desempenho: 0.

– Parem de bater, eu não vou abrir! – berrava para todos que estavam do outro lado da porta da minha sala comunal. Eles exigiam uma desculpa e me xingavam a todo momento.

Tinha que admitir, estava chorando.

Escorreguei as costas pela porta e me encolhi, escondendo o rosto banhado em lágrimas. Os gritos não cessavam, todos querendo explicações e o que eu poderia dizer a eles? Que não pude me concentrar porque... Simplesmente porque não conseguia ignorar um sentimento idiota? Se eu ao menos soubesse desse efeito dele sobre mim antes... Eu não sei o que teria feito, mas eu poderia ter evitado.

De repente, a sala ficou quieta. Me assustei, levantando o rosto. Scorpius apontava a varinha para a porta. Ah, tinha sido ele que havia posto um feitiço abafador.

– Por que não está comemorando com a sua casa? – perguntei com azedume, não me dando ao trabalho de enxugar a face.

– Eu não tenho o que comemorar.

Dei uma risada escandalosa, cheia de ironia. Pus-me de pé.

– Não me venha com essa, vitória melhor que aquela você não teve em todos os seus anos como jogador!

– Pensei ter te deixado bem claro o meu conceito de vencer. Só é válido quando é um real desafio, você nem estava tentando.

– O quê? Ainda vai esfregar na minha cara o quão horrível eu fui?

– Hã? Não, não é isso! Eu quis dizer...

– Guarde suas palavras, pois foi tudo sua culpa!

–x—x—x—x-

Narrado por Scorpius

Cara, ela quase derrubou o castelo com aquele bater da porta do quarto.

Mas eu era o culpado? Por quê? Ela quem parecia tão distraída e abobada... Enquanto olhava pra... Mim. Ah não, foi minha culpa. Ela não conseguia se concentrar quando me via, devia ser isso. Indiretamente, eu era o responsável pela derrota da Grifinória, afinal, Rose era vital para o jogo.

Rose. Era tão estranho pensar nela por Rose.

Bom, tinha que dar um jeito naquilo. Passei pela saída da sala com dificuldade por causa da multidão furiosa. Fiz que nem a ruiva e bati com tudo a maldita porta. Todos se calaram, apavorados.

– Vão arranjar uma vida pra cuidar e a deixem em paz! Não acham que ela já está se sentindo mal o bastante para vocês ficarem reclamando mais?

Ninguém merece esses grifinórios revoltados. Ignorei-os, continuando minha caminhada. Para onde eu estava indo? Bom, talvez eu ainda fosse me arrepender, mas... Eu sentia que devia fazer isso.

–x—x—x—x-

Eu sequer me lembrava de como havia ido parar naquela torre. Sim, a Torre de Astronomia. Será que eu tinha feito a coisa certa? Como ela iria reagir quando descobrisse? Ela não foi ao jantar então só teria como saber na manhã seguinte. Esperava que não achasse mau, pois sua reação positiva seria meu único consolo... Afinal, todos me odiavam agora. Ah, tudo bem, eu nunca fui muito querido por aqui...

Cansado de ficar sozinho com meus pensamentos, resolvi voltar para o dormitório. Já no meio do caminho, me deparei com uma figura estranha trajando as cores da Grifinória andando na minha direção. Era um nerd que eu já havia visto, mas do qual nem mesmo o nome sabia.

– E-Escute aqui, Malfoy! – ele tentou ser ameaçador, não tendo sucesso é claro. – Fique lo-longe da Rose, ouviu?

Ergui uma sobrancelha.

– Ah, tá. – já ia embora, mas o cara era insistente.

– É sério, não toque mais nela!

– Olha, eu nem sei quem você é e você vem me ameaçando? Licença, eu tenho mais o que fazer...

– Meu nome é Enzzo McKenzie, mas isso não vem ao caso. – ajeitou seus óculos.

Ah, esse é o tal Enzzo então.

– Certo, McKenzie. Posso ir agora?

– Sim, quer dizer, não! Não terminei, er... Você a prejudicou e eu preciso vingá-la.

– Do que é que você tá falando, grifinório? Isso já passou, vamos deixar esse assunto de lado, ok?

– Não! Eu amo aquela garota!

Tá, essa era nova. Como é? Ele era só um amigo, ela disse...

– E-eu a amo! Então, se encostar um dedo nela, eu juro que eu... Eu... Eu acabo com você! Não sei como farei isso, mas pode crer que eu dou um jeito.

Saiu batendo o pé e esbarrando propositalmente o ombro no meu. Ouch.

Ao chegar à sala comunal, segui direto para meu quarto, dando apenas uma olhada na porta da frente antes de entrar. Ela tinha dito que ele era só um amigo, talvez tenha se "esquecido" de mencionar alguma coisa. Hã... Como se eu ligasse.

–x—x—x—x-

Mark estava muito zangado comigo quando me viu pela manhã. Nem ousei me aproximar, mas sequer precisei. Ele se sentou ao meu lado à mesa.

– Você mentiu. – meu amigo já foi dizendo, com aquela expressão de "você não me engana".

– Não. – respondi, não tendo coragem de olhá-lo, pois sabia que ele me desmascararia.

– Scorpius, você foi expulso do time e não sei como não perdeu seu distintivo de monitor. Eu te conheço e sei que trapaça não é com você.

– Pelo jeito não me conhece tão bem.

– Conheço! – gritou.

Porra, ele fez de propósito só para eu encará-lo! E conseguiu.

– Sabia! Seu loiro! Por quê?

Suspirei.

– Não sei, só achei que era o certo.

– Mas é uma mentira, cara! Desde quando mentir assim é certo?

– Ela perdeu por minha causa. Você não acha que ganhar dessa forma é injusto?

–x—x—x—x-

Narrado por Rose

– Mas ele o quê? – mal podia acreditar no que Albus me contava no meu quarto. Eu não havia saído de lá desde o dia anterior.

– McGonagall esclareceu tudinho ontem no jantar. Pobre Rose! Foi enfeitiçada no jogo, mas que baixaria! Eu achava que o Malfoy fosse mais decente. – Kate adicionou.

Levantei da cama, exasperada.

– E é! Pode ter um milhão de defeitos, mas desonesto nunca, disso eu tenho certeza.

– Mas faz todo o sentido não acha? Você não jogaria mal como ontem se não fosse por isso. Fala sério, você é a melhor artilheira que a nossa casa já teve. – meu primo tentava me convencer.

Não entendia por qual razão Scorpius haveria de inventar uma coisa daquelas! Ele não era um trapaceiro, não era um mentiroso...

– Desculpa, mas isso não faz o menor sentido. – declarei, certa do que dizia.

Ambos me encaravam confusos.

– Achei que o odiasse, e de repente está defendendo esse sonserino com unhas e dentes? – minha amiga ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

Senti minhas bochechas queimarem.

– Eu nunca o odiei... – desviei o olhar. – Só sei que ele gosta de jogar limpo quando a questão é competição. Será que eu simplesmente não posso ter jogado muito mal pra variar? Sabe, eu também cometo erros. – dei de ombros. Eu não poderia contar a eles o real motivo pelo qual havia fracassado naquele jogo, de maneira alguma.

– É difícil acreditar... Foi um horror. – ela respondeu.

– O Malfoy é bom em feitiços, pode ter lançado um não-verbal em você sem que percebesse. – Albus sugeriu.

Revirei os olhos, cansada de argumentar.

– Bom, não vou ficar aqui discutindo. Se querem acreditar nisso, tudo bem. – então, sai do dormitório e logo em seguida da sala comunal.

O que ele estava pensando? Havia pirado ou o quê? Mesmo que ele tivesse entendido a indireta quando eu disse que fora sua culpa, não era possível que ele tivesse inventado uma mentira pra justificar o meu mau desempenho. Eu tinha que falar com ele e fazê-lo desmentir toda aquela história... Em momento algum eu pedi a alguém que se sacrificasse por mim.

Não foi difícil encontra-lo. Ele estava quieto, lendo na biblioteca algum livro de Runas. Aproximei-me dele de forma nem um pouco sutil. Aquele garoto me devia algumas respostas!

Fechei o livro na cara dele, fazendo-o reclamar.

– Ow! Eu tava lendo is-... Weasley? – arregalou os olhos ao me ver. Se levantou imediatamente.

– Surpreso? Agora me diga no que é que você está pensan... – tapou minha boca com uma mão e eu fiquei furiosa.

– Shhh! Quer fazer um escândalo na biblioteca? – olhava em volta, já notando alguns olhares curiosos e alguns pareciam esperar uma briga entre nós. – Venha comigo. – segurou meu braço e me puxou para fora.

– Onde estamos indo? – perguntei, quando ele finalmente achou seguro destapar minha boca.

– Pra um lugar com privacidade.

Chegamos a uma sala vazia. Ele fechou as portas e se voltou para mim, já sabendo o que estava por vir.

– Eu sei o que você veio me falar, mas olha, apenas fique grata que estamos quites, ok?

– Não! – retruquei. – De jeito nenhum! O que faz você pensar que pode mentir sobre uma coisa dessas e esperar que eu fique grata?

Scorpius suspirou.

– Por favor, não comece...

– Pois vou sim! Eu não preciso que você invente uma trapaça, eu assumo minhas responsabilidades, ouviu? Trate de ir até a McGonagall e esclarecer tudo.

– Não posso fazer isso. – o loiro baixou a cabeça.

– Ah, é mesmo?

– Sim. Eu entendi por que você foi tão mal e não me pareceu justo. De certa forma, você tem que admitir que eu te "enfeiticei"... – deu um sorrisinho um tanto irônico.

O encarei, incrédula.

– Francamente, Malfoy... Não tinha uma frase melhorzinha não? Se você não quer dizer a verdade, eu digo. – fui a caminho da porta, mas ele me impediu, puxando-me pela cintura.

Fiquei extremamente surpresa com seu movimento, sem ação.

– Há outro motivo pelo qual eu menti. – ele sussurrou.

– Qual? – questionei num fio de voz, não conseguindo tirar os olhos de seus lábios finos e convidativos.

– Holyhead Harpies.

– Quê? – tive que esquecer minhas atuais vontades para olhá-lo nos olhos.

– Seu emprego no time, você corria grande risco de perdê-lo. Afinal, os treinadores dos times de Quadribol nacionais sempre aparecem nos dias de jogo à procura de novos talentos. Se acreditassem que aquela sua performance fosse real, seu futuro podia sofrer com isso.

Fui tocada por aquele gesto. Inventar uma mentira por eu ter me distraído com aqueles olhos azuis acinzentados simplesmente pra não me deixar mal com a escola me pareceu extremamente estúpido. Entretanto, se preocupar comigo a ponto de se lembrar das coisas que disse enquanto estava bêbada e salvar o meu futuro como jogadora foi simplesmente... Incrível.

Nem eu própria havia me lembrado daquele detalhe, que aliás poderia ter uma enorme diferença na minha vida. Porém, Scorpius Malfoy não só se recordou como quis garantir que nada afetasse negativamente minha carreira.

Ele estava pedindo por aquilo.

Pois é, desta vez fui eu quem o beijei. Capturei seus lábios com avidez e enlacei firmemente seu pescoço para que ele não se fosse – pois eu temia isso. Entretanto, minhas preocupações foram em vão. Scorpius não só se manteve ali, como me puxou para mais perto de si pelos quadris.

– Quem é que correspondeu agora? – me separei de forma brusca o deixando totalmente atordoado.

– Hein? – estava demasiado confuso.

– Exatamente o que você ouviu. Da última vez que nos beijamos, a surpresa foi que eu havia te beijado de volta, mas agora... – aquele familiar ar de vitória me possuía. – Bom, parece que eu te encurralei. Você realmente se importa comigo, nem tente negar. Você não faria aquilo se não gostasse mesmo que um pouquinho de mim.

–x—x—x—x-

Narrado por Scorpius

Tá, ela me pegou.

– E se você estiver certa? – fiz a pergunta, curioso com a possível resposta.

Seu sorriso se dissipou no mesmo segundo.

– Bom... – iniciou, com tom de dúvida. – Nesse caso, eu não sei. Seria muito mais fácil se você negasse!

– Para eventualmente acabarmos na mesma situação?

Rose franziu o cenho, entrando em conflito.

– O que foi? De repente, você começou a corresponder meus sentimentos insanos?

Seus olhos azuis estavam focados em mim e me pressionavam mesmo que sem querer.

O que eu sentia por aquela ruiva? Porra! Só me faltava essa...

– Não tenho certeza ainda, me dê um tempo. – me virei de costas.

– Haha, mas nem pensar! – correu para ficar na minha frente novamente. – Você correspondeu. Admita que isso signifique alguma coisa.

– Não vou ficar criando ilusões na sua cabeça, Rose.

Então, a grifinória ficou boquiaberta apontando para a minha cara. Estranhei muito, é claro.

– Qual o seu problema? – não liguei se pareci grosso naquele momento e nem ela pareceu se incomodar.

– Você... Me chamou... De Rose.

Revirei os olhos.

– Será que eu tenho sempre que lembrar que esse é o seu nome?

Voltou a sorrir de forma convencida.

– Você gosta de mim. – ela disse.

– Eu nunca disse isso!

– Disse que talvez...

– "Talvez" não torna isso um fato!

A ruiva riu.

– É, estamos encrencados.

– Mas eu disse que...

– Não vejo como pode dar certo, mas como sei que ignorar não funciona... Porque, como pode perceber, não consegui me controlar!

Talvez consiste na incerteza e...

– Isso deve acontecer com você também. Não se assuste caso durante a aula tenha uma súbita vontade de me ver! É perfeitamente normal.

– Quê? Olha, isso tá indo longe de...

Suspirou, um tanto cansada.

– Ok, se você ainda duvida me beije de novo. – propôs.

– Como é?

– Sério, se você tiver algum sentimento por mim, vai saber enfim. Vá em frente.

– Eu não quero ficar te dando esperanças...

– Não se preocupe comigo.

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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro na digitação ;x Já posso adiantar pra vocês que a fic já está mais para o fim. Calma, não falta só um ou dois capítulos, mas nunca se sabe... Reta final em Vale Tudo, yep. ^^'Bjooooooos!