Suddenly escrita por Sayami


Capítulo 9
Reita


Notas iniciais do capítulo

Viram, nao demorei dessa vez 8D *espancada*

Mais um cap água com açúcar, com morangos, com calda de chocolate e td de mais diabético do mundo 8DD

Espero q gostem n.n// ;******



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Reita POV

 

            Eu só pude ficar parado, gritando o nome do baixinho, esperando que ele voltasse para mim.

 

            Olhei muito irritado para Matsumi, que ainda estava agarrada a mim, olhando para onde Ruki estava.

 

- O que deu naquele baixinho? Que esquisito. – A garota comentou, voltando a sorrir para mim.

 

- O que deu em você? – Questionei, retirando os braços dela de mim. – O que faz aqui? E que agarramento todo é esse? – Ela havia conseguido me irritar mais que o normal.

 

- Amor, nós somos namorados! – Falou emburrada, colocando as mãos na cintura.

 

- Nós éramos! Eu terminei com você, lembra? – Lembrei-a, contendo minha vontade de deixá-la falando sozinha e correr atrás de Ruki.

 

- Terminamos? – Agora ela estava se fazendo de sonsa. – Que isso, amor, nós apenas demos um tempo. – Falou, voltando a tentar me abraçar, mas a repeli mais uma vez.

 

- Pare de me chamar de amor! – Gritei, já não contendo mais a irritação.

 

- Escuta aqui garota, ele terminou com você! – Uruha se intrometeu, ficando entre mim e Matsumi. – Encare os fatos e deixe o Reita em paz! – Senti vontade de dar um beijo em Uruha por falar tudo que estava entalado da minha garganta.

 

- Não se meta, sua bicha aloirada! – Gritou, já perdendo a paciência como sempre.

 

- O que você falou? – Kouyou deu dois passos na direção dela, pronto para arrebentar a cara dela.

 

            E internamente eu gostaria muito que ele fizesse isso.

 

            Mas Aoi o impediu, tocando sua cintura gentilmente, passando a frente do namorado.

 

- Escuta aqui, Matsumi, - O moreno começou, sua voz era séria e fria. – Nunca mais ouse ofender meu namorado, ok? Não fique jogando sua inveja por aí, só porque não tem mais namorado e o Kouyou tem a mim, certo?

 

            Ela abriu a boca, querendo rebater o ataque de Aoi, mas nenhuma palavra saiu de sua boca. Matsumi virou-se para mim, perguntando se eu não ia defendê-la e eu apenas lhe respondi que essa não era minha obrigação.

 

            Ela gritou de raiva, atraindo mais atenção das pessoas em volta e saiu pisando forte, esbravejando todos os nomes que uma dama não deveria dizer.

 

- O que eu faço agora? – Perguntei, virando-me para meus amigos.

 

- Como assim, o que faz? – Uruha parou diante de mim, com os braços cruzados. – Vá agora mesmo atrás do chibi e explique tudo o que aconteceu! Se ele estiver chorando e não quiser sentar conosco amanhã por sua causa, vou lhe dar um ótimo motivo para esconder seu nariz!

 

            Aoi apenas riu, confirmando as palavras de Kouyou com a cabeça.

 

            Dei um último sorriso a eles e um breve aceno e saí correndo, rezando para conseguir alcançar Ruki.

 

            Matsumi havia feito eu perder muito tempo. Talvez o pequeno já estivesse em casa, mas eu tinha que tentar.

 

            Só de ver aquele rostinho magoado, os olhinhos de decepção...Senti vontade de jogar Matsumi pro alto e correr atrás dele na mesma hora.

 

            Mas isso significava alguma coisa. Se Ruki havia ficado tão abalado por me ver Matsumi me abraçar, era porque sentia algo por mim. Nem que fosse um grande afeto.

 

            Não encontrando Ruki pelo caminho, parei diante do portão de sua casa, chamando por ele. Depois de vários berros, vi a porta de abrindo e meu coração pulou, ansiando ser Ruki. Mas era a mãe dele.

 

- O Ruki está, senhora Matsumoto? – Perguntei, quase desesperado.

 

- Você é o amigo do colégio do Taka, né? – Assenti rapidamente. – O Taka não está bem...Entrou chorando em casa, pegou tudo de chocolate que havia na geladeira e nos armários e se trancou no quarto. – Comentou preocupada. – O que aconteceu?

 

- Eu vim conversar com ele sobre isso, senhora. – Informei, quase pulando o portão de tão nervoso. – Posso vê-lo?

 

- Claro. – Ela abriu o portão para mim, deixando-me entrar e me acompanho até dentro da casa. – O quarto do Taka é no segundo andar, segunda porta à direita.

 

            Assenti, já subindo a escada, mas a voz da senhora Matsumoto me fez parar na metade dos degraus.

 

- Por favor, tente fazer meu filhinho sair daquele quarto. – A voz dela era levemente tremida. – Ele é a coisa mais importante pra mim, não gosto de vê-lo chorando.

 

            Murmurei um sim, seguido de um aceno de cabeça e voltei a subir as escadas.

 

            De pé em frente à porta branca do quarto de Ruki, minha mão ia e voltava, eu ainda estava hesitante se devia bater ou não. Ainda não sabia exatamente o que dizer.

 

            Respirei fundo, batendo duas vezes na porta. Ouvi um barulho dentro do quarto, que parecia ser alguém levantando. O barulho vinha da porta mesmo, o pequeno devia estar sentado atrás dela.

 

- Mãe? – Chamou fracamente. Sua voz estava chorosa. – Não quero nada, só me deixa um pouco sozinho, sim?

 

- Sou eu Taka, Reita! Abre a porta pra mim, por favor! – Minha voz saiu mansamente pedinte.

 

- Reita, vai embora! Não quero falar com você! – Aquilo me atingiu como um soco na cara.

 

- Por favor, Ruki, eu quero conversar! Explicar o que aconteceu.

 

- Você não me deve explicações, Reita. Afinal, não temos nada. – Sua voz começava a ficar mais embargada. Temia que ele estivesse chorando de novo.

 

- Mas eu quero explicar o que você viu!

 

- O que eu vi? Vi você com uma garota, só isso. É normal ver um garoto e uma garota juntos... – Sua voz foi morrendo após poucos.

 

- Deixe-me entrar, chibi...Por favor,... – Era a primeira vez que o chamava de chibi.

 

            Ele fez um breve minuto de silêncio e no momento seguinte, ouvi o barulho da porta se abrindo.

 

            Afastei-me, deixando-o abrir apenas uma brecha da porta, colocando parcialmente seu rostinho para fora.

 

            E droga, ele estava chorando.

 

            Ver o chibi chorando partia meu coração. Sentia-me um monstro por deixá-lo daquele jeito.

 

- Taka, aquilo que você viu lá... – Ele ergueu o dedo, pedindo silêncio e me calei.

 

- Sabe...quando você falou que queria conversar...me dar explicações...eu lembrei do Kyo falando comigo. Porque era sempre isso que ele me falava...

 

            E aquilo me doeu mais ainda. Ser comparado com aquele cretino era doloroso demais.

 

- Mas... – Encarei seu rosto, querendo ouvir o que ele tinha para me dizer. – Ele nunca vinha até minha casa, batia no meu quarto e me chamava carinhosamente. – Assisti uma lágrima solitária escorrer por seu rosto e intuitivamente pus a mão em seu rosto, secando-a.

 

- Ruki...aquilo que você viu... – Comecei, fitando seus olhinhos amendoados e úmidos. – Matsumi é minha ex-namorada. – Destaquei bem o “ex”. – Ela não aceitou o término do namoro e fez aquele show que você viu. – Disse sinceramente, enxugando outra lágrima que escorria de seu olhinho.

 

            O loirinho me fitou, os olhos brilhantes pelas lágrimas, as bochechas avermelhadas e a boquinha entreaberta.

 

            Senti uma incrível vontade de morder aqueles lábios vermelhos tão convidativos.

 

            Ele abriu a porta por inteiro, me puxando pela blusa para entrar. Fechou a porta e voltou-se para mim. Passou a costas dão mãos sobre os olhos, enxugando as últimas lágrimas e encarou-me.

 

- Eu...acredito em você... – Murmurou baixinho. – Peço desculpas por fazer você vir até aqui.

 

- Não tem problema. – Falei sinceramente, dando dois passos na direção do menor. – Não ia conseguir ficar tranqüilo até saber que você não estava mais chorando por minha causa. – Debrucei-me um pouco para frente, tocando seu rosto pequeno com minha mão.

 

            Ruki me olhou mais uma vez com aquele olhar lindo. Sua boca se moveu num pequeno sorriso e não pude resistir.

 

            Puxei seu corpo em minha direção, abraçando-o com força. O corpo do menor ficou imóvel, talvez surpreso com minha reação. Até eu estava.

 

            Aos poucos o pequeno foi relaxando, levando seus braços até minhas costas, retribuindo o abraçado de um jeito tímido. Sorri, abaixando até sua testa, depositando um beijo carinhoso sobre sua pele branquinha.

 

            Ele sorriu, acomodando sua cabeça em meu peito, suspirando baixinho. Levei minha mão até seus cabelos claros, acariciando suavemente.

 

            Não sei ao certo quando tempo permanecemos ali, abraçados, mas foi maravilhoso senti o pequeno em meus braços. Parecia tão certo, tão correto ter Ruki em meus braços que não queria soltá-lo.

 

            Ouvimos barulhos vindo do corredor e rapidamente nos separamos. Na mesma hora a mãe de Ruki apareceu na porta com um sorriso e uma expressão de alívio no rosto ao ver o filho melhor.

 

- Ah que bom! Meu filhinho voltou ao normal. – Ela tomou o filho nos braços, beijando seus cabelos. – Muito obrigada, mocinho. – Agradeceu, virando-se para mim.

 

            Eu apenas sorri sem graça, coçando a nuca, envergonhado.

 

- Você quer tomar um lanche, querido? – Ofereceu gentil, ainda abraçado ao filho. – Beber alguma coisa?

 

- Não, obrigada. Tenho que voltar para casa.

 

- Fica mais um pouco, Reita! – O menor pediu e eu quase fui seduzido por sua voz pidona.

 

- Gomen Ru-chan, tenho que ir mesmo. – Ele fez um biquinho, assentindo com a cabeça tristemente.

 

            Ruki fez a gentileza de me levar até o portão. Despedi-me da senhora Matsumoto e segui com Ruki para o portão.

 

- Então, até amanhã na escola. – Murmurou com um pequeno sorriso no rosto.

 

- Até. Estarei te esperando no lugar de sempre. – Avisei, vendo-o assentir.

 

            Mais uma vez, Ruki pôs-se na ponta dos pés, beijando o canto de minha boca, dessa vez bem próximo aos meus lábios.

 

            Vendo um último sorriso brotar na face adorável do pequeno, voltei a seguir o caminho de casa.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*~