Suddenly escrita por Sayami


Capítulo 7
Reita




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Reita POV

 

            O resto do dia passou muito rápido pro meu gosto.

 

            Logo já estava na hora de voltar para casa, mas o que eu mais queria era ficar mais um tempo com o pequeno.

 

            Caminhamos a passos lentos pela rua, ouvindo Uruha tagarelar mais a frente com Ruki. Como o loirinho morava a caminho de minha casa, resolvemos que ele viria conosco.

 

            Enquanto os dois conversavam mais à frente, Aoi cutucou meu ombro discretamente, chamando minha atenção.

 

- E o problema com a Matsumi? Resolveu? – Perguntou baixinho, não querendo chamar a atenção de Kouyou para a conversa.

 

- Falei com ela ontem. – Ele me olhou com expectativa. – Terminei tudo.

 

- Fez bem, Reita. Aquele relacionamento não estava te fazendo bem. – Falou sinceramente e eu tive de concordar. – E você gostando ou não...Uruha tem razão. – Encarei-o confuso. – Você não gosta de garotas, Rei.

 

            Corei violentamente, vendo a imagem de Ruki surgir em minha mente.

 

- P-por que diz isso? – Xinguei-me mentalmente por ter gaguejado.

 

- Eu percebi como você e o baixinho estavam pertinho um do outro hoje. – Corei ainda mais com o sorriso sacana que se formava nos lábios do moreno. – E o olhar ciumento que você mandava a Uruha quando ele abraçava o chibi.

 

            Parei de andar, olhando Aoi incrédulo.

 

            O filho da mãe era um maldito observador.

 

- Sua cara já diz tudo. – Concluiu sorrindo. – Eu já sabia que você não gostava de garotas, só não falava para não te irritar.

 

            Voltei a andar, parando ao seu lado com uma grande interrogação na cara.

 

- Qual é, Reita? Você já ficou com o Kouyou! Quem fica com ele nunca mais consegue pensar em mulher. – Meu queixo tocou o chão, enquanto via o moreno sorri abertamente, se controlando para não gargalhar na minha cara.

 

            Convencido. Dizia aquilo só porque era seu namorado.

 

- Uruha te contou? – Questionei surpreso, lançando um olhar irritado ao mais alto à minha frente.

 

- Claro. – Disse com naturalidade. – Não temos segredos entre nós.  – Falou orgulhoso. – E então, vai tentar algo com o Ruki?

 

- Não sei...- Respondi, olhando para o pequeno que conversava alegremente com Uruha. – Não vou mentir, Aoi, ele mexeu comigo. Mas...ele acabou de sair de um namoro complicado...ainda está machucado.

 

- Entendo... – Disse, colocando a mão em meu ombro, me confortando. – Dê um tempo a ele, então. Espere até ele esquecer tudo que aconteceu e aí, meu amigo, - Abraçou-me pelos ombros, aproximando-se de mim. – Seduza-o até ele chamar por você nos sonhos. – Completou com um sorriso galante.

 

            Eu pisquei, assustado com as palavras de Aoi. Ele nunca havia me dito algo tão...profundo.

 

- O que foi? – Ergueu a sobrancelha. – Deu certo comigo! Kouyou não consegue viver sem mim. – Senti vontade de socá-lo por ser tão convencido.

 

            Estávamos tão entretidos com a conversa, que nem vimos que já havíamos chegado no cruzamento onde nos separávamos.

 

            Vi Kouyou abaixar e depositar um beijo estalado na bochecha de Ruki e inconscientemente mordi o lábio inferior, nervoso. Mas logo o loiro mais alto se pôs ao lado de Aoi, deixando o moreno abraçar sua fina cintura.

 

            Uruha mandou-me um beijo e ambos seguiram para a rua contrária a nossa.

 

- Sobre o que tanto conversavam? – Quis saber curioso, voltando a andar com Ruki ao meu lado.

 

- Nada de importante. – Respondeu sorrindo. – Uruha estava me contando sobre ele e Aoi. E sobre você... – Encarei o menor na mesma hora.

 

- Sobre mim? O que aquele fofoqueiro te falou? – Questionei, quase desesperado. – Não acredito no que aquele oxigenado falou, Ruki!

 

- Calma, Reita! – Pediu entre risos. – Ele dizia o quanto você era simpático e divertido, meio nervosinho às vezes, mas um ótimo amigo. – Encarou-me com os olhinhos brilhando e o sorriso iluminando seu rostinho redondo.

 

            Tive a decência de corar depois de ser tão elogiado assim.

 

            Cocei a nuca, sem graça, desviando o rosto daquela face tão fofa.

 

            Eu queria conversar com ele sobre mais cedo. Sobre o como foi bom sentir aqueles lábios macios em meu pescoço. Sobre como eu havia ficado com vontade de senti-los sobre minha boca. Como seria bom provar daquela boca tão pequena e tão convidativa.

 

            Mas eu devia seguir o conselho de Aoi. Devia esperar até ele se recuperar do namoro conturbado e aí sim, tentar alguma coisa.

 

            Depois de mais alguns minutos caminhando, já estávamos em frente ao portão dele. Ele parou em frente ao portão, olhando-me timidamente com seus olhinhos amendoados.

 

- Er...não quer entrar? Beber alguma coisa? – Convidou sem graça, sorrindo de leve.

 

- Não, obrigada Ruki. Preciso chegar em casa antes dos meus pais. – Seu sorriso murchou um pouco e senti-me um completo monstro ao deixá-lo assim. – Mas da próxima vez, quem sabe. – Tentei melhorar a situação e ele voltou a sorrir, para meu alívio.

 

- Tudo bem. – Ruki deu dois passos em minha direção. – Até amanhã então, Rei...chan. – Murmurou corado, depositando um beijo cálido em minha bochecha.

 

            Tão rápido quando seus lábios pousaram em meu rosto, eles se afastaram.

 

            Fiquei parado bobamente em frente ao seu portão, vendo-o entrar apressado em casa.

 

            Levei a mão até o local que ele beijara. Eu não estava sonhando, estava? Havia sido um beijo real, certo?

 

            Sem eu perceber, um sorriso se apossou do meu rosto pelo resto do caminho até em casa. Passei por meus pais, que me olhavam confusos por me verem tão no mundo da luz.

 

            Entrei no quarto e caí na cama, abraçando meu travesseiro. Eu me sentia um idiota.

 

            Um idiota apaixonado pelo baixinho mais adorável do mundo.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*