Os Winchester Perguntam escrita por Anna Evans


Capítulo 11
Tortas, sangue e um barbeiro demoniaco - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Meus amores desculpem pela demora, serio mesmo. Fiquei fora do Nyah, mas vou voltar, já tem um bom tempo que não escrevo nada. Espero que gostem desse capitulo.



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Sam Winchester

Estávamos no intervalo, pois o convidado especial ainda não havia chegado. Eu não fazia idéia do que acontecia em Londres com Alex e Emmet pois haviamos perdido o sinal. E Dean gritava com todo mundo que falava com ele, porque ele não conseguiu salvar o ingresso para ir ao show do AC/DC.

Eu estava caminhando de um lado para o outro impaciente. Odiava atrazos.


Dean Winchester.

— Quem foi o inútil que construiu essa poltrona? — Perguntei a produção. — Eu dou um chute e ela desmonta? Como é isso?.


Sai dali batendo o pé, agora eu teria que passar o programa todo de pé.

— Dean! — O camera me gritou.

Olhei pra ele de canto de olho e perguntei o que ele queria.

— O programa vai começar, volta e senta.

Ah não, ele não disse isso.

— Só se for na sua cabeça né retardado?! Ta vendo que a merda da minha poltrona se desmontou. — Falei voltando pro palco.

Sam chegou e se sentou olhando para o chão vendo a minha poltrona de brechó desmontada no chão.

— O que aconteceu? — Perguntou ele.

— O que aconteceu? O que aconteceu Sam? — Perguntei a ele. — Aconteceu que eu do duro o dia todo trabalhando aqui...

— Você só fica sentado o programa todo — Interrompeu Sam

— Não me interrompa. — Pedi a ele — Fico todos os dias dando duro, me matando de trabalhar com fome...

— Com fome fica quem trabalha aqui, afinal você come a comida toda sozinho.

— Já te falei que é pra esperar eu terminar de falar? Acho que sim né? Pois bem, morro de fome, me importo com eles e tudo mais, e o que eles fazem comigo? — Perguntei a ele.

Sam se jogou pra tras para encostar na poltrona.

— Eles me compram essa espuma de sofá velho acolchoado com um pano barato que foi comprado em um brechó e tingido com tinta vermelha de um e noventa e nove e chamam de poltrona... Ai a gente da um peteleco e ela se desmonta toda...

— Você não deu um peteleco, deu um tremendo de um chute. — Falou David um dos caras da produção. Velho rabugento.

— Ta vendo Sam? Ninguém me compreende nesse mundinho cruel. — Falei — Mas quer saber? Eu não sou o idiota que vai ficar em pé a entrevista toda. Vou sentar no sofá dos convidados afinal o nosso convidado de hoje não deve ser tão gordo assim pra tomar todo o sofá pra ele.

— Por mim... — Falou Sam dando de ombros — Não to nem aí.

— Andem logo vou começar a gravar.

A camera foi ligada e Sam se voltou com um sorriso para a camera.

— Bom, estamos de volta com a OWP. E agora entrara o misterioso entrevistado de hoje. Sweeney Todd!


Sweeney Todd, eu já ouvi esse nome em algum lugar, mas aonde?

As luzes foram para a entrada e de lá saiu uma sombra... Um cara magro, pálido, nada bonito com uma roupa mais desconfortável que a minha que se sentou do meu lado e me causou arrepios.

Ele virou a cabeça para o lado e me encarou, seus olhos eram intimidadores demais.

— O que foi Dean? — Perguntou Sam olhando para mim.

— Nada não, é que deu uma caimbra na perna, acho melhor eu ficar me pé mesmo... O programa todo. — Menti me levantando.


— Bom, ola Sr Todd, tudo bom? — Sam perguntou

Um minuto de silencio... Ninguem falou nada, e o Sweeney não respondeu a pergunta por um bom tempo, ele apenas ficou encarando Sam.

— Sim — Disse por fim.

— Ér, que bom né — Falei.

Ele me encarou de novo.

Eu estava me sentindo como alguém que esta vendo um DVD arranhado que parava o tempo todo.

— E o que você faz? — Perguntou Sam.

— Sou um barbeiro, da rua Fleet — Respondeu ele olhando para o chão.

— A quanto tempo trabalha com isso? — Perguntei a ele.

Ele me olhou e depois encarou o nada.

— É uma longa historia... Eu tra...

— Se é longa então não conta — Falei a ele.

Sam me encarou.

— Por favor, ignore ele e continue

Sweeney Todd fechou as mãos em punhos.

— Só mais uma perguntinha — Falei — Você é casado? Sei lá você é meio es...

— CHEGA! — Gritou ele.

Eu me encolhi do lado do Sam.

Sweeney se levantou e caminhou de um lado para o outro impacientemente até que parou... e começou a... Cantar?

— Havia um barbeiro e sua esposa, e ela era linda. Um barbeiro tolo e sua esposa. Ela era sua razão e sua vida. E ela era linda, e ela era pura... E ele era ingênuo.


— Agora eu sento! — Falei me jogando no sofá. — Faz tempo que eu não assisto um musical — Falei ao Sam, que sorriu animado também.

— Tudo bem Sr esquisitice — Falei com o barbeiro. — Mas o Sam perguntou outra coisa... E eu perguntei se era casado.

— Idiota não ta vendo que ele era casado? Quem mais seria a linda da musica dele? — Perguntou Sam.

— Ué, sei lá... Isso parece até letra de pagode, e tu sabe que em pagode toda música é uma mulher diferente. — Falei.

— Mas imbecil ele falo que era esposa... Ah quer saber? Esquece.

— CALEM-SE! — Gritou Sweeney Todd. — Ainda não terminei. — Sam e eu nos olhamos e ficamos quietos. Ele continuou a cantar.

— Mas havia outro homem que viu, que ela era linda, um predador abutre da lei.Que ao mexer as suas garras, removeu o barbeiro de sua lâmina. Que nada pode fazer, a não ser esperar. E ela se abateu, tão meiga, tão jovem, tão perdida e tão linda.


Eu e o Sam nos olhamos.

— Mas vem ca... — Perguntei a ele — Você é tão fraquinho assim? Acorda, se eu fosse você tinha acabado com aquele bando de policial corrupto do gta e tinha ficado com ela. Facil assim.


— Isso foi a tantos anos... — Falou ele.

Eu comecei a rir.

— Se liga Sam — Falei com ele. — Ele falou que já tem muitos anos...

— E o qual é a graça nisso? — Perguntou Sam confuso.

— Ele tem que fazer uma nova musica, viver no passado é para os fracos....

— Você quis dizer que quem vive de passado é museu né? — Perguntou Sam.

— Não, porque essa frase é mais antiga do que o significado dela então ela é quase um museu também... Ta, eu também não entendi o que eu disse então deixa pra lá.

Sam suspirou.

— Agora a musica certa a se cantar seria:

— Havia um barbudo e sua mulher... E ela era velha. Um barbudo tosco e sua velha, ela era a pelanca de sua vida e ela era carrancuda, e ele era... Broxante.


Sam segurou o riso .

Sweeney veio até mim que estava morrendo de rir e puxou uma lâmina de prata...

— Não gostaria de se barbear Senhor? — Perguntou ele sorridente.

Parei de rir e engoli em seco.

— São de prata? — Perguntou Sam

Sweeney abaixou as laminas e respondeu que sim.

— Mas você tem ela desde...

Sweeney interrompeu Sam cantando outra música...

Só Deus na causa... Merda vai logo pra Broadway.


— Essas são minhas amigas — Cantava ele olhando para as laminas. — Veja como brilham... Veja como essa brilha. Como sorri na luz, minha amiga. Minha fiel amiga. Fale comigo, amiga... Sussurre eu ouvirei... Eu sei, eu sei, você ficou trancada fora de vista todos esses anos como eu...


Eu fui pra perto do Sam e cochichei.

— Sam, acho que ele é esquisofrenico.

— O que? Porque acha isso? — Perguntou Sam.

— Acorda, ele ta falando com uma lâmina... E acha que ela ta falando com ele, vai me dizer que isso é normal? — Perguntei a ele.

Sam me olhou.


Sweeney Todd voltou para seu lugar.

— Bom, quando você era pequeno... Você sofreu bullyng ou alguma coisa do tipo? — Perguntou Sam.

Sweeney Todd estreitou os olhos.

— Bom, tudo bem falar com objetos e tal, mas seria bom arrumar um psicologo.

— Seria bom você fazer a barba também. — Falou Sweeney alisando sua lamina.

— Ér, melhor não, obrigado.

— Mudando de assunto... — Falei — Eu to ficando cansado... Mas enfm, de onde você é?


E lá se foi ele cantar de novo. Ai senhor.

— Há um buraco no mundo, como uma grande cova negra, e todos os vermes do mundo vivem ali, onde a moral não vale o que um porco poderia cuspir. E esse lugar tem o nome de Londres.


— Caramba, humilhou. Mas se você mora lá, e todos de lá são vermes, então logo você é um verme. — Falei a ele. — Po cara, tenha mais amor próprio.

— Não me deixou terminar Senhor. — Falou ele e em seguida continuou cantando. — No topo desse buraco ficam os poucos privilegiados. Que zombam desses vermes, nesse zoologico vil. Transformando a beleza em corrupção e ganância. Eu também velejei pelo mundo e vi maravilhas. Desde a crueldade do homem que é tão maravilhosa quanto o Peru. Mas não existe lugar como Londres.


Ele se virou para mim.


— Deu na mesma merda, mas enfim... Continuando... Vamos deixar você demonstrar seu talento para o pessoal de casa, você aceita o desafio?

— Desafio? — Sam e Sweeney perguntaram ao mesmo tempo.

— É... Eu e você mano a mano. Você chega aqui todo cheio de marra, calmo, todo elegante e educado, ai solta a voz pra se amostrar só porque canta bem e todo mundo se derrete... Só que quem é o gostozão desse programa aqui sou eu meu amigo. Lindo e poderoso — Falei cruzando os braços.

— Porque sera que eu acho que isso não vai dar certo? — Perguntou Sam.

— Qual sera o desafio? — Perguntou Sweeney.

— Aposto que mesmo eu não sendo barbeiro consigo fazer a barba de alguém antes de você.

Sam e Sweeney riram.

— Não vou perder meu tempo.

— Se você terminar antes eu irei fazer o que você pedir, se eu ganhar fara o que eu pedir.

Sweeney sorriu.

— Tudo bem então.

— Pode pegar alguém da platéia com barba, o Sam sera o juiz.. Produção tragam duas cadeiras e os equipamentos! Fiquem aqui que eu vou arrumar alguem pra barbear.


Sai correndo do palco e fui lá para dentro, andei pelos corredores e avistei Marcos, um funcionario de limpeza, ele não tinha barba alguma.

— Marcos, vem agora comigo. — Sai puxando ele pelo braço, entramos no camarim e pedi pra ele se sentar no banco.

— O que você quer comigo? — Perguntou Marcos apavorado.

— Quero fazer uma coisinha bem rápida.

— Ai meu Deus, olha Dean, agora é sério, eu gosto de mulheres então por favor não fassa nada que...

— O que? Não nojento, eu não sou Gay nem vou te tarar. Agora fica quieto. — Falei pegando uma cola dentro da gaveta e uma barba de mentira.

— Eu vou colocar isso em você tenho que barbear alguém, e ninguém precisa saber que a barba é falsa né... — Destampei a cola que se chamava pega facil e colei a barba no Marcos.

— Anda agora vamos pro palco.

Corremos ate o palco.

Sweeney ja me esperava, um cara com uma barba de bebum estava sentado em sua cadeira. Levei marco ate la e joguei ele na cadeira. Colocamos um pano por cima pra não sujar a roupa deles e o Sam pediu para começarmos.

Sweeney ajeitava sua lamina enquanto eu disfarçava pegando um prestobarba fajuto e colocava a espuma de barbear na barba falsa dele. Ai fiquei na frente dele pra que ninguém visse oque eu estava fazendo. Enquanto isso Sweeney passava a espuma agora no rosto do outro cara... Hahaha idiota vai perder. Me preparei e comecei a puxar a barba falsa, mas a droga não saia de jeito nenhum, merda de cola deveria se chamar tira dificil. Quando fui tentar pela segunda vez, Sam pediu para mim parar e falou que Sweeney tinha vencido.


Olhei para o lado, era impossivel.

— Mas, mas, começou agora e você... — Tentei falar mas estava petrificado olhando pro cara que agora estava com uma bundinha de bebe no lugar daquela barba horrorosa.

— Quer tentar mais uma vez? — Perguntou Sweeney.

— Quero, desta vez, chamem o Dumbledore para ele barbear — Falei indignado.

Tentei mais uma vez mas quando arranquei metade da falsa barba de Marcos, Sweeney já havia terminado.

Sam começou a rir da minha cara.

— Ta bom, você ganhou! O que quer que eu fassa? — Perguntei a ele.

Sweeney deu um sorriso maligno.

— Quero que cante e dance Barbie Girl ...

Minha boca parou lá no chão...

— E ainda não terminei, você sera a barbie e o seu irmão Sam sera o Ken.

Sam deu um pulo.

— Vocês dois que apostaram eu nem estava no meio disso.

Sweeney apontou a lamina na garganta de Sam.

— Quer dizer, eu posso ser o Ken sem problema algum.

— PORQUE? O que eu fiz pra merecer esse dia horroroso? Primeiro perdi o ingresso do show do AC/DC, Depois minha poltrona quebrou e eu fiquei em pé o dia todo e a gora vou ter que fazer papel de travesti?

— Ér vamos pros comerciais, logo logo voltaremos. — Falou Sam.

E o zé mané desligou a camera.









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Notas finais do capítulo

Bom esse capitulo só acaba na parte 3...
Espero que tenham gostado, e deixem reviews *-*
Beijoos'