The Deaths Child escrita por MollySaven, JPerkinson


Capítulo 12
12.


Notas iniciais do capítulo

Só porque agora da pra editar,acertei o nome do capitulo de primeira.Lei de Murphy é,sem duvida,a unica que sempre funciona.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/116100/chapter/12

- Vamos? – perguntei a Conrad,deitada de lado na maravilhosa poltrona de couro idêntico ao do sofá que se encontrava em meu quarto.

- Claro.Se você pelo menos começar a arrumar sua mala,nós poderemos ir mais rápido. – ele sorriu.Havia esquecido o pequeno “incidente”com Nathan.

Me joguei na cama,meu cabelo voando enquanto eu caia esticada por todo o colchão.

- Sabe,não gosto daqui,mas admito que prefiro essa cama ao banco do carro.

- Quer passar a noite aqui?

- Não da.Faltam não sei quantos dias pro meu prazo acabar...

Ele fechou sua mala e mudou de assunto – Não sei se te obedeço por que você é mulher e eu sou um cavalheiro ou por que sei que você anda com uma espada,um escudo e um arco e flecha.Devo acrescentar que você me da medo?

- Acho que você obedece por que sabe que,no fundo,você não viveria sem mim.E também por que sabe que,se não me obedecesse,sua vida seria chata e vazia.

- Não,acho que é por causa do medo mesmo...

- Medo...de mim?mas eu sou tão dócil!

- Dócil como seu pai,com certeza.

- Admita,você não viveria sem mim.

- É,...como viver sem a causa de seus problemas?

- São os problemas da vida que dão sentindo ao viver.

- Profundo...no pára-choque de caminhão onde você viu isso tinha mais alguma coisa escrita?

- Tinha. “Thommy Hilfiger é uma loja feminina”

O silencio reinou por alguns segundos e senti o impacto de uma revista qualquer arremessada contra meu rosto.

- Retire o que disse – gritou,tentando não rir.

- Você acabou de jogar uma revista em mim.Perdeu a noção do perigo,Con-con?

- Que perigo?Eu sou parte da sua missão.Não a perigo.O máximo que você pode fazer é jogar a revista de volta.

- Verdade,eu estava quase me esquecendo. –  enrolei a revista e acertei-a em seu estomago.

- Eu sei que esta todo mundo feliz,mas,nós precisamos ir. – com uma única frase,Ethan acabou com toda a diversão.Porem,em quinze minutos,estavam todos prontos em frente a casa.Jenna se despedia dos pais.Ethan a envolvia com um de seus braços.Conrad e Jesse discutiam por algum motivo banal.

- É impressão minha ou você anda fugindo de mim?

- Sou filha de Hades.Não fujo de nada.

- E ai,o que você pretende fazer?

- Em relação a que?

Ele apontou pra si mesmo,depois pra mim e fez biquinho.Dei de ombros.Estava indo separar Jesse e Conrad quando senti um par de olhos verdes sobre mim e Nathan.

A horrível ceninha no posto de gasolina ferveu em minha mente,seguida por flashes de Jenna comentando algo sobre seus músculos...

Senti a raiva pulsando em minhas veias.Entrelacei minhas mãos em volta da nuca de Nathan e o beijei,exatamente como Jenna havia feito.Ainda sentia o olhar de Ethan sobre minhas costas.Bom mesmo.

- Isso é o que eu vou fazer.Esta bom pra você?

- Esta ótimo – ele sorriu.

Resolvi olhar em volta.Conrad não pareceu ter notado o que havia acabado de acontecer.Ethan parecia levemente irritado,com aquela expressão de ‘não vai funcionar’.Jenna franzia a testa,provavelmente surpresa.Jesse me encarava com a sobrancelha levantada. – O que exatamente eu perdi?

- Basicamente,Molly percebeu que nunca tinha beijado ninguém...

Tive de interromper Conrad. – Desde quando “percebeu” significa “jogaram na cara dela”?

- Certo.Ela ficou triste,e Nathan aproveitou o momento emo e deu uns amassos nela.

- O que?Eu não dei... “uns amassos” nela,e qual é?Nem minha avó fala desse jeito – Nathan parecia bem irritado.

Pigarreei alto o bastante para todos ouvirem.- Ótimo,Headder entendeu que eu beijei o Nathan,maravilha,agora podemos ir embora?Temos um prazo a cumprir.

- Temos? – Nathan franziu a testa – De quanto tempo?

- Ainda deve faltar... – tentei responder,mas Conrad me cortou.

- Não fale nada sobre a profecia pra ele!

- Por que não?

- Não é seguro sair por ai contando detalhes da missão pra estranhos.

- Nathan não é um estranho! – respondi,mas,pela expressão de Conrad,soube que ele não iria ceder.Resolvi assentir.Quem sabe isso melhorasse seu humor.Nathan o encarava,raiva em seus olhos.Jesse assistia a tudo com um silencio digno de um enterro.Foi a vez de Ethan pigarrear.

- Vamos,então?

- Vamos.Jenna dirige.

- Ah não!

- Vai sim,a não ser que você queira ir no porta-malas.

- Se o Ethan for também... – seu sorriso malicioso deixou claro que ela não pretendia ficar no porta-malas apenas aproveitando a companhia de Ethan.

- Ele vai.

- Uhul.Teremos uma viagem boa,pelo menos.

- Não,ele vai.Você não.Você vai dirigir.

- Não quero dirigir.

- Não ligo.Ou dirige ou ficamos aqui,parados, longe de qualquer shampoo.

Jenna fez uma careta e sentou-se no banco do motorista.Nathan entrou no banco de trás.Fui me sentar ao seu lado.Conrad olhou para nós e em seguida para Jenna,como se tentasse decidir o que era pior.Por fim,acabou sentando-se ao meu lado,a contragosto.Jesse jogou-se no banco do passageiro e bateu a porta.

- Cuidado com o meu carro,Headder.

Sem resposta.

- Por que anda tão calado,Jesse?Um gato comeu sua língua,bebe?

Ele me encarou pelo retrovisor,um brilho frio dançando em seus olhos.

- Eu não quis atrapalhar o casalzinho. – ele respondeu sorrindo,mas a irritação na sua voz era nítida.Dei de ombros,fingindo não ligar,mas aquele olhar no retrovisor me dava leves arrepios.

Deitada sobre o ombro de Nathan,o senti mexendo em algo que tirara do bolso,mas não dei muita atenção.

Não muito tempo depois,começou a vir um cheiro não muito agradável pela janela aberta.Não pensei muito no assunto,pois logo em seguida algo se chocou contra a lataria do carro.

- Jenna,como você consegue bater meu carro numa estrada vazia!

- Eu não bati!

- É,uma arvore apareceu do nada e bateu no meu carro,claro.

- Ahn...Molly. – Conrad parecia petrificado – Odeio concordar com a Jenna,mas a culpa não é dela.Olhe – ele apontou para alguma coisa atrás de nós.Uma belíssima dracaenae.Devia ser a coisa mais feia que eu já vi.Fora Jenna de manhã.

- Jenna,acelera,agora!

Respirei fundo enquanto o carro arrancava.Nosso primeiro monstro.Até que havia demorado bastante pra aparecer.

A dracaenae se movia com uma agilidade surpreendente,e logo iria nos alcançar.Fugir não era mais uma possibilidade.

- Pare o carro.Vamos lutar. – Jenna demorou a me obedecer,obviamente sem muita vontade de lutar.Assim que as rodas deixaram de se mover,saltei do carro,levando uma mão ao pingente do colar e a outra ao da pulseira.

Conrad me encarou boquiaberto.Esqueci-me de que ele nunca havia visto nem o arco nem o escudo antes.Logo,ele percebeu que não era um bom momento para ficar parado.Mas não logo o suficiente.

O monstro não ficou nos esperando atacar.Avançou contra Conrad,as garras enormes na ponta de seus dedos rasgando sua camisa e abrindo um corte pouco abaixo de seu peito.Não perdi tempo pirando ou gritando,apenas o puxei para a proteção de Zweiseiten.

- Você esta bem?

- Não muito. – ele gaguejou.Realmente,ele não parecia muito bem.Sangue empapava sua bela camisa “I Love NY”.Lhe entreguei meu arco e a aljava e tirei o apontador a laser do bolso do jeans.Eu preferia o arco,mas não podia deixar Conrad desarmado.

Olhei rapidamente em volta.A horrível dracaenae tentava atacar Jenna.Senti uma súbita onda de simpatia pelo monstro.Infelizmente,ela não estava tendo sucesso,pois Ethan defendia a namorada com unhas e dentes.Uau,ele gostava dela mesmo.Não encontrei Nathan em lugar algum.Mike observava tudo com os olhos arregalados de dentro do porta malas.Onde estava Jesse?

Uma flecha passou raspando por meu braço.Olhei para cima.Headder mandava flechas do alto de uma arvore qualquer.

- Tome cuidado,idiota.

Por um segundo,Ethan olhou para onde Jesse estava.Um segundo foi mais do que suficiente.A dracaenae esticou o braço,ou o que quer que fosse aquilo,arranhou o ombro de Ethan e dilacerou o pescoço de Jenna.Uma flecha de Jesse atravessou seu peito e o bicho feio explodiu.

Não tive muito tempo para pensar sobre o que acabara de acontecer,pois logo ouvimos um rugido ensurdecedor.A dracaenae tinha uma amiga.Viva.

Não esperei ela rasgar mais alguém,avancei na direção do barulho,a espada pronta para cortar sua cabeça feia.

Um movimento me chamou a atenção.Algo se movera na direção contraria a do monstro.Alguém fugia.Só então notei o pequeno objeto preto.O culpado de tudo era aquele negocio.Infelizmente,os três segundos que baixei a guarda para observar o objeto se voltaram contra mim.O novo monstro bateu em meu braço,suas garras perfurando uma área logo abaixo de meu cotovelo,fazendo a espada voar longe.

Olhei da espada para o objeto,tentando decidir qual era a maior prioridade.Corri até o celular,um Iphone 4 com o 3G ligado.Eu poderia pega-lo e vende-lo no Ebay,mas não tinha tempo pra pensar nisso.Abaixei o braço do escudo com força,cravando a parte pontuda de Zweiseiten contra o celular,conseqüentemente quebrando-o ao meio.

O braço cortado começou a latejar,reclamando por causa da falta de sangue.Tentei chegar até a espada,nas a dracaenae se colocou em meu caminho,desferindo golpes com aquelas garras horríveis sem parar.Eu me defendia como podia usando o escudo,mas não tinha chance alguma.Resistira por pouco mais de trinta segundos quando ela arrancou Zweisenten e atirou-o para o lado contrario ao da espada.

Resolvi apelar para minha ultima chance:correr.

A dor,antes apenas irritante,começara a prejudicar minha visão,levando consigo toda a minha concentração.Quando voltei a mim,estava sentada,as costas coladas a uma arvore,o braço doendo tanto que dava vontade de cortá-lo fora e o tornozelo latejando.Que lindo.Eu havia tropeçado.Como eu pude ser tão tapada a ponto de tropeçar?

Enquanto as garras da dracaenae vinham na direção da minha garganta,cheguei a conclusão de que eu não queria morrer.Minha vida andava bem divertida.Entretanto,eu iria voltar pra casa.Chega de missões.Isso se eles conseguirem salvar o MI.Mas,se não salvarem,eu já vou ter morrido mesmo...

Pra minha surpresa,não senti nada rasgando meu lindo pescoço.A Mao do monstro estava a pouco menos de dez centímetros de mim quando este foi pulverizado.

Jesse segurava minha espada em uma das mãos e seu arco em outra. – Fiquei sem flechas. – ele disse,um estranho sorriso bondoso e amigável em seu rosto.Medonho. – Você esta bem?

Estendi meu braço,mostrando a ele o corte logo abaixo do cotovelo.Jesse passou seus dedos por ele vagarosamente.Observei a abertura se fechar sem segundos.

- O corte é fundo.Vai demorar para seu braço voltar ao normal,mas deve parar de doer rapido.

Eu estava prestes a agradecer papai por incluir um filho de Apolo na missão quando me lembrei de algo.

- Conrad! – gritei enquanto corria para o lugar onde havia largado meu amigo.

- Ele esta bem.Eu pedi pra Ethan colocá-lo no carro. – o sorriso de Jesse desapareceu – Esse cara é que esta horrível.

Só então percebi o conhecido zumbido que apenas eu podia ouvir.Flashes do que havia conhecido a pouco mais de quatro minutos surgiram em minha cabeça.Jenna estava morta.Uma já era,falava outro.Ethan não devia estar nada bem.Já eu não estava feliz nem triste,simplesmente indiferente.

Pensei em voltar para buscar meu escudo,mas Jesse tomara conta disso,então corri para o carro.

- Eu sinto muito. – abri a porta do banco do passageiro e abracei Ethan.Ele parecia mal,mal mesmo.Não havia chorado,mas a derrota  a tristeza eram tão visíveis que parecia que estavam escritas em sua testa.

- Pode não parecer – ele começou -  mas ela era uma garota muito legal.Só descobri isso depois de conhecê-la bem.Sempre otimista,sempre feliz.Ela podia ser um pouquinho irônica demais,mas era só seu jeito de contornar o nervosismo.

- Difícil de acreditar,mas,se você diz... – me arrependi de ter dito aquilo,mas,por sorte,Ethan não prestara atenção.

- A culpa é minha.Ela confiava em mim.Se eu a tivesse protegido melhor... – ele voltou a olhar para as próprias mãos.

- Não,a culpa não é sua.O Oráculo de Delfos disse que dois iriam morrer.Isso iria acontecer de qualquer forma. – ele não parecia melhor – E eu tenho certeza de que ela vai para o Elísio.

- Tem mesmo?

- Claro.Ela morreu lutando para salvar o Mundo Inferior.Papai com certeza vai ser generoso com ela.E,se não for,eu posso convencê-lo a ser.

- Faria isso por ela?

- Não.Mas faria por você.Se ela significa tanto assim pra você...

Ele sorriu. – Eu não acredito que Molly Saven vai fazer algo bom.E algo bom para minha namorada!

- Pode acreditar.Eu estou virando boazinha ultimamente...estranho.

- Vai me colocar no Elísio também? – perguntou Conrad,a voz soando mais fraca do que costumava ser.

- Você não vai morrer. – eu respondi,a voz firme.

- Eu não teria tanta certeza. – ele levantou a blusa,mostrando um corte enorme,feio e recentemente fechado que fazia o buraco no meu braço parecer um corte de papel.

- Eu tenho.

- Aonde esta Nathan? – ele mudou de assunto.

Senti a raiva tomando conta da minha voz a medida em que eu juntava as partes do quebra cabeça. – Mike,você tinha medo do Nathan por que ele se parecia com o garoto do seu sonho,certo?

O pequeno Mike assentiu do porta-malas,ainda aterrorizado com o que acabara de ver.Ethan franziu a testa para mim.

- Mike teve um sonho.Um menino moreno,ajudado por um monstro.Nathan tirou algo do bolso e começou a mexer um pouco antes do monstro aparecer. Eu encontrei um celular com o 3G ligado largado ali perto,foi assim que eles nos encontraram.E também o vi fugir.

- Você quer dizer que... – começou Jesse,que acabara de chegar e sentar-se ao lado de Conrad no banco traseiro.

- Sabia!Aquele traidor,ele estava contra a gente o tempo todo!

- Ele não só esta contra a gente – eu disse,a certeza crescendo a medida que eu falava – ele é o garoto da profecia.O herdeiro de Aquiles.

Senti a voz de minha consciência sussurrando o trecho “No oeste,o encontro.No norte,o confronto.”

- É hora de irmos para o norte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse veio na sexta,problemas de internet :( De qualquer forma,não deve acontecer de novo.