The Deaths Child escrita por MollySaven, JPerkinson


Capítulo 13
13.


Notas iniciais do capítulo

FINALMEEEENTE.Desculpe pela demora,Conrado.Nao vai acontecer de novo.Pelo menos eu espero que não.



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- Molly,você ainda esta namorando o tio Nathan?

- Não – senti meus cerrarem – Não.

Olhei pelo retrovisor.Mike parecia tão pequeno.Não,ele era pequeno mesmo.Jesse...eu não sei.Ele estava muito estranho desde que...desde que Conrad chegara.Connie estava tirando a casquinha de um dos muitos arranhões que ganhara em batalha.Ethan exibia sua conhecida expressão de culpa,enquanto brincava com um fiapo solto de seu jeans.

- Você sabe que ninguém teve culpa.

- Não tente me consolar.

- Você tem que ser consolado.Repita: Não é culpa de ninguém.

- É minha culpa.

- Não é...

- Se eu tivesse prestado atenção...

- Não é culpa...

- Eu devia ter me concentrado mais.

- De ninguém,Ethan.Aceite.Se o pai dela não pulasse a cerca,ela não teria nascido.Se não tivéssemos encontrado Nathan,nada disso teria acontecido.Se Mike tivesse dito que Nathan era o garoto do sonho...Tem como colocar a culpa em qualquer um.Foi obra do acaso,o destino,um conjunto de erros...

- Molly,onde esta o tio Nathan? – Mike interrompeu meu discurso.

Cerrei os dentes – Deixamos ele lá.

- Ahn...ta.Molly,é verdade que a tia Jenna foi morar com o papai do céu?

“Não”,pensei em responder “foi morar com o MEU papai no Mundo Inferior”,mas não me pareceu apropriado.

- É,Mike. – aquela conversa me lembrou de algo.Troquei de língua para o alemão,de modo que só Conrad me entendesse – O que faremos com Mike?Quer dizer...ele esta sobrando.Sempre que vai alguém mais nas missões o destino da um jeito de... ‘podar’ as sobras.

- Por que estamos falando em Alemão? – Conrad franziu a testa,enquanto os outros três nos encaravam,confusos.

- Por que acho que foi por isso que Jenna morreu.

Ele sorriu. – Não foi por isso.Eu pensei bem e...Mike não é ‘uma sobra’ – fez aspas no ar – A profecia diz “voltarão a ver o velocino e o pinheiro”.Mike nunca viu nenhum dos dois,por isso,acho que ele não esta incluso.

Eu não tinha tanta certeza,mas achei melhor concordar.

- Serio,o que vocês tão fazendo?Algum tipo de conversinha na língua do amor ou algo assim... – Jesse comentou,mal-humorado.

- É alemão,não francês.Fala serio,até um mendigo sabe a diferença...

Ethan deu de ombros – É que nenhum dos dois fala francês,então o alemão é o único jeito de trocar mensagens amorosas na nossa frente.

Mostrei a língua pra ele.Ja tinha problemas suficientes,não precisava deles me empurrando para Conrad.Quer dizer,que nojo...Conrad.

- Idiotas – eu disse para Theo em alemão,que sorriu.Dessa vez,o sorriso largo e arrogante com o qual eu estava acostumada.

- Vocês vão fazer isso o tempo todo? – interrompeu Jesse novamente.

- Talvez – disse Conrad – Só até perder a graça.Algo me diz que vai demorar...

- Engraçado... – começou Ethan.Só por seu tom de voz eu soube que nada de bom estava prestes a ser dito – Nathan mal foi embora e vocês já são amiguinhos de novo.

O.k.Ele estava de luto e tal,mas Ethan estava começando a me tirar do sério.

- Mesmo quando Nathan estava aqui,nós éramos amigos.Você que estava ocupado demais na boca de Jenna pra notar.

Ethan olhou para baixo e não respondeu,voltando a mexer no fiapo.

- Ah,pelo amor dos deuses,Ethan!Você vai ficar triste toda vez que eu disser o nome dela?

- Molly... – Mike começou,mas logo mudou de assunto – olha que legal!Quando eu falo Jenna,ele fica triste.Quando falo Molly,ele fica bravo!Molly,Jenna,Molly,Jenna,Molly,Jenna... – Mike continuou cantarolando até me irritar de verdade.

- Cala a boca,Mike – minha voz ecoou.Olhei para o lado,Ethan tinha gritado também.

Mike se encolheu no banco.

- Ahn...me deixem pensar...Vamos até o norte,achar Nathan.E ai,fazemos o que?

- No final,só a morte tua vida poderá salvar – citei – Acho que,seu eu quiser sobreviver,vai ter morte.

- Então,teremos de matar Nathan – Conrad não parecia triste com a idéia.

- O que,exatamente,ele esta fazendo de errado? – Ethan levantou a cabeça para perguntar.

- Ele esta drenando a energia do Mundo Inferior,como se o reino de meu pai fosse algum tipo de pilha AAA.Com essa energia...ele poderia carregar uma arma potente o suficiente para destruir os deuses.Sozinho.

- Mas...por que ele se juntou a nós?

Parei pra pensar e me dei conta de que já sabia a resposta.

- Ele foi mesmo atacado por um monstro.Ele deve ter herdado um pouco daquela invencibilidade de Aquiles,e os genes divinos reforçaram essa herança.Não digo que ele não pode morrer por algum lugar que não seja o calcanhar,mas acho que é um ponto mais sensível.O mostro mordeu muito perto.Ele podia morrer.

- E então,ele se encontra conosco por acidente e bola o plano perfeito: ganha a confiança de Molly,fica com a gente até se recuperar e depois aproveita para nos dar uma faca pelas costas e liquidar-nos. – Conrad completou,os dentes cerrados de raiva assim como os meus.

- Faz sentido,mas,para ganhar a confiança da Molly,ele precisava mesmo ter beijado ela. – Jesse falou,ainda em seu tom irritado.Senti que alguém tinha dormido mal.

- Também achei desnecessário. – Ethan tinha um sorriso triste nos lábios.

- E não posso dizer que eu gostei,mas,se ele não fizesse isso,acho que a Molly não confiaria tanto nele... – Conrad fez uma careta.

- Parem de falar sobre mim como se eu não estivesse... – parei de falar ao ouvir o som estridente de algo arranhando o carro.Meu carro.

A moto parecia tentar frear,mas continuava avançando rápido de mais.

- Motoqueiro filho da Perséfone. – mais uma vez,não foi essa a palavra que usei.Mas,com certeza,foi um sinônimo.

- A Molly falou palavrão! – gritou Mike.

- Falei mesmo.Como aquele cara tem coragem de arranhar meu carro? – as ultimas duas palavras saíram um pouco mais altas do que as demais.

Pisei fundo no acelerador,determinada a me vingar,e lancei o carro contra a moto.O motoqueiro foi jogado para longe.Só então reconheci seu capacete.

Virei a chave no cambio e desliguei o carro.Ethan,Conrad e Jesse me olhavam,confusos.Desci e estendi a mão para o corpo caído.

- O que faz aqui,Nikito?

- Você...quase...me matou!

- Você arranhou meu carro – dei de ombros.Nico segurou minha mão e levantou-se,xingando baixinho.

- Molly,você raptou um criança.Eu não esperava isso de você,tipo,você nem pediu o dinheiro do resgate... – ele tirou o capacete.Cortara o cabelo,trocando para um corte um pouco menos...militar.Era inacreditável o fato que a ultima vez que o vira fora pouco menos de uma semana atrás.

- Nicholas,idiota,eu não raptei meu irmão.Ele que se raptou!

- Meu nome não é...

- Eu segui a Molly - Mike disse,agarrando-se a minha perna.Eu nem tinha visto ele descer.

- Larga!

- Eu não vou voltar.

- Vai...sim...pirralho –  eu murmurei enquanto tentava abrir seus bracinhos e soltar-me.

- Não!Eu quero ver você matar o tio Nathan!Vai ser divertido! – ele fez uma carinha de sanguinário.Nico levantou uma sobrancelha e sorriu de leve.Esqueci-me por um momento da criança em minha perna e voltei-me para ele.

- Por que você esta aqui?Se a mãe dele o quisesse de volta,ela que viesse buscá-lo.

- Sua mãe esta enchendo o papai. “Ah,aquela menina raptou meu filho”. “Ah,Molly não sabe cuidar de criança”. “Ah,talvez ela o tenha ensinado a usar drogas” – não pude deixar de sorrir ao ver Nico imitando minha mãe – Papai não ficou contente e me mandou buscar o garoto.Confesso que foi difícil te achar.Agora me entregue o menino para eu poder ir embora.

- Não.Ele fica.Você pode ser algum tipo de seqüestrador maníaco,Nico.Não vou entregar meu irmão a qualquer um – não sei o que deu em mim naquele momento.Tudo em que pensava era que ela não podia ter o que queria.Ela não iria vencer.

Nico praguejou em grego,algo sobre ‘eu também sou seu irmão’ e mais alguns palavrões.Eu responderia,mas as nuvem multicolorida que se materializava ao seu lado tomou minha atenção.

- E ai,garoto?Já esta com meu filho? – a voz grossa e irritante de Walter veio antes da imagem terminar de se formar.Helen se agarrava a seu braço,irritada.

- Você – Walter apontou pra mim – Você é uma seqüestradora!O que fez com meu filho?

- Nada.Não conheço nenhum filho seu. – ele franziu o cenho com raiva,mas pude ver a compreensão e o pânico formando-se nos olhos azuis de Helen. – Ah,você quer dizer esse aqui? – levantei a perna,mostrando o pequeno Mike – Ele não parece muito feliz em ir embora.

Helen nunca me diria nada na frente de Walter.A menos que.. –De quem ele é filho? – perguntei em alemão.

- Que? – respondeu,fingindo não entender.

- Ah,não começa.Eu sei tudo sobre seu golpe da paternidade.Sinceramente,Helen,eu não sei o que os deuses vem em você.Você não merece nada.Não merece seus filhos,sua casa,sua vida.Agora me diga logo,quem é o pai.

- Eu não sabia que ele era um deus no começo.Era só um homem simpático e divertido.

- Esse é o código de pessoas como você pra “ele pagava adiantado”? – não pude me segurar – Agora me responda logo,quem é o pai?!

- Ele era um homem ocupado,nos dava pouco tempo juntos.Foi por isso que escolhi casar-me com Walter.Sempre no telefone,sempre trabalhando...E o que você quis dizer com “ele pagava adiantado”,Molly Saven? – ela respondeu,ofendida.

- Hermes – eu a interrompi – primeiro Hades,depois Hermes.Você é mesmo uma vagabunda imprestável.Você não tem noção de quanto odeio ser sua filha.Mike vai com Nico,mas não para sua casa.Chegou a hora dele ir para o acampamento.La ele estará seguro.Pode começar a pensar em como vai explicar isso para seu marido.Se você não contar,conto eu. – Walter e Nico não pareciam contentes por não entender nada.

- Molly,eu prometo,eu levo ele para o acampamento,mas Nico tem de trazê-lo para mim.Deixe ele ter uma infância normal,quando ele tiver dez anos,eu o mando pra lá.Por favor.

Revirei os olhos.Quanto drama.Ela começou a chorar.Parei de falar em alemão.

- Você é ridícula.E me da nojo.

Walter resolveu dar sinais de vida – Não fale assim com sua mãe!Ah,se você fosse minha filha...

- Por sorte,não sou. – olhei para Helen outra vez – você quer que ele tenha uma infância normal?As outras crianças vão achar super normal quando ele contar sobre os monstros e a mitologia grega...

- Por favor...

- Eu te odeio.E ele não é normal – voltei a falar em alemão – e nunca será.E a culpa é sua.Fez isso com ele,fez isso comigo.Poucos meio-sangues tem infâncias normais.Logo vai começar a dislexia,o TDAH e os monstros.Mandá-lo agora é o melhor.Qualquer coisa é melhor do que crescer na sua casa.

Walter voltou-se para Helen – Você não vai traduzir pra mim o que ela esta dizendo?

- Nada de mais,amor.

- E ai,o que vai ser? – perguntou Nico,impaciente.

- Você vai levar Mike para o acampamento.Ele é filho de Hermes – passei a usar o grego.Ser fluente em três línguas era uma coisa,mas ficar trocando de língua o tempo todo era confuso.

- Eu devo mesmo levá-lo até... – Nico parecia em duvida,suspeitando de que eu estivesse mentindo.

Helen suspirou e assentiu,pesarosa.

A viagem sem o pirralho era extremamente silenciosa.Assim que terminei de explicar  que acontecera,ninguém falou.Soltei um bocejo.Há quanto tempo eu não dormia?Sabia que não poderia ter sido muito.Os dois garotos e Jesse dormiam.Eu estava a quase 200 km/h quando vi algo se movendo na floresta ao lado da estrada.Devia ser algum animal.A coisa continuou se movendo.Corria rápido de mais,mas logo identifiquei-o.Sem pensar duas vezes,acelerei ainda mais.Nathan.


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Notas finais do capítulo

O próximo não deve demorar tanto.Escrevemos em caderno,e depois digitamos.Eu digitei até o 12 e parei.Acabamos de sair de época de provas e...e somos preguiçosas,por isso demorou.