The Deaths Child escrita por MollySaven, JPerkinson


Capítulo 10
10.




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Finalmente,vi um shopping de uma cidadezinha qualquer.No era muito grande,com as paredes pintadas de azul-claro.Parei em uma das duas vagas que formavam o estacionamento e voltei-me para Conrad.

- Sabe o que fazer,Jim...Conrad. ele sorriu e assentiu com a cabea.Em questo de segundos,levava um Mike que se contorcia desesperadamente.

A entrada no era exatamente convidativa.Largas portas de vidro com dobradias enferrujadas deixavam a mostra curtos corredores completamente vazios.

Conrad apontou para uma loja. Ali!Podemos ir l.

Apertei os olhos e identifiquei o smbolo da Tommy Hilfiger.No pude deixar de rir.

- Voc acha,acha mesmo,que eu vou pagar roupas de marca pra voc?Vamos levar as mais baratas que tiverem.E fique feliz por eu estar te comprando roupas,pois eu poderia muito bem ter te obrigado a usar a mesma pelo resto da semana.No,acho que no agentaramos o cheiro. completei ao ver sua expresso de descontentamento.

Depois de caminharmos um pouco,encontrei a loja perfeita. Vamos comprar nessa.

- O que?

- Voc ouviu muito bem. empurrei-o para loja de artigos pra turistas e o joguei numa empoeirada cortina que devia ser o provador. isso ou roupa de faxineiro.

Ele resmungou baixinho e assentiu.Mike,curtindo a prpria liberdade o,escolheu uma camisa azul-escura de uma pilha no canto da loja e estendeu pra mim. Podemos levar esta?

Coloquei a camisa por cima daquela que ele estava usando. Perfeito peguei mais umas cinco ou seis camisas da pilha e entreguei-as ao caixa,um homem de queixo quadrado,alguns fios de cabelo de lado cobrindo um grande ponto careca e estatura muito baixa.Deixei as camisas em cima de um velho balco de mogno um tanto quanto podre e passei a separar uma camisa e uma bermuda para Conrad.Joguei-as no provador.

Em pouco tempo,a cortina se abriu.Mais uma vez,no consegui conter o riso.

- Eu estou ridculo. Lanou um olhar triste para sua bermuda florida e camiseta I S2 NY.

- Esta mesmo. ele soltou um longo suspiro.Peguei mais algumas peas de roupa do mesmo tipo e entreguei-as ao caixa tambm.

- So quarenta e cinco dlares.

Tirei algumas notas da bolsa e entreguei ao estranho e carrancudo homenzinho,que me deu uma sacola de plstico em troca.

- Obrigado,volte sempre pela sua expresso,pude ver que ele realmente no queria nos ver nunca mais.Deixei sua loja o mais rpido que pude.

- Acho que j podemos ir embora.

Jenna soltou um forado suspiro e encostou a cabea nos ombros de Ethan.Respirei fundo,tentando me controlar.

Em pouco tempo,alcanamos o carro.Abri a porta,mas um fraco gemido tomou minha ateno.

- O que foi? perguntou Conrad,confuso.

- Ouvi alguma coisa.Esperem ai. dei as costas ao carro e fui na direo da qual sara o som.

Era alto,os msculos definidos,a pele levemente bronzeada.Os sujos cabelos negros e ondulados,combinando com seus olhos,igualmente escuros como a noite.Tinha as mas do rosto altas e uma expresso misteriosa.Particularmente,achei-o bem bonito.Vestia uma regata preta,um jeans largo e Nike shocks cinza-escuros.Demorei um tempo para notar o sangue que empapava a regio prxima a seu joelho.

Como de costume,o desconhecido fitava meus olhos com uma expresso curiosa.

- Sou Nathan.Nathan Johnson.E voc Molly Saven. ele estendeu a mo com um sorriso cheio de maldade.Gostei dele.

Retribui o sorriso enquanto apertava sua mo.Senti que uma cicatriz cortava sua palma diagonalmente.

- Bom... olhei para sua perna quer uma carona? ele arqueou uma sobrancelha Sei que a maioria das pessoas cresceu ouvindo que aceitar carona de estranhos no aconselhvel,mas voc sabe meu nome e de quem sou filha e blblbl.

- Wow,Molly Saven,com d de algum?Esse momento vai entrar para historia ele disse,o sorriso de volta em seu rosto.

Ouvi um carro buzinando loucamente e murmurei Conrad...

Ele franziu levemente a testa.

- Bom,se voc prefere ficar ai,comendo ratos ou lixo,eu no ligo...

- Eu quis dizer ele limpou a garganta que no do seu feitio ser gentil,mas eu aceito sua ajuda.

- timo,siga-me.Pra onde voc vai?

- Lugar nenhum,na verdade.Fugi de casa.

- Bem,voc encontrou a pessoa certa.Ningum entende mais de fugas do que eu.

Andei alguns passos,a buzina ainda tocando.

- Eu agradeceria se voc fosse um pouco mais devagar Nathan alguma coisa disse,apontando para sua perna ensangentada.

- Me desculpe me virei pra ele Quer uma bengala,vov?

- No,obrigado respondeu,mancando na minha direo.Joguei seu brao por sobre meus ombros.

- O que fez nessa perna?

- Um lindo cozinho infernal me mordeu.

- E eu achando que ces infernais eram inuteis...

Ele sorriu sarcasticamente,mas seu sorriso desapareceu assim que chegamos no carro.

- Finalmente,Molly.Serio,eu estava quase indo embora... a voz dele foi morrendo a medida que ele notou Nathan ao meu lado.*

- Conrad,esse o...

- Eu sei muito bem quem ele rosnou Conrad.

- Con-con!Que bom rev-lo... Disse Nathan,usando um tom de falsa cordialidade.Con-con,anotei mentalmente.Com certeza usaria aquilo para irrit-lo mais tarde.

- O que faz aqui,Johnson?

- Fugi de casa.E voc,James?

- Fui chamado pra essa misso.

- A famosa misso de Molly Saven?Curioso.Eu sempre achei que voc fosse covarde de mais para ser chamado pra uma caa a bandeira,quem diria uma misso...

- Acho que ambos sabemos muito bem qual de ns o covarde... Conrad acertou um soco em seu estomago.

- Viu? covardia bater em algum machucado.Entretanto,se fizer isso de novo,eu juro que quando minha perna melhorar no vou pensar duas vezes antes de cortar essa sua garganta frgil... eu nunca tinha visto algum que no fosse filho de Hades usar tanta raiva em uma s frase.Conrad parecia prestes a explodir.Resolvi falar.

- Ele vai conosco.

- O que?Molly,voc no sabe nada sobre ele!

- S vamos ajud-lo.At sua perna melhorar.

- Esse definitivamente no o momento para voc realizar sua primeira boa-ao,Molly. Conrad implorava com os olhos.

- O carro meu.Quem entra nele problema meu.

- Ou ele ou eu.

- Ele. eu no queria que Conrad fosse embora,mas era mais do que obvio que ele estava blefando.

- timo,que seja.

- Ento voc vai ficar num shopping no fim do mundo,sozinho?Um meio-sangue completamente desarmado e sem lugar pra se esconder?Eu achava que voc era inteligente...

- Viajar com ele tambm no me parece nada inteligente.

- Voc vem ou no?

Ele cerrou os dentes. Eu vou com voc.

Sorri e me joguei no banco do motorista.Ouvi Nathan abrir a porta ao meu lado,aproveitando pra dar um tapinha na cabea de Theo - Roupa bonita.

Conrad revirou os olhos e foi se sentar ao lado de Jenna no banco de trs.Pelo visto,ele detestava mais Nathan do que Jenna.

Vi pelo retrovisor a expresso confusa de Ethan,Jenna e Jesse.Mike tambem levantara sua cabecinha,e fitava Nathan com uma expresso de medo.Moleque estranho.

- Povo,esse o Nathan.Ele vai ficar conosco at sua perna melhorar.Nathan, o loiro afeminado Jesse Headder,a loira oxigenada Jenna Perkinson e o ruivo bonitinho Ethan Carter.

As expresses confusas no se atenuaram Depois eu explico melhor.Conrad,pra onde vamos agora? joguei nele um velho mapa que apodrecia em meu porta-luvas a sculos.Ele avaliou o mapa por alguns segundos antes de responder.

- Siga em frente.Eu te aviso quando for pra virar.

- Sim senhor.

O carro foi dominado por um desconfortvel silencio.Nem eu mesma compreendia por que decidira levar aquele garoto na viagem.Eu havia gostado dele.Algo nele me fazia gostar.

Algum tempo se passou at que o silencio fosse quebrado.

- Pode virar a direita na prxima bifurcao. Conrad parecia menos irritado,mas no conseguia esconder o desgosto que sentia.Seus olhos voavam de tempos em tempos para Nathan,que dormia calmamente,como se esperasse que ele o atacasse a qualquer momento.

- Troca de lugar comigo?No agento dirigir por nem mais um segundo.

- Ta bom...

Parei no acostamento assim que pude.Aproveitei para acordar Jesse com um peteleco.Abri o porta-malas.

- Pronto,Ethan,j pagou sua pena ele sorriu e colocou as pernas pra fora,esticando-as,e levantou-se.

Jesse parou do lado de Ethan,estalando as juntas. O que voc quer,Molly?

- Voc vai no porta-malas.

- Por que?

- Porque eu estou mandando.

- E se eu disser no?

Em menos de um segundo,tirei o apontador a laser do bolso,apertei o boto e passei a lamina pelo pescoo de Jesse,acertando exatamente a fina linha rosada que havia deixado da ultima vez.Ele resmungou um pouco,estancou o ferimento e entrou dois segundos antes da porta fechar.

Fiz um sinal para Ethan entrar e entrei logo depois,ficando entre ele e Jenna.

Percebi que o carro voltava para estrada,sem prestar muita ateno.Soltei um longo bocejo e cai no sono quase imediatamente.

. . .

- Molly uma voz me chamava insistentemente.Eu ouvia,mas no queria acordar. Molly,sei que voc j acordou.

- O que foi? tentei perguntar,mas s saram resmungos inteligveis.

- Molly,chegamos.

- Chegamos aonde? perguntei,me esforando para me sentar.

- No posto onde vamos comer.

- Ta... sai do carro logo aps Ethan.Jenna,Jesse e Connie me aguardavam do lado de fora.

- Onde esta Nathan?

- Deixamos ele l dentro com Mike.Ele no precisa vir junto,e daria muito trabalho pra tira-lo e recoloc-lo no carro.Mike esta dormindo.

- timo.Por que todos esto me encarando desse jeito?

- Quem ele,Molly? Jesse perguntou.

- Ele Nathan,um semideus ferido que iria morrer se no o ajudssemos.

- Desde quando voc liga pra isso?

- Desde sempre.Vocs j deram uma olhada em Asfdelos?No precisamos de mais mortes sem motivo.

- At parece que foi esse o motivo bufou Conrad,a raiva ainda presente em sua voz.Ciumento.*

- Eu acho que ela s o ajudou por que ela achou ele bonito. Jenna disse,sorrindo.Fitei-a por um segundo.

- Voc acha ele bonito?

Seu sorriso foi de irnico para confidente. Voc deu uma olhada nele?Claro que eu achei ele bonito.Tenho muito que te agradecer,na verdade.Viajar com quatro caras lindos esta sendo realmente divertido...

Olhei em volta e vi que todos os meninos tinha desaparecido.Resolvi parar de bancar a calma.

- O que esta acontecendo entre voc e o Ethan?

- O que voc acha que esta acontecendo?Ele

- O que ele v em voc o mistrio. revirei os olhos pra ela e fui procurar quem descobri ser a nica pessoa no mundo capaz de acalmar minha raiva.Achei-o atrs da loja de convenincia,examinando o mapa.

- O que aconteceu entre voc e o Nathan?

- No quero falar sobre isso.

- Voc me deve essa.Te contei sobre o meu passado,agora voc me conta o seu. justo.Quem sabe voc no me convence a deix-lo aqui...

Aquilo pareceu anim-lo.Percebi que sentia certa falta daquele sorriso meio torto e malvado que ele dava de vez em quando.

- Esta bem.Vou falar.

Nathan e eu nos conhecemos no meu primeiro vero no acampamento.ramos grandes amigos,daqueles inseparveis.Ele at conhecia minha irmzinha.

- Papai pegador...

- Se o meu pai era pegador,a sua me praticamente uma...

Dei de ombros No posso discordar disso.

- Se me interromper de novo,paro de contar.

- Desculpe,professor.No vai acontecer de novo.

- Bom mesmo.

Bem,eu contei a ela que era filho de Atena,e que Nathan era filho de Dionsio...

- Dionsio?Ele filho de Dionsio?E eu achando que ele era legal...

Conrad me encarou,a expresso seria.

- Desculpe.

Ela gostou da historia,e,desde ento,comeou a pedir pra vir conosco quando saiamos juntos,pra aprender mais sobre meio-sangues.

Um dia,estvamos andando de bicicleta,eu,Leah e Nathan...

- Leah e Conrad...seu pai tinha um gosto pra nomes,hein? ele me encarou novamente - Ta,prometo que no interrompo mais.

H trs anos,ns estvamos andando de bicicleta tranquilamente quando nos deparamos com um monstro.Ele me atacou primeiro,arranhou minha perna.Sem conseguir andar,muito menos lutar,me arrastei para trs de umas latas de lixo,tentando no ser morto.O monstro avanou em Leah,que tinha apenas dez anos.O que Nathan fez?Nada.Assistiu Leah morrer de camarote,sem mover nenhum msculo.Eu morreria por ela,mas no tive tempo.Quando consegui finalmente me por de p,ela j havia sido trucidada.Enquanto o monstro devorava o que sobrara de Leah,Nathan lhe deu uma facada nas costas.Esperou at aquele momento pra sair de seu esconderijo.Ele escapou sem nenhum arranho.Eu,entretanto,perdi uma irm e um melhor amigo aquele dia,e ainda ganhei uma bela cicatriz.O pior de tudo que ele nunca se desculpou por no ter feito nada,mesmo tendo chance.Nunca demonstrou nenhuma culpa.Aquilo me deixou com ainda mais raiva,e passamos a discutir cada vez mais.Como aquele cara consegue ter coragem de dizer que estava certo em permanecer escondido e deixar a irm de seu melhor amigo morrer?

O queixo de Conrad tremia de raiva.Seus olhos estavam molhados de tristeza e dio.Mais dio.

- isso?S isso?Voc o odeia por que ele no arriscou o prprio pescoo pra salvar sua pobre irmzinha?Aos treze anos?Pouqussimos garotos de treze anos a teriam salvado se estivessem na posio de Nathan.

- J falei que esse no o problema.Se ele ficasse arrependido,se pelo menos se sentisse culpado...eu o perdoaria.Mas ele no liga!No esta nem ai!Ele s se importa com sigo mesmo! percebi que Conrad aumentaria ligeiramente seu tom de voz.

- Pobre Theo.Desiludido pelo prprio melhor amigo.

- Ah,quer saber?Esquece.No sei nem por que contei isso pra voc. Ele me deu as costas e seguiu pisando forte at o carro.Senti um brao segurando minha cintura.Recebi um beijo babado na bochecha.

- Eca,baba de Ethan. ri,enquanto esfregava a bochecha com as costas da mo. E ai,cad a Barbie?

Ele tentou se conter,mas vi sua boca se entortando de leve numa expresso de desgosto. Banheiro.Retocando a maquiagem.

- Isso explica o fato de voc estar aqui comigo.

- Cimes?

- De voc?S nos seus sonhos.

- Obrigado, sempre bom saber que existe algum que confia e gosta de voc.

- Eu confio e gosto de voc.

Ele olhou pra cima. Pelo visto,voc confia e gosta mais de Conrad...

- Cimes?

- No.S curiosidade. estranho ver Molly dio Saven gostando de algum...Confesso que me magoou um pouco quando voc preferiu ele a seu melhor amigo de infncia aquela hora no hotel,mas eu supero. Infelizmente,no pude ver em seus olhos se ele estava mesmo fingindo.

- Eu tenho meus motivos.Theo pode no ser l dos melhores,mas,pelo menos,tem bom gosto.

- Theo,esse seu apelido carinhoso pra ele? ele franziu a testa. Espera...isso foi uma indireta?

- Talvez. fingi disfarar Fala serio,voc parece at meu irmo...

Ele franziu a testa Mike?

- No,o outro irmo.

- Voc j esta se referindo a Nico como meu irmo?Que orgulho...

- No mude de assunto.

- Ok,ok,prometo nunca mais gostar de ningum.

- Sabe que no foi isso que eu quis dizer.

- Mas foi o que voc pensou.

- No exatamente...

- Molly,eu te conheo desde criancinha.Sei mais sobre voc do que sua prpria me.

Senti meu sorriso murchar Qualquer um me conhece mais do que Helen.

- Desculpe.

- Certo...eu vou,h...ver se Jesse no quebrou nada. dei as costas a ele e entrei pela porta de vidro empoeirada.

O cho de terra batida se estendia por cerca de sete ou oito metros quadrados.Quinze mesas de madeira descascando praticamente lotavam o lugar.As paredes eram floridas,combinando com as toalhas de mesa e guardanapos.Eu j havia estado em banheiros qumicos muito mais bem decorados do que aquilo.

Jesse engoliu um Kit-Kat inteiro enquanto desembrulhava outro chocolate.Jenna pintava as unhas com um esmalte rosa chamativo enquanto dizia para Jesse o quanto ele era nojento.Devia ser a primeira vez que eu concordava com Jenna.Separei alguns doces,salgadinhos e garrafas dgua.O homem do caixa me lembrava Quron,embora no usasse cadeira de rodas e estivesse ainda mais fora de forma.

- Se eu fosse vocs,iria no banheiro.No havero muitas oportunidades. Gritei para JJ.

Depois de alguns minutos,estvamos todos prontos.Ou quase.

- Aonde Conrad se meteu? Ethan foi o primeiro a perguntar.Todos nos pusemos a procur-lo.O encontrei jogado no meio das razes de uma arvore.Sentei-me ao seu lado.

- Sinto muito pela sua irm.

- Voc sente alguma coisa?

- Calma,eu s estava tentando ser legal.

- Pelo visto,essa historia de ser legal ainda novidade pra voc,hein?

- Eu no sou to m assim.

- Claro que .Talvez no tanto quanto dizem,mas voc muito m.

- Como se voc fosse o bonzinho.Eu pelo menos tento ser legal.

- Detesto estragar o climinha,mas podemos ir? Jesse tossiu atrs de mim.

- Claro.Sua vez de dirigir,Connie. ele me fitou por um estante Conrad.

- Assim esta melhor.

Dei um tapa na nuca de Jesse enquanto me levantava.

- Ai!Por que voc fez isso?

- Tem um ditado feito especialmente pra voc.Bata no Jesse todos os dias.As vezes,voc no saber por que esta batendo,mas ele com certeza saber por que esta apanhando

- Engraadinha.

- Onde esto os outros?

- Sei l.Procurando por ele. Jesse fez uma careta ao apontar para Conrad e foi caminhando de volta para o carro.

- Por que Jesse no gosta de voc? perguntei,quando este se afastou.

- Porque eu chamei ele de mauricinho afeminado.

Dei de ombros. No falou nada alem da verdade.

Rimos um pouco e fomos at o carro. Aonde esta Ethan? perguntei para Jesse.

- Sei l.Voc no tem um rastreador colado na coleirinha dele?

- Engraadinho.

- Acho que ele esta l dentro.

- timo.

Abri a porta com um chute e adentrei a loja novamente.Aquele foi o nico momento que passei ali dentro sem reparar nem um pouco na decorao horrvel.

Ethan tinha os dedos de uma mo enrolados em cachos loiros e a outra deslizava pelas costas de Jenna,cujas mos encontravam-se entrelaadas atrs de seu pescoo.No pude deixar de notar sua perna magra roando os jeans largos de meu melhor amigo de infncia.

- Ah,pelo amor de deus!Eu estou tentando no me incomodar com isso,mas fica difcil se vocs continuarem com essas exibies publicas de troca de saliva, nojento!

Ethan jogou a cabea pra trs J estamos indo.

Revirei os olhos e sai,ainda com calafrios.Connie voltou-se para mim.

- O que foi?Voc esta mais plida que o normal.

- Nem me pergunte.

- Voc me deve essa.J te contei sobre Nathan,agora voc me conta.

- O Ethan e a Jenna...nojo.

- Eles estavam...se beijando? Conrad perguntou ironicamente.

- falei rpido como se arrancasse um curativo.

- O velho Ethan com uma garota,hein?sempre achei que canetas e lpis em geral fizessem mais o tipo dele...

- Qual o seu problema com Ethan?

- Eu no gosto de caras que usam bon em geral. como se eles se achassem superiores...

- Voc no gosta da Jenna,do Jesse,do Nathan,do Ethan...serio,voc ta pior que eu.

- No estou no ele sorriu - Entendo que demonstraes de afeto no so o seu forte,mas... ele deu uma risada alta voc nunca...?

- Bom...eu...vamos. entrei no carro,irritada.Conrad ocupou o banco do motorista.Percebi que Jesse no estava mais ali.Sorte a dele.

- Uau...Sei que voc no muito legal e tudo mas...tipo,voc tem dezesseis anos,com essa idade a maioria das garotas no nem...

- Ok,j entendi.No precisa jogar na minha cara.

- Uau...

- Valeu,voc to compreensvel.

- que... estranho.

- Quantos garotos voc acha que tem no mundo inferior?Alem do meu irmo,s esqueletos!

- Isso seria estranho.Esqueletos no tem lbios nem...

- ,eu sei.Agora voc entendeu?

- Entender,eu entendi.Mas tenho d de voc.No sabe o que esta perdendo.

- Podemos mudar de assunto,por favor?

- No,eu estou gostando. Nathan entrou na conversa.Eu nem tinha me lembrado de que ele ainda estava no carro.

- Voc muito legal,sabia?

- Obrigado.Voc no a primeira pessoa a me dizer isso.Tambm dizem que eu beijo bem,quer experimentar?

Estiquei o brao e dei um tapa em Conrad.

- Foi ele!Por que voc me bateu?

- Voc que comeou. sai batendo o p e abri a porta do posto.Ethan envolvia a cintura de Jenna com o brao,os dois riam.

- Ser que da pra ir mais rpido?Vou acabar me matando se Connie e Nathan no calarem a boca.

- Brigando de novo? ele parecia mesmo preocupado.

- Sim,e das brigas feias menti.

- J estamos indo ele percebeu meu olhar de incredulidade e reformulou a frase e dessa vez vamos mesmo.

Resolvi intervir,colocando os dois braos entre eles,afastando-os um do outro.

- Eu sei que vocs no querem que eu interfira e tal,mas tem um herdeiro da fria esperando por ns.

- Meus deuses,Molly,uma hora voc vai ter que se conformar. gritou Jenna enquanto entrava no carro,batendo os saltos com fora no cho.Ela j era alguns poucos centmetros mais alta que Ethan,usando aqueles sapatos,eles formavam um casal estranho.

- Qual o problema com Conrad e Nathan?

- Voc me quer fora dos seus assuntos,eu te quero fora dos meus.

Empurrei-o para dentro do carro e sorri ao ouvir Jesse reclamando que Jenna furou seu p com o salto alto.

Abri a porta,arranquei Jesse do carro e o arrastei pela orelha at o porta malas.Sentei-me ao lado de Ethan e vi pelo retrovisor Conrad segurando o riso. Cuidado com o que fala,Theo.

- Desculpe...

- Olha quem chegou,Molly-nunca-beijei-ninguem! com uma nica frase,Nathan conquistou as risadas de Conrad,Jesse e Jenna.Ethan estava serio,a boca formando uma linha fina.

Quando as gargalhadas finalmente cessaram,tive de ouvir o deboche de Jenna. Agora eu entendo...no era s cime,era inveja! tive de me segurar para no mat-la com os olhos.No valia o esforo.Resolvi mudar o assunto.

- No meu primeiro ano de acampamento,encontrei Jesse beijando um limo atrs de uma moita.Ele tinha tanta pratica que voou suco em seus olhos.

O comentrio teve o efeito desejado,todas as gozaes passaram a se dirigir a Jesse,que negava a historia.Era mesmo mentira,mas nunca acreditariam nele.Logo eu estava dormindo novamente.Deuses,eu estava dormindo numa freqncia que no podia ser saudvel.


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Notas finais do capítulo

*partes dedicadas à certa pessoa que nos deu a idéia sobre a personalidade e nome de Conrad.Embora,no final,Conrad tenha se tornado um pouco diferente do planejado,ainda devemos credito a ele.Próximo capitulo: quinta feira 17/03.OBS: hoje é aniversário da JPerkinson.Nao sei nem por que eu estou falando isso,mas sei la,achei legal falar.