- Ah, você está aqui! – Ryan falou entrando na frente de Nicole os separando. Justin ergueu uma sobrancelha observando o amigo que tinha um sorriso enorme no rosto. Ryan estendeu um papel no ar, o balançando na frente de Justin – Olha o que eu consegui – o garoto falou animado, Justin pegou o papel da mão do amigo e deixou escapar um “essa não” bem baixinho. Ryan se virou para Nicole.

- Oi, Nic. Não sabia que você ia estar aqui.

- Pois é né, Ryan. Mundo pequeno – ela falou ironicamente, olhando de esguelha para Justin, que olhava o papel seguro em uma das mãos enquanto coçava a nuca com a outra. Nicole estava morrendo de curiosidade para saber o que tinha naquele maldito papel. Ela teve vontade arrancar o papel das mãos de Justin, para...

- Nic? Cadê você?

- Quem é que está aí? – Ryan perguntou – Eu acho que conheço essa voz de algum lugar.

- Não, você não conhece – Justin respondeu de imediato, voltando a atenção para o amigo, que o encarou desconfiado.

- Biebs...

- O Scooter voltou com você? Eu preciso falar com ele, por que você não vem comigo? Nós podemos...

- Biebs, o que deu em você? – Ryan perguntou o interrompendo. Enquanto observava o amigo que ficara um tanto quanto agitado, falando sem parar. E Ryan conhecia Justin bem demais para saber que aí tinha alguma coisa. Justin mordeu o lábio suavemente e olhou para Nicole pedindo ajuda.

- Eu acho que ouvi o Scooter chamar, você não ouviu, Jus? – ela disse Jus, droga! Isso me faz derreter por dentro...

- Eu? N... – ambos trocaram um olhar e Justin fez uma cara de surpreso – Ah, é. Ouvi. Vamos ver o que ele quer.

- Mas eu não ouvi nada.

- Cara, você está ficando surdo ou o quê? – Justin falou sacudindo a cabeça, arrastando o amigo para a porta dos fundos. Nicole se sentiu aliviada ao ver ambos deixarem a cozinha.

- Finalmente te encontrei – Tina falou adentrando a cozinha – uau! Que cheiro bom é esse?

- Não toque nisso – Nicole falou roubando das mãos da amiga a mesma colher que Justin estava segurando antes.

- Por que?

- Ainda não está na hora – Tina revirou os olhos, dando meia volta.

- E cadê o Bieber?

- Por que quer saber do Bieber? – Nicole falou a encarando. Tina estava cabisbaixa, olhando para os próprios pés.

- Queria me desculpar com ele pela noite passada... Acho que eu estava com raiva do Ryan e acabei descontando nele – Nicole ficou surpresa.

- Ah, Tina – ela se aproximou, abraçando a garota – ele vai compreender.

- Mesmo? – Tina perguntou, retribuindo o abraço para a amiga.

- Aham, agora por que nós não o esperamos na sala de jantar? – Tina sorriu, concordando com um aceno de cabeça. Nicole a puxou pela mão, mas Tina não se mexeu.

- O que é isso? – Nicole voltou o olhar para o papel que Justin deixara ali, por acaso. Ela nem se lembrava mais daquele papel...

- Ah, nada. O Justin e o Ryan...

- O Ryan está aqui? – ela perguntou, interrompendo Nic. Ela soltou a mão da amiga, pegando o papel de cima do balcão.

- Ahn, eu disse Ryan? Eu quis dizer Brian. É. Brian – Nicole tentou concertar a tempo, mas já era tarde demais. Tina conhecia aquele tom de voz e aquela maneira com a qual Nicole falava quando se encontrava em apuros, tentando concertar algo que não havia mais concerto. Tina desviou o olhar para o papel deixando escapar uma lágrima – Tina? Você tá bem?

- Oh não... Ele ficou com ela, Nic.

- Quem, amor? Quem ficou com quem?

- A garota do aeroporto... – Tina começou a falar, mas sua voz falhou – A garota brasileira em que nós esbarramos no aeroporto. Ela estava indo pra Atlanta também – e ela começou a chorar. Nicole a abraçou – Ele deu em cima dela e nós brigamos.

Nicole’s pov.

Traduzindo para você “Deu em cima dela” na língua da Tina significa: gentil e “brigamos” significa: eu surtei de ciúmes. Ou seja, uma briga completamente desnecessária. Não sei se quero matar ela ou ele primeiro. Cara, e de pensar que eu estive tão perto de finalmente me acertar com o Justin, mas... Ei, espera aí! Mantenha o foco na situação. Você e o Bieber não têm nada a ver com essa estória. Afinal de contas, vocês não tem nada, repito, nada para acertarem. A não ser a tensão que rola toda a vez que vocês se encontram e... Pára Nicole! Você tem que se concentrar aqui! Sua amiga está chorando e tudo no que você consegue pensar é naquele mala do Bieber que te fez sofrer... Ok. Respira. Inspira. Respira. Inspira.

- Posso ver o papel? – perguntei me separando, observando o papel amassado que Tina segurava nas mãos. Ela esticou o braço me entregando o mesmo.

Amy

Telefone: 555-8996

- É só um número de telefone, não significa nada! – Tina limpou as lágrimas com as costas das mãos e me encarou.

- Por que será que ele pediria o telefone dela? – ela perguntou ironicamente, cruzando os braços.

- Por que você mesma não pergunta a ele?

- Não – ela respondeu erguendo a cabeça, e deixando as últimas lágrimas escorrerem pelo rosto.

- Tina...

- Vai logo, Ry. Você consegue, cara. Diz pra ela o quanto sente a falta dela e bla bla bla, as garotas gostam de ouvir essas coisas. Vai, cara...

- Não, Biebs! – eu ouvi a voz de ambos invadindo a cozinha, e no segundo seguinte estávamos nós quatro frente a frente, sem dizer uma palavra sequer. Tanto Ryan como Tina não se atreviam a trocar nem um olhar. O silêncio começou a ficar desconfortável, quando finalmente ele foi quebrado por Justin que pigarreou.

- Ry...

- Cala a boca, Biebs. É ela quem me deve desculpas.

- Eu não! Você deu em cima daquela menina – Tina rebateu, levantando olhar.

- Não dei não, só a ajudei! Faria o mesmo se fosse você.

- Aham, e pediria o meu número também? – ela jogou o papel em cima dele, Ryan voltou sua atenção para Justin, lhe dizendo com o olhar algo como “obrigado” e Justin só sorriu sem jeito, coçando a nuca.

- Pediria. Mas por que você é linda – Tina pareceu surpresa, e na verdade eu também. Não esperava que ele dissesse algo assim – E por que... – ele olhou para Justin que o encorajou a continuar – Por que eu... Eu te amo, Tina – aaah, até eu me derreti agora. Que fofo ele é.

- M-mesmo?

- É – ele pegou o papel que havia caído no chão, e o rasgou. Eu não pude deixar de sorrir. A Tina tem sorte de ter o Ryan, sério – E eu não quero compromisso com ninguém além de você – ele falou se aproximando dela, e segurando sua mão.

- Aham – Justin pigarreou chamando a atenção de Ryan – Vocês podem ficar, eu e a Nic temos um encontro essa noite – como é?

- Como é? – eu repeti meu pensamento.

- Quantas vezes eu quisesse, lembra? - Justin sorriu para mim, e eu quase parei de respirar. Como ele conseguia ser tão perfeito?