CAPÍTULO 1

Assim que passamos pelo portal  o chão abaixo de nós – nem sabia que tinha um – cedeu e nós caímos, e óbviamente, gritamos.

Olhei na direção de Elena e vi que ela estava.. desaparecendo? Logo ela sumiu e eu continuei a cair, cair, cair....bem, depois de tanto cair, galhos e folhas passavam por mim, os galhos arranhando meu lindo rosto, e as folhas, bem.. o que elas podem fazer?

Bem, após um monte de galhos e folhas caí sentada no mato.

Por que escolheram logo me jogar num mato!?

- Por que no mato!? – gritei pro nada, obviamente ninguém respondeu.

Me levantei e olhei em volta, quase enfartei – ok, é impossível - , árvores, árvores, e advinha o que mais tinha? Se você falou árvores... acertou!

Uma floresta, ótimo, adorei! Agora só resta saber se eu estou nos Estados Unidos ou na Floresta Amazônica.

Comecei a andar e quase cai de cara num lago, que tinha tanto mato que quase não o vi, percebi um peso nas minhas costas e constatei que tinha uma mochila nelas – pelo menos eu espero que seja isso. -.

Tirei a mochila das costas, procurando uma bússola e um mapa, bem... Não tinha nenhum dos dois.

-Valeu hein! – gritei novamente pro nada, mas eu sabia que Guilherme estava me observando.

- Será que é pedir muito um mapa e uma bússola? – continuei gritando para o nada, mas funcionou!

Uma bússola caiu bem na minha cabeça – que ficou bem dolorida -.

-Obrigada – disse analisando a bússola, ela era dourada e tinham detalhes brancos... Era bem a cara de Elena. Ah Elena... ela deve ser um bebê agora... ou nem isso.

Pensa Cinthya, pensa... onde Elena deve nascer? Bem, acho improvável ela nascer na China... Japão descartado, ela não tem olhos puxados... Voltei a andar.

Norte ou sul? Pra onde é o Oeste mesmo?

Andei até escurecer, e achei um saco de dormir na mochila, só preciso dormir 3 horas por dia – se o que eu estudei sobre anjos caídos estiver certo -...

Agora é só eu achar algum lugar onde não tenha lama e mosquitos... Pensando bem, um lugar onde não tenha árvores, mato e formigas, difícil por aqui... uma árvore? Não...

Andei até me cansar, mas consegui achar uma árvore giganterrésima – existe? – e peguei o saco de dormir.

Acordei, viva!

Ok, não preciso fazer tanta festa com isso, vou ter que voltar a andar e tentar encontrar civilização.

Arrumei minhas coisas e troquei de roupa – tinha uma na mochila –, peguei um espelho e tomei um susto com minha forma humana. Tinha olhos azuis esverdeados e o cabelo estava curto escorrido cor bronze, obviamente estava um pouco suja, mas mesmo assim estava linda.

Ajeitei meu cabelo e tirei algumas folhas dele, limpei meu rosto e guardei o espelho na mochila.

Consegui achar uma estrada de terra, e comecei a minha caminhada por ela...

Andar...Andar... e ainda dizem que isso faz bem, ande por dois dias seguidos e vê se faz bem.

Agora minha procura é por uma civilização com um bom restaurante... e um banheiro – com uma banheira de hidromassagem se for possível -.

Continuei andando por umas 3 horas até que avistei um POSTO DE GASOLINA!

Corri até o posto que pra minha sorte estava... fechado! Bem, arrombar por necessidade não deve ser crime..

Arrombei a porta da loja de conveniência e nela peguei tudo o que eu precisava.

Barrinhas de chocolate ao leite com pedaços de morango, salgadinhos, garrafas de água, isqueiro – que foi? Tenho que fazer fogueira -, mais uns salgadinhos, uma garrafa de suco de uva, guardanapos – eu preciso mesmo disso? -, shampoo, e outras coisinhas mais, quase não coube tudo na mochila, melhor, NÃO coube tudo, nem deu para colocar a pipoca!

Seria crime se eu roubasse um carro?

(...)

-Uhuuu! – gritei quando a velocidade do carro chegou ao máximo, ouvi umas sirenes atrás, o que será? Bem, pelo o que eu vi de longe no céu - quando podia ficar lá -, polícia!

Coloquei uma música qualquer pra tocar no rádio, sim, aqui pega rádio!

Não sei como foi possível mas acelerei mais, logo não ouvindo mais sirene alguma.

Sorte! Peguei um carro turbinado!

Continuei a dirigir até encontrar uma cidade, estacionei o carro no mato e fui andando até a cidade, me sentei na calçada e peguei uma garrafa de água na mochila e uma barrinha de chocolate com pedaços de morango e comi.

--

Assim que acabei de comer me levantei e fui caminhar a procura de um lugar aonde poderia me hospedar, preferencialmente com uma banheira de água quente, e eu achei!

Pensão Bosque Ensolarado – isso é nome pra uma pensão? -.

-Senhora...  – chamei uma mulher com camisa florida, que estava perto de um balcão.

-Em que posso ajudá-la criança? – ela perguntou.. Criança!? Eu tenho idade pra ser sua tatatatatatatatata....tatatatatatatararatara....tatara.... argh!

-É que eu me perdi na floresta e gostaria de saber onde estou – disse amigávelmente.

-Estamos em Manaus querida... Você se perdeu na floresta? – ela perguntou, eu já falei que me perdi ou é impressão minha? Ah, e eu disse que estava na Floresta Amazônica! Bem, isso não é motivo pra comemoração.

-Sim senhora... Hmm, você é a dona da pensão? – perguntei, ela assentiu.

-Eu gostaria de me hospedar – sorri, o rosto dela se iluminou.

-Ah, sim, temos muitos quartos... Aliás todos... não vem gente aqui a um bom tempo – é impressão minha ou ela começou a falar sozinha no meio da frase?

-Tem quarto com banheira? – perguntei esperançosa.

-Sim, é no quarto mais caro... – ela disse pegando uma chave, subimos as escadas e fomos até um quarto no fim do corredor.

Era todo de madeira, mas estava em bom estado, e era bem aconchegante.

-Quanto é? – perguntei pra senhora e ela falou um preço que parecia caro... Tomara que Guilherme tenha me deixado dinheiro... tomara.

Olhei em minha mochila, e lá tinha um bom dinheiro, resolvi fazer uma proposta.

-Hmm, que tal eu pagar metade do preço por... mês e trabalhar, conseguindo a outra metade? – perguntei.

-Sim, seria ótimo ter alguém pra me ajudar com a pensão – ela sorriu, peguei um bom dinheiro na minha mochila e entreguei a ela.

-Acho que isso serve pra 3 meses... – disse e ela arregalou os olhos

- Serve pra 6 meses – ela disse, parecendo bem feliz, sorri e entreguei o dinheiro a ela.

-Prontinho... agora se me der licença... – disse.

-Ah, sim claro. Até mais tarde – ela disse saindo do quarto.

Me sentei na cama e fiz uma lista de coisas que eu precisava fazer.

1. Fazer Fortuna
2. Encontrar Elena
3. Encontrar Damon
4. Tomar banho de banheira

Bem, acho que vou começar pelo número 4.