A noite estava em seu ápice quando deixamos todos e fomos para minha casa. Eu e Tom havíamos nos enturmado de uma maneira incrível e inacreditável ao meu ponto de vista. Os amigos de Bianca demonstraram ser extremamente receptivos e sou obrigado a mencionar que Tom adorou ser recepcionado por algumas garotas que a essa altura devem estar em algum lugar agarradas com ele.  Passamos a tarde toda bebendo e todos se encarregaram de me fazer conhecer mais sobre Bianca, desde a cor preferida até sobre o que ela havia pensado ao ver-me pela primeira vez.  Mentiria se dissesse que não estava completamente fascinado por cada detalhe, cada sorriso, cada misera palavra, tudo me deixava louco, louco para toca-la e prender-lhe junto a mim e não deixa-la ir jamais. Não conseguiram acabar com seu jeito misterioso ao contar que ela era filha de uma família formal, mas que preferia passar os dias e noites com os amigos, ou então do medo de ser usada em uma relação que causou a visita inesperada na casa de alguns amigos no dia seguinte ao dormimos juntos pela primeira vez; disseram que ela parecia insegura e receosa por ter estado fora de si e não ter tido como resistir. E a cada revelação eu sorria eufórico enquanto a pequena enterrava seu rosto em meu tórax por vergonha, deixando escapar risadas vez ou outra. Eu desconhecia aquela sensação de ter uma pessoa que pela primeira também parecia ter encontrado alguém com quem gostava de estar junto e que mesmo tentando demonstrar ser forte, cedia a primeira tentação, mesmo sendo uma troca de olhares rápida.
 Bianca estava ao meu lado com os olhos fixos em algum lugar do quarto enquanto eu observava seu corpo trajado apenas por roupas intimas e acariciava seus cabelos de forma carinhosa.  As horas haviam passado como um sopro e fora da casa à madrugada aproveitava seu reinado assim como a Lua e estrelas. O vento tocava a pele de nossos corpos por conta da janela que havíamos deixado aberta de propósito, observar o céu e sentir o vento gélido mesmo estando deitamos na cama era quase como se estivéssemos nos fundindo á noite aos poucos.
- Bill. – Bianca chamou quase num sussurro e me olhou com os olhos semicerrados por conta do sono. – Quando o Sol nascer terei que ir embora. – Levou uma de suas mãos até meus cabelos e enroscou os dedos em alguns fios, fazendo caricias calmas. – Mas vou voltar para fazermos tudo de novo. – Sorriu e fechou os olhos, aconchegando-se novamente. Naquele momento não havia uma parte em mim que não desejasse que ela realmente voltasse e que víssemos o Sol nascer o máximo de vezes daquela forma. Bianca havia feito uma ligeira esperança de finalmente dar certo crescer em mim, havia me deixado como um garoto bobo e apaixonado que perde noites de sono na companhia de sua insegurança, o que não importa se quando o Sol voltar a nascer e ela finalmente estar ao meu lado.