E a sede sendo satisfeita, é claro. Garota deliciosa... seu sangue escorria por seu braço, e por um momento ela encarou  meus olhos escarlates, como se quisesse me mostrar que não tinha medo (...)

Muitas coisas aconteceram desde aquilo... fui ao baile, Yuuki foi ao encontro de Shizuka. Encontrei-as quando era quase tarde demais – a mulher estava prestes a morder a garota que eu amava.

Yuuki se entregaria à Shizuka, para que depois ela me desse seu sangue, o qual faria com que eu me tornasse um vampiro de verdade, sem o risco de decair para o Level E.

Mesmo assim eu atirei em Shizuka, depois ela fugiu; tentei segui-la, mas Ichiru apareceu – aquele maldito até mesmo apontou uma arma para Yuuki, mas eu acabei me ferindo – e no final Shizuka morrera antes que eu conseguisse alcançá-la. O Level E dentro de mim começou a se debater freneticamente, e tive que ser levado.

Fiquei por um tempo numa espécie de calabouço até que o Kuran apareceu por lá e me deu seu sangue, dizendo que estava fazendo aquilo pela Yuuki. O sangue dele permitiu que eu voltasse ao normal, e pude voltar para a Academia – Yuuki me ofereceu seu sangue assim que voltei, e eu a afastei, pois eu realmente a quis naquele momento.

Percebendo que a havia magoado, eu limpei suas lágrimas, e mais tarde tive um pesadelo no qual ela morria – e quando acordei, ela estava ao meu lado, e não sei o que deu em mim, pois quase a beijei. Eu sabia que ela não esqueceria tão cedo.

E no dia seguinte fui convocado para fazer a segurança num jantar de vampiros, aqueles idiotas... também vi meu irmão e Yagari lá.

De qualquer modo, depois da festa, de manhã, os vampiros da Turma da Noite foram viajar devido aos feriados – só Aidou ficou na escola, tive que levá-lo ao dormitório do Diretor, pois ele não queria ficar sozinho. Ah, idiota.

Tive que cozinhar para ele, e depois que o garoto saiu, fiquei a sós com Yuuki, enquanto arrumávamos os aposentos.

Tudo estava bem até que ela derrubou um prato, quebrando-o sem querer. Garota desastrada...

-O que você está fazendo? – perguntei quando Yuuki tocou nos cacos, cortando seu dedo. Droga. Sangue.

Comecei a me afastar e ela pediu que eu esperasse. Virei-me e ela se levantou e chegou mais perto, estendendo a mão com o dedo cortado. Era apenas um pequeno corte, afinal...

-Lamba – ela pediu. Isso não. Já era pedir demais. Mesmo assim fiz o que pedia. Segurei sua pequena mão com delicadeza, e quando levei seu dedo à minha boca, senti minhas presas.

Não vai dar, pensei, afastando-a, ofegante. Ah não...

-Pare! Não me afaste! – gritou. – Eu sou a única que sabe quando você está com fome! É por isso...

Não sei por que, mas suas palavras me convenceram. Aproximei-a, entrelacei nossas mãos...

-Yuuki... – falei, antes de começar. Segurei sua mão delicada junto ao meu rosto por um momento. Lá estava eu, caindo em tentação novamente. Ela ficou corada – ficava ainda mais bonita desse jeito – e me olhou nos olhos, como se me provasse sua coragem.

E então o fiz. Lambi sua pele macia – embora não fosse seu pescoço, ainda assim era perfeita a sensação de prová-la novamente – e a mordi.

Seu rosto ficou mais vermelho e ela fechou os olhos quando sentiu a dor. Comecei a tirar seu sangue novamente, toda aquela torrente de emoções, tão bom...

E a sede sendo satisfeita, é claro. Garota deliciosa... seu sangue escorria por seu braço, e por um momento ela encarou meus olhos escarlates, como se quisesse me mostrar que não tinha medo. Corajosa como sempre, pois era a primeira vez que ela me olhava nos olhos enquanto eu me alimentava dela.

Mas eu sabia que ela não conseguia desviar o olhar – que estava quase chorando. Por um momento minha parte humana pensou...

Chore, Yuuki... assim eu te envolveria nos meus braços assim, e estaria feito... mas meu lado animal voltou a me dominar, e continuei sugando-a.

Depois vi que a porta na nossa frente estava entreaberta – e consegui parar, para que procurássemos por Aidou, que tinha sumido.

Não que eu me importasse...