–Mari, quer ir ao banheiro? -Perguntei aflita. Ela negou com a cabeça. Engoliu tudo de uma vez.

–Só preciso disso. -Pegou o copo de refrigerante e bebeu.

–Acho melhor você só comer o Yakisoba. Não tem peixe lá... Eu juro. -Disse.

–Obrigada. - Começou a comer.

–Eu também não gosto de peixe, por isso, só como Yakisoba. -Confessei e voltei a comer.
Após o jantar, estávamos todos satisfeitos. Então, George pagou a conta e voltamos para casa. Ficamos conversado na sala. Yasmim, como de costume, dormiu no colo do Drew. A viagem deve a ter cansado. Ele a levou para nosso quarto.

–Gente, tenho uma coisa a dizer. - A olhamos. -Eu decidi fazer faculdade. -Como Mariana estava lá, ela excluiu o "novamente" da sua frase. Não é lá muito comum ver uma garota de aparentemente 18 anos, falar que vai fazer outra faculdade...

–De que? Onde? -Bia perguntou com curiosidade.

–De cinema. Na New York University of Art and Cinema.

–Então vai voltar para Nova York... -Perguntei.

–Sim. Eu e George vamos. -Ela segurou a mão dele e os dois sorriram.

–Vão quando? -Drew perguntou descendo das escadas.

–Hoje é dia 6 de agosto, certo? Temos 5 meses ainda.

–Ah... Eu quase me esqueci. Chel, você pode me ajudar a organizar a festa de 6 anos da minha irmã?

–Claro! Quando? -Saltitou para perto de mim.

–Dia 27 de agosto. -Me encarou.

–Nossa. Está um pouco em cima da hora, não? Mas, sim. Vou dar o meu melhor para essa festa. -Sorriu e eu correspondi.

–Obrigada.

–Bom, vou pesquisar uns convites e alguns temas... -Subiu as escadas correndo.

–Ainda são 15 horas no horário local, mas acho q vou dar uma descansada, se não se importam. - Mari olhou para mim e eu concordei. - Amanhã temos uma bela praia para ir. Boa tarde. -Declarou e subiu.

–Gente, desculpa, tem uma coisa que eu estou querendo fazer desde que cheguei aqui. -Saí correndo da casa e caí dento da Piscina.

A água estava mais que agradável. Fiquei lá no fundo durante um tempo. Não preciso de muito ar mesmo... Senti mãos na minha cintura e me direi. Drew estava sorrindo para mim. Sorri de volta. Tirei suas mão de mim e comecei a nadar, como se o desafiasse a vir atrás de mim. Ele entendeu o recado. Era como brincar de pega-pega debaixo d'água. Meu vestido flutuava na água assim como meus cabelos. Senti novamente sua mão na minha cintura. Me virei, mais uma vez sorrindo. Ele me deu um beijo. Fomos subindo.

–Eu te peguei. -Disse cortando o beijo.

–Eu percebi. -Ri e me inclinei para trás, colocando minha cabeça na água.

–Amanhã, creio que vamos passar o dia trancados em casa. Temos de arrumar uma desculpa para Mariana.

–Chel está ocupada organizando a festa da Yaya, George não a deixa sozinha um segundo, você é tem a pele sensível demais para ficar no sol sem ficar vermelho e Logan, está muito mais preocupado em ficar na academia e conseguir músculos para deixar minha prima mais abobada do que ela já é. -Ele começou a gargalhar.

–Boa... -Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço.

–E você? Como está se sentindo quanto a viagem da Chelsea? -Puxei o assunto.

–Bom, essa não é a primeira vez que ela sai de casa. Então digamos que já me acostumei em ficar sozinho. -Fez um muxoxo.

–Então quer dizer que eu não sou ninguém, senhor MacLellan? -Ergui minhas sobrancelhas. Ele riu e beijou minha testa.

–Bom. Você estuda o dia todo e ás vezes, até a noite. Você tá mais ocupada do que nunca. - Falou por fim olhando nos meus olhos.

–Vamos dar um jeito. E daqui a 2 anos estarei formada. É que no momento, tenho que me dedicar muito a isso.

–Você é uma vampira. Não sei porque dá tanta importância para a escola. E afinal de contas, nós somos ricos, bebê! - Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Ri disso.

–Já falamos sobre isso. VOCÊ é rico. Eu sou apenas uma pobre imigrante e estudante torcendo para passar direto de ano que tem uma irmã pequena para criar e arrasta uma prima meio louca com ela. - O empurrei para nos apoiarmos nas escadas que estavam do outro lado da piscina.

–Já falamos sobre isso. - Repetiu minhas palavras. - Já te falei que tudo o que é meu, é seu.

–Tudo bem. - O beijei novamente para evitar uma discussão. E sorri contra seus lábios ao perceber que havia conseguido meu objetivo.

–--

–Já está escurecendo. -Falei enquanto olhava para o céu sentindo seus braços ao meu redor por trás de mim. -Olha que lindo. - Apontei para a mistura de tons de laranja e vermelho no céu.

–Verdade. Parece uma pintura. - Sussurrou em resposta. Ficamos observando a mudança de cores do céu.

–Acho que já está na hora de entrarmos, não? Trocar de roupas. -Disse pós uns minutos pegando a minha mão.

–Vamos. - Saímos da piscina com as roupas pingando. - Droga. Não vou entrar assim! Vou molhar tudo. -Parei então pra ouvir os sussurros da casa. Com certeza Mari estava dormindo. Conseguia a ouvir murmurar em meio aos sonhos. Tirei meu vestido ficando somente com o sutiã tomara que caia e calcinha brancos.

–O que está fazendo? - Drew perguntou.

–Uai, não vou molhar a casa toda! Você devia fazer o mesmo. - Pisquei pra ele. Peguei o vestido, o torci e deixei-o sobre uma cadeira que ficava à beira da piscina. Quando o olhei, Drew já estava só de cueca.

–Essa foi rápida. -Ri. Ele torceu sua roupa e a colocou junto ao meu vestido. - Você quer ir pelo modo tradicional ou pela janela?

–Você sempre complica as coisas, não? -Me puxou em direção à porta e então, corremos para o quarto dele.

–Esqueci que as minhas roupas estão no outro quarto. -Andei até a entrada do quarto.

–Fica aqui. -Pediu. Parei e o olhei. -Nós não temos lá muito tempo pra ficar juntos. - Seus olhos estavam com aquele ar pidão, não havia muito a se fazer.

–Vou pegar uma roupa. -Suspirei. Na velocidade vampira, fui para o que deveria ser meu quarto e, em minha mala, peguei um baby-doll branco de ceda e um robe longo preto. Voltei para o quarto de Drew e fui direto para o banheiro. Ele estava largado na banheira. A água estava quente e sua fumaça me atraiu para ela.

–Pode entrar. -Ele murmurou com os olhos fechados e a cabeça descansando na borda da banheira. Seu cabelo ruivo estava desgrenhado e molhado: uma visão. -Tá difícil? - Abriu apenas um olho e se manteve na mesma posição.

–Apenas admirando a vista. -Ri enquanto tirava o restante da minha roupa. Entrei na água e o calor me cercou. Sentei-me entre as pernas de Drew. Depois disso, me encostei em seu peito. -Isso é relaxante.

–Sim. Poderíamos fazer mais vezes se você não tivesse essa timidez boba. -Riu e me abraçou.

–Não posso fazer muito quanto a isso, meu amor. - Ironizei. Drew pegou um frasco e despejou algo em suas mãos. O sabão produzido foi guiado a minha cabeça. Fiquei um pouco tensa.

–O que? Não estou fazendo nada demais. -Levantou as mãos.

–Só não estou acostumada a me darem banho. - Então ele voltou a me ensaboar. Peguei um sabonete líquido e despejei em uma esponja e passei a me lavar.

–Você ia ser uma estranha na minha época. -Riu.

–É. Imagino que sim. - Soltei. -Mas você também não é lá muito normal.

–Hey! - Puxou meu cabelo levemente e eu joguei água nele em resposta. Praticamente iniciamos uma guerra. Fui para o outro lado da banheira para traçar um território. Ele agilmente puxou um dos meus pés fazendo com que meu corpo submergisse. Apoiando-me sobre os cotovelos voltei a superfície.

–Jogou sujo! -Falei enquanto limpava os olhos. Drew estava rindo da minha cara. -Besta! -Joguei mais um pouco de água nele. -Acho que esse banho já deu, né? -Disse e levantei sem me preocupar com o que Drew veria.

Peguei uma toalha e me enrolei. Ele apenas ficou me olhando. Aproveitando a situação, sentei na borda da banheira, o beijei com entusiasmo e então me pus a andar de volta para o quarto. Lá, vesti a roupa que havia pego e sequei o cabelo com a toalha. Ao me virar para a cama, vi Drew deitado nela com os cabelos ainda pingando e completamente nu. Automaticamente joguei minha toalha e ela cobriu parte da sua barriga e pernas.

–De novo? - Passou a mão pelos cabelos e suspirou pesadamente.

–Desculpa, é que foi tão repentino...

–E você tem que marcar horário para sexo? - Lançou.

–Você tem razão. De novo. -Sentei na cama. - Não sei de onde vem toda essa insegurança e medo.

–Você verdadeiramente não é assim. -Se arrastou para ficar ao meu lado e não se esqueceu da toalha. -Nos dias vampi, você era insaciável. Só queria saber do meu corpo. - Senti meu rosto esquentar ao ouvir isso. -Qual é! É a verdade! Você lembra bem das marcas que deixou em mim.

–Sim, eu lembro. -corei novamente. -Mas e se começarmos de outra maneira?

–De outra maneira? -Suas sobrancelhas se ergueram.

–Ir mais devagar. -Olhei para ele.

–É.. Pode ser uma boa. - Sorriu. -Espera um pouco. - Saiu em velocidade vampira e voltou vestindo uma cueca boxer preta. Subi para a cama e me deitei em um travesseiro. Drew veio e deitou-se ao meu lado. Peguei sua mão e a beijei.

–Obrigada por me suportar. -Virei de lado e coloquei meu braço sobre seu peito.

–Devia ganhar um prêmio por isso.. - Falou e eu ri.

–Agora vai dormir, Sr. Mereço Ser Premiado. Amanhã vai ser O dia.