Segredos Submersos escrita por lovegood


Capítulo 12
Pequenos grandes problemas de viagem


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso, e aqui está o capítulo. :)



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– Ok, nós já chegamos onde você queria – disse Ron, assim que chegamos ao prédio que não ficava muito longe do lugar de one aparatamos na Quinta Avenida. – Pode nos explicar onde estamos?

– Antes de sairmos para ir buscar vocês lá em Hogwarts – disse Thalia –, a mãe de Percy nos fez prometer que viríamos para cá assim que voltássemos de lá, só pra assegurar que estava tudo bem.

– Mas por quê? – perguntou Harry, fazendo eu dar uma cotovelada na costela dele. Ele abaixou um pouco o tom de voz. – Ai, Hermione!

O modo que Harry me olhou ao dizer isso fez-me sentir um tanto culpada.

– Tá, desculpe – eu disse, lembrando-me dos Dursley e momentaneamente tendo de fazer com que todas as memórias da guerra fossem embora. Por um instante lembrei-me de meus pais (no caso de meu pai, padrasto), que há um ano eu havia alterado suas memórias, fazendo-os se esquecerem de mim. Tudo bem que agora eles já estavam com a memória boa, mas mesmo assim ignorei o pequeno bolo que subiu à minha garganta. Ninguém percebeu esse meu pequeno momento de fraqueza, por sorte.

– Não precisa repreendê-lo – disse Percy, dando de ombros, assim que chegamos no andar certo. – É só que minha mãe é um pouco... protetora.

– Um pouco – murmurou Nico sarcasticamente, fazendo com que dessa vez Thalia lhe desse uma cotovelada na costela. Percy revirou os olhos. – Ai! O que eu fiz?

– Nasceu – retrucou ela.

– Puxa, então me desculpe – disse ele, e os dois começaram a se encarar feio.

– Sem brigas aqui, meninos – disse uma voz, que ninguém havia notado até então. Nem havíamos percebido que agora a porta do apartamento já estava aberta. Era um homem que estava parado ali. Ele usava terno e parecia ter um certo jeito de executivo. – Há quanto tempo, não?

– Paul! – disse Percy, apertando a mão dele.

– Sr. Blofis – disseram Nico e Thalia com respeito, mas ainda encarando feio um ao outro.

– E acho que não conheço vocês... – disse ele, se referindo a mim, Harry e Ron. Nós três nos entreolhamos, meio desajeitados.

– Ah sim – Percy apressou-se a dizer. – Paul, esses são Harry Potter, Ronald Weasley e Hermione Granger, nossos amigos que tivemos de ir buscar lá na Escócia. Harry, Ron, Hermione, esse é Paul Blofis, meu padrasto.

– Muito prazer, senhor – eu disse, apertando a mão dele, bem como Ron e Harry.

– Vamos, entrem – disse Paul, abrindo espaço para nós podermos entrar no apartamento.

Ficamos mais ou menos uma hora e meia lá no apartamento. Havíamos conhecido a mãe de Percy, Sally, que era uma ótima pessoa e nos havia oferecido biscoitos – azuis. Percy havia dito que era uma longa história, e mesmo sendo azuis, eram muito bons. Paul havia ficado impressionado com a história de sermos bruxos, e pelo visto ainda não havia se acostumado muito bem a ser padrasto de um semideus.

Tivemos que ir, mesmo que Sally insistisse que ficássemos. Estávamos perdendo muito tempo, já. Assim que saímos do prédio, começamos a procurar um lugar melhor para podermos aparatar. Achamos um beco, que quase ninguém notava.

– Prontos? – perguntei, enquanto já pegava a mão de Thalia e de Harry. Eles assentiram. – A propósito, tenho que dizer uma coisa que esqueci de dizer antes de aparatarmos de Londres para cá. Fiquem bem concentrados, porque certas vezes podem acontecer certos... imprevistos.

– Tipo o quê? – perguntou Percy.

– Bom, as vezes você pode acabar estrunchando, ou uma parte do seu corpo se transporta mas a outra não... essas coisas – disse Ron, e os três arregalaram os olhos. – Acreditem, isso não é legal. Falo isso por experiência própria.

– Hã... obrigado por agora me deixar com muito medo – disse Nico, com os olhos ainda arregalados de pavor.

– Ok, agora estão todos prontos? – perguntou Harry. Os três engoliram em seco, mas assentiram. – Então...

Antes que pudéssemos falar qualquer coisa, ouvimos um rugido atrás de nós. Soltamos nossas mãos e nos viramos. Demos de cara com um bicho horrendo, que parecia um pouco com a quimera que era a Profª Blakewhite. Só que em vez de ser um leão com uma cabeça de cabra e outra de dragão, era um corpo de leão com cauda de escorpião, cabeça de homem, com chifres e três fileiras afiadas de dentes de ferro.

– Mas o que é isso? – berrou Harry desesperado.

– É um manticore! – berrou Thalia em resposta, já mexendo em suas correntes de prata. O bicho avançou para cima de nós, lançando um espinho de sua cauda. – Façam alguma coisa!

– Tipo o quê!? – berrei. Ron me puxou para o chão, nos desviando de um dos espinhos venenosos que o manticore havia lançado.

Confringo! – gritou Harry, fazendo com que o manticore fosse jogado para trás com a explosão criada. Mas não deu certo, já que aquela coisa levantou-se novamente. O rosto estava ferido, derramando um líquido dourado (aparentava ser sangue), mas ainda estava vivo.

Percy armou Contracorrente e tentou atacá-lo, bem como Nico e sua espada completamente negra. Thalia conseguiu abrir Aegis, fazendo todo mundo recuar por um instante com aquela Medusa horrível no topo do escudo. Até mesmo o manticore recuou. Thalia olhou pra mim e fez um sinal com a cabeça. Compreendi.

Reducto! – berrei, fazendo o manticore ser jogado para trás novamente, atordoado, com um grande estrondo. Sabia que não iria matá-lo, mas isso provavelmente devia ser um plano de Thalia para atacá-lo enquanto ele estivesse distraído. E eu estava certa. Ela de repente pegou uma lança de seu bolso, que eu nunca havia visto antes. Parecia ser elétrica, ou algo do gênero, o que não me surpreendeu. Thalia atacou com a lança, fazendo com que o manticore urrasse e caísse no chão.

– Vamos logo! – Ron gritou. – Não vamos perder tempo com ele, vamos logo aparatar!

Saímos correndo atrás de Ron, e pudemos ouvir o manticore levantar-se novamente e rosnar, mais alto do que nunca. Também ouvimos a criatura começar a avançar para cima da gente. E foi aí que tudo se passou muito rápido. O manticore lançou um espinho. Antes que qualquer um pudesse desviar, alguém pegou minha mão – Harry, creio eu. E eu senti o familiar puxão em meu estômago.


Em um baque, caímos todos no chão. Estávamos exaustos. Havíamos acabado de lutar com um manticore (e não vencemos ele, só fugimos), e depois aparatamos. Ninguém estava concentrado na hora da aparatação, por isso em minha mente eu ainda rezava para que ninguém tenha passado por algum dos "imprevistos".

Sentei-me, com a cabeça ainda rodando, e a visão meio turva. Assim que melhorei um pouco, olhei ao redor. Estávamos em o que parecia ser uma colina, e no topo dela havia um grande pinheiro.

– Hermione! – ouvi a voz de Harry me chamar. Olhei para trás, e vi que tanto ele quanto Ron, Percy e Thalia estavam tentando cuidar de Nico, que estava no chão se contorcendo, gritando e arfando. Corri em direção a eles, e vi que em seu antebraço estava preso um dos espinhos do manticore, que devia ter aparatado conosco sem querer e o atingido.

Vê-lo nesse estado me lembrou de Ron após nossa fuga do Ministério da Magia ano passado, mas também me lembrou de quando escapamos da Mansão dos Malfoy e a faca de Bellatrix Lestrange havia acertado o elfo Dobby. Balancei minha cabeça rapidamente, tentando não me lembrar de tudo isso novamente.

– Me desculpe, Nico, mas isso vai doer – disse Thalia, e rapidamente puxou o espinho de seu braço. Ele berrou de dor, e não posso negar que senti muita dó dele nesse momento. Sangue escorria desse ferimento, e pela expressão em seu rosto o veneno estava ardendo muito.

– O veneno não é letal, não é? – perguntou Ron.

– Esperamos que não – disse Percy, pegando uma garrafa em sua mochila e colocando na boca de Nico. Depois de um momento, ele parou de arfar, e sua respiração foi começando a voltar ao normal. – O néctar vai ajudá-lo agora.

Sem pensar, levei minha mão até seu ferimento e toquei-a. Senti um pequeno calor em meus dedos, e de repente vi que um pequeno filete de água estava lavando um pouco do sangue e do veneno do braço de Nico.

– Bom trabalho, Hermione – disse Ron, e eu só pude sorrir. Nico abriu os olhos, já melhor, e sentou-se no chão.

– Você está bem, cara? – perguntou Harry.

Nico assentiu.

– Estou melhor, já. Acho que o néctar e a água me ajudaram.

– Consegue ir até o topo da Colina? – perguntou Thalia. Ele apenas fez que sim com a cabeça. – Que ótimo. – depois se virou, e encarou o grande pinheiro lá no alto, sorrindo de leve. – Parece que chegamos, então.


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