Segredos Submersos escrita por lovegood


Capítulo 11
Rumo à Nova York


Notas iniciais do capítulo

Não pude postar mais cedo porque eu acabei de mudar de casa e fiquei sem internet por uns dias, mals.



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– Não me leve muito a mal Ron, mas... – disse Thalia, engolindo em seco, enquanto estávamos no Expresso de Hogwarts, voltando para a estação King's Cross –, você é sempre assim?

– Assim como? – perguntou Ron, tomando um grande gole de seu suco de abóbora.

– Você se acostuma com o tempo – disse Harry, dando um tapinha no ar, indicando a quantidade de doces que estava ao lado de Ron. Thalia apenas assentiu, ainda parecendo um pouco surpresa.

– E o que seria isso aqui? – perguntou Nico, colocando um feijãozinho de todos os sabores dentro da boca. Ele rapidamente se engasgou e cuspiu. – Mas isso aqui tem gosto de carne crua!

– São feijõezinhos de todos os sabores, cuidado – disse eu, escondendo um pouco o riso, enquanto Nico resmungava um pouco, com a cara amarrada. – Porque são de todos os sabores mesmo.

– É, nota-se – resmungou ele.

– Não se preocupe – disse Ron. – Esse que você pegou nem é um dos piores. Experimente um de cera de ouvido ou de vômito que você chega a achar esse até bom.

Eu, Harry e Ron acabamos rindo com a expressão de choque que se formou no rosto de Thalia, Nico e Percy. Thalia balançou a cabeça logo depois, fazendo com que seus cabelos negros rebeldes balançassem.

– Tudo bem, tudo bem – disse ela. – Mas então, qual é nosso plano, ao chegarmos na estação de King's Cross?

– Acho melhor aparatarmos – disse Harry, ignorando a cara de dúvida que se formou nos rostos dos três.

– Direto em Nova York? – perguntou Ron, franzindo as sobrancelhas.

– Sim, é melhor – eu disse. – Porque bem, não temos o porquê de agir como trouxas, e se agíssemos, o único jeito de chegarmos de Londres a Nova York seria de avião, e por mais que Thalia seja filha de Zeus, bem... eu e Percy somos filhos de Poseidon. – Minha voz deu uma breve falhada, mas eu ignorei.

Um silêncio meio constrangedor pairou no ar, e eu e Percy sem querer nos entreolhamos. Ele forçou um sorriso, por mais que ainda houvesse em seus olhos um brilho esquisito.

– E, bem... – disse ele, cortando o silêncio – Zeus não gosta muito de mim, e mesmo que estejamos em companhia da filha dele, ele poderia tacar um raio em mim e ainda rir por causa disso, sem nem se importar o que aconteceria com os outros.

Thalia pigarreou um pouquinho.

– Hã, com licença, mas por mais que Zeus seja um pouco teimoso ("um pouco" sussurrara Nico baixinho, irônico), ele ainda é meu pai. Então, por favor né! – disse ela, repreendendo a todos. De repente, pudemos ouvir um trovão lá no céu, distante, fazendo a todos rir. Thalia bufou e grunhiu. – Mas eu odeio quando ele faz isso.

– Ok, ok – Harry retomou a palavra, ignorando um outro trovão que caiu do céu. – Então ao chegarmos na estação, iremos aparatar para Nova York para assim podermos ir para o Acampamento Meio-Sangue, que fica em Long Island?

Todos assentimos solenemente. Parecia que então o plano já estava montado.


O Expresso de Hogwarts havia acabado de chegar à Plataforma 9 3/4. Descemos rapidamente e não tardamos para passar pela barreira mágica.

Estávamos andando pela estação, agora já na área dos trouxas, e por isso ficamos rondando por um momento até acharmos um lugar escondido o suficiente para podermos aparatar, até porque se um trouxa acabasse vendo seis adolescentes sumirem do nada, provavelmente ele iria querer se internar no hospício mais próximo.

– Acho que aqui está bom – disse Nico, vendo um lugarzinho que era bem escondido.

– Perfeito – falei, sorrindo. – Agora, aparatar significa apenas que iremos sair daqui e basicamente nos "teletransportar" até os Estados Unidos.

Percy, Nico e Thalia ergueram as sobrancelhas, os três parecendo confusos e desconfiados. Bufei, e agarrei de um lado a mão de Nico, e do outro a de Percy. Ele pegou a mão de Harry, que pegou a de Thalia, que finalmente pegou a de Ron, voltando para Nico.

– Não é a melhor sensação de todas – explicou Harry, e os três assentiram. – Você sente uma náusea, mas logo depois passa. Então... vamos!

Depois, senti aquela familiar sensação de ter o estômago puxado para a frente, bem como estar com a cabeça girando e de sentir os pés sairem do chão.

Não durou muito, e logo depois saímos na calçada de uma avenida super movimentada. Soltamos nossas mãos, e olhei ao redor. Ninguém parecia ter notado que seis pessoas surgiram do nada ali, por sorte.

Olhei para Percy, Nico e Thalia. Os três estavam mais pálidos, e no caso de Nico, verde. Eles estavam com a mão na região do estômago, provavelmente fazendo forças para não vomitar.

– Céus, eu acho que vou vomitar toda a comida desse mês! – exclamou Thalia, parecendo enjoada.

– Eu vou vomitar toda a comida desse ano – grunhiu Percy.

– Já vai passar essa sensação – disse Ron, dando palmadinhas nas costas deles, mesmo que ele parecesse um pouco mais pálido do que de costume, também.

Nico massageou as têmporas freneticamente, fechando os olhos com força. Ao abri-los novamente, ele ficou boquiaberto.

– Mas... isto é incrível! – exclamou. – Estávamos em Londres há um segundo atrás e agora estamos na Quinta Avenida!

Percy e Thalia levantaram a cabeça rapidamente, como se tivessem notado isso só agora. Assim como Nico, suas bocas se escancararam também, e olharam em volta, chocados.

– Isso é... uau – disse Thalia, parecendo maravilhada. Mas seu sorriso se dissipou rapidamente. Ela olhou para trás, e nós acompanhamos seu olhar.

– Algo está errado – disse Nico, parecendo sério, enquanto olhava para o grande prédio que estava a algumas quadras de distância. Era o Empire State Building, onde o Olimpo estava localizado em seu 600º andar (por mais que eu me perguntasse quantos andares a mais esse prédio teria).

– Como assim? – Harry e Ron perguntaram em uníssono.

– Não sentem isso? – perguntou Percy, rígido. – Como se algo estivesse mesmo errado.

– Não. Honestamente acho que se deve ao fato de não sermos meio-sangues – disse Harry –, mas o tempo não parece estar muito legal.

E ele tinha razão. O céu estava cinzento, como se fosse chover, mas ao mesmo tempo parecia estar mais pesado, mais tenso... o vento estava mais forte e mais gelado, e um raio iluminou o céu atrás do Empire State por um segundo.

– Precisamos ir ao Acampamento, então – disse Ron.

– Sim – disse Percy, agora levando o olhar para outro lugar, a algumas quadras a frente do ponto de onde estávamos da Quinta Avenida. Era um prédio comum. – Mas... será que antes de irmos, não podemos ir fazer uma visita? Prometi que iria lá assim que chegássemos de Londres.


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