Voando escrita por JoJo


Capítulo 3
Ninfa de lavanda e riachinho


Notas iniciais do capítulo

Ninfa de lavanda e riachinho- é, um titulo estranho, mas é o que pude fazer
Bem, esse capitulo vai especialmente para o Walfredo,grande amigo, por tudo e um pouco mais... não que esteja bom o suficiente qqq



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Dizem que você vê tudo de marcante na vida em segundos antes da morte.

É, eu não vi porcaria nenhuma...e isso só pode significar que eu não vou morrer, né? Mas não era o que parecia com o monstro me chacoalhando impiedosamente para todas e direções e rindo com aquela boca semidesdentada. Bem, sem dizer que ele estava me segurando pelos tornozelos, como eu imagino que fariam com um porco. É nesses momentos que eu penso em ser vegetariana.

E, apenas para colocar a cereja no bolo (N/A é, essas expressões estranhas -.-), ele tinha uma adaga do tamanho do meu antebraço encostada no meu pescoço, sem pressionar muito, graças aos deuses. Eu me remexi toda para tentar alcançar uma das flechas que tinham caído, mas ele puxou para o lado e gargalhou como um idiota. Pff... além de ser morta por um gigante, tem que ser por um ciclope burro, é claro. Apesar de que, pensando bem, eu não acho que exista qualquer tipo de gigante inteligente.

Eu olhei novamente para adaga, tentando forçar minha mente patética a bolar um plano... ADAGA! Eu não digo que eu sou burra? E com razão, como eu não tinha pensado nisso antes! Colocando meu plano em ação, segurei com força a base da agada- um pouco antes da parte de couro- tentando relevar a dor que um corte poderia causar, e, com a maior força que consegui, arranquei-a da mão dele. Isso, é claro, fez com que eu soltasse um grito um tanto estridente, afinal, cortar sua mão até a carne é fogo.

Com a adaga suja de meu próprio sangue na mão, girei ela e segurei-a pelo punho, até conseguir esfaquear o ciclope, que ainda estava processando o que havia acontecido, na barriga. Ele soltou algum som semelhante a um mugido e largou-me com a raiva de alguém traído- se bem que não estavamos do mesmo "lado"- em cima de -adivinhem só- flechas. As minhas malditas flechas.

Sentindo as pontadas nas minhas costas e nuca, agradecendo por não ser uma espada, rolei para o lado para ver o monte de gordura choramingando enquanto passava a mão pela bariga furada.

O choramingo se transformou em uma espécie de rugido e ele começou a avançar em mim. Peguei rapidamente- confore o possível- umas duas flechas e saí correndo como uma louca. Bem, quando eu digo isso, eu realmente digo: eu estava meio cambaleante, meio tropeçando, olhando por cima dos ombros a todos os momentos e vendo como ele, com seu jeito de bebezão, chegava mais perto.

Parei por um segundo, me virei e, com a máxima precisão possível, lancei com as minhas próprias mãos uma flecha, que ricocheteou nas palpebras dele e, com sucesso, deixando um corte fino, porém valido. Eu vi lágrimas lamacentas escorrerem pelos lados do olho dele e atirei a segunda e última flecha.

Acertou. Em cheio.

Fiz uma rápida prece de agradecimento a Apolo pela mira e saí correndo, vendo ele soltar um grito enquanto batia contra o caule de uma arvore grande.

Sem esperar por ele se recuperar, virei-me novamente para a frente e dei um impulso, o mais forte que consegui, para voltar ao meu ritmo médio de cooper.

Comecei a analizar o ferimento da minha mão, vendo sangue, o corte e mais sangue- e, na borda, algo meio lilás.

É, ou eu sou uma ninfa de lavanda e não sabia ou tinha veneno na adaga. Bem, eu não sou tão doida, e fiquei com a ultima e pior opção.

Comecei a correr com mais vontade e força do que eu acreditava que eu tinha a procura de algum tipo de riacho. Eu conhecia aquele veneno. Era uma espécie de poção genérica e fajuta, que demorava muito mais para matar que um veneno normal, verde. O negócio era: ele demorava, até uns cinco dias, mas doía. Muito.

Não sei se foi psicológico, mas eu senti uma pontada. Gritei tão alto que até meus tímpanos ficaram meio anestesiados. E, é claro, tropecei. Não, eu não me estabaquei feio, mas caí de bumbum, pois foi meio que um escorregão devido a camada de limo e folhas secas que havia no chão. Aproveitei e peguei uma dessas folhas, cheia de limo, fungo e umidade, e passei na mão, retirando, pelo menos a camada excessiva. O resto só saíria, como diriam as garrafas de shampoo no verso, se lavadas com água corrente, e se não funcionar, contate o médico. Bem, não vejo nenhum médico por perto, isto é, se algum ainda existisse, então meu próximo passo seria procurar um riacho limpo para limpar o resto.

Levantei-me lentamente e cheia de preguiça, limpando superficialmente minha roupa. Retomei meu ritmo quase saltitado em direção a lugar nenhum, esperando encontrar algum lugar pra me limpar e para passar a noite. Percebi, quase inconsientemente, que a neve já estava acabando, mas eu não iria arriscar a ficar andando por muito tempo.

Peguei uma garrafinha que eu tinha na mochila com água e tentei usar ela como "água corrente", mas só caíram algumas inuteis gotas.

É, acho que eu não tinha falado da amada molchila minha. Era uma simples mochila de tamanho escolar, onde eu guardava pouquíssimas coisas, como umas três maçãs verdes, minha garrafa de água vazia- que era para estar cheia- e um daqueles mantos metalizados que esquentam muito bem, que eu geralmente via os bombeiros colocarem em pessoas com hipotermia, além de roupas intimas- poucas, infelizmente, meu casaco- que eu deixava amarrado do lado de fora pra não ocupar espaço, uma pequena adaga, para casos como agora quando eu perco o arco e flecha- que eu penduraria desconfortavelmente no ombro, e pedaços de gaze.

Acho que só. Ah, e é claro, o mais importante: uma foto do meu irmãozinho, que eu nunca mais vi.

Deixe-me dizer que os humanos que podem ver através da nevoa sobrevivem por mais tempo, como eu. Meu irmão não pode. E isso anda me matando.

Tá bom, superei. Retomei minha atenção, focando na procura de sinais de água. Girei minha cabeça, procurando por algo- e vi!

Era um córrego de água, quase do tamanho da minha mão aberta, que no momento passava paralelamente ao meu caminho.

Suspirei, enormemente aliviada. Andei até ele, me aguachei, e comecei a cantarolar uma música meio medieval meio... alegre...grega...sei lá (N/A se alguém quiser- Jutenija-cover. Eu adoro), enquanto lavava minha mão com zelo. Aproveitei e soltei meu cabelo, começando a pentia-lo com as pontas dos dedos, com auxilio de água.

–Jutenijaaa...- peguei minha garrafa e enchi-a daquele liquido fresco, depois lavei meu rosto. Deve soar uma cena romantica, mas imagine que eu estava sentada no lodo, lavando meu rosto com a água de um córrego que não tinha mais que 30 cm. Era, na verdade, um tanto humilhante. Well, eu tô sozinha.

"Ou não", pensei ao ouvir passos delicados. Tampei com todo o cuidado a garrafa, joguei-a na mochila e me levantei, caminhando por dentro d'água, sabendo que as minhas botas são de borracha. O riozinho silenciava meus passos, mas eu tinha cuidado, mesmo assim.

O barulho aumentou, e derrepente, ouvi alguém gritar:

–Ali! Rápido!- era uma voz feminina, meio rouca.

Parei. Pessoas? Será? Virei-me, mas tão somente para me deparar com uma moça um pouco mais baixa que eu- sendo que eu tenho uns 1.68m- com os cabelos longos e castanhos amarrados em um rabo de cavalo alto, com roupa de guerreira, apontando uma flecha pra mim.

Tentei me virar para correr, mas no outro lado havia uma garota, bem mais baixa, uns 13 anos, com cabelos loiros curtos e soltos, as roupas mais normais possiveis: jeans e camiseta de lã, por cima um sobretudo meio emplastificado. Ela se aproximava com passos leves, me encurralando, até que a mais alta bateu algo na minha cabeça e, enquanto eu desmaiava, me carregou, com ajuda da loira até algum lugar, mas antes de chegar, eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

E aí? Bom? Ruim? Enfim, comentem, eu gosto de opinião para compor a historia!



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