Coincidências? escrita por Otsu Miyamoto


Capítulo 29
Vinte e Nove




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— Pode entrar – Shunrei disse, ao ouvir alguém bater em sua porta.

— Oi querida... – Shiryu entrou, fechando a porta atrás de si – Trouxe uns documentos pra você analisar.

— Não precisava vir pessoalmente... – Ela murmurou, não conseguindo evitar corar.  Apoiou o rosto nas mãos, esperando pela aproximação dele.

— E perder um motivo pra vir até sua sala? – Sorriu, fazendo a jovem sorrir também. Shiryu amava ver as bochechas dela se tingirem de vermelho sempre que o via. Ele deu a volta na mesa e deixou as duas pastas, com os documentos, em frente a ela, enquanto se abaixava para beijá-la, em um contato leve e firme – Você tem trabalhado muito, Shunrei. Não estão abusando de você, não é?

— De maneira nenhuma! Tem sim muito trabalho, mas eu amo tanto – Falou sincera, se recostando completamente na cadeira e fitando o homem escorado em sua mesa. Mal podia acreditar no quão sortuda era. Durante muito tempo teve fé que as coisas se acertariam, mas acreditou que levaria anos até conseguir um bom emprego e encontrar uma boa pessoa, como seu avô aconselhou.

Mas foi o exato oposto. De repente, em um espaço curto de tempo, Shiryu apareceu e virou todo seu mundo de ponta cabeça.

E a vida não podia ser melhor, sentia-se completa e feliz.

Ela não sabia ainda, mas Shiryu se sentia da mesma forma. Há muito tempo não era tão completo e feliz. Antes, apoiava-se, com tudo que tinha em Seiya e na empresa. Só agora via claramente o quanto da vida estava perdendo, se isolando sem perceber. 

Essa menina lhe trouxe um sentimento completamente novo e maravilhoso. Ouvi-la dizer que ama o trabalho, com essa voz tão doce e perceber em seu rosto, o quanto ela se sentia realizada ali, só fazia Shiryu querer fazer muito mais por ela. Por esse alguém que e colocou todo o seu mundo de volta nos eixos.

Shunrei não percebeu por quanto tempo ficou encarando, só notou o que fazia quando ele estendeu a mão para ela. Novamente sentiu seu rosto esquentar, mas prontamente aceitou. Shiryu a puxou, trazendo-a para mais perto de si, passou os braços em sua cintura, não resistindo ao ímpeto de beijá-la.

Ele nunca mais nem tentou resistir em absolutamente nada que fosse referente à Shunrei. Tudo o que sentia, ele demonstrava, sempre que podia e de todas as formas que podia.

— Que inveja, Shiryu... – Seiya disse, escorado na porta da sala, agora aberta, surpreendendo tanto Shiryu quanto Shunrei – Acho que precisamos conseguir uma vaga pra Saori aqui...

— Seiya, você precisa parar de fazer isso... – Shiryu diz após se recompor – Está ficando estranho.

— Fazer o que? Entrar nas salas?

— Ficar nos espiando.

— O que? – Se fez de ofendido – Acha que eu vi você entrando aqui e esperei, de propósito, porque sabia que vocês iam se beijar e calculei o tempo exato pra entrar e pegar vocês no flagra? Shiryu, você não acha que está exagerando?

Seiya mal terminou de falar e Shunrei já ria, contagiando todos.

— Sabe, sobre a vaga da Saori... – Seiya continuou – Estou pensando exclusivamente no bem delas. Facilitaria muito, não é Shunrei? Então... Pensei em algum lugar... Do lado da minha sala... 

— Já entendi, Seiya... – Shiryu rebateu, fitando a namorada e sorrindo – Vou sair e levar o ser estranho comigo. Nos vemos no almoço?

— Ah, eu vou almoçar com as meninas hoje, tudo bem? A Saori e a Eiri. Faz um tempo que não conseguimos vê-la, pra colocar a conversar em dia. Não tem dado pra parar e conversar na faculdade.

— Claro, querida. Mande lembranças a Eiri por mim.

— Por mim também... – Seiya disse.

— Pode deixar.

Shiryu deu um ultimo beijo na jovem e então se afastou, caminhando em direção ao irmão.

— Você só veio aqui pra atrapalhar mesmo?

— Bom, na verdade... – Seiya mexeu em alguns papeis que estavam em suas mãos e, depois de poucos segundos organizando-os, ele parou, fitou o irmão e sorriu – Foi só pra isso mesmo.

— Já chega, sai daqui... – Falou expulsando-o da sala. Shiryu ainda pode ouvir Shunrei sorrir, antes de fechar a porta.

***

— No nosso último encontro, Hyoga me levou em um restaurante maravilhoso, com música ao vivo. Meninas! Ele é tudo de bom. Perfeito, sem tirar nem por... – Eiri dizia com um brilho inconfundível nos olhos. Tinha até esquecido da comida no prato.

— Imagino que sim, você só repete isso desde que começou a falar dele – Saori rebateu, sorrindo.

— Eu não lembro se comentei isso com a Saori, mas Hyoga sempre me transmitiu essa sensação de “muito” – Shunrei comentou, amando a alegria da amiga.

— É exatamente isso! Ele é muito, em tudo. Mas sem causar exageros, sabe? Eu nem acredito que consegui a atenção dele. Mas, agora que tenho, ele é só meu – Falou orgulhosa – Shunrei, muito obrigada!

— Pelo o que? – Perguntou sem entender.

— Por me apresentar a ele. Ninguém me tira da cabeça que você foi o motivo de tudo, até porque ele já tinha ligação muito forte com aquele orfanato e nunca me encontrei com ele lá. Só quando fui ao hospital com você.

— Sim! – Saori, confirmou empolgada – O mesmo comigo. Se não fosse por você, eu nem sei se um dia teria me encontrado com Seiya ou conversado com ele o suficiente, a ponto de ver como ele é incrível. Shunrei, não me entenda mal, mas bendito seja o dia em que você bateu aquele carro.

Todas deram risada, concordando.

— Bem, é inegável que só aconteceram coisas boas desde aquele acidente – Shunrei afirmou – Eu jamais poderia imaginar que as coisas aconteceriam assim. Pensei sobre isso hoje de manhã e... Está tudo tão bom... Tão certo que dá até medo...

— Meu bem, não tem que ter medo de nada, tem que aproveitar – Saori interrompeu – Você batalhou bastante pra chegar onde está. Shiryu viu isso em você. Você fez tudo tão bem que, de quebra, trouxe duas pessoas maravilhosas pra gente também. Obrigada!

— De novo, muito obrigada... – Eiri confirmou.

— Que isso, gente... – Shunrei corou, mas sentiu-se reconfortada, pois tinha, sem dúvida, as melhores amigas do mundo. Nada do que aconteceu, aconteceria do mesmo modo, sem a ajuda delas.

— Aproveitando, temos um casamento pra ir no último final de semana do próximo mês, e ainda não vimos nada, nenhum vestido, sapato. Vamos marcar um dia Eiri, vem ajudar a gente? – Saori perguntou.

— No ultimo final de semana? – Eiri estava curiosa, porque nesta data também tinha um compromisso parecido.

— Sim... – Shunrei continuou – Uma amiga do trabalho da Saori vai se casar, então ela já estava convidada há tempos, mas, acredite ou não, o noivo dela é irmão de um dos sócios da empresa do Shiryu. Então ele e o Seiya foram convidados e, por tabela, eu também... – Esclareceu.

— É que... Eu também tenho um casamento pra ir, no ultimo domingo do próximo mês. O melhor amigo do Hyoga vai se casar e ele é o padrinho. Ele me convidou ontem pra acompanhar, como madrinha. Disse que conversou com os noivos e eles concordaram.

— Quais os nomes deles? – Saori perguntou curiosa.

— Shun, e a noiva é June.

Saori começou a rir alto, e Shunrei riu também.

— Não me diga que é o mesmo casamento, Saori? – Eiri perguntou surpresa.

— Então eu não digo – Disse entre risos.

— Não acredito! – Shunrei exclamou – Eiri, nós vamos ao mesmo casamento!


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