O carro de Shiryu parou na entrada da casa das jovens e Seiya saiu primeiro, vestindo roupas causais: jeans e uma camiseta vermelha. Enquanto Shiryu estava, não surpreendentemente, muito bem vestido em uma calça social preta e uma camisa social grafite. Seus longos cabelos estavam presos em um atípico rabo de cavalo alto, deixando-o mais atrativo.

— Tem certeza que não prefere levar a Saori em algum lugar hoje, Seiya?

— Não... Saori e eu concordamos que essa noite é toda de vocês. Se quer me ajudar, mantenha a Shunrei ocupada – Comentou, piscando para o irmão que apenas revirou os olhos e sorriu.

Seiya sendo ele mesmo. E foi ele quem tocou a campainha.

Saori apareceu também vestindo roupas casuais: regata branca e shorts jeans, realçando bem sua boa forma. Seiya sorriu, sentindo o coração pular no peito, então soltou um longo assovio.

—  Sempre linda... – Comentou baixo, se aproximando dela e sendo recepcionado com um beijo nos lábios.

— Tudo bem, Shiryu? – A jovem o cumprimentou em seguida, enquanto Seiya, se colocava atrás dela, já dentro da casa.

— Melhor impossível – Respondeu com sinceridade, ainda no mesmo lugar.

— E a Shunrei? – Seiya perguntou empolgado para Saori, que não precisou responder.

— Aqui... – A voz da jovem surgiu e todos os olhos se voltaram para ela, mas o olhar de Shiryu foi, sem dúvidas, o mais interessado.

Shunrei estava usando um vestido preto que ia quase até os joelhos, que a vestia perfeitamente, com sandálias que a deixaram um pouco mais alta. Os longos cabelos estavam meio soltos, pois metade estava preso em uma trança, com alguns poucos fios soltos. Usava também uma maquiagem leve, feita pela Saori, que realçou a beleza natural que já possuía.

A visão deixou Shiryu sem fôlego por alguns instantes.

— Uau! – Seiya exclamou enquanto Saori apenas a fitava com orgulho – Shunrei, você está um arraso.

— Obrigada... – Comentou sem graça, andando a passos leves, saindo e fitando Shiryu, ansiosa.

  O moreno ainda estava deslumbrado com a visão. Tanto que se aproximou mais, sem perceber, sem deixar de fitá-la nos olhos, e estendeu a mão para ela. Shunrei colocou a mão esquerda sobre a dele, apertando com força a bolsa discreta, que estava na outra mão.

Shiryu levou a mão da jovem até seus lábios e beijou com delicadeza, fazendo-a corar.

— Você está linda... – Foi tudo o que conseguiu dizer, ainda fitando-a com intensidade.

— O-obrigada... – Shunrei respondeu com a voz baixa, pois a garganta havia apertado por um instante. Talvez por que o coração parecia bater ali e não no lugar certo.

Shiryu desviou o olhar por um momento, vendo que o outro casal ainda estava na porta, observando com um sorriso no rosto.

— O que? A gente shippa vocês dois, você sabe disso – Seiya diz em tom de desculpas, como se isso justificasse alguma coisa – Fiquem satisfeitos por não seguirmos vocês.

Saori apenas sorri, fazendo Shunrei sorrir também.

— Obrigado? – Shiryu ironiza, sorrindo. Ele não solta mão de Shunrei, apenas aperta ainda mais enquanto se despede do irmão – Estamos indo. Até mais tarde... Até Saori.

— Se divirtam e não façam nada que eu não faria – Saori diz para os dois.

— E façam tudo o que eu faria – Seiya completa, enquanto eles se afastam, em direção ao carro.

Eles ainda viram Shiryu abrir a porta do carro para Shunrei, quando resolveram que era o suficiente e finalmente entraram.

Saori fechou a porta e voltou-se para o Seiya, que não teve tempo nem de pensar, pois a jovem de cabelos arroxeados saltou sobre ele, animada. Ele a segurou, dando alguns passos para trás, para manter o equilíbrio, sorrindo.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, sua perna bateu em alguma coisa e ele caiu sentado no sofá, com Saori em seu colo. Acabaram rindo de tudo e nada ao mesmo tempo. Não demorou para que seus lábios se encontrassem em um beijo cheio de saudade.

Seiya não podia traduzir a felicidade que sentia de outra forma, se não beijando a jovem com toda a vontade que o afligia.

— Estou tão feliz que você não imagina – Saori diz, ao fim do beijo, mas sem se afastar muito.

— Claro que eu imagino, era o meu irmão babando ali – Disse sorrindo – Eu estou muito satisfeito. Muito satisfeito, mesmo. Espero que tudo dê mais do que certo entre eles.

— Acho que você tirou as palavras da minha boca – Saori disse, colocando as mãos no rosto do jovem e puxando-o para mais um beijo.

Beijaram-se com toda a vontade que crescia em ambos.

Apesar de já terem estado em alguns relacionamentos, dessa vez eles sentiam que era diferente de tudo que já tiveram.

A química era forte demais. A sensação de que pertenciam uma o outro também era. Os dois sabiam, e ambos sentiam isso.

Apenas se queriam e estavam ansiosos por descobrir o quanto.

— Você devia não beijar tão bem, sabia? – Seiya falou, deslizando os dedos pelo rosto dela, suavemente, normalizando a respiração – Você é perfeita demais... Eu sei que isso pode ser um fardo às vezes... – Comentou sorrindo e fazendo a jovem sorrir.

— Ah, você sabe como é?

— Claro que eu sei! Acha que eu não tento, todos os dias, não ser tão perfeito assim? É difícil, Saori...

Rindo, a jovem apenas passou os braços ao redor do pescoço de Seiya e disse, de maneira um tanto sugestiva:

— Devia parar de tentar. Na verdade, eu estou muito interessa em saber o quão perfeito você consegue ser.

— Céus, você só pode ser uma recompensa divina por eu ter, enfim, encontrado uma namorada para meu irmão – Confessou, deslizando beijos rápidos pelo pescoço da jovem.

— Shiryu ainda não pediu Shunrei em namoro – Comentou, se concentrando nas carícias recebidas.

— Vai pedir hoje.

— E onde eles foram? – Perguntou curiosa.

— Em um restaurante que ele ama, no lago, no leste da cidade, sabe?

— Claro! Lá é maravilhoso, só um pouco longe e difícil de conseguir vaga.

— Shiryu tem seus contatos e vale a pena.

— Sem dúvidas. Ela vai ficar nas nuvens.

— É o que ele quer, acredite. Tornar tudo oficial da forma mais romântica possível.

— Aproveitando... – Contrariando a própria personalidade, soou incrivelmente tímida – Nós dois somos oficiais, certo?

— Bem... – Seiya vez uma expressão séria, por um instante – Eu tenho que ver isso com a minha namorada... – Em seguida, ele pegou o celular, que estava em seu bolso, e começou a fazer uma ligação. Sem entender, Saori esperou que ele explicasse, o que não foi necessário. Ela ouviu seu celular tocar na mesa de centro e se virou, apenas para confirmar que o nome dele piscava na tela. Saori o fitou com um olhar divertido no rosto e um sorriso sincero.

— Poxa, ela não atendeu... – Ele desligou o aparelho e largou ao seu lado, no sofá. Deslizou as mãos pela cintura da jovem em seu colo, de maneira possessiva – Deve estar fazendo alguma coisa mais interessante.

​Se permitiram esquecer o tempo, em mais uma rodada de beijos.