Assim que chegamos á Praça de El’ Dourado, percebi, só então, o quão grande era o ‘grupinho’ de Tom. Várias pessoas estavam sentadas juntamente, em um grande circulo no meio da praça. Percebi como todos os lugares pareciam ocupados, mas antes que pudesse pensar algo, ouvi um grito.

- ALELUIA, IRMÃOS! – Olhei James, levantando-se preocupado. – Onde deus vocês estavam, senhoritos?

Segurei o riso, ao observá-lo colocando as mãos na cintura, fazendo uma pose extremamente ‘mamãe’.

- Sem comentários, Jamie. Por favor. – Tom passou á mão por seus cabelos, e eu observei-o ficando levemente rosado.

Um leve ‘hmm’ malicioso surgiu da roda, e eu revirei os olhos, soltando minha mão de Tom e dando uma volta na roda, tentando achar um lugar pra sentar.

Assim que achei Tom, estranhei, observando-o conversando com Ana. Ele parecia estressado.  Resolvi não me intrometer na conversa, e sentei-me, espreguiçando-me e do outro lado da roda, Harry mandou-me um beijo.

Gargalhei e mandei-lhe um de volta, fingindo um ‘me liga’. Todos que viram riram. Sorri. Todos sabendo que eu não sou uma vadia... Sou a garota do Tom.

Ouvi um leve barulho e nem me importei. Até que ouvi a voz de Andrew, que estava perto de mim praguejar, antes de resmungar um ‘eles de novo não...’.

Virei minha cabeça na direção que todos olhavam e senti meu ar faltar. O carro de Josh vinha frente, com o de Justin e o de Chaz atrás. Levantei-me receosa, observando lentamente as pessoas saindo do carro.

Josh, Brandy, Justin, Alice, Victoria, Hanna, Lucy, Chaz e... Franciele.

Senti meu coração doer ao lembrar-me como ela odiava ser uma ‘seguidoras’ das populares. E comigo faltando... Ela era quase uma popular. Ela podia enfim ter seu sonho realizado. Mas então olhei em seus olhos.

Nojo. Medo. Ansiedade. Curiosidade e... uma pontinha de esperança.

Observei sua roupa, e rapidamente a reconheci. O vestido que havia ganhado de sua prima, Joanne, e que ela havia guardado com tanto carinho... Mas obviamente rasgado. Devia ser uns 30 cm mais curto.

Obra de Brandy, provavelmente.

Percebi então uma coisa. Todos que antes estavam em um grande circulo, agora estavam levantados e em uma grande linha, se aproximavam de Josh e os outros.

Passei a mão por meus cabelos e observei Tom, um pouco a frente, me procurando. Olhei para minhas roupas. E meus olhos caíram em meu Nike Duck. Brandy odiava tênis, então sempre que eu pensava em usar, ela comentava que ficava melhor salto alto.

Brandy me fez querer andar de salto para ser mais popular. Andei confiante até Tom. E agora... Eu quero andar de tênis, para ser eu mesma.

Pude ver a feição assustada de Alice e Victoria. Chaz tinha um sorriso maroto. Justin nem parecia se importar. Mas tudo que eu consegui ver, foi a raiva nos olhos de Brandy e o medo nos olhos de Fran. Ouvi a voz de Tom.

- O que vocês querem?

- Nossa amiga de volta. – Alice falou, não me deixando chances de interrompe-la – Que tipo de lavagem cerebral vocês fizeram nela? – Alice continuou, sua cara contorcida em uma feição de nojo.

Revirei os olhos, e fiz uma das coisas que sempre quis fazer...

- Do tipo que em você não ia dar certo, já que você nem cérebro têm.

Um leve ‘wow’ foi ouvido e eu pude ver as feições de Alice mudando. De nojo, pra raiva.

- Como é? Repete se tiver coragem e quiser levar um soco na cara, sua sem-família.

Senti um leve aperto em meu peito. Sua sem-família. Aquilo se repetiu na minha mente, mas voltei a prestar atenção ao ver Fran, respondendo-a.

- Ah, vou repetir por ela com o maior prazer: Ela disse que você não tem cérebro, cabeça-oca.

Olhei Fran, ela saiu rapidamente da perfeita linha feita por eles, e veio até mim, um sorriso fraco em seus lábios. Mas ela exalava confiança.

Joguei meu braço em volta de seu pescoço, enquanto ela abraçava-me pela cintura. Alice com uma feição de raiva extremamente engraçada.

- E queridinha, - Me assustei ao ver Danny se pronunciando, um passo a frente – família ela tem, e é muito melhor que a sua. Se família fosse só o dinheiro que eles dão pra gente, ai sim, você podia dizer que a sua é melhor. Mas família é quem tá junto nos momentos bons e ruins, quem ajuda quando precisa, e mesmo sem muito dinheiro empresta o pouco que tem. Família não precisa ser de sangue. Família precisa ser presente.

Olhei para Danny e senti meus olhos em lágrimas. Nem me conhecer direito ele me conhece. Mas me defendeu. Ele virou-se, um sorriso fraco se formando em seu rosto.

- Desculpa ter sido um idiota, Mika. – Acenti, fracamente, sorrindo, e receoso, Danny abriu os braços. Rapidamente corri para o meio deles, recebendo um caloroso abraço.

- Own, que lindo, chorei. – Danny rapidamente me soltou, e eu observei Josh, rindo sarcasticamente. E então resolvi fazer a segunda coisa que eu mais sempre quis fazer.

Andei calma e lentamente até Josh. Passei a mão lentamente por sua bochecha. Eu podia ver em seus olhos, que ele ainda me desejava. E então o fiz.

Desaproximei minha mão de seu rosto, e antes mesmo que Josh pudesse pensar no que eu iria fazer, dei-lhe um forte tapa no rosto. Eu podia ver todos os meus dedos em sua bochecha. Me senti orgulhosa.

Os olhos de Josh arderam em raiva, e antes de ir em direção ao seu carro, pude ouvi-lo falando, em alto e bom som:

- Você vai se arrepender, Fittipaldi.