Descendo do Salto escrita por mdda096


Capítulo 3
Everything Will Be Ok


Notas iniciais do capítulo

Talvez eu demore mais pra atualizar essa a LGB. Eu não tenho tantos capítulos, e to intercalando pra ir escrevendo os capítulos, então tá tenso. Se aqui tiver bastante reviews, vou escrever dois aqui, e um pra LGB, e se tiverem bastante reviews na LGB, faço uma maratona, com 4 dias com capítulos direto. But it's all about you, guys...



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Logo após minha pequena discussão com Tom, continuamos nosso trajeto em direção a sua casa. Me assustei ao chegarmos, descobrindo que, apesar de ser uma casa simples por fora, era bem maior por dentro.

Olhei meus pés novamente, sentada no grande sofá da sala de estar da casa dos Fletcher. A casa deles, diferente da minha, me dava uma sensação de conforto, apesar de estar desconfortável por estar sozinha, ali na sala.

Dei uma leve olhada para os vários porta retratos pela sala, e meus olhos pararam em um pequeno, parecia ter sido feito de papel, ou cartolina, na foto, havia uma mulher, muito bonita por sinal, na frente de um grande ônibus, com várias crianças em volta de si, sorrindo abertamente.

Me senti pasma, mas, além de reconhecê-la de algum lugar, não consegui não me sentir em paz olhando aquela foto. Seu sorriso era reconfortante. Peguei a foto, analisando os detalhe, e me peguei virando, e lendo baixinho algumas palavras escritas no canto do porta retrato.

Debbie Fletcher: 06/10/1967 - 05/10/2009

Arregalei os olhos, entendendo rapidamente o porque das palavras de Tom.

não me chame de Fletcher. Você me lembra minha mãe,...

Coloquei o porta retrato no lugar, com cuidado, colocando minha mão em minha boca, ainda me sentindo pasma. “Idiota!” bati em minha própria testa, e percebi que, da escada, rindo fracamente, Tom me observava. Mesmo sem o conhecê-lo direito, me senti mal por minhas palavras.

Corri em direção á Tom, parando em sua frente, e o abracei, mesmo sem graça.

- Desculpe, desculpe, desculpe... – Resmunguei, respirando fundo, e pude perceber que o antes surpreso Tom, ficou rígido, e de repente suspirou, abraçando-me em resposta.

- Tudo bem, você não sabia. – Tom forçou um leve sorriso para mim, enquanto nos separávamos, e, não pude deixar de pensar em como seu abraço era aconchegante. Olhei para meus pés, ainda me sentindo sem graça. – Er, Mika,...

- Oi! – Falei, estranhando, olhei-o, e quase cambaleei para trás ao olhar diretamente para seus olhos castanhos. Não sabia exatamente porque, mas minhas pernas pareciam mandioca.

- Minha irmã, tá meio mal, e eu ia comprar remédio para ela... Se importa de vir comigo? - Tom perguntou, e eu quis apertar suas bochechas ao perceber que ele estava vermelho.

- Claro que não Tom. – Sorri, calmamente, e pulei os últimos degraus, já indo em direção á porta, acrescentei: - Alias, sua casa é muito bonita.

Tom sorriu, deu uma leve olhada, enquanto já saiamos da casa, e eu pude ver que seus olhos pareciam brilhar.

- Ela desenhou. Queria ser arquiteta, mas acabou se apaixonando pela profissão de professora e ficou. Meu pai construiu a casa para ela.

Um sorriso surgiu em meu rosto, e eu fitei mais uma vez a casa, enquanto Tom fechava o portão atrás de si. Enquanto íamos a farmácia, um leve silêncio pairou sobre nos. Qualquer pessoa quebraria o silêncio, desconfortável, mas o silêncio parecia tão gostoso ao lado de Tom, que o deixei intocável, aproveitando para dar uma olhada nas coisas que haviam pela rua.

De repente, estávamos em frente á farmácia, Tom estava saindo, calmamente, com uma pequena sacola após acenar para a vendedora, que parecia que já ia fechar a farmácia.

- Tava fechando já, chegamos bem a tempo. – Tom falou, sorrindo satisfeito, e eu sorri, assentindo calmamente.

Meus olhos observaram uma pracinha, que só então havia percebido, enquanto o silêncio voltava entre mim e Tom. Havia uma pista de skate, alguns bancos e um parquinho. Uma breve lembrança veio em minha mente.

Normalmente, as pessoas se lembrariam de seus pais, os empurrando, brincando com eles, por um parquinho como aquele. Mas a única coisa que eu via, era eu, sozinha, olhando para os lados, enquanto mamãe me dava um leve beijo na bochecha, deixando-me, novamente com Alfred.

E isso, com apenas sete anos.

Olhei novamente para frente, fitando meus pés, e senti meus olhos em lágrimas.

- Sabe Tom, apesar do que você passou, você teve sorte. – Falei, minha voz estava fraca, eu já sentia algumas lágrimas descendo por meu rosto. Pude ver, que a minha frente, Tom parou, então parei também.

- Como assim? - Tom perguntou, receoso. Suspirei, continuando...

- Desde que eu nasci, nunca tive país. Tenho Alfred, que é meu babá. Meus pais nunca estavam em casa, até hoje nunca estão. Me dão cartões de crédito sem limites, roupas importadas, todo o dinheiro que eu quiser, mas eu nunca ganhei atenção deles. Sempre estão ocupados demais trabalhando, para prestarem atenção em mim. Eles não se importam comigo. – Funguei lentamente, e então olhei para Tom. Sua cara de surpresa mudou para preocupação, e ele me puxou, abraçando-me levemente.

- É claro que eles se importam com você! Porque acha que eles trabalham feito loucos? Querem dar o melhor para você. – Senti mais e mais lágrimas caindo pelo meu rosto, Tom me abraçou mais forte, e eu senti o desespero indo embora lentamente.

- Mas eles não me dão o que eu quero: alguém junto comigo, para o que der e vier, alguém para me proteger, pra dizer que vai estar tudo bem no final! – Falei, fungando baixinho.

Tom suspirou derrotado, antes de falar, fracamente:

- Então deixa essa parte comigo. – Levantei minha cabeça, encarando Tom, pasma, um sorriso doce surgiu em seu rosto, e ele beijou delicadamente minha testa, antes de acrescentar: - Vai ficar tudo bem, pequena!


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Notas finais do capítulo

REVIEWS REVIEWS REVIEWS REVIEWS DE NATAL, QUEM NÃO IA QUERER ESSE PRESENTE BEM LEGAL? (8) ATT, McKisses, love you guys! :*



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