Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 22
Tortura


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas eu só pensava em tragédia.
KPrince, capítulo pra você. Estou lendo sua fic. Falta muito pra chegar onde a Aira aparece.



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– Para! Por Favor! – coloquei a mão na cabeça e caí no chão. Eu estava tendo aula de oclumência e meu pai infiltrava minha mente e via minhas memórias. – PARA! – caí no chão, apertando meu crânio. – Para...

Fechei meus olhos e lutei pra que saísse de minha mente. Não tive forças. Não diante daquela lembrança horrível, que fora revivida.

– Aira! - Meu pai me         segurou em seus braços. – O que houve?

Ele não viu? Eu consegui mantê-lo         longe?

– Para com isso, por favor!

– O que está acontecendo, Aira?

– Ela não poderá falar, Severo –         Dumbledore estava a pouco metros de distância entre eu e Snape pelo         volume de sua voz. – Ela bloqueou a lembrança com oclumência –         eu sentia frio. Agarrei-me na capa de meu pai. – Uma maneira que         eu nunca vira ninguém usar.

Pendi minha cabeça.

– Fred – eu chamava ele. Precisava         falar com ele. – Fred!

– Faça o que ela pede. Aira precisa         de toda ajuda possível.

Sentei-me na cama, tonta. Olhava tudo em volta. Percebi que estava no quarto do meu pai. Vi-o sentado na poltrona, lendo alguns pergaminhos.

– Pai? – ele veio até mim. Eu o         abracei. – O que houve?

Eu não lembrava de mais nada. Era um         branco imenso.

– Você dormiu por horas e o Weasley         ajudou...

– Quem me ajudou?

– Fred Weasley. Tentei de tudo, mas         você só voltou ao normal depois que ele ficou ao seu lado.

Levantei-me e ouvi o ronco da minha         barriga clamando por alimento. Ignorei o fato de estar faminta e fui         à procura do Fred. Mesmo não querendo, precisava agradercê-lo         pelo que fizera.

O encontrei na mesa da Grifinória,         almoçando. Perguntei-me que dia era, mas quando vi que estavam         todos sem uniformes percebi que já era fim de semana. Andei até a         mesa do inimigo, parando próxima a ele.

– Weasley.

Ele virou-se e me encarou.

– Podemos conversar?

– Não temos nada pra conversar.

Bufei.

– Weasley... Parece que você está         com medo de mim! Estou enganada?

Observei meu pai entrar no salão.

– Tá legal, Snape. Vamos conversar         de uma vez por todas!

Ele quase me arrastou salão à fora.         Não ficamos dentro do castelo, fomos pra fora. Depois de encontrar         um lugar sem curiosos, ele me empurrou até uma àrvore, onde         prendeu-me com seu braços. Fitei-o e vi os olhos azuis dele. Ele         parecia diferente.

– Fiquei com medo, Aira. Medo de         acontecer algo com você – ele me abraçou com força.

Fiquei sem reação.

– Medo?

– Eu te amo, sua sonserina nojenta.

– Pois eu te odeio, grifinório         chato e repugnante.

Ele se afastou de mim.

– Eu te odeio. Te odeio. Te odeio         por tudo que faz a mim. Não preciso da sua ajuda. Nunca precisei –         eu não sabia se o estava ferindo. – Eu te odeio...

Fred tentou tocar meu rosto, mas eu o         impeli.

– Eu te odeio por ter feito com que         eu me apaixonasse por você... – sentei-me no gramado. – Que         descobrisse o que é amar... – o observei se abaixar. Ele tocou de         leve meu rosto. – Eu te odeio por te amar mais do que a mim mesma.

Fred sorriu. E sem resistência minha,         beijou-me. Sentir os lábios dele aos meus mais uma vez era         maravilhoso. Queria que esse momento nunca acabasse.

Senti uma gota de água cair sobre         minha bochecha. Separei-me.

– Melhor irmos.

Entrei no salão normalmente. Fred         estava do jeito dele, risonho e elétrico.

Sentei-me e procurei almoçar, mas         Giulia me interrompeu perguntando porquê eu conversara com o         Weasley.

– Não tô com vontade de dizer         nada, Giulia. Preciso terminar de comer e ver o que perdi nesses         dias em que fiquei desmaiada.

Ela não me interrogou mais. Terminei         minha refeição e corri para o meu quarto. Em Poções eu estava         livre. Ser filha de professor até que tem suas regalias.

Estava subindo as escadas pra ir à         biblioteca, quando quase esbarro na professora McGonagall. Entrei na         biblioteca e fui à procura de livros que eu precisava para minhas         tarefas. Antes que eu pudesse começar a ler, McGonagall         aproximou-se de mim, chamando-me.

– Sim, professora McGonagall?

– Senhorita Snape – ela         observou-me. – Conversei com Snape sobre sua conduta exemplar. E         chegamos a uma conclusão.

Não gostei de saber disso. Conduta         exemplar? Droga! Meu pai sempre quis que eu fosse delicada e educada         quando pedisse, mas não sou. E com certeza não é coisa boa o         resultado da conversa dele com a McGonagall.

– E qual foi a conclusão?

– Você terá aulas de etiqueta com         Madame Maximine todas as manhãs, antes do café e todo fim de         tarde, antes do jantar.

Fiz um cálculo mentalmente. Eu acordo         sempre as quatro da manhã; às sete começa o café; as aulas         acabam as cinco da tarde e o jantar é servido as seis. Tinha tempo         de manhã, mas no final da tarde não.

– Mas como?

– Excessões, senhorita. Esteja         amanhã às seis na carruagem de Madame Maximine.

Ela saiu, deixando-me com meus botões.

Deixei a leitura de lado e voltei para         as masmorras. Encontrei meu pai com suas poções.

– Tenho que ser educada?

Ele me repreendeu com seu olhar.

– Estou lhe tornando uma moça...

Revirei meus olhos.

– Deixa. Eu faço o que você quer.         Pendant un court moment, mais je.

Sorte que ele não sabia francês.

§§§

Acordei as quatro e fui me preparar pra minha aula de etiqueta. Pelo que eu sabia, deve-se ir a locais bem vestida, então coloquei uma meia-calça listrada em cinza e rosa, meu coturno preto, meu uniforme. Como queria estar “apresentável” abotei minha camisa, coloquei a gravata, meu colete.

A maquiagem passou de escura pra clara. Estava na hora de uma mudança de visual. Somente o batom era mais escuro, um vermelho, que apliquei de leve nos lábios. Meus olhos estavam marcados, não por lápis delineador, mas sim por um desenho de cobra que fiz na minha têmpora esquerda. Prendi uma parte de meu cabelo e prendi com uma presilha que peguei da Giulia.

Eu estava pronta. Só faltava o perfume. Preferi não passar por via das dúvidas.

Cheguei a carrugem e bati de leve na porta. Madame Maxime atendeu-me.

– Bonne journée! –         disse.

– Entre – ela disse.

Ela fez sinal para que eu         me sentasse. Sentei-me no sofá e observei a sala. Era uma casa         dentro daquela carruagem. Um rapaz veio trazer chá e alguns         bolinhos e tortinhas. Pra não fazer desfeita peguei um bolinho e         dei uma mordida pequena. Tomei um gole de chá.

– Precisa aprender mais.

Madame aproximou-se de mim         e eu coloquei o pires e a xícara sobre a mesa de centro.

– Primeiramente, tomará         o café da forma adequada.

Fomos para a mesa.         Sentei-me e vi o guardanapo sobre o prato. Tudo ela dizia eu fazia.         Depois de alguns minuto explicando a função de cada talher e etc,         pude desflutar de um verdadeiro café desjejum francês.

Após minha aula de como se         portar à mesa, veio a dos lanchinhos. Ela explicou-me como não         pagar gafe.

Sai apressadamente pra         conseguir chegar ao salão e comer. Só pude comer em pouca         quantidade. Sentei-me na mesa da Sonserina e comi. Tive bastante         censo de utilizar algumas dicas de Madame ali.

As aulas eram um saco, mas         eu tinha que aguentá-las. Somente Poções que fora um pouco legal,         mas por outro lado teve tarefa.

Sai morta da sala e ainda         tinha que voltar à carruagem. Quando cheguei a carruagem, não tive         aulas quanto ao meu modo à mesa, mas sim de vestuário.

Eu deveria saber que estava         incluso no pacote isso também. Deixei Fleur Delacour e um monte de         garotas me usarem como se eu fosse uma Barbie. Elas me faziam trocar         de roupa a cada minuto, me maquiavam, faziam e desfaziam penteados.

Procurava ficar calma.         Repirava com cautela e pensava em diversas possibilidades de me         vingar mais tarde.

Ao final de, tristes,         cinquenta minutos, elas me expulsaram de sua moradia. Nem fui         jantar, pois não fui burra e comi o que era servido pra elas,         enquanto me torturavam.

Joguei-me no sofá e fechei         meus olhos. Somente acordei na manhã seguinte em cima da hora. Saí         correndo sem ao menos trocar de roupa, só escovei os dentes e me         penteei. Cheguei toda mulambenta. Madame olhou-me e mandou-me         entrar.

– Que horror! Precisa de         um banho.

– Eu sei. Mas é que         acordei atrasada.

Eu achei que não poderia         tornar-se pior, mas tornou. Tive que tomar banho e usar o que as         garotas escolheram.

Tentei mentalizar que         aquilo não estava acontecendo quando me vi no espelho. Meia-calça         preta, sapato formal preto, o uniforme estava no tamanho adequado         pra instituição e meu cabelo estava cortado. Elas cortaram meu         cabelo, fazendo uma franja.

Gostei do cabelo. O         problema eram os sapatos e minha saia muito grande.

Meu pavor ao entrar no         salão e perceber os olhares sobre mim. Deixei minha raiva         transbordar, jogando sobre o banco minha mochila.

– Tortura!

Amassei com força um         pedaço de torrada em minha mão e coloquei na boca. Precisava ficar         calma, mas não estava funcionando pensar em nada não agressivo.


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Notas finais do capítulo

Mereço a morte, né? Deixei vocês esperando por muito tempo.
Próximo capítulo está próximo. Não vou demorar séculos, agora que minha inspiração voltou.