Enquanto o Sol Brilhar! escrita por MissBlackWolfie, Raquelzinha


Capítulo 3
UM DIA DE CADA VEZ


Notas iniciais do capítulo

O que se deve fazer???
Ouvir o coração ou a razão???

o que vocês fariam se amassem alguem que não é para vocês???
e soubessem que o tempo para estar com essa pessoa se reduz a cada minuto???

esta parte toda é narrada pelo jacob!!!



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JACOB

jacob
Me acomodei na cama pela milésima vez, não consegui dormir aquela noite, era a segunda noite dela em La Push, o tempo estava passando muito mais rápido do que eu queria que passasse, não queria pensar no assunto, não queria pensar em como seria quando ela fosse, mas não tinha como não pensar, Bells já me garantira que não havia como continuarmos nos falando depois de sua partida, ia deletar todos os meus contatos, não me deu seu endereço e nunca mais me procuraria, esses seriam nossos primeiros e únicos momentos juntos, não poderia nem reclamar disso, ela tinha razão, não poderíamos manter esse relacionamento, então deveríamos acabar com ele de vez.

Mas uma pergunta ainda me afligia:

- Então pq eu a convidara para vir? - a resposta a isso me parecia clara, pq estava apaixonado e queria ter a mulher amada comigo ao menos por algum tempo, saber o gosto do amor, sentir o sabor de um beijo apaixonado, sentir o cheiro dela junto com o meu, sentir o calor do seu abraço, ouvir o som do seu sorriso, mas isso não estava me preenchendo estava me fazendo querer mais, cada vez mais desesperadamente.

Fiquei em pé sentindo meu coração bater forte, respirando com dificuldade, ao mesmo tempo, sabia que essa era uma situação sem volta, sem remédio, sem solução, tanto ela quanto eu estavamos presos nas nossas conveniências, nas nossas tradições e não havia modos de escapar disso, então teríamos que abrir mão dos nossos sentimentos por algo maior do que nós.

Isso me trouxe a mente a garota, a outra, aquela que dividiria comigo a minha vida, ela era tão diferente de mim, nós não tínhamos nada em comum, ao contrario de Bella de quem eu conseguia ver a alma, com ela nem através de palavras havia existido entendimento. 

Suspirei lembrando o quanto meus pais salientaram sua beleza, sua linhagem, o que poderia dizer, se nada disso me importava, com certeza ela e eu nos daríamos bem, e até seríamos felizes, mas nunca seria como essa experiência que eu vivia agora.

Nunca, eu tinha consciência, nunca seria como esse sentimento que tomara conta de mim, nunca seria como a ligação que tenho com Bella, o que me unia a Bella era amor, o que me uniria a outra seriam as tradições de minha familia.
Suspirei, Emilly era muito diferente de mim, ela não gostava das minhas brincadeiras, vivia me recriminando pq eu estava sempre com meus amigos, os desocupados como ela fala, na verdade nós nos tolerávamos, eu conhecia muitos casais assim em La Push, casais que viviam uma vida inteira juntos sem se amar realmente, eu ao menos saberia o gosto real do amor, mesmo que fosse por pouco tempo.

E Bella? será que algum dia ela encontraria alguém? Será que amaria alguém? Afinal ela não seria obrigada como eu ao casamento, ela de certa forma poderia escolher. 

Senti uma pontada, uma dor, um medo profundo de ser esquecido, de não ter passado de uma aventura, um momento de loucura como ela fala. Pq para mim ela sempre representaria o amor, meu único amor verdadeiro.

De repente um sorriso invadiu minha mente, era um rosto delicado e leve, um olhar doce, uma voz que soava nos meus sonhos insistentemente, nada disso seria apagado de mim, nunca, ninguém, nada conseguiria fazer com essas imagens sumissem, e era isso que eu queria que acontecesse com ela, talvez fosse egoismo, mas precisava acreditar que apesar de tudo não seria apagado da vida dela, assim como ela nunca seria apagada da minha.

A noite se foi e o dia me encontrou acordado, mal o sol surgiu no horizonte, sai do quarto carregando minha prancha, precisava ir para a praia fazer aquilo que me alivia, mas no caminho me deparei com minha mãe no corredor, ela me olhou daquele jeito que me olha quando tem uma recriminação a fazer, mas falou apenas:

- Bom dia meu amor! – sua voz carinhosa nunca foi tão piedosa como naquele instante.

- Bom dia mãe. - falei baixinho. 

- Você não me parece bem.

- A noite não foi boa. – confessei e ela tocou no assunto que eu sabia a incomodava desde a noite anterior.

- Você sabe que essa história com essa garota não tem futuro não é Jacob?

Afirmei com a cabeça e ela se aproximou tocando meu rosto carinhosamente e falou:

- Não quero ver você sofrer.

- Rarde demais. – falei encarndo seus olhos escuros que sempre foram meu porto seguro e ela suspirou e falou:

- Fiquei feliz por seu pai não estar ou ela teria escutado dele que você vai casar assim que terminar a faculdade.

- Eu sei...- suspirei e falei: - Ela sabe de tudo mãe, sabe que não vai acontecer nada além do que está acontecendo agora...Bella tem os compromissos dela também, não da mesma forma que os meus, mas tem...

Minha mãe pareceu mais aliviada, ao menos era uma certeza que ela tinha, não haveria discussões em família e emendou:

- Ela sabe que terá que sair da sua vida como se nunca tivesse existido?

- Sabe, e está aceitando.

A piedade se intensificou no rosto dela e me doeu:

- Sabe Jacob, nunca me intrometi nos seus namoros pq percebia que eram passageiros, relacionamentos rápidos e sem importância, mas fiquei realmente amedrontada quando vi a maneira como você olha para essa garota, percebi logo que era sério.

Ao ouvir isso tive que confessar:

- Eu estou apaixonado por ela...eu a amo.

- Eu sei. – nada que eu dissesse parecia surpresa para minha mãe que logo emendou: - Ela sabe?

- Não falei, mas acho que sabe.

Sara se aproximou, me aconchegou em seus braços, beijou meu rosto e acariciando meu braço falou:

- Vá, vá pegar sua onda, como você fala...não vai resolver falar nada, então, vou apenas desejar e esperar que você não saia muito magoado dessa história.

Sorri e tomei a direção da escada, subi na picape e tomei a direção da praia, quando cheguei percebi que estava vazia, não havia ninguém ali, o que facilitava, não estava com ânimo para conversas.

Caminhei perdido em meus pensamentos em direção ao mar, na verdade entrei nele, perdi algumas ondas, não estava concentrado o suficiente nisso e acabei por sair logo depois, não estava com cabeça para surfar, larguei a prancha com Jared que chegou logo depois de mim e fui correr.

Correr em direção a pousada, aquele lugar me chamava, estava bem perto quando vi uma figura conhecida parada sobre uma pedra, um vestido branco, leve e curto voando com o vento, os cabelos castanhos balançando, parecia perdida em pensamentos, fiquei parado olhando, admirando sua silhueta delicada contra o azul profundo do céu que naquele dia em especial estava lindo, era ela, era Bella, meu coração disparou vendo-a assim, ali, bem na minha frente e ao mesmo tempo longe, desejei com intensidade que fosse sempre assim, poder acordar e correr para ve-la, poder chegar e beija-la, apertá-la em meus braços.

Lentamente voltei a caminhar, me aproximei com cuidado, o mar estava agitado, e o lugar era perigoso, não queria assustá-la, assim que estive bem próximo, abracei sua cintura a puxando para mim, colando meus lábios nos dela, seus braços me circularam com rapidez, já estava acostumado a isso, era tão simples esse movimento, tão certo, tão familiar. Um som leve invadiu meus ouvidos, e meu coração parecia que ia saltar do peito batendo como um tambor.

Me afastei um pouquinho e observei o rosto delicado que estava levemente rosado, os lábios agora me mostravam um sorriso aberto, fiquei parado admirando-a gravando a imagem, os olhos dela examinavam meu rosto detidamente parecia estar fazendo o mesmo que eu, arquivando uma imagem.

Lentamente ela se afastou do meu rosto e colou o dela no meu peito nu circulando minha cintura com seus braços falando baixinho:
- Estava pensando em você, no quanto estou feliz aqui.
Suspirei acariciando seus cabelos apertando meu braço contra o corpo pequeno antes de confessar:
- Estou feliz com sua presença aqui. - ouvi um som de um sorriso, e um leve movimento, segurei sua mão com carinho e tomamos a direção da praia, ela tinha estendido uma canga na areia e sua bolsa estava deitada sobre ela.
- E Leah? – perguntei
- Foi dar uma volta, logo estará de volta. – falou procurando alguma coisa na bolsa e logo depois retirou uma câmera digital e sorrindo falou:
- Quero ao menos uma recordação para que no futuro essa história não me pareça apenas fruto da minha imaginação.

-Será impossivel simplesmente esquecer esses dias. -falei a verdade que existia dentro de mim.

-Serão as melhores lembranças que haverá dentro de mim. - ela falou num suspiro.

Suspirei e senti minha garganta travar, ela sorriu de leve e se aproximou estendendo o braço, me puxando para perto, ignorando minha paralização tornando aquele momento leve, tiramos várias fotos juntos, deitados na canga, ela entre minhas pernas, nos beijando, cada gesto nosso foi ficando gravado na memoria da máquina, mas principalmente na nossa.

Cada vez que nossos olhos se encontravam ,mais a intimidade crescia, já conseguia desernir a diferença de sentimentos e das emoções naquele olhar. Parecia que nos conheciamos de muito tempo e isso me deixava intrigado.

Pouco depois Leah chegou, vinha com um grande sorriso no rosto o que nos chamou a atenção, mas não comentamos nada e a amiga de Bella se tornou a nossa fotografa.

Mais e mais fotos foram tiradas, o clima era leve entre nós, ficamos perdidos no tempo nos distraindo, passei a manhã com elas, conversando e rindo, brincando, me divertindo, mas especialmente namorando, me sentindo livre e feliz.

A posição do sol mostrava que a manhã já fora rapidamente, logo a fome nos mostrou que deviamos ir embora, acompanhei as meninas até a pousada delas, quando elas entraram no predio eu fui para casa, mesmo querendo na verdade não desgrudar um minuto sequer da presença de Bella, enfim o tempo era escasso para nós, parecia que ele escapava rapidamente de mim.

Contudo, o que em parte me consolava, era a promessa que fizera, garantido a Bella que voltaria a tarde para outro passeio, queria leva-la até minha oficina e mostrar meu novo projeto: uma moto que tinha encontrado num bazar de quintal . Era uma raridade, isso me estimulou a reconstrui-la, aquela máquina tinha que correr de novo e precisava mostrar a ela, principalmente pq ela me apoiava.

Para minha alegria ela não me decepcionou, aceitou com prazer a ida até meu canto, e assim foi, passamos a tarde na minha velha oficina nos fundos de uma casa vermelha antiga que servira de morada para um irmão de meu avô que nunca se casou, minha mãe conta que a mulher que ele amava se casou com outro por causa das nossas tradições e morreu logo depois, ele por sua vez se recusou a casar com a mulher que lhe era destinada, então ficou a parte, separado do restante da familia, se foi feliz ou infeliz, não sei, só sei que viveu ali, e estava abandonada a muitos anos, praticamente caindo e esse era meu refugio desde muito novo. 

Mas agora outro fato me ligava aquele lugar, não sei se pelo fato da minha situação com Bella lembrar em parte a decisão do meu tio, sentia-me muito bem ali com ela. Entre peças e graxas, nossa conversa fluia muito bem, falamos de diversos assuntos, parecia que nunca ficariamos quietos um ao lado do outro.

Mas como era de esperar o papo parou em nossos empecilhos. Ela me encarou e perguntou objetiva. 

- Todos os casamentos de vocês são assim, arrajados? - Seus olhos achocolatados me encaravam firme, enquanto suas mãos brincavam com uma ferramenta.

- Não, mas no meu caso como único Black do sexo masculino, terá que ser. - ela moveu a cabeça mostrando compreender minha situação. Tentei manter uma postura séria, porém aquilo me deixava um pouco aflito, não queria pensar nisso, não nesses dias. Entretanto sabia que falariamos daquilo, portanto emendei:

- E você vai ter um casamento arranjado? - peguei o objeto metalico que ela brincava com mãos, precisava para continuar meu trabalho, me distrair.

Ao ouvir minha indagação um sorriso sem graça apareceu, um suspiro de cansaço escapou da sua boca, balançou os ombros indiferente e me explicou:

- Não como o seu, por tradições culturais, será mais por causa de acordos financeiros.

Achei aquele motivo mais absurdo que o meu, na verdade achei antiquado. Percebendo minha careta por não acreditar naquilo, escutei uma risada fraca, assim falei o que tinha achado daquilo dito por ela. 

- Pensei que esse tipo de coisa não acontecesse mais. – encarei o rosto delicado na espera e ela explicou.

- Eu sou filha única Jacob, meu pai é um empresário que tem muito a perder se eu fizer um mau casamento, isso é falado desde que nasci, minha mãe menciona o fato a cada novo aniversário meu, ela não pode ter mais filhos. Então sobrou para mim manter o patrimônio da familia, assim como é para você manter as tradições.

Não gostei de ouvir aquilo e falei:

- Seja pelo motivo que for, não me parece correto obrigar uma pessoa a fazer o que não quer. - isso sempre passava pela minha cabeça quando escutava tais obrigações. 

- É verdade. – ela concordou um pouco derrotada, aquilo me incomodou, então quis mudar de assunto:

- Não parece estranho que nesse contingente de gente que há no mundo tenhamos nos encontrado?

Sorri e ela continuou:

- Tenhamos nos conhecido por acaso, conversado, ficado amigos...

- Nos apaixonado...- falei na expectativa do que ela diria e seu sorriso apareceu leve e ela tocou meu rosto de leve.

- nos apaixonado... - ela confessou com os olhos mostrando emoção fazendo meu coração disparar, ainda não ouvira isso de seus lábios, apesar dos olhos já terem confirmado.

Também pensei que não era o momento, não fora como eu pretendia fazer, mas era o que eu desejava, esclarecer o que sentia por ela, o que ela sentia por mim. Sei ainda, que quanto mais próximos ficassemos, mais unidos estivéssemos, mais difícil seria a separação, mas ao mesmo tempo precisava saber.

Pensar nisso, na separação não me agradava em nada, me magoava intensamente, era uma dor que nunca havia experimentado, mas ela estava diante de nós, e tenho cada vez mais certeza que são nesses poucos dias que temos, nesses poucos dias que viveremos tudo que poderiamos viver durante anos juntos. 

Enfim, tomado por aquela urgencia imediatamente me coloquei diante dela e a puxei para mim colando nossos lábios com intensidade, minhas mãos se moviam no corpo delicado coberto por um vestido leve, a pele macia sob a minha, eram sensações que eu ainda não experimentara com tanta intensidade mesmo tendo tido outros namoros, não era igual, nem nunca mais será igual, apertei o corpo pequeno contra o meu e ouvi uma reclamação imediatamente a soltei falando envergonhado: 

- Desculpe. 

Ela riu, um som que eu amava cada dia mais acariciou meu rosto delicadamente, falando:

- Vou sentir falta de ser quase esmagada por um abraço como esse.

Estávamos falando mais nessa despedida do que devíamos, pensei e a puxei para o banco velho que ficava no meio da garagem enquanto ela perguntava:

- Esse irmão do seu avô...- Bella acarinhava meu braço com movimento leve me fazendo arrepiar. 

- O que tem? – perguntei acomodando seu corpo colado em mim e ela continuou:

- Você o conheceu?

- Não, só sei o que minha mãe conta, que ele não se casou, que viveu aqui até morrer, a parte da família, exatamente pq não se casou...pq não cumpriu as tradições.

- O que acontece especificamente quando vocês não cumprem as tradições?

- Os acordos? - a corrigi e continuei: - Passamos a ser ignorados, mas ninguém está preparado para isso Bella, somos criados muito unidos...- não conseguia sequer imaginar minha vida sem a minha familia, eles sempre foram fundamentais na minha vida, apertei ela nos meus braços e continuei – Se por acaso eu me recusasse a casar, minha família iria me deixar em separado...já pensei muito nisso, pensei como me sentiria e...

Ela me interrompeu e disse calmamente, derrotada pela certeza de suas palavras:

- Não há como ser feliz fazendo outras pessoas infelizes Jake, um dia você iria sentir falta da sua família, e numa discussão, num momento de desentendimento iria cobrar, isso mina, acaba com uma relação...não há amor que resista a isso.

Ela tinha razão, aquilo me calou por um instante, entretanto senti um incomodo no meu peito e dei voz a ele:

- Mas viver sem amor... - falei no seu ouvido e imediatamente senti seus pêlos arrepiarem, com suas mãos delicadas ela apertou meu braço e falou:

- Há muitas formas de compensar um amor romântico....- seu tom era baixinho.- Eu conheço muitos casais que vivem razoavelmente bem sem nunca terem sido apaixonados, parece uma coisa simples você compensar a falta de uma coisa com outra, filhos, família, uma relação amena... 

Suspirei e completei o seu pensamento:

- O trabalho, uma tarde na praia...as lembranças...

- Essas ninguém rouba ou apaga... - disse me encarando, e enquanto falava seu sorriso fantástico apareceu.

- Você aceita muito facilmente a forma como as coisas se apresentam. - comentei passando meus dedos pelo seu cabelo, ela se moveu para mais perto de mim e disse:

-Sou realista. Vivo nesse meio de aparências durante toda minha vida. - seus olhos eram tristonhos. - Sei como são as pessoas. Vivo em meio a essa loucura desde sempre. É a única forma que conheci como a minha vida, não houve nem haverá outra alternativa.



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Notas finais do capítulo

Então como se sentiriam sabendo que a pessoa que vocês aprenderam a amar não será sua???

É isso!!!

Ainda temos algumas coisas pra acontecer entre esses dois...proximo capitulo...LUAU...

uma festinha...o que será que vai acontecer nessa festinha???

bjkas e obrigada por comentarem...
valeuuuuu