Cap. 14 – Comportamentos estranhos.

POV. Alec

Eu não podia estar mais feliz!

Finalmente encontro minha “alma gêmea” e pude finalmente fazer aquilo que tinha vontade de fazer desde que a vi pela primeira vez naquela casa. Beijá-la. Fora a sensação mais incrível que já presenciei em toda a minha difícil existência, que pela primeira vez posso chamar de vida, pois é isso que aquela garota me faz sentir. Vivo de novo.

Depois que ela saiu daqui eu fiquei um pouco mais no quarto pensando nos últimos acontecimentos, e depois desci para me juntar ao resto da família que estava conversando na sala.

Claro que o Emm não perdeu a oportunidade de me importunar com a minha “briga” com aquele esquilo demoníaco! Porque, que bicho em sã consciência atacaria um vampiro?! Os animais têm seus instintos primitivos aguçados e sentem que não é bom ficar perto de pessoas como eu. E aquele ser simplesmente me atacou! A minha cara de assustado naquela hora não foi por causa de ser “atacado por um esquilo”, e sim pela ousadia que o mesmo teve em tentar algo assim! Admiro a coragem do bichinho. Mas que foi estranho, isso foi.

Estava terminando de me arrumar para ir pegar a Jhu e seguir pro colégio junto com os demais! Porém, claro que com uma grande diferença dessa vez. Eu iria com ela como minha namorada, não vizinha ou amiga. E isso com certeza é um grande motivo para se estiver tão feliz quanto eu estou.

Desço os degraus rapidamente indo me encontrar com os demais que ainda vão ao colégio na garagem. Ou seja, entrei na garagem e encontrei Jane, Nessie, Jake (que só vai pro colégio porque a Nessie vai), Lipe, Ly. E na entrada da garagem estavam o Seth, Embry, Luke, Brian e Collin que devem ter acabado de chegar para pegar as meninas.

- Bom dia! – disse alegre para eles.

- Bom dia! – me responderam todos com o mesmo entusiasmo (Jane estava feliz por me ver feliz, Nessie e Jake pelo motivo de sempre: Eles estavam namorando. Sério eu espero não ser tão meloso quanto esses dois com a minha Jhu).

- Vamos logo que eu quero ver a minha Loka. – respondeu Ly. Não posso dizer nada, afinal, todos nós, com exceção da Jane, Nessie e do Jake, queremos ver nossas meninas.

Credo agora estou parecendo com o Quil que vive falando isso da Claire que está agora com acho que 18 anos (n/a gente eu sei que a contagem está errada, mas eu quis colocar ela mais velha, pq tadinho do Quil ter que esperar tanto tempo enquanto os outros aproveitam, então eu “acelerei” a idade dela e ela tem 18 e já saiu da escola.).

Cada um pegou o seu carro e fomos pro lado de fora esperar as meninas. Eu sei que podíamos ir até lá para chama-las, no entanto foram elas que disseram que preferiam assim e também porque recebemos uma “simples” ameaça do Diogo para não ficarmos espionando elas dentro de casa sem que elas saibam, que é para darmos privacidade a elas. Então estamos obedecendo.

Passou-se um pouco mais do tempo normal delas virem até que as avisto vindo em nossas direções. Estranho, tinha algo de errado aí. Elas estavam com as caras péssimas de quem não tivesse dormido nada ontem à noite. Não tinham olheiras tão roxas porque acho que usaram maquiagem pesada para cobrir. Se não estariam bem visíveis pelo estado que pareciam.

Mas eu juro que elas tinham ido dormir. Estavam cansadas demais ontem e disseram que iriam pra casa dormir. Então porque das olheiras tão fundas?

Isso está me cheirando estranho.

Jhuly entra no carro ao meu lado e boceja alto, denunciando que não dormiu absolutamente nada. Tenho que saber o porquê.

- Linda, por que você está tão cansada? Aliás, não só você, como todas as meninas. Não dormiu ontem por quê? – acho que perguntei muitas coisas ao mesmo tempo. Estou preocupado.

Deu mais um grande bocejo antes de responder.

- É que depois que voltei da sua casa eu encontrei as meninas sentadas na sala porque não conseguiam dormir com tantas coisas na cabeça. E admito que eu também não estava nem um pouco conseguindo dormir, só cochilei na sua casa, pois estava com você que me deixa tranquila. Então ficamos todas conversando banalidades esperando que a droga do sono chegasse. Só que ele não quis dar nem o ar da sua graça. – ela bocejou de novo – E quando ele resolveu voltar de seja lá o que ele estava fazendo, já eram 6:30. Daí tínhamos que nos arrumar para a escola. Foi isso.

Achei que ela estava cansada demais para ser só um caso de insônia. Porém, nunca tive problemas assim então não posso dizer que não é verdade. Deixei isso de lado e lhe dei um beijo. Enquanto acelerava para o colégio.

POV. Jhuly

Aquela missão me deixou muito cansada. Não só a mim, como todas as garotas.

Não queria mentir para o Alec. Ainda mais no começo da nossa relação. Mas... Não podia chegar pra ele e dizer: “Ah, é que eu e as meninas estávamos numa missão perigosa. E vocês não nos viram saindo porque não somos exatamente humanas. Nada demais com o que se preocupar.” É claro que eu não iria falar isso.

Mas que droga.

“Prestem atenção. O Alec perguntou o porquê de estarmos tão cansadas. E eu disse que...” contei para elas exatamente o que eu tinha dito para o Alec. “Então se um deles perguntarem – se é que já não perguntaram – vocês dizem isso, ok?”

“Pode deixar. O Seth perguntou, mas eu consegui enrolá-lo e fingir que tinha que ver algo na mochila. Porém tenho que responder a ele, né? Já ía perguntar o que dizer. Tchau, nos vemos na entrada.” Falou Fany.

Assim como ela as meninas também deram desculpas a eles e estavam indo contar o que tinha acontecido.

Espero que a desculpa cole com todos eles.

Senti a mão gelada dele em cima da minha que estava na beirada do banco.

Olhei-o e sorri recebendo um sorriso de volta.

- Sabe não pensei que levaria a metade do tempo pra te conquistar. – ele disse sorrindo olhando pelo canto do olho pra mim.

- Como assim? – perguntei olhando-o com um singelo sorriso de confusão nos lábios.

- É que amanhã fará 15 dias que estamos cuidando do ovo e já estamos juntos. Eu tinha a esperança que com esse trabalho eu conseguisse pelo menos me aproximar mais de você. Mas não esperava levar a metade do tempo para já estar namorando contigo. – revelou agora olhando pra mim antes de virar para a frente de novo.

- Ain, que fofo. Isso significa que você é mais eficaz e competente do que pensava.

- Fazer o que se os meus encantos te atraíram tão rapidamente? – respondeu dando um sorriso convencido pra mim.

- Ah, claro. Não tinha como resisti as seus “encantos”. Ainda mais quando se perde uma aposta para EU te conquistar... – brinquei.

- Então vocês só está comigo porque perdeu uma aposta? – levantou uma sobrancelha olhando pra mim ao desligar o carro na vaga de sempre do estacionamento do colégio.

- Claro que não. Porém, se você tem o direito de debochar e ser convencido sobre ficar comigo eu também tenho sobre o porquê de estar contigo. – disse lhe olhando no fundo dos olhos com um bem simples sorriso sincero nos lábios.

- Touché. – e logo depois disso me beijou antes de sairmos do carro.

Ao sair vi o pessoal – lê-se: as meninas com seus respectivos namorados de mãos dadas – nos esperando na frente do prédio principal. E claro que todos, meninos e meninas, olhavam pra eles vendo que “perderam” os gatos e gatas do colégio. Ou seja, nós.

Piorou quando eles viraram pra ver o que eles estavam vendo e viram eu me distanciando do carro e o Alec me alcançar e entrelaçar os nossos dedos. Vi muitas, muitas mesmo, garotas me fuzilando por ter tirado mais um pretendente do “comércio”.

- Já viramos a “fofoca do momento” na boca desse povinho. – comentou a Loka de mãos dadas com o Ly.

- Problema deles. Quem sai ganhando somos nós mesmo, então... – respondeu Sa abraçando a cintura do Embry.

- Tá, tá. O amor é lindo, cuti cuti, e blábláblá. Agora vamos pra sala. – Jane disse revirando os olhos e entrando no colégio.

- Alguém está de TPM. – sussurrou Bia olhando “discretamente” na direção aonde foi a Jane.

- Eu ouvi isso! – rimos mais ainda depois dessa.

- Essa garota me assusta. – comentou Lipe.

- Isso porque você só a conhece há algum tempo. Eu aturei esse comportamento, que melhorou muito do que era antes, dela dês de quando eu nasci. – contou Alec.

- Que pena. Agora vamos? – perguntei me encaminhando de mãos dadas com ele.

Cada um foi para a sua classe. Nós dois tínhamos todas as aulas juntas graças à doida da professora Karina e seu trabalho do ovo.

- Oi sora. – cumprimentei-a ao adentrar na sala. É a minha primeira aula era com ela.

- Olá para o mais novo casal do colégio. – disse sorrindo pra nós.

- Como fofoca anda rápido neste lugar. – comentei, recebendo em troca um sorriso de quem diz: “Sabia que o meu trabalho serviria para alguma coisa”. Pelo menos foi isso o que eu pensei ao olhar pra ela.

Parece que meu docinho... Tá para, isso tá muito frufru pra mim. Bem, parece que o Alec pensou o mesmo, pois soltou um risinho me olhando pelo canto do olho.

Nos sentamos, assim que a “sora” ia começar a falar.

- Sora, antes de dizer algo, me responde uma coisa. – pediu Katherine, uma aluna “média” assim dizer. Estuda, mas só pra passar de ano sem preocupações. Não chega a ser “nerd”.

- Fale, senhorita Benson.

- Quando eu vou poder me livrar dessa coisa? – indagou levantando o braço que estava segurando o ovo e enganchado no Douglas seu parceiro no trabalho.

- Sinto muito, mas o ovo tem que ficar mais 16 dias com vocês. – respondeu a Karina.

- Não sora. Eu tô falando deste traste. – respondeu apontando pro mané do Douglas.

Todo mundo riu depois dessa. Até a professora não aguentou e riu junto.

- O trast- a quer dizer, o Douglas – a classe riu mais ainda – foi escolhido como seu parceiro e também terá que aguentá-lo até o fim do trabalho.

- Droga. – ela reclamou baixo, e rimos mais um pouquinho.

As aulas corriam bem até a terceira aula antes do intervalo.

Estava sentada prestando a atenção no que o professor Dancan de Artes dizia. Quando sinto o meu celular vibrar. Coloquei a mão por cima para que o Alec não escutasse.

Abri a bolsa para ver o que era. Uma mensagem da Fany.

De: Fany

Temos problema. Recebi um alerta da biblioteca de casa. Avise as outras. Temos que sair agora, nos encontramos no banheiro perto da saída. Rápido.

Porcaria. Justo agora?

Rapidamente ativei meu dom e usei o da Bia. Não seria seguro mandar uma mensagem pra ela ativar. Assim anda mais rápido.

“Código Vermelho, garotas. Estamos com problemas. Saiam agora da sala. Nos encontramos no banheiro perto da saída. Vão já!” Nem dei tempo delas falarem absolutamente nada e já estava planejando como sair daqui.

Merda. Eu tinha que ter aula sentada do lado de um vampiro? Humanos é mais fácil mascarar o que realmente está acontecendo. Agora um vampiro, que pior, é um ex-Volturi não é nem um pouco fácil.

Vamos Jhuly. Pensa.

Dei um jeito de derramar a tinta preta em cima da minha blusa. Deixando uma mancha enorme na frente.

- Droga. – falei olhando pro estrago.

- Jhuly o que aconteceu? – perguntou o professor (ele nos tratava pelo primeiro nome, era muito legal) vindo em minha direção.

- Desculpe, professor. Eu esbarrei na tinta. – expliquei.

- Pode sair. Vá se limpar. E já leve o seu material que até você terminar de se limpar já vai ter batido o sinal.

- Obrigada, Dancan. – agradeci já pegando minhas coisas.

Alec me segurou pelo braço.

- Tudo bem. Nos vemos depois. – o tranquilizei e lhe dei um selinho. Depois eu resolvo que desculpa dar a ele.

Saí em disparada para o banheiro perto da saída.

Cheguei a tempo de ver as outras correndo em minha direção.

- Ok. Sthefany nos diz o que houve. – falei já entrando no banheiro com elas atrás. Ele estava vazio, menos mal. Agora não tinha apelido nem nada. A situação era séria.

Tínhamos que resolver isso e encarar os garotos depois. E enrolar lobos e vampiros não é uma das coisas mais fáceis que existe.

- É o seguinte... – ela foi explicando o que estava acontecendo, enquanto já nos trocávamos rapidamente.

Passei em frente ao armário do Alec na saída e lhe deixei um bilhete. Era o máximo que podia fazer por enquanto.

POV. Alec

Ela saiu da sala tranquila para ir se limpar. Mas tinha algo errado. Eu vi nos seus olhos um vislumbre de preocupação que acho que ela estava tentando não transparecer.

O sinal bateu e eu saí em direção ao meu armário para pegar o material das próximas aulas e ir para o refeitório encontrar com o pessoal, e quem sabe aproveitar para perguntar as meninas o porquê da preocupação da Jhuly.

Abro o armário e vejo um papel cair lá de dentro. Quem deixou isso aqui?

Abri-o e logo reconheci a caligrafia perfeita que tenho que admitir que a minha namorada tem.

”Alec,

Eu tive que sair com as meninas. Explicamos depois.

Avise os outros por nós.

Desculpe não ter me despedido. É que foi de última hora.

Ser uma estilista e dançarina renomada acontece isso.

E não faço nada sem as garotas.

Nos vemos depois.

Beijos.

Jhuly e garotas.”

Estranho. Pra falar a verdade. Hoje elas estão muito estranhas.

Fui direto para o refeitório e realmente nenhuma delas estavam lá.

Vi os meninos olharem estranho pra mim e notarem que a Jhu também não estava comigo.

- O que houve? Cadê a Jhuly? Aliás, todas as meninas sumiram. – falou Seth olhando pra mim.

Entreguei o bilhete e esperei que todos lessem.

- Estranho. Eu estava na aula de Química com a Mily quando o experimento dela deu errado e sujou sua blusa e a ponta dos cabelos. Ela deu um “piti” e disse que não ficaria na sala com o cabelo daquele jeito e saiu levando o material. Mas não voltou depois disso. – contou Luke.

- A Bia e a Loka que estavam na aula de Ed. Física comigo falaram que iriam beber água mas estava sem água no bebedouro da quadra e elas pegaram as suas coisas e foram pra fora beber água. Mas também não as vi mais. – contou Brian.

- Estranho mesmo. Se tivesse acontecido algo elas teriam falado, né? E todas elas saírem na ultima aula ao mesmo tempo e sumirem depois... Tá errado isso. – refletiu Nessie.

- Sim. Isso está estranho. Porém, teremos que esperar até vê-las de novo para perguntar algo. – disse Jake e todos concordamos.

Passou o intervalo, as aulas e nem sinal delas. Nada, tinha apenas mais um bilhete no carro da Jane que era o mais perto da entrada do colégio dizendo apenas: Podem ir embora. Nós já fomos. Nos vemos depois. Beijo, meninas.

Nada além disso.

Mas que raiva! O que está acontecendo?!

...

- Então nós vamos contar nesse fim de semana, certo? – perguntou Colin só para confirmar. Assentimos com a cabeça.

Depois do sumiço delas ficamos tentando de tudo para seguir o cheiro delas. Mas o Diogo apareceu em casa e depois de termos lhe contado o que estava acontecendo, ele disse para não irmos atrás delas, pois o que exatamente diríamos quando as encontrássemos? “Oi, nós seguimos o cheiro de vocês e as encontramos aqui.” Absolutamente não.

Então com essas coisas meio estranhas que está havendo com elas, decidimos que nesse fim de semana contaríamos a verdade a elas. Mesmo que isto custa os nossos relacionamentos. Porém assim poderemos segui-las.

Mas ainda estou torcendo que tudo dê certo. Tudo isso porque elas estavam agindo muito estranho hoje.

Nem na casa o Diogo nos deixou entrar. Ele disse que não importa o que elas estão fazendo. Não era pra invadirmos a casa delas sem o consentimento das mesmas. E logo depois disso foi embora dizendo que tinha coisas pra fazer.

Ele estava preocupado. Isso, todos nós percebemos.