Haruno Sakura, do Clã Haruno escrita por EstherBSS


Capítulo 25
Imposição




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Capítulo 25 – Imposição

    - Eu sonho com você, Sakura. Eu imagino o seu corpo contra o meu em meus sonhos. Eu tento ficar perto de você para sentir o seu perfume, pelo menos. – Kurogane se aproximava de Sakura. Ele a pressionou até que ela estivesse deitada com ele inclinado sobre ela. Sasuke mordeu o lábio até sentir o sangue correr. Precisava se manter calmo para não ir até os dois. Ela disse que só queria a mim. E agora está deitada com ele. Kurogane voltou a falar – Eu te admiro e te desejo como nunca. Mesmo agora, o meu corpo ficou quente no instante em que você pisou nesse lugar. Eu quero você. Quero que seja minha...para sempre.


Sakura se desesperou quando sentiu Kurogane pressionar os lábios dele com força contra os dela. Aquilo não estava certo. Ela tentava empurrá-lo, inutilmente. Ele era forte. Não havia sido escolhido como herdeiro por capricho. Ele era indescritivelmente poderoso. E estava usando esse poder para beijá-la a força. Os lábios dele tinham um gosto forte de vinho. Não era ruim. Não pense nisso, Sakura. Você ama o Sasuke. Mesmo que ele esteja agindo como um idiota, é ele que você ama. Kurogane explorava a boca dela com a língua fazendo com que ela sentisse arrepios agradáveis até demais. A mão dele segurava a perna dela. No momento em que a mão dele escorregou para debaixo do vestido, Sakura soube que já tinha passado do limite.

Ele era mais forte do que ela. Tinha que reconhecer. Mas ela usaria a surpresa como vantagem. Acumulou energia nas mãos e o empurrou com tudo. Quando Sakura viu o quão longe o herdeiro havia sido lançado, pensou que tinha exagerado.

    - Não. Kurogane. Não. – Ela disse ofegante sem que a mente dela pensasse em uma frase melhor.

Mas ele não ficou zangado, ao contrário do que ela esperava. Ele sorriu. Um sorriso estranho que fez com que ela se arrepiasse. Ele estava excitado. Ai caramba! Como eu vou sair dessa agora? Se levantou com cuidado. Kurogane imitou os movimentos dela. Ele estava igualmente ofegante, com a camisa meio aberta em cima e o cabelo bagunçado. Forçou a imagem de Sasuke sem camisa em sua mente. Tinha que ter forças porque Kurogane estava demoniacamente sensual.

    - Você gostou.

Foi a única coisa que ele disse por um bom tempo. Sakura estava vermelha e ouvir aquilo não ajudava. E o pior é que ela tinha gostado mesmo. Sasuke! Lembra do Sasuke poxa! Sakura deu alguns passos em direção a saída. Kurogane a acompanhou com os olhos como um gato pronto para dar o bote.

    - Eu acho que essa conversa está passando dos limites. O melhor é adiarmos o assunto até depois da missão.

Sakura falou com uma voz vacilante. Tentou caminhar com dignidade para a saída, mas Kurogane estava lá antes que ela percebesse. Fez um movimento evasivo e se afastou dele com um salto. Ele caminhou lentamente em direção a ela.

    - Depois dessa missão será o nosso casamento. – ele disse, passando a mão pelo cabelo.

Aquilo fez com que a kunoichi esquecesse a distancia entre os dois. Ela olhou para ele com a boca aberta primeiro. Depois começou a sentir raiva. Ela fechou as mãos em punho e apertou a boca numa linha.

    - Achei que já tínhamos esclarecido isso. Eu disse... – ela levantou a voz - ...QUE NÃO SEREI SUA MULHER.

    - Essa escolha não cabe a você. – Kurogane disse calmo como se discutisse com uma criança que não tinha autoridade no assunto – Eu tentei fazer com que você aceitasse isso naturalmente. As coisas já foram acertadas.

    - Não foi nada acertado. Eu nunca o aceitei. Meu avô tem que vir falar comigo antes. Eu sou a primeira agora. Posso escolher.

    - Esse seu direito foi revogado em virtude dos últimos acontecimentos.

    - E o que a traição de Akina tem a ver com o meu casamento?

    - Não é dela que falamos aqui. Mas sim daquele maldito Uchiha! – Kurogane começou a ficar nervoso também – Você não se envolverá com ele. Como uma Haruno, você deve escolher um homem digno entre o seu povo para ser seu marido. Mas você parece ter se esquecido disso.

Sakura estava visivelmente irritada. Seu rosto estava vermelho e não era de vergonha.

    - Escute bem o que eu vou falar. EU NÃO SOU SUA NOIVA E NÃO VOU ME CASAR COM VOCÊ.

    - Tsukoi já mandou dragões mensageiros. Você já é minha noiva oficialmente.

    - Então ele terá que mandar outros dragões mensageiros desfazendo isso. Eu viro uma sacerdotisa de sacrifício antes de casar com você ou com qualquer outro.

Kurogane perdeu a paciência de vez com aquilo. Ele venceu a distancia entre os dois com poucos passos e segurou no queixo da Haruno.

    - Por que você rejeita tanto os homens da tua família? Ele é tão importante assim para você?

    - Ele é a pessoa mais importante para mim sim. Ele é o homem que eu amo. Eu gosto tanto dele que minha respiração falta quando estou longe dele. É a ele e somente a ele que o meu corpo responde.

Depois disso, o único som que se ouviu foi de Sakura caindo no chão. Ela tentou levantar e virou o rosto para Kurogane com raiva. O nariz dela, assim como o lábio superior, estavam feridos e um filete de sangue corria livremente deixando algumas gotas no chão. No momento, em que ele viu o que tinha feito, Kurogane se aproximou, mas Sakura o repeliu com raiva. Ele então a segurou com raiva pelos ombros, sacudindo–a um pouco.

    - Jamais...Jamais repita isso na minha frente de novo. Eu dou um jeito de matá-lo antes de permitir que ele toque em você.

Depois disso, o herdeiro juntou algumas coisas e deixou a moça sozinha no lugar. Ela escutou os passos dele na escada de pedra, fora do templo. Mas ela não tentou se mover. Ficou lá. Sozinha. Com uma vontade enorme de chorar. Tinha tentado se mostrar valente, mas estava com medo. Uma decisão do avô era definitiva. Todos os Harunos obedeciam-no cegamente. Quando as lágrimas começaram a rolar, ela não tentou impedir. Ficou ali deitada no chão, chorando e soluçando.

Não o sentiu até que ele pôs a mão em seu cabelo. Virou a cabeça assustada e surpresa e o viu. Parecia um sonho. Ela queria dizer tanta coisa, mas não conseguiu. Apenas chorou com mais força. Os braços dele a apertaram com força e ela deixou que ele a levantasse do chão. Escondeu o rosto nas roupas dele. Queria sentir o cheiro dele para sempre. Adorava o perfume dele. Fazia ela se sentir segura e protegida do mundo todo.

    - Me desculpe, Sakura. Eu estava tão errado. Por favor, me perdoe. – Sasuke falou contra a cabeça dela, a abraçando com força. Ela podia sentir o ódio que ele sentia por causa da tensão nos músculos – Apenas uma palavra e eu vou lá lutar com ele. Você é minha e ninguém vai te tirar dos meus braços de novo.

    - Sasuke... – ela disse contra a roupa dele. Ainda estava chorando. Ela não parecia tão otimista como ele - ...eu te amo tanto.

    - Eu sei agora. – Sasuke beijou o topo da cabeça dela com suavidade. Ele a apertava com os braços – Eu te amo também. Eu também te desejo. E eu vou lutar com todas as minhas forças para que fiquemos juntos. Mas eu ainda quero matar aquele sujeito por ele ter ousado te tocar.


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A primeira coisa que Sakura fez ao acordar foi falar com o avô sobre o que ocorrera na noite anterior. Ele se mostrara muito solícito, perguntou sobre o machucado até que ele soube o motivo. No instante em que ouviu o nome Sasuke, Tsukoi mudou da água para o vinho. Ele foi frio e até mesmo descortês. Nem disse que iria reclamar com Kurogane por ter levantado a mão para ela. O avô disse que tinha que ir na presença de Toshiro e se livrou dela com um gesto de mão qualquer.

Afastada como se fosse um cachorro qualquer. Mas naquele momento ela percebeu que estava sozinha. Ninguém no clã apoiaria uma relação daquelas. Um Haruno casa com um Haruno. Era a lei. Era a regra. E eles não quebravam regras. Um Haruno nunca quebrava as regras.

No café da manhã, Kurogane obrigou Sakura a se sentar perto dele. Ele se sentia protegido pelo que Tsukoi falara com Sakura de manhã:

    - Respeite o seu noivo ou eu mando o Uchiha de volta para casa.

Ela sentia como se estivesse lutando contra o mundo sozinha. Naruto foi o que mais estranhou o machucado no rosto, mas todo mundo o ignorou e ele percebeu que era um assunto mais sério do qual ele não devia falar em público. Sasuke encarava Kurogane com ódio do outro lado mesa. E ele nem tentava esconder. Não mais. Ele já imaginava o que Tsukoi falaria e não foi difícil desvendar a expressão irritada de Sakura.

Quando eles saíram do castelo, estavam todos irritados com exceção de Kakashi. Tsukoi estava com raiva por Toshiro não ter cedido a eles as espadas melhores. O lorde dissera que eles não eram dignos perante a deusa Myr. Kurogane estava com ciúmes mortais de Sasuke. Sakura não queria casar. Sasuke queria matar o herdeiro por tentar lhe roubar a mulher amada. Naruto ainda estava com fome e não sabia o que estava acontecendo.

Foi uma viagem difícil até que eles se reuniram com os outros guerreiros. Eles pareciam mais animados pois tinham descoberto um padrão na ação dos youmas. JD falara que as criaturas atacam e depois fugiam e que isso era uma tentativa clara de cansá-los. Os batedores informaram que já haviam descoberto os esconderijos principais e que a maior parte das armadilhas já tinham sido colocadas. Quando alguns ninjas se aproximaram para parabenizar Sakura pelo casamento, ela simplesmente deu as costas e se retirou. Não ia fingir ser a noiva feliz. Podia respeitar Kurogane por Sasuke, mas fingir está contente era demais.

Alguns dias depois, o trabalho de campo teve início. Os ninjas foram divididos em grupos de três. Cada grupo invadiria um esconderijo ao mesmo tempo. Os lugares maiores seriam invadidos por mais de um time ou por um que fosse mais forte. Tsukoi fez questão de manter os ninjas comuns de Konoha longe de Sakura. No time dela, apenas tinha dois Harunos de média e baixa patente. Ogen, uma Haruno de posto número oito no rank interno, e Omoe, um ninja recém saído das fraldas.

Sakura queria gritar e espernear até dizer chega. Ela estava com um time fraco e tinha sido ordenada para um esconderijo menor. Aquilo devia ser algum castigo sério dos deuses. Ela era a capitã, pelo menos. Não tinha como colocar ela em uma missão em que isso não ocorresse. A menos que ela estivesse com o avô ou com Kurogane. Eram os únicos acima dela. Fez uma careta enquanto corria pelas árvores com o seu “time”.

A invasão foi fácil. Óbvio. Era um desperdício colocá-la em uma missão daquele nível. Nem precisava lutar com tudo. Isso a incomodava mortalmente. Odiava ser posta de lado. Omoe era o mais animado. Era a segunda vez que saía em missão. E foi graças a primeira que ele ainda estava vivo. O menino era um inútil. Sakura se perguntou se ela mesmo já tinha sido inútil dessa maneira.

Não havia mais do que uns quinze youmas no local. E todos eram fracos. A única vantagem que Sakura conseguiu encontrar foi o fato de haver entre eles um Erebus. Esses mestres feiticeiros eram os responsáveis por criarem mais youmas e não eram fáceis de serem localizados. O “time” de Sakura estava reunido cuidando dos corpos quando ela sentiu o perigo. Correu em direção a Omoe e o protegeu da kunai lançada. O garoto e Ogen, a irmã dele, se puseram em guarda no mesmo instante. Sakura sorriu. Não tinha sido uma perda de tempo afinal ser enviada para aquele lugar. Reconheceu o chakra antes que Akina mostrasse a face.

    - Está andando mal acompanhada, neechan. – Akina falou com um sorriso debochado. Ela olhou com desprezo para os dois atrás da irmã e isso foi o bastante para que ambos tremessem. Sakura não se alterou. As últimas lutas que tivera com Akina serviram para imunizá-la contra o medo. Ela sabia que podia enfrentá-la. Mas não podia dizer o mesmo dos dois atrás de si. Olhou para um lado e viu Ogen. Ela estava nervosa, mas tentava se manter firme. Virou a cabeça um pouco para o outro lado e teve pena do menino. Ele mantinha a kunai em posição, mas suas pernas tremiam vergonhosamente.

    - Eu não falaria assim, Akina. É você que virou uma peça do inimigo. – Sakura falou aparentando uma indiferença que não sentia.

Akina se virou para ela com um sorriso debochado. Ela adorava sorrir daquela maneira. A ex-número um jogou a cabeça para frente fingindo uma mordida para o lado do menino. Omoe abandonou a posição de luta no mesmo instante e recuou para trás. Aquilo divertiu Akina imensamente. Ogen chamou o irmão.

    - Ele nem deve ter uma classificação ainda. Por que o avô mandou ele com você? Virou babá agora? – ela falou e gargalhou. Sakura se manteve indiferente e falou:

    - Mantenha se firme no lugar, Omoe. Akina fala mais do que faz. E eu estou aqui. Não deixarei que ela te machuque.

O menino caminhou hesitante como se cada passo fosse um sacrifício. Mas firme, ele voltou para a antiga posição.

    - Perdoe-me pela minha covardia, Sakura hime sama.

As duas irmãs se encararam por um tempo. O desafio latente pairava entre as duas. Ogen sinalizou ao irmão para dar alguns passos e tentar cercar a inimiga. Assim que eles mexeram um milímetro, Sakura disse com voz firme:

    - Parem você dois. Quem enfrentará Akina sou eu. Mantenham se em segurança e só ajam sobre minhas ordens.

Ogen e Omoe se entreolharam e engoliram em seco. Estavam diante das duas mulheres mais fortes do clã, não podiam ficar ali e atrapalhar.

    - Estamos ao seu comando. – Ogen falou e se afastou, sendo imitada pelo irmão. Sakura se virou para a ruiva a sua frente e disse:

    - Sinto me na obrigação de lhe dizer que você foi banida do clã. Seu nome foi riscado de nossos documentos e você foi renegada. Não deve usar mais o nome Haruno. Sua cabeça também está a prêmio, mas eu lhe darei a chance de se entregar agora e talvez morrer com mais dignidade.

Akina arrumou o cabelo com os dedos e jogou a cabeça para trás.

    - Você deve estar muito satisfeita em dizer essas coisas, não é mesmo?

    - Lie. Jamais me alegraria de ter uma irmã traidora. Você trouxe vergonha para nossa casa.

    - Só eu? – Akina riu – Ouvi dizer que você nega o herdeiro.

    - Apesar de tudo eu me orgulho em saber que possui uma rede tão grande de espiões aos seus serviços. Se bem que não é nenhuma novidade isso. Eu sempre fui a eleita de Kurogane apesar de não concordar. Eu esperava que você se casasse com ele, mas você fez escolhas erradas.

    - Agora a culpa é minha? – Akina pareceu nervosa pela primeira vez – Vamos nos lembrar aqui sobre quem matou a minha mãe.

    - A doença. – Sakura respondeu fria e indiferente. Tinha aprendido com Sasuke a manter aquela pose. Ele dizia que ajudava a irritar o inimigo.

    - Não, sua pequena mentirosa da cabeça rosa.

    - Seu cabelo é rosa também. – Sakura respondeu rápido. Apesar de traidora, Akina tinha crescido junto dela. Sabia que sua irmã odiava ser interrompida. Mas a outra mulher parecia estar se controlando.

    - Foi o seu parto que a enfraqueceu e...

    - Você já falou isso uma outra vez. Está se tornando repetitiva.

    - SHIZUKA NA!!! Não me interrompa quando eu falar, neechan. – ela cuspiu a última palavra, transformando a em um palavrão.

    - Não sou mais sua irmã. Minha irmã morreu quando traiu o clã.

    - Sei! Isso é só uma desculpa para usurpar o meu lugar. Eu devia ser a primeira aqui.

    - Não, Akina. EU SOU A PRIMEIRA. Eu consegui o título ao te vencer honestamente e nem precisei me aliar com inimigo nenhum.

A última palavra foi omitida pelo som das lâminas se chocando. A arma de Akina estava desenvolvida até a sua última forma, a espada. A de Sakura também. Àrtemis estava em forma de foice. As duas se encararam com um misto de raiva e rivalidade.

Sakura empurrou a arma um pouco e aproveitou a distancia entre as duas para virar o corpo e preparar outro golpe. Akina girou sobre o pé direito e aparou a lâmina com a espada. Ambas estavam liberando muita energia e o chão sob elas começou a trincar. Quando elas começaram a lutar a valer, até o ar parecia sofrer cortes. As duas se moviam tão rápido que Ogen e Omoe nem viam mais as lâminas. Eles viam os vultos das duas e uma aura prateada que indicava a passagem rápida das armas. E o barulho era ensurdecedor.

Os dois não sabiam o que fazer. Era assustador ver as duas irmãs lutando. Ogen engoliu em seco. Esperava nunca ter que passar com isso com o irmão. Quando Sakura tomou distância suficiente para respirar ela falou em alto e bom som:

    - Ogen e Omoe, vasculhem o lado de fora. Descubram por que Akina veio parar exatamente neste esconderijo menor. E tomem cuidado, deve haver youmas perigosos lá fora. Eu vou ajudá-los assim que puder.


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Notas finais do capítulo

Prometo responder a todos os reviews, mas isso vai ficar para outro dia.
bjs
ja na