HAYELY PDV.

A manhã do dia seguinte foi bem normal. Eu fiz um suco de abacaxi com limão, por causa da minha garganta, e comi torradas. 

Quando eu estava terminado, alguém tocou a campainha. Eu esperava que não fosse Taylor, eu ainda estava meio confusa.

Fui até a porta e a abri calmamente.

"Surpresa!"

"OH MY GOD! DAKOTAH!" Eu gritei. Não acreditava que era ela. Nós nos abraçamos e começamos a pular. "Nossa, não acredito que é você mesmo." Disse olhando para o seu rosto. 

"Ah, eu não aguentava mais a California. Tanto sol, toda aquela gente bronzeada e eu toda branquela. Ah, amiga, eu quase morri de saudades." Me abraçou novamente.

"Como você faz isso?"

"Faço o quê?"

"Chega no momento certo. Você não sabe o quanto eu estou precisando de você agora..." 

"Um...Ok. Mas agora eu tenho que ir. Só vim lhe dar um abraço. Mas hoje á noite eu venho aqui para uma noite de garotas, okay?" Ela falou toda animada. O bom humor dela era tão contagiante que mesmo acabada, eu não conseguia parar de sorrir.

"Tá bom. E traga muitos doces, será uma noite depressiva." Eu informei e ela fez careta.    

Depois que Dakotah se foi, meu sorriso foi junto. Tomara que ela pudesse me ajudar.

Decidi tomar um banho, e em seguida fui ao mercado de bicicleta, comprar muitas bobagens para a noite. Eu adorava essas espécies de festa do pijama que eu e Dakotah fazíamos. Nós ficávamos a noite inteira acordadas, olhando filmes de romance, conversando, rindo, comendo qualquer besteira, pintando as unhas, e essas coisas femininas que eu não estava acostumada a fazer. Era tão divertido. Só ela conseguia me fazer rir em momentos difíceis.

Eu passe a tarde inteira sozinha, pensando. Antes de fazer qualquer coisa em relação ao que eu sentia por Taylor, eu iria falar com Dakotah, e ver o que ela achava.

 (...)

"Hayley! Abra a porta. Sua amiguinha querida chegou!" Gritava Dakotah na porta. Eu corri para abri - la.

"Hey, não sei se você percebeu, mas existe uma coisa chamada campainha." Eu disse enquanto ela entrava e largava três grandes sacolas no sofá, e uma bolsa gigante. "O que é tudo isso?"

"É a nossa noite de garotas. Aqui tem todas as coisas de noite de garotas que tem que ter em noite de garotas. You see?"

"Huh. Well, eu tenho que te contar uma coisa. Mas pelo amor de Deus, Dakotah, você não pode falar para ninguém, etendeu?" Ela balançou a cabeça, e eu continuei. "Bom, eu...Estou apaixonada."

"Ué, mas isso não é novidade, você não é apaixonada pelo seu namorado?" Ow, droga! Ela ainda não sabia sobre eu e o Chad.

"Dakotah, eu não tenho mais namorado."

"Não tem? Mas eu jurava que você namorava Chad Gilbert." Ela ficou pensativa. Oh my, quando ela ficou tão burra?

"Dake,  eu terminei com Chad!"

"WHAT? WHY?!"

"Hm, é uma longa história. Mas agora eu estou muito ferrada, por que eu estou apaixonada por outra pessoa!"

"E quem é a vítima desta vez?"

 "Taylor." Eu disse rápido.

"Quem?" Ela arregalou os olhos.

"Taylor! Taylor Benjamin York!" Choraminguei.

"Oh. My. God. Você está falndo sério, Hayley?" Eu apenas balancei minha cabeça, afirmando. "Well, ou isso será uma coisa muito boa, ou muito ruim."

"Eu acho que é ruim, não? Quer dizer, eu não tenho chaces..."

"Claro que você tem Hayley!"

"Dake, ele está apaixonado por outra! E tem mais, eu já vi esse filme, ok? Eu estava apaixonada por Josh, e então ele me largou porque se cansou de mim. Quando duas pessoas namoram e são tão próximas assim, o relacionamento se desgasta muito facilmente, entendeu?" Ela concordou. "Eu não quero me machucar novamente, Dakotah. Mas, eu não sei. Eu gosto tanto dele." A olhei desesperada, e ela me abraçou.

"Ás vezes nós temos que arriscar, Hayles."

(...)

E nós ficamos a noite inteira assim. Falando sobre homens, nos lamentanto, chorando, rindo e comendo. Uma perfeita noite de garotas.

"But Hayley, você vai contar para ele,não vai?"

"É eu estive pensando nisso. Eu vou contar sim." Eu respondi terminando de comer o segundo pote de sorvete.

"Imagina se ele gosta de você também?" Seus olhos brilharam. Ela com certeza era hilária.

"Dakotah, eu já disse. Ele está apaixonado por outra. Até me pediu ajuda!" Choraminguei novamente e enfiei minha cabeça nas almofadas.

"Amiga, eu sei o que pode te ajudar agora!" Ela falou com um sorriso maquiavélico no rosto.

"O quê?" Ela saiu correndo para a cozinha, e eu fui atrás.  Ela abriu a geladeira, e pegou garrafas de vidro, com um líquido vermelho. Demorei alguns segundos para perceber que eram bebidas alcoólicas.

"Dakotah, você sabe que eu não bebo! E como isso foi parar ai?!"

"Oh, você é excepcionalmente distraída quando está comendo, e okay, eu sei que você não bebe, honey. Mas esse é um caso de emergência." Ela me estendeu uma das garrafas, e hesitante, eu peguei.

Bom, que mal teria? Só estávamos nós em casa, e eu não faria de novo.

Abri, e bebi metade do conteúdo de uma vez só.

(...)

"HAHAHA E ai, sabe o que eu disse?" Perguntei a Dakotah, rindo histéricamente.

"O que?" Ela perguntou, também rindo.

"Eu disse: Eu acho que agora eu vou dormir! HAHAHAHA!" Eu contava para ela o que aconteceu ontem a noite quando Taylor veio na minha casa.

Nós começamos a rir tão histéricamente, que meus olhos lacrimejavam, e a minha barriga doía tanto que eu não conseguia respirar.

Este era o efeito de três garrafas de Martine.

Até que eu parei abruptamente de rir, e Dakotah me acompanhou. Eu olhei para ela, e quando dei por mim, já estava chorando desesperadamente.

"OOH, MY GOD! ELE NÃO GOSTA DE MIM!" Eu dizia soluçando. "EU VOU FICAR PARA TITIA! VOU FICAR PARA TITIA!" Joguei meus braços para cima, e me atirei com tudo no tapete.  

"Ai." Eu disse depois de um minuto.

(...)

"Deixa que eu falo!" Puxei o telefone da mão de Dakotah. "Eu sei um trote ótimo!" Disquei um número qualquer, e chamou.

"Alô?" Disse a pessoa do outro lado da linha.

"Taba?" Perguntei, enquanto Dakotah ria.

"Taba?"

"Baco!"

"Hein?"

"Tabaco!" Desliguei o telefone e me joguei no chão de tanto rir.

"H-Hayley, você é muito idiota HAHAHA!"  

"Eu sei! HAHAHA."

(...)

Depois do meu trote feliz, foi a vez da Dakotah. Ela procurou algum número na minha agenda, e então ligou, colocando no viva - voz.

"Alô?" Disse uma voz sonolenta, mas não me era estranha.

"Uma anta escapou do zoológico?" Perguntou Dakotah.

"Não sei!" Disse a voz-não-estranha-sonolenta.

"Você mora mora perto do zoológico?"

"Não!"

"Ah, eu não sabia que anta corria tão depressa!"  Caímos na risada.

"Espera ai! Hayley? Dakotah?!" Tapei minha boca.

OH MY GOD! ERA TAYLOR!

"TAYLOR?!" Eu gritei.

"Porque vocês estão me passando trote em plenas 3h da manhã?" Dakotah começou a rir.

"Ah, Taylor, desculpa, é que..." Não consegui terminar, e comecei a rir novamente.

"Oh my, vocês não estão bêbadas, estão?" Rimos mais ainda.

"Bêbadas? Nós? Imagina! Eu nunca bebi na minha vida!" Dakotah se indignou.

"Não, só daquela vez que você queria beijar um peixe aquário da minha avó!" Lembrei - a.

"É MESMO! HAHAHA!"

"Ah, vocês estão bêbadas." Taylor constatou, e desligou o telefone.

TAYLOR PDV.

Não acredito que Dakotah embebedou Hayley. Ela estava maluca? Hayley ficava estranha, e louca quando ficava bêbada.

Depois que elas me passaram aquele trote idiota, eu me levantei,me vesti, e fui na casa de Hayley.

Bati na porta, e ouvi risos vindos de dentro da casa. Logo, Dakotah abriu com um enorme sorriso estampado no rosto.  

"TAYLOR? AHH, QUANTO TEMPO, AMIGUINHO!" Ela se jogou em meus braços, me abraçando, ou seja,me esmagando.

"É, Dakotah, também é ótimo te ver, mas o que você fez com Hayley?"

"Nada." Respondeu rápido de mais. "Oh, Taylor, ela está bem mais feliz agora. Olhe!" Ela me levou até a entrada da sala, e me mostrou Hayley, que finjia que tocava guitarra com uma luminária apagada. Ela parecia um pouco insana, com um pijama cheio de sapinhos sorridentes, pantufas de elefante e uma tiara com guampinhas vermelhas que piscavam.  

"Hayley, olha quem veio se juntar a nós!" Disse Dakotah alegre.

Hayley parou de"tocar" e me olhou.  

"TAAAAAAAAAYLOOOOOOOOOOOOOR!"  Ela gritou pulando. "SÓ FALTAVA VOCÊ! AHÁ! VAMOS TOMAR CHÁ!"

"Oh, não Hayles, você deveria..."

  "Não me diga o que fazer!" Ela disse feliz e sorridente. "Venham! Venham!" Ela puxou eu e Dakotah, que nem hesitou, e correu para sentar - se a mesa.

Hayley foi a cozinha, e trouxe uma xícara de cada vez. Depois ela trouxe uma garrafa de Martine e se sentou.

"Okay, este é o que eu chamo de Chá vermelhinho do capetinha." Ela disse sussurrando. Ela serviu para todos, mas logo gritou: "Não bebam!" Então pegou minha xícara e a de Dakotah, e tomou o conteúdo delas."Deixem tudo para mim! MUAHAHAHA!"   

"Tem certeza que você não deu maconha para ela?" Perguntei baixinho para Dakotah. Ela levantou os ombros, indiferente.

"AH! Me esqueci do bolo!" Hayley voltou correndo para a cozinha.Ela demorou um pouco.

Até que Dakotah começou a fazer umas caras estranhas.

"O que foi?" Perguntei meio preocupado, meio com medo.

"XIXI! XIXI! XIXI!" Ela berrou e então saiu correndo para o banheiro.

Hayley estava demorando demais, e então decidi ir ver o que ela estava aprontando.

Fui até a cozinha sorrateiramente, e... "AAAH!" Gritei de susto quando vi Hayley parada, com uma faca na mão e com um sorriso malicioso nos lábios.

Ela riu.

"Calma, Taylor. É só uma faquinha inofensiva." Sorriu angelicalmente. "Vou cortar o bolo." Ela anunciou, e abriu o forno. "CADÊ O MEU BOLO!" Ela berrou, e então começou a chorar. "AAHH, EU QUERO O MEU O MEU BOLO!"

"Ah, meu Deus, calma Hayley." Fui até ela, que se sentou no chão. Essa garota quando bebia era fogo, hein. "A gente faz outro bolo, okay?"

Disse me abaixando, e olhando nos olhos dela.

"Taylor?"

"O que?" Ela meio que riu, e abaixou a cabeça. "Eu quero te beijar."

"WHAT?" Ela riu mais ainda, e depois me encarou sériamente. "Well, Hayley, você não sabe o que está dizendo." Ou ela sabia? Dizem que as pessoas falam o que sentem quando bebem, mas eu duvidava que ela estivesse consciente do que estava falando.

Ela se levantou, e eu repeti a ação.

"Eu sei o que eu estou dizendo! Eu quero mesmo te beijar!" Ela se indignou, e então puxou - me pela camisa, fazendo nossos rostos ficarem a centímetros de distância.

Á essa altura, meu coração estava quase saindo pela boca. Ela encarou meus olhos por mais um meio segundo, e então grudou nossos lábios num beijo...Avassalador.

Foi como se algo explodisse no meu peito.  E eu sabia que devia parar aquilo, porque ela não estava em boas condições, mas, como um belo egoísta que sou, apenas deixe - me levar pelos lábios macios daquela maluca bêbada.

Foi como se tudo desaparece, como se nada mais importasse. Ela colocou seus braços em volta do pescoço, e me puxou ainda mais para si. Eu coloquei meus braços em volta de sua cintura, aproveitando ao máximo aquela sensação.

Apesar do forte gosto de Martine, eu podia sentir a doçura que o beijo dela tinha. E eu não me importava que ela não estivesse sentindo tudo o que estava sentindo naquele momento. Eu não podia imaginar nada mais perfeito, a não ser nossos lábios se movimentando juntos. Sincronizados.

Aquilo era viciante.

E quando o ar fez muita, mas muita falta, nos separamos. Eu nunca imaginei que pudesse sentir algo desta maneira. Nunca pensei que um beijo pudesse mecher tanto com uma pessoa. 

Ela sorriu aquele sorriso que fazia minhas pernas ficarem bambas, e mesmo não querendo acreditar, eu soube que ela sabia o que estava fazendo. 

E sabia as consequências que aquele beijo traria.