Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 13
Capítulo 13 - Odoroku...!


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... aproveitem, hehe!



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Eu estou confusa. Muito, muito confusa.

Há poucos minutos atrás eu podia dizer com toda certeza que não haveria nada mais importante, nada que eu quisesse mais do que ver o Kaoru-kun, mas ao ter Hikaru-kun cuidando de mim dessa maneira, tão preocupado, eu definitivamente não posso fugir sem dizer nada a ele.

Ouvi barulhos na porta, e me assustei, perdi o equilíbrio por causa da perna machucada, e acabei caindo sentada no chão. É isso que eu ganho por ficar tão distraída com pensamentos subversivos!

— O que aconteceu? – Hikaru se precipitou, correndo na minha direção, apreensivo. Eu perdi a única chance que tive de ir ver Kaoru-kun e explicar tudo a ele, mas me sinto bem de não ter feito mal a Hikaru. E me sinto extremamente estranha por isso. Hikaru já estava me erguendo do chão, com excessivo cuidado

— N-não foi nada... – eu me afastei, com medo de mim mesma por ter ficado com coração batendo tão alto daquela forma. Isso me parece terrivelmente errado...

— Eu não encontrei a enfermeira. Parece que alguém caiu da escada e ela foi atender.  – ele parecia levemente irritado por isso, mas logo voltou a me fitar com preocupação – se você não está se sentindo bem, eu posso te levar em casa, Coelhinha.

— Eu to ótima... esse tipo de coisa acontece sempre comigo... – eu admiti com amargura. Eu devo ter um centro de gravidade maior que o resto do mundo, afinal, vivo sendo puxada para o chão...  E mais do que isso, eu nem quero imaginar a cara da minha mãe se me visse com um garoto chegando em casa.

Hikaru riu da minha confissão, e depois segurou minha mão com força, o que fez meu coração sair flutuando por aí, e meu rosto ficar tão quente que era possível fritar um ovo. Me odeio por ter essas reações, e mais ainda por que eu tenho certeza que ele percebeu, por que tá rindo de mim nesse instante.

Ele andava devagar, acompanhando meu ritmo lento, mas não parecia se incomodar com isso. Sua mão era quente e macia, e seu dedo polegar fazia movimentos circulares nas costas da minha mão.

Manquei com ele me acompanhando rumo á sala de aula, mas de repente, Hikaru estancou, apertando minha mão com mais força. Levantei o olhar para frente, e senti minhas pernas bambearem.  Do lado oposto no corredor, Kaoru encarava seriamente a mim e ao Hikaru, com Kyoya (que sorria de um jeito estranho, como se estivesse entendendo tudo perfeitamente) e Tamaki (que olhava, extremamente confuso, de Hikaru para Kaoru, e de volta para Hikaru).

Kaoru fitava o irmão como se pudesse lançar raios lasers verde-fosforescente pelos olhos, e Hikaru soltou minha mão para enlaçar minha cintura possessivamente. Os dois se encaravam perigosamente, sem desviar o olhar e nem piscar.

O sinal tocou, e o corredor foi se esvaziando, inclusive Kyoya e Tamaki foram para a aula, e logo estávamos apenas nós três ali.

Tudo o que eu queria era poder sair correndo dali, afinal, nada disso tem a ver comigo, é um problema entre eles, de família, e eu não tenho direito de me meter nessas coisas, mas ao mesmo tempo, sinto que não posso deixar nenhum dos dois sozinhos.

— Kaoru... – deixei escapar um suspiro ao perceber o olhar melancólico com que ele olhava para minha direção. Hikaru me soltou ao ouvir meu murmúrio, e sem olhar para mim, deu as costas e foi embora. Me senti afundar ao notar que ele se afastava, mas não tive tempo de pensar em nada.

Um corpo foi puxado para trás, com força, e envolvido em braços cálidos e confortáveis. Senti um maravilhoso e inebriante cheiro, de brisa no verão, de chuva, de perfume masculino, o cheiro do Kaoru-kun!

Meu coração batia como louco, tenho certeza que isso é um tipo de sonho!

Kaoru-kun... ele está... me abraçando!

Não posso mais aguentar, acho que vou explodir por dentro! Eu posso ouvir o coração dele batendo acelerado... ou seria o meu?

Mas depois de longos segundos, que pareceram passar rápido demais, tão repentinamente quanto me abraçou, Kaoru me soltou. Ele me fitava com inquietação, com o rosto incrivelmente vermelho.

— Me desculpe, eu não devia.... eu... não... – ele se enrolou com as palavras (de um jeito irresistivelmente fofo). Kaoru se afastou rapidamente, desviando o olhar e escondendo o rosto corado – vamos, anh, a aula já vai começar...

            — C-certo – eu me esforcei ao máximo em fazer minhas pernas trêmulas fazerem seu trabalho corretamente em me levar a sala de aula, e segui, de uma distância segura, Kaoru-kun até lá.

            A aula continuou como o esperado, entediante,  mas novamente, a classe ao meu lado, que pertencia ao Hikaru (Ai-chii já tem seu próprio lugar) estava vazia.

Me pergunto o que Hikaru fica fazendo quando não está aqui... não que eu me importe com isso, é claro!

-

— Hanako! Seu banho está pronto!

— Eu já vou! – eu soltei o mangá que lia em qualquer lugar e corri para o banheiro.

Entrei na banheira, relaxando aos poucos os músculos na água quente. As bolhas coloridas subiam e estouravam, e o cheiro do meu shampoo de morango se espalhava no ar. Aaah... parece que nesse mundo de espuma e agua quente não existem preocupações...

Escorei os braços na beirada da banheira, e a cabeça em cima deles, tentando esvaziar minha mente. Há algum tempo fazer isso era surpreendentemente fácil, mas agora minha cabeça está completamente cheia das imagens do Kaoru-kun... aquilo...foi um como um abraço de irmãos, mas ser abraçada tão forte assim, por ele, foi a primeira vez.

— Eu fico vermelha só de pensar... – sussurrei, escondendo a cabeça na água. Eu sempre pensei que só houvesse amor do meu lado, mas, e se...

Desci as escadas apressada, vestindo meu pijama de bolinhas cor-de-rosa e uma blusa de alcinhas cinza, com a toalha na cabeça.

— Porque demorou tanto, hein? -  minha prima, Izumi, (que está aqui em casa para estudar, por que morava no interior), reclamou. Ela tinha os cabelos castanho-claro, cortados na altura do queixo, espetado para todos os lados, e era relativamente mais alta que eu, apesar de ser mais nova. Estuda no Ouka, que era a minha antiga escola.

— Aaah, Izumi-chan, você ainda não tem idade pra entender – minha mãe me segurou pelos ombros, sorrindo de um jeito que me assusta, sem dar ouvidos para o “sou só um ano mais nova!” da Izumi – sua prima deve ter algum garoto de quem ela gosta, por isso quer ficar mais bonita. Ela está dando mais atenção para o que veste, e está arrumando os cabelos... semana passada até comprou maquiagens! Hanako-chan virou uma mocinha, finalmente, hehe!

— Mãae!!! Não diga uma coisa dessas – eu me livrei do abraço sufocante que minha mãe me deu, e sai correndo, querendo me enfiar a minha cara em qualquer buraco por aí.

Entrei no meu quarto e me enrolei no edredon, como um casulo. Como minha mãe consegue ser tão embaraçosa??!

Fiquei devaneando sobre como encararei Kaoru-kun amanhã, será certamente muito vergonhoso... e não posso deixar de pensar no porque do Hikaru ter ficado daquele jeito... eram tantas coisas pra pensar que demorei pra pegar no sono, e quando finalmente senti que estava caindo na inconsciência, meu celular tocou.

Corri até onde ele estava, totalmente alerta, e me espantei ao ver o nome que estava escrito ali...


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Notas finais do capítulo

Reviews não matam, nem engordam, pelo contrário, eles fazem muito bem pra pele!!!