Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 12
Capítulo 12 - Yasashi...


Notas iniciais do capítulo

Capítulo quentinho, recém saído do forno...Bom Apetite !!!



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Ele abriu os olhos, mirando para o lado, e suas sobrancelhas arquearam em raiva. Nem precisei virar a cabeça para saber para quem era aquele olhar.

Finalmente ele me soltou, se colocando a minha frente numa pose protetora, enquanto encarava Kaoru-kun com profundo ódio faiscando em seus olhos.

Kaoru-kun viu tudo. E agora, o que ele vai pensar de mim...? Por mais que eu queira chorar, e eu realmente quero, nenhuma lágrima saia, e eu tenho certeza que isso não ajuda em nada.

— O que está fazendo aqui, não vê que esta atrapalhando? – Hikaru bradou, ainda com seu corpo na minha frente, não pude ver a reação do Kaoru.

— Isso... oufh – Hikaru me puxou em um abraço, me sufocando, quando eu tentei me pronunciar, tentar explicar tudo aquilo de alguma forma, embora nada melhor que ‘isso não é o que você está pensando’ passasse na minha cabeça agora.

Hikaru segurava minha cabeça com força contra seu peito, me deixando incapaz de falar. As lágrimas caiam livremente, molhando a camisa branca de Hikaru. Eu nem mesmo sei o porquê de estar chorando num momento como esse. Tudo o que eu quero agora é poder dizer a verdade ao Kaoru-kun, dizer que eu não queria estar aqui, que eu fiz tudo errado.

— Você não percebe, Kaoru? Ela prefere a mim, e você só está atrapalhando.

— Ahn... – Kaoru parecia desconfortável, eu não conseguia mais enxergar seu rosto, escondido atrás dos cabelos. – Me desculpe a intromissão, estou me retirando  - ele disse antes de virar as costas e sair dali rapidamente.

Quando ele se afastou, Hikaru desfez o aperto, e sentou no chão, sem olhar para mim, sua expressão mudando imediatamente, menos desafiadora. Eu não entendi a mudança súbita de humor.

— P-porque você fez isso? Porque disse aquelas coisas pro K-k-kaoru-kun? – balbuciei, enquanto tentava em vão engolir o choro.

— Não importa – Hikaru levantou, com as mão nos bolsos, e começou a nadar devagar, sem se virar na minha direção. – Foi só um beijo, sem nenhum significado, assim como aquele que eu te dei na estação aquela vez. – ele dizia maquinalmente, sem tom algum na voz. Parecia um texto ensaiado – Eu só queria... fazer você parar de falar naquele idiota. É, foi só isso...

Num impulso, eu puxei Hikaru pela camisa, forçando a se virar na minha direção, e dei um sonoro tapa no seu rosto. Agi sem pensar, mas ainda me sentia inquieta por dentro, querendo bater mais ainda nele. Como ele ousa...!

— Você pode facilmente beijar alguém a quem não tem sentimentos e ficar bem com isso... – clamei em meio às lágrimas – Mas eu sou diferente de você! Eu só quero fazer isso com quem eu amo de verdade. NÃO FAÇA PIADA DOS MEUS SENTIMENTOS! EU TE ODEIO!!!

Sai correndo depois disso, querendo apenas esvaziar minha mente, esquecer de todo mundo.

-

No outro dia, eu cheguei bem cedo na escola, pensando em procurar Kaoru-kun e explicar que aquele foi um beijo forçado, e sem sentimentos, mas quando eu notei que ele já estava lá, perdi toda a minha coragem, e me escondi na escada do último andar até o sinal bater.

Quando a aula começou e eu não pude mais me esquivar, andei a passos lentos até a sala de aula. Kaoru-kun estava reunido com alguns outros garotos e nem mesmo olhou na minha direção quando entrei, e a classe ao lado da minha estava vazia, o que significa que Hikaru não veio hoje, felizmente, já que eu não aguentaria passar tantas horas perto daquela pessoa.

Logo o professor também chegou, trazendo consigo uma pequena aluna do Fundamental. Porque uma aluna do fundamental estaria aqui? Oh! Espera! Ela tá usando o uniforme da nossa escola, será que... essa é uma daquelas garotas loli que tem cara de bebê? É possível... Pensei que essa era uma raça extinta que só existia nos mangás...! Ela era realmente pequena, tinha os cabelos longos e lisos, lilás acinzentado, com uma fita preta de lacinho acima da espessa e reta franja. Os olhos verde-água não tinham emoção alguma. Ah! Ela é tão fofinha!

— Eu sou Hazuki Aiko – Ela se apresentou – Eu não queria estar aqui, mas não tive opção. Não encham meu saco, ok?

Pisquei duas vezes, atônita. O que aconteceu com a áurea de anjo? A aparência de boneca? Hazuki Aiko... onde eu já ouvi isso? Será que é o nome de algum personagem de anime que eu assisti?

— Bom... sente-se no assento vazio ao lado da Wakamiya-san...

O que? Não! Ela me dá medo...!!!

— P-p-p-prazer em conhecer você...

— Voce não se lembra? – ela me fitou com um olhar tão frio que eu pude sentir meus órgãos internos congelando.

— Do que eu deveria lembrar...? – murmurei. Olhando bem de perto aquela garota, eu senti que a conhecia... não me era estranha... Hazuki Aiko... Hazuki Aiko... Ai-chii! É claro! Como eu pude me esquecer! Ela era minha vizinha quando eu era pequena, e brincava comigo e com a Haruhi-chan! Lembro que ela morava com seu pai, e tinha uma meia-irmã  que morava nos EUA com a mãe. Depois que ela foi morar com a mãe, nós nunca mais nos vimos...

— Como você ousa se esquecer de uma amiga de infância, Baka?! – ela exclamava de um jeito assustador.

— Ai-chii! – eu pulei na cadeira, abraçando ela com força. Todos olhavam assustados para nossa direção, talvez imaginado que ela estivesse me espancando ou algo do tipo – eu não me esqueci, vê? Eu só não lembrava...

— Caham... as senhoritas poderiam... – o professor pirragueou, e eu voltei para a cadeira, com o humor renovado.

-

Na hora do almoço, Aiko e Haruhi e eu estávamos juntas, relembrando algumas coisas da infância. Tamaki não estava junto, hoje ele se sentou com outros garotos. Ele e Haruhi parecem estranhos um com o outro, ele nem mesmo olha pra cá. Será que aconteceu alguma coisa?... Bem, apesar disso, era bom estar com minhas duas melhores amigas juntas de novo, eu senti muitas saudades da Aiko-chan, e daqueles tempos, em que eu apenas fazia o que queria, sem nenhuma preocupação.

Com um sobressalto, percebi que Kaoru-kun estava entrando no refeitório. Me enchi de coragem, respirando fundo, e me resolvi. Eu vou lá! Não vou mais ficar fugindo!

Levantei da mesa, determinada, e andei até a direção dele, que estava de costas e não podia me ver.

Senti meu corpo ser içado para cima. Eu estou sendo carregada como se fosse um saco de batatas. Só conheço uma pessoa que seria capaz de fazer uma coisa tão rude, e embaraçosa, como essa, e eu nem precisava ver esses cabelos vermelhos pra saber. Idiota!

— Eu não quero que você chegue perto de mim, seu idiota, mentiroso! Me solta, agora!!!

— Não. – ele respondeu apenas.

Ele me levou até um lugar atrás do ginásio, que tinha um pequeno morrinho, coberto de árvores e arbustos. Hikaru se sentou no chão e me colocou ao lado dele, me abraçando com força, de um jeito que me impedia de fugir. O que ele tá pensando da vida? Se ele pensa que eu vou ficar bem quietinha enquanto ele me seqüestra...!

— Porque você tá fazendo isso? Eu preciso... consertar as coisas, me deixa sair daqui! – eu tentei golpeá-lo mas foi inútil.

— Não. Eu não vou deixar você sair daqui. Desista logo – ele segurou meus pulsos com facilidade. Fazendo isso, ele estreitou o espaço entre nós, que já era bem pouco, me deixando ainda mais atordoada. Não me perdôo por isso, mas eu senti vontade de ter os lábios dele nos meus, de novo. Enterrei essa maldita vontade no fundo da minha mente, mas era realmente difícil me concentrar com os olhos dourados dele me fitando daquela maneira.

Apesar de estar sorrindo malicioso como sempre, os olhos dele estavam diferentes, pareciam de certa forma, tristes. Melancólicos. Inconscientemente, levei a minha mão no rosto dele, tocando levemente a bochecha com a ponta dos dedos, tentando desanuviar as suas feições. Ele arregalou os olhos e entreabriu a boca em surpresa. Eu não sei por que fiz isso... instinto materno, talvez... eu só sei que não consigo deixá-lo com um expressão dessas no rosto, eu não aguento vê-lo assim...

— NÃO! – Levantei rapidamente, percebendo o rumo dos meus pensamentos. Ele mentiu pra mim desde o inicio, e ainda criou uma porção de mal-entendidos entre mim e o Kaoru-kun! Eu não quero... eu não devo...!

Saí correndo dali, e em algum momento, tropecei nos meus próprios pés e desci rolando até bater em algum lugar duro, provavelmente a parede do ginásio. Meu joelho latejava, eu levantei com dificuldade e consegui me por de pé, ainda que mancando. Hikaru se postou ao meu lado, sem dizer nada, e colocou meu braço em volta do seu pescoço, me ajudando a andar.

 Há! Mais isso pra ajudar, eu devo ser muito sortuda mesmo...

— Ai... – eu gemi, sem querer. O joelho doía muito mesmo, mas eu não queria nem um pouco me mostrar fraca na frente desse garoto. Num gesto repentino, ele me pegou no colo, e seguiu rapidamente, ainda sem dizer nada. Ele estava sério, e respirava pesadamente. Deve estar furioso... – eu...

— Cala boca, idiota! – ele gritou, me assustando um pouco – não fala nada, você bateu a cabeça, pode ter sido sério... – ele acrescentou mais baixo, olhando pra mim com alguma coisa estranha brilhando nos olhos.

Ai! Porque que eu nunca consigo saber o que se passa com ele, hein?

— Saiam! Saiam do caminho – ele gritava furioso com quem estivesse por perto. Pelo semblante nos rostos das pessoas, devem estar achando que ele está carregando um corpo pra enterrar em algum lugar por aqui. Hikaru entrou numa sala, logo no segundo corredor, uma sala que eu já conhecia. A enfermaria. – e não tem ninguém nessa merda de enfermaria? – ele berrava com as paredes.

Hikaru me carregou até a pia ali do lado, e abriu a torneira em cima do joelho esfolado. Com cuidado, ele limpou o ferimento, e fez um curativo, bem caprichoso para um garoto.

— Está bem? – ele perguntou, ansioso. E então eu vi. O que estava nos olhos dele agora, era preocupação. Ele estava preocupado comigo, e não bravo, como eu imaginei que estivesse. Não posso negar que isso me deixou feliz. Só um pouquinho. Saber que ele ficou preocupado, faz alguma coisa lá no fundo s mexer de um jeito incomodo.

Isso é tão complicado.

— Espera aqui, eu vou chamar alguém pra ver a sua cabeça. – ele saiu correndo.

Em um estalo, uma revelação surgiu na minha cabeça. Eu posso aproveitar essa chance, e procurar por Kaoru-kun, contar tudo para ele. Enquanto Hikaru estiver por perto, ele não vai me deixar ir até lá. Mas se eu for, deixarei Hikaru furioso, sem dúvidas, ou talvez ele fique triste de novo... eu não posso deixá-lo daquele jeito, e ele está sendo tão atencioso comigo, mas eu também não posso deixar Kaoru-kun equivocado.

O que eu faço?


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Notas finais do capítulo

Hana-chan está bem confusa... o que será que ela vai fazer, heein?Espero por reviews, não se esqueçam!!!Kisuu *3*