- O que significa isto, Nadia?
- Nadia?  - Angelus soltou uma gargalhada divertida. - Ainda não contou a verdade a ele, Mia?
- Mia? - ele olhava antônito para ela. - Verdade?
- Puxa! - Angelus demonstrou falso arrependimento. - Acho que fiz besteira... Mas, conte a ele, priminha. Até quando pretende enganá-lo, "Nadia"? - Angelus soltou uma risada maldosa e saiu, deixando Thomas olhando para Mia, cada vez mais confuso.
- Thomas...
- Afinal, quem é Mia? Que verdade você tem para me contar, Nadia?
Mia o segurou pelo braço e o puxou para um canto reservado.
- Eu não queria magoá-lo, Thomas... Mas você não me dá outra alternativa...
- Magoar-me? Nadia, eu amo você...
- Deixe-me falar, Thomas! - interrompeu-lhe, impaciente. - Para princípio de conversa, meu nome é Mia. Mia Moore. - ela olhou para o rosto levemente espantado dele. - E sim, tudo foi uma armação minha e de meu primo para que você pensasse que eu estivesse morta.
Thomas ficou pensativo. Por alguns segundos, seu semblante era impassível. De repente, a aparencia surpresa transformou-se em irada.
- Por quê?
- Eu... eu não posso dizer Thomas...
- Pode. Pode e dirá. - ele a segurou pelos braços. Estava, realmente, irado.
Mia olhou para as mãos masculinas em seu braço e, com uma facilidade incrível, as retirou dali.
- Você nada sabe sobre mim, Thomas. Não pense que pode medir força comigo, pois fracassará.
- Eu amava você...
- E eu a você.
- Você me amava? - Thomas riu, debochado. - O que faria se me odiasse? Comeria meus órgãos com limão e azeite?
- Thomas...
- Não, Na... Mia. - sorriu forçadamente. - Por noites eu sonhei com este dia: "O dia em que você voltaria do mundo dos mortos para meus braços". Como fui tolo! Você, na verdade, não é nada do que eu sempre imaginei que fosse. Você é má Mia, muito má. Brincou com meus sentimentos como se eu fosse sua marionete. Tem razão. O melhor é esquecer o fato de que um dia eu a conheci...
Assim dizendo, Thomas virou-se e saiu. Mia, pela primeira vez, depois de anos, chorou. Um choro disfarçado, abafado, porém sincero. Ela também o amava...
- Mia Moore... Mia Moore... Logo você que prometeu nunca amar a alguém... - dizia a si mesma quando, discretamente, secava as lágrimas. - O que eu fiz?! Inferno! O que eu fiz?

Lauren andava de um lado para outro na sala. Ele ainda não havia aparecido. Mas... Ele prometera. Disse que iria...
Lembrou-se de quando ele apareceu em sua casa, ainda naquela mesma tarde:
"Ela descia as escadas enquanto ele a esperava com as mãos para trás. Ao avistá-la sorriu. Naquele momento, ela pensou que cairia pelos últimos e poucos degraus que restavam, mas manteve-se firme. Seus pais se encontravam também na sala. Imóveis, pareciam mais duas estátuas. Lauren podia ver como esta atitude deles afetava Gerard.
Se aproximou do noivo, também sorrido, e, sutilmente, ele a beijou nos lábios. Oscar pigarreou.
- Não o esperava aqui a essa hora, meu amado.
- Eu realmente só apareceria à noite. Mas passei por aqui pertinho e não resisti... - 'Eu também não resistiria se pudesse sair da minha casa e passasse perto de sua...', ela pensava.
- Que bom que veio! - ela agarrou seu braço e o conduziu até o sofá.
- Tenho um convite a você...
- Um... convite?
- Sim. Já conversei com seu pais e seu pai consentiu.
- Consentiu o quê?
- Vamos ao teatro hoje à noite?
- Ao...Teatro? - os olhos de Lauren brilhavam. Ouvira falar muito do teatro. Era algo diferente e inovador. Ela própria nunca havia o visitado. Mas já ovira falar muito bem.
- Sim, ao Teatro...
Lauren lançou um olhar para o pai, que apenas respondeu:
- Já dei a minha permissão, Lauren. Georgia vai com vocês.
Lauren sorriu amplamente e apertou as mãos de Gerard, mantidas entre as suas.
- Bom, tenho que ir... Mais tarde voltarei para pegá-las.
- Esperarei ansiosamente.
Gerard sorriu-lhe e saiu em seguida".
Até aquele momento, ainda não tinha voltado. O que realmente teria acontecido. Ela estava preocupada. Ele, certamente, nao faria aquilo com ela. Faria?

Georgia observava a filha de longe. Também estava preocupada. Estavam indo tão bem... Gerard não poderia estragar tudo naquele momento. Se amavam. Era evidente em seus olhares.
Por um lado, Georgia somente se sentiria realizada se aquele casal desse certo algum dia. Seria como se ela pudesse voltar ao passado e resgatar tudo o que ela e Donald já viveram...
"Ah Donald! Por que o destino não nos permitiu a felicidade? Minha vida desde que nos separamos é so angústia e pesar... Sinto tanto a sua falta...", pensava.

Belle dançava com Gerard no meio da pista. Enquanto dançavam, ele sentia-se hipnotizado por aquela mulher terrivelmente envolvente.
- Está gostando da festa, rapazinho?
- Hã? - ele realmente estava disperso.
Ela riu divertida.
- Está gostando da festa?
- Sim... muito.
- Quer mais...alguma bebida?
Ele assentiu. Com um único gesto de Belle, Alfred apareceu com algumas taças de vinho em uma bandeja. Belle pegou uma delas e lançou-lhe um olhar ameaçador. Com uma mesura respeituosa, o mordomo se retirou.
Belle, então, virou-se para Gerard e estendeu-lhe o copo. Ele, por sua vez, sorridente, levou a mão até ele e a mesma entrou em contato com a de Belle.
O contato foi proposital, no que se dizia a respeito da vampirinha. Aquele contato era fundamental para continuar o mantendo em transe... Precisava mantê-lo como estava, hipnotizado, deslumbrado...excitado. A energia que o corpo dele emanava, trazia-lhe algo agradável. Supria-lhe mais que o próprio sangue que seria seu alimento mais tarde...
Aproximou-se do ouvido do mortal e pronunciou as seguintes palavras em um tom provocante:
- Aqui está muito barulhento...
- Você acha? Eu acho que está tão agradável...
Ela o olhou de modo impaciente. Devido a embriaguês, ele não notou o fato. Assim sendo, ela o capturou pelo braço em uma forma anormal para uma dama.
- Vamos lá para fora...
Ele a olhou alarmado. Sem muito entender, assentiu.