Londons Sin escrita por Vina Cherry


Capítulo 15
Chapter Fifteen




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- Pra minha casa?
- Sim... Minha família foi para a Escócia... Não tenho ninguém aqui. E sozinho, neste seminário, não quero ficar...
- O Frei sabe sobre sua família?
- Sim.
- Diga a ele que você precisa ver sua mãe. Invente uma desculpa qualquer... Ele não permitiria que você fosse comigo para a minha casa.
- Por mim tudo bem.
- Okay. Precisamos devolver o diário. Enquanto eu falo com ele, você o coloca no lugar, certo?
- Certo.

- Vejo que está melhor...
- Me sinto muito bem... – ela lançou um rápido olhar para cuia.
- Ainda está com fome? – Ela o olhou assustada. O líquido vermelho também o chamava, mas ele se conteve. – Termine de se alimentar, depois conversamos. – Michael sentou-se ao lado da moça, que séria e compenetrada, degustava seu alimento.
- Preciso pegar algumas ervas noturnas e, também, ingredientes para a próxima “sopa”. – Behwi disse, enquanto lançava uma olhar divertido a Michael. – Fiquem à vontade para conversar. Provavelmente demorarei. – saiu sem esperar resposta.
Michael esperou pacientemente até que ela terminou sua refeição.
- Sei que está com muitas dúvidas...
- Você lê pensamentos? – ela tinha um brilho divertido no olhar. Michael continuou sério.
- Infelizmente não possuo este dom... – disse de forma bem rude. – Digo que está com dúvidas porque conheço você.
- Conhece-me? Como? Nunca o vi antes... É mesmo um anjo? – levou a mão até o rosto de Michael. Ao contato com a pele muito fria, retirou sua mão ainda assustada. – Um zumbi? – se encolhia na cama.
- Não usaria exatamente esses termos, mas olhando por um lado, não deixo de ser um zumbi, já que não estou vivo... Não se assuste. Não a machucarei. Tive oportunidade para isso e não o fiz... Por que o faria agora?
- Quem é você?
- Sou Michael Way.
- O que você é?
- Sou um anjo...
- Falo sério...
- Ok. Você não vai acreditar mesmo... Então para que tantas perguntas?
- O que você é? – ela insistia de uma forma bem determinada.
- Sou um... vampiro.

Lábios cada vez mais próximos. Um beijo. Um pesadelo.
Behwi continuava a andar perdida em seus pensamentos. Deveria mesmo tê-los deixado a sós?
O coelho passou por ela rapidamente. Correu atrás do bicho travesso, mas ele havia se escondido atrás de um tronco. Behwi, então, foi se aproximando, cuidadosamente.
Não queria presenciar algo que não queria ver... Se fosse mais uma de suas premonições, ela deveria mesmo estar fora da cabana...
Com um movimento rápido e certeiro, capturou a caça para a próxima refeição de Rebecca...
Olhava no fundo dos olhos vermelhos do animal:
- Ah Michael... Sinto que te perco a cada dia... O fim está próximo. Até demais pro meu gosto...
Colocou o coelho dentro de uma pequena gaiola e, carregando-a, seguiu pela floresta a busca de ervas.

- Alfred! Aaaaalfred! – Mia já se esgoelava. – Onde o maldito se meteu?
Segundos depois, o velho mordomo apareceu a sua frente.
- Chamou madame?
- Não. O gritei mesmo... Ele chegou?
- Ainda não, senhora...
- Ele só pode estar brincando comigo... Se esqueceu de minhas ameaças? Não ama mesmo a família...
- Senhora...
Mia lançou um olhar desencorajador para o velho. O mesmo abaixou a cabeça e permaneceu em silêncio.
- Odeio a minha curiosidade. Fala infeliz!
- Queria pedir a senhora, em nome dos longos anos de devoção à família, que reconsidere a atitude do rapaz. Ele deve ter algum motivo. Nunca faltou ao seu compromisso.
- Ele é meu, Alfred. EU o fiz. EU. Ele não pode pensar que é dono do próprio nariz, pois não é...
- E o que fará, senhora?
- Darei o prazo de uma noite para que ele apareça. Se não o fizer, mato a todos. Agora traga-me sangue fresco. Estou faminta.
- O que será hoje, senhora?
- Quero de um boi. Todo o sangue de um boi. Estou nervosa... E quando estou nervosa eu fico faminta... – olhava para a jugular de Alfred, fazendo-o sentir um frio na espinha.
- Já volto, senhora.
Mia soltou uma risada maléfica. Era bom ser temida. Muito bom. O ruim era se sentir ignorada por uma de suas criaturas... Pegou sua adaga prateada dentro do corpete.
- Isso não ficará assim! – a joga acertando a testa da pintura de seu avô, pendurada na parede. – Por quê me olha assim? – conversava com a mesma. – Você me ensinou a ser assim, vovô. Você!

- Ai Alfred! Por que tanta pressa? – ela alisava o braço, quase arrancado pelo mordomo.
- Desculpe-me, srta. Gwendolyn. Estou com muita, muita pressa...
- Quem morreu?
- Se eu demorar muito, serei eu!
- Mia?
- Sim, senhorita.
- Okay, Alfred. Vá! – o velho já saía. – O que ela quer agora?
- Todo o sangue de um boi.
- Ele ainda não veio, certo?
- Certo...
- Então vá!
Alfred saiu de lá apressadamente, deixando Gwendolyn com uma pulga atrás da orelha. Andou apressada até a sala de estar, onde sua irmã, Mia, encontrava-se.
- Mia?
- Não enche, Gwen. – ela nem se moveu. Estava deitada sobre o sofá com um braço sobre os olhos.
Uma ponta de revolta a invadiu, a impedindo de conter as palavras:
- Não tenho culpa se ele não veio...
Mia a olhou com uma fúria jamais vista por Gwen que, em seguida, foi arrastada para a parede e permanecendo ali, sufocada, sem ao menos um contato sequer com Mia.
- O que você pensa que sabe da minha vida?
- Mia, você está me sufocando...
- O que me importa? Pensasse antes de vir me perturbar...
- Mia, eu não quero machucá-la.
- Você? Hahahahaha Faz-me rir! Você, Gwendolyn, é uma piada. A piada da família. Minha vergonha...
- Você não sabe o que fala.
- Sei sim. Sei muito bem.
Gwen sentia que faltava-lhe totalmente o ar, quando Mia a soltou e ela caiu violentamente ao chão.
- Não entendo por que sente vergonha de mim. Não somos muito diferentes. Possuo os mesmos poderes que você.
- Não peço para que me entenda. Sou a primogênita. Enquanto estiver em minha casa, terá que seguir as minhas regras...
- Incluindo a que eu não posso aparecer quando ele estiver aqui?
- Principalmente esta. – Mia voltou com o braço sobre o rosto.
- Por que não posso conhecê-lo?
- Porque eu não quero. Se continuar com perguntas cada vez mais irritantes, Gwen, serei obrigada a fazer o que não quero. Volte para seu quarto e me deixe em paz. Ele deve estar chegando e, como sabe, não quero que a veja. Você me envergonha.  Vá!
Gwendolyn lançou um ultimo olhar para a irmã. Muitas de suas atitudes eram incompreensíveis. Foi para seu quarto, onde permaneceu por mais algum tempo.
- Se ele aparecer, descerei.  – disse enquanto pegava seu melhor vestido.

Gwendolyn

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