Além do Destino escrita por AnaBonagamba


Capítulo 21
Além do destino, Harry.


Notas iniciais do capítulo

Para todos os lindos e lindas que comentaram o capítulo anterior e que esperaram arduosamente por este capítulo! o/



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- Pensei que iriam embora depois do incidente ocorrido. – disse Cecília, sentando-se na frente de Tom Sr.

- Hermione já não corre nenhum risco. – respondeu seco.

- Não estou me referindo ao desmaio da garota, e sim do envenenamento de sua mãe.

- E o que tem a dizer sobre isso? – Tom levantou-se, seguido da outra.

- Sabe que foi aquele rapazinho Tom...sabe do que ele é capaz! – sua voz era carregada de ódio. – Ele...ele vai estragar todas as gerações Riddle que se seguirão aos séculos!

Tom Sr. deu uma risada medonha, sem emoção alguma.

- Gerações que existirão graças à ele, e não à você! – disse perto dela. – Se dependesse de você, minha mãe estaria morta, envenenada! Acha que sou burro, Cecília? Acha mesmo que não enxergo o confuso redor que a cerca?

- Você nunca falou assim comigo!

- Eu sempre ignorei certas coisas que já não consigo mais ignorar!

- Seu filho o enfeitiçou contra mim! – gritou aos prantos.

- Não, Cecília, você é que virou seu lado e tornou-se uma obsessão! Uma espécie de inveja e raiva que jamais vi em minha vida!

- Eu o amo! – gritou mais alto fazendo com que as taças de vodca da mesa tilintassem.

Tom Sr. colocou as mãos em frente ao seu rosto e, passado uns segundos, olhou a moça.

- E eu já a amei...mais. – respondeu. – Agora só posso temer pelas suas atitudes, Cecília. Eu o amo mais do que amo você.

- Aquela...vagabunda e imprestável Gaunt tirou você de mim uma vez, e não será o bastardinho dela que tirará de novo! – sua face estava corroída de dor e raiva.

- Foi essa mesma vagabunda e imprestável nas suas palavras que me deu o bem mais precioso que eu poderia querer! – a altura da voz superava as paredes, e Tom Jr. ouvia atentamente do lado de fora.

- Você nem o queria!

- Mas eu o quero agora! Tom é a única coisa que me faz pensar no futuro, que me faz querer acordar todo dia pra, quem sabe, vê-lo tornar-se um homem quando não pude vê-lo tornar-se um menino! – o homem abaixou o tom de voz com a moça. – Você não sabe o que é ter um filho, Cecília.

- Porque meus filhos deveriam ser seus!

- Mas não são. – a calma agora pairava em sua voz. – Poderia aceitar Tom e ser como uma mãe para ele. Seríamos felizes. – cogitou. – Mas não agora.

Cecília empalideceu.

- Agora Tom a repudia exatamente como eu. – a frieza e a dor dominavam-no. – Espero que entenda o que fez, meu pai já está conversando com Maggie sobre sua...transferência. Ela vai trabalhar na capital, agora.

- Você...expulsou Maggie daqui? – chorou a mulher.

- Não, meu pai o fez.

- E eu? – ela sorriu sarcástica. – Vai me atirar ao fogo como uma bruxa?

Tom Riddle Jr. sorriu do lado de fora da sala com a imagem da loira sendo queimada como infame.

- Seria incapaz de fazer isso, uma vez que minha mãe tem muita consideração por você e sua família. – olhou-a calculista. – Ela acha que somente Maggie tentou envenená-la. Não sabe que você armou isso para atiçar-nos contra Tom.

Cecília empalideceu novamente.

- Então ficarei aqui?

- Sim.

- E...seu filho e a garota? – franziu o nariz.

-  A casa é de Tom, e de Hermione também. Tom morou num orfanato esse tempo todo, privado de todas as regalias que um Riddle poderia ter. Agora não será mais reservado de toda a nossa fortuna. Virá morar conosco.

- Já falou isso para ele? – perguntou Cecília displicentemente.

- Não, espero que minha mãe lhe fale. Ela tem jeito para essas coisas, e ele demonstra muita consideração por ela.

- A menina?

- É noiva dele. Em breve será uma Riddle também. – sorriu. – Meu filho não podia ter escolhido melhor.

- E por que diz isso?

- Quando minha mãe me disse dos talentos dos dois, contou-me também de como são adorados e respeitados na escola em que estudam. Uma escola de magia. Tom disse para minha mãe que Hermione é a aluna modelo de uma das escolas mais famosas da França, reservada somente para meninas.

- Ora vejamos se ela não é realmente esperta: Tom Jr.é bonito, inteligente e, finalmente, rico. – Cecília acomodou-se na poltrona e cuspiu seu veneno.

- Eu não acredito nisso. – replicou. – Hermione é o cúmulo da simplicidade e, se quer saber, entende muito mais o modo de vida normal do que meu filho, ás vezes.

- Que comovente. – ela o olhou. – Como ficamos agora?

- Eu não confio mais em você. Espero que esteja ciente disso. – ele foi até a porta e a abriu. – Quanto ao fato de ter acusado Tom quando eu sabia que era você, deixemos de lado essa burrice e nada acontecerá. Tenha um bom dia, Cecília.

A mulher nada disse. Saiu com passos fundos e decididos até a porta da mansão, pondo-se dali para fora.

* * *

- Onde você estava? – perguntou Hermione assim que Tom entrou em seu quarto.

- Fui procurar meu pai, mas ele estava ocupado. – respondeu sorrindo maldosamente. – Como se sente?

- Terrível. – disse risonha. – Faz uma semana que não vejo a cara da rua.

- Verá as masmorras da Sonserina, em breve. – Tom sentou-se na cama onde a menina estava.

- Não... é frio lá. – Hermione sentou-se apoiada em travesseiros. – Posso ter outra crise hipotérmica.

- Não se preocupe, eu esquento você. – disse Tom, beijando-a brevemente.

Tão breve que ela reclamou quando se separaram. 

- É claro que irei reclamar. – disse a menina vendo Tom revirar os olhos. – A única coisa que tenho feito é comer e ser mimada.

- Achei que tinha reclamado sobre voltar a Hogwarts, quando mencionei as masmorras da Sonserina.

Hermione suspirou aliviada.

- De forma nenhuma, mas por que diz isso? – questionou, vendo um fio de tensão na testa do moreno.

- Meu pai quer que moremos aqui. – disse simplesmente.

- Disse para você?

- Não. – Tom contou a ela o episódio na sala de seu pai e da discussão entre ele e Cecília. – Depois de tudo isso, disse que eu e você passaríamos a morar aqui.

Ela não pode deixar de notar a repulsa na voz de Tom.

- Você quer viver aqui? – arriscou perguntar.

- Sabe que de qualquer forma aqui nunca seria minha casa.

- Sim. – disse convicta. – Sua casa é Hogwarts.

- Nossa. – completou Tom. – O convite incluiu você, também. Não acho que seus pais vão gostar da ideia, uma vez que nem sabem que você está noiva. Ou sabem? – cogitou.

O anel dos tempos perdidos queimou levemente o dedo da menina.

- Não acho que importe muito para eles. Nunca mais irei vê-los. – disse.

Tom olhou-a surpreso.

- O que disse? – espantou-se.

- Tom, querido! – chamou a avó da porta do quarto. – Seu avô quer que vá caçar com ele e seu pai! – gritou. – A propósito, posso entrar?

Hermione riu.

- Entre, Mary! – pediu.

Mary vestia um vestido longo azul claro, solto e confortável. Sentou-se na penteadeira de Hermione e sorriu para o neto.

- Pode usar magia, se isso o fizer ganhar de seu avô. – cochichou. – Ele está mal acostumado.

- Parece que não é só ele. – disse Tom, olhando significante para Hermione, beijando-a em seguida. – Eu volto logo.

- É bom que volte. – completou Mary antes da menina interromper. – Teremos visitas hoje. Pessoas especiais, meu querido.

- Sim, vovó. – sorriu o outro, saindo do quarto.

- E então, querida, como se sente? – a senhora sorriu carinhosamente.

- Muito bem, obrigada. – retribuiu o sorriso.

- Desculpe-me, mas ouvi Tom falar a respeito...de morar aqui. – começou. – Acho que meu mocinho ouviu detrás da porta. – gargalhou.

Mocinho, Tom? A última coisa que ele seria em qualquer história era o mocinho.

- Não sei o que passa pela cabeça dele, senhora Riddle...Mary. Tom viveu muito tempo no orfanato... privado de carinho. Não sei o que ele está sentindo.

- É que eu gostaria tanto de tê-lo perto de mim! – disse Mary, levantando e indo até a cama.

- Eu sei, Mary, entendo sua posição.

- E é claro que você também ficaria conosco! Não vejo a hora de ver crianças correndo pelos cantos dessa casa! – seus olhos brilharam.

E os de Hermione também. Um futuro perfeito.

- Farei o possível para ajuda-la, mas de qualquer forma não sou capaz de mudar uma opinião dele, caso esteja feita. – conjuntou a menina, tristemente.

- Eu sei, eu sei. – disse a mais velha, batendo de leve nas mãos da menina.

Hermione suspirou.

- Bom, eu vou deixa-la descansar. Tom me disse que terão de voltar para a escola em breve. – sorriu. – Tem que estar recuperada para não atrapalhar os estudos, mesmo que eu não entenda nada deles. – Mary aproximou-se e beijou a testa da menina. – Se precisar de algo, meu bem, chame-me.

Hermione sussurrou um “obrigada, Mary” antes de a senhora sair do quarto.

Quando não ouvira mais os passos de Mary, levantou-se lentamente e correu para o quarto de Tom. Não sabia o motivo, mas algo ali dentro parecia chamar-lhe.

O quarto do rapaz estava caprichosamente arrumado, a não ser por algumas peças de roupas jogadas num canto, quando trocara-se rapidamente para caçar.

Havia um tinteiro com pena sobre a belíssima escrivaninha que Mary deixou com ele. Sobre a mesa, milhões de livros de feitiço, alguns bem perigosos, que ela não pode deixar de notar.

Embaixo de alguns sobre história da magia, estava o diário, intacto, esquecido no meio da poeira.

Hermione sabia que não era seguro arriscar desobedecer Tom, uma vez que o rapaz estava extremamente maleável em todos os pontos. Sabia que, se escorregasse, Tom leria sua mente e a trataria mal, como sempre fazia quando tinha o total atrevimento de mexer nas suas coisas.

Mas agora o fato era mais profundo. Ela não tinha a ajuda de Dumbledore, nem ninguém. Estava completamente no escuro, a não ser o pesado anel que brilhava ao oposto de sua aliança.

O anel que, se um dia desistisse de sua missão, era a chave para uma segunda chance.

Tirou o diário do meio dos livros e abriu-o com delicadeza, mesmo que desnecessária. O livro em suas mãos ela limpo e novo, o oposto daquele que pertencia à Dumbledore...aquela horcruxe.

Aquela horcruxe que estava no futuro e que, provavelmente teria sido entregue a Harry por Dumbledore, antes do desastre.

Hermione congelou em seu lugar. Se estivesse certa, ela poderia... sim, ela poderia explicar ao amigo o que estava acontecendo, e guia-lo sobre o que iria acontecer!

Sentou-se sobre a cadeira onde a pouco Tom jogara as roupas e abriu o diário: estava quase completamente escrito, a não ser as últimas páginas daquele ano. Procurou algum indício, uma breve mensagem, e nada. Suspirou e deixou sua cabeça cair em seus braços, apoiados na mesa.

Ela queria chorar, gritar por qualquer informação, ou pela certeza de que sua mente procurava no lugar certo. Depois de uma semana, passou a entender sua vida em uma função mais adequada a preocupação do que realmente poderia estar sentindo: fúria. Se não fosse pelo seu destino, tudo daria certo.

Ou talvez fosse ela que estivesse errada, assim o destino não erraria mais.

Levantou-se e procurou novamente, página por página. Leu seu nome em várias delas, e não negou certa alegria ao ver o quão confuso Tom estava com relação aos seus sentimentos.

Virou o diário de todos os lados, leu palavras ao contrário e... nada. Absolutamente nada. O dia estava indo embora.

Num ato impensado, pegou a pena molhada de tinta e escreveu algo que não era para ser, e só foi realmente assim que a menina leu o que tinha escrito:
Sala dos segredos de Alvo Dumbledore.”

Como uma senha, o diário brilhou levemente e as folhas foram esparramadas como se ventasse muito, voltando à posição original logo em seguida.

Debaixo de onde ela, segundos atrás, havia escrito a pequena frase, pairava numa letra desleixada em linhas imaginárias, extremamente conhecida, deixando que escapasse uma alegoria de sentimentos de dentro do coração da menina, uma resposta:

“Meu nome é Harry Potter.”

A vontade era de responder: Sim, eu sei pela sua letra extremamente relaxada, Sr. Potter! Deveria estudar caligrafia com o professor Snape!

A lágrima que escorreu em seu rosto não significava tristeza, mas sim alegria de que estava no caminho certo. De novo.

- Obrigada, professor Dumbledore. – sussurrou a menina para si mesma.

Ela sabia que ele estava ouvindo.

                                     * * *

Harry sentia-se inseguro sobre o objeto que estava em suas mãos. Depois de horas lendo e relendo o diário, não acreditava no que tinha acontecido.

Hermione estava no passado e se casaria com Lord Voldemort.

Na realidade, não com a versão ofídica, porém nem assim deixaria de ser maldosa. Harry sentia temor e nojo.

Não podia estar acontecendo de verdade.

E Dumbledore? Por que não tinha lhe contado? Que espécie de magia era aquela? O que estava acontecendo com seu tempo?

Se pudesse, de alguma maneira, perguntar para Hermione... talvez todas as suas dúvidas seriam esclarecidas...ou não.

Afinal, o tempo em que a menina estava e seu atual eram, aproximadamente, 60 anos em diferença.

Quem o olhasse não o reconheceria. Seus olhos, verdes e bondosos, agora estavam injetados e enraivecidos, completamente anormais para alguém como ele.

Harry Potter não sabia o que estava sentindo.

Abriu o diário em uma página em branco. A última, que seria em breve ornamentada com letras e frases de Riddle. Pegou a pena e a tinta. Seu coração doía.

E agora...? O que deveria fazer? Conversar com o nada, como um idiota? A magia daquele instrumento já se fora, e não restara nada a não ser a caligrafia equilibrada de Tom.

Mas se o diário estava intacto, sua mágica também não estaria?

Decidido, lembrou-se da câmara secreta. Lembrou-se de suas palavras para com Tom.

Meu nome é Harry Potter”, escreveu, sem se preocupar com a disposição das letras.

Como imaginava, as palavras ficaram brilhando pela página e, em alguns segundos, afundou no interior do livro.

Olá, Harry. Não faz ideia de quanto é bom falar com você!” – escreveu Hermione, sendo logo percebida pela letra mais debochada que a de Riddle.

Harry sorriu enfadado e molhou a pena novamente.

O que está acontecendo? O que está escrito aqui...é verdade?

A letra que se seguiu era borrada de lágrimas.

Desculpe-me, Harry. Desculpe-me.

O que aconteceu, Hermione, por que está ai?

Do outro lado, a menina pegou fôlego e escreveu toda a sua jornada...missão e destino.

Harry não pode deixar de admirá-la. Era muito corajosa.

Você o ama?” – perguntou. “O ama de verdade?”

A resposta foi quase um ímpeto.

Sim, eu o amo, Harry, e vou mudá-lo.”

Harry sorriu ligeiramente. Estava intrigado!

Onde você está?”

“Na casa dos Riddle, em Little Hangleton.”

O moreno estremeceu. Os Riddle’s não estavam mortos, pelas mãos do próprio herdeiro?

Tem coisas que vão além do destino, Harry, querido.

O moreno fechou o diário antes que Rony entrasse no quarto, avisando sobre o funeral de Dumbledore.

Passando por Ginny, abriu-lhe um belo sorriso que a menina não pode entender.

Mas, se pensássemos como Dumbledore, ou como Hermione, veríamos que há coisas que não devem ser explicadas.

Há coisas que devem ser feitas.

Hermione fechou o diário assim que ouviu passos no corredor. Nada estava perdido...nem mesmo seu tempo.


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Notas finais do capítulo

Mil desculpas...NÃO! Um milhão de desculpas. Festas&festas me deixaram sem inspiração, sem contato e...sem computador. Pra ajudar, eu consegui quebrar a barra de espaço do meu computador, limpando uma melequinha de sorvete. //fail
Esse capítulo é bem chatinho e sem importância. Restou que ele explica, mais ou menos, o que vem a seguir. Espero que não queiram me matar. D:
Obrigada por todos os comentários, eu amei MUITO mesmo! Fiquei tão feliz! *-*
Um feliz ano novo (denovo), com uma novidade: Não vou terminar essa fic tão rápido. (:
Um mega beijo, abigoslindos!