O Fim de Uma Era escrita por Neko D Lully


Capítulo 6
O baile! O garoto misterioso...


Notas iniciais do capítulo

Espero que esse capitulo seja do agrado de você. Ficou um pouco pequeno, mas acho que ta bom.



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FIM DE UMA ERA O

O BAILE! O GAROTO MISTERIOSO...

MAKA POV.

Estava de volta naquele castelo branco do século XVIII. Usava o mesmo vestido que havia usado antes e com a mesma mascara.

  Olhei em volta. Era o mesmo salão de festa. Definitivamente estava no mesmo lugar que havia sonhado antes.

   De repente senti como alguém me abraçava por trás, passando os braços por minha cintura e a prendendo com delicadeza em um terno abraço. Senti também um corpo frio, mas confortável contra minhas costas. Era uma sensação boa e assustadora ao mesmo tempo.

  - Não precisa se preocupar minha pequena luz. – sussurrou uma voz rouca atrás de mim. – Não vou te machucar como ele fez.

  Deixei-me levar pela doce sensação de tê-lo perto de mim. Embriagava-me com seu doce cheiro e sumindo em seus braços fortes e gélidos.

   Podia ver uma nevoa negra rodear meu corpo com delicadeza, roçando minha pele de vez em quando. E, mesmo que essa nevoa escurecesse um pouco o castelo, ela não dava medo, não transmitia nenhum sentimento ruim. Apenas o contrario. Sentia-me tão calma e confortável com ela que deixava que ela encostasse em todo meu corpo.

   Suas asas tamparam nossos corpos como um cobertor de plumas. Eram macias e frias, como havia imaginado. 

  Logo depois pude sentir como o garoto atrás de mim passava o nariz em meu pescoço, para logo depois sentir seus caninos afiados raspando em minha pele. Sabia o que ele ia fazer, e não tinha medo, pelo contrario, queria que o fizesse.

   Inclinei minha cabeça para o lado para que ele tivesse mais acesso a área do meu pescoço. Ele deu um ligeiro beijo no mesmo e roçou novamente os caninos nele. Mas quando pensei que ele iria me morder, não senti nada. Nem uma picada.

    Abri os olhos e vi que tinha sumido. Suspirei, de novo isso acontecia.

    - Decepcionada? – perguntou uma voz carinhosa, sem nenhuma maldade, que era bem familiar.

   - Devo dizer que sim. – falei em um suspiro e com a face corada. Não sei por que falei a verdade, mas alguma coisa me dizia que não precisava mentir para ela.

  - Calma. As coisas vão se encaixar. – falou em um tom meio melancólico, como se tentasse se convencer de suas próprias palavras.

   - Por que voltei aqui? – perguntei olhando envolta.

  - Tinha um recado para você. – falou sorrindo ternamente. – E não posso me comunicar de outra forma a não ser em seus sonhos.

  - E posso perguntar por que ele sempre aparece quando venho para cá? – perguntei com o rosto meio corado.

  - Ele também tem que sonhar não tem? – perguntou, e por alguma razão a imagem de Soul veio a minha cabeça. Por que isso combinava tanto com ele?

  - Mas que recado você tinha para me dar? – tentei mudar de assunto para não pensar muito naquele garoto.

  Kami suspirou e olhou para as janelas sem realmente parecer vê-las. Tinha um olhar triste e vazio, coisa que me deu um pressentimento ruim.

  - O fim esta mais perto do que eu imaginava. Sua amiga Chrona teve uma visão disso. – não era uma pergunta, mas mesmo assim assenti. – Isso foi só um pequeno aviso. Tem muito mais coisa pela frente e me preocupa de você não desenvolver a tempo de tudo acontecer.

   - Como assim “desenvolver”? – perguntei sem entender.

  - Te dei um dom que foi tirado de você há um tempo, mas você precisa liberá-lo logo, antes que ele volte. – falou voltando a me ver seria.

  - Mas que dom? Quem é “ele”? O que esta acontecendo? – perguntei completamente confusa.

   - Não posso te dizer. Você tem que descobrir tudo sozinha. – falou para logo depois começar a desaparecer. – Só lembre de que precisa encontrar esse garoto e seu dom.

   Logo depois eu acordei. Estava de volta em meu quarto que era iluminado por um pequeno lampião.

   Olho para o lado para ver se Chrona ainda estava dormindo, mas sua cama estava vazia. Pouco tempo depois ela sai de dentro do banheiro já usando o vestido que ia no baile.

   - Ah! Já acordou. – falou com um sorriso. Me impressionei por ela não gaguejar ou estar com vergonha. – Acho melhor você se aprontar logo, ou se não a Liz vai ter um treco.

   Não a esperei falar mais nada e entrei no banheiro deixando apenas fumaça atrás de mim. Tomei um banho rápido e me olhei no espelho logo após o banho.

   Minha pele estava pálida e podia jurar que brilhava um pouco. Mas o que mais se destacava era a marca de alma branca em meu pescoço. Fiquei admirada com o intenso brilho que essa parecia emitir. Era realmente divino.

    Coloquei meu vestido, junto com as luvas e os sapatos para logo depois sair do banheiro, me encontrando com todas as meninas no quarto. Todas elas me miraram admiradas o que me deixou um pouco constrangida.

     - E ai? – perguntei dando a volta em mim mesma. – Como fiquei?

     - Você esta linda Maka-chan! – falou Tsubaki.

     - Simplesmente encantadora! – falou Liz com estrelinhas nos olhos. – E esse colar ficou show com a roupa. Onde você o comprou?

    - Minha mãe me deu quando fiz seis anos. Um ano antes de ela morrer. – falei tocando de leve meu medalhão.

    O quarto foi mergulhado em um silencio fúnebre que só foi interrompido por Liz.

    - Bom... Chega de tristeza. Hoje é um dia para se comemorar e é isso que vamos fazer. – falou Liz aumentando os ânimos de todos. – Então vem cá Maka que vamos dar os toques finais em você.

    Sentei-me na cama e deixei que as garotas me maquiassem e arrumassem meu cabelo. Só depois de alguns minutos fui liberada para ver como tinha ficado.

    No espelho pude ver como meus lábios estavam pintados de vermelho pelo batom e como minhas bochechas estavam ligeiramente coradas por causa do pó compacto. Meu cabelo estava solto, caindo pelo ombro, tampando minha marca e ressaltando ainda mais minha pele pálida.

    - Você esta linda Maka! – falou Liz orgulhosa de se mesma.

    Olhei para o relógio e vi que a festa já havia começado.

    - Acho melhor irmos ou vamos perder o baile. – falei colocando minha mascara. – E melhor colocarmos já nossas mascaras para que só nos possamos saber que somos nós.

    - Boa idéia. – disse Liz segurando sua mascara na frente do rosto.

  Saímos do quarto e começamos a caminhar na direção do refeitório, que era a onde ia ser o baile. Já não havia ninguém nos corredores e dava para ouvir a musica desde metros de distancia.

   Sentia-me cada vez mais nervosa, mas tudo piorou quando entramos no refeitório. O centro estava cheio de gente dançando e se divertindo enquanto nos cantos se encontravam algumas pessoas conversamos e comendo.

   - Vamos dançar! – gritou Liz ultrapassando a altura do som.

  Todas assentiram menos eu. Revelando: Eu não sei dançar!! E agora o que faço?!

   Saí de fininho ate um canto do refeitório e fiquei lá, olhando para todos dançando e se divertindo. Suspirei. Não era bem isso que eu imaginava que ia acontecer, mas acho que é o que mereço por não ter experiência nesse requisito.

   Fiquei divagando em pensamentos ate que alguém segurou de leve em meu ombro fazendo com que virasse meu rosto para o lado para ver quem era.

   E qual não foi minha surpresa ao ver o garoto que sonhei hoje bem do meu lado. Só que sem as asas negras que costumava ter em meus sonhos.

   - Quer dançar? – perguntou tirando a mão de meu ombro e colocando na minha frente.

   - Acho melhor não. – falei meio nervosa.

   - E por que? – perguntou com um deixe de tristeza.

   - Digamos que não sou muito boa nisso. – falei desviando o olhar do seu.

   Senti como pegava minha mão e me puxava para se, deixando nossos corpos muito colados. Logo depois ele passou uma mão por minha cintura e segurou com firmeza a outra.

    - Só se deixe levar. – sussurrou em meu ouvido. Podia sentir meu rosto arder pela vergonha e nervosismo.

   Ele começou a se mexer lentamente de um lado para o outro me levando junto. Sorte que a musica que tocava agora era lenta se não já estaria pisando no pé dele.

   No inicio fiquei um pouco tensa, mas logo relaxei e acompanhei seus passos com facilidade. Olhei para seu rosto vendo seus olhos alem da mascara preta que usava. Eram vermelhos, vermelhos como o próprio sangue.

   - É melhor do que nos sonhos. – sussurrou, mas pude ouvir perfeitamente. E ele tinha a mais completa razão. Era melhor que nos sonhos.

    - É. – sussurrei colocando meu rosto em seu peito, já que era maior que eu, e soltando sua mão, passando por seu pescoço junto com a outra. Ele envolveu minha cintura com as duas mãos e me apertou com força contra se, escondendo seu rosto em minha cabeça.

   - Você é mesmo real? – perguntou com aquela voz rouca um pouco abafada.

   - Sou. Sou muito real. – falei com um pequeno sorriso.

   - Posso ver quem você é? – perguntou se separando um pouco de mim e me mirando.

   - Não sei se seria uma boa idéia. – falei virando o rosto para outro lado. – Não sou exatamente uma garota... Digamos... Bonita.

  - Deixa disso. – falou sorrindo e mostrando seus dentes afiados e pontiagudos. – Sei que você é a garota mais linda desse mundo obscuro.

  Meu rosto se acendeu de novo. Podia sentir o sangue se acumular todo no rosto. Ele realmente sabia como fazer um elogio e convencer alguém.

  - Vamos. – falou com uma voz manhosa. – Por favor, me deixa ver quem você é?

  - Pode. – falei em um suspiro.

  Soltamo-nos e ele levou a mão ate minha mascara. Fechei os olhos com delicadeza, apenas esperando ele tirar minha mascara. Podia sentir suas mãos segurando as pontas da minha mascara e puxando-a de leve para frente e para cima.

   Quando estava quase sentido a mascara fora do meu rosto a musica parou e o barulho irritante do microfone nos assustou, fazendo com que ele soltasse a mascara e eu a ajeitasse em meu rosto novamente.

   - Ola para todos!  - falou uma mulher de cabelos loiros e um vestido preto bem justo em seu corpo. – Espero que estejam gostando da festa. Não quero que se preocupem por eu ter parado a musica, mas já é hora da apresentação de dons.

   Todos começaram a sair do refeitório. Não sabia o que fazer nem o que estava acontecendo, estava quase em pânico.

    Assustei-me um pouco ao sentir como alguém me segurava pela mão. Mas logo me acalmei ao ver que era apenas ele.

   - Vem. – falou me puxando de leve.

   Saímos juntos do refeitório para ficar na área do jardim na frente de todos. Ele ainda segurava minha mão, mas eu nem me importei. Queria saber o que estava acontecendo, sem falar que já me havia acostumado com a sensação de sua mão na minha. Ate me agradava, e muito.

   Dois homens apareceram no meio do jardim a alguns metros de nos. Os dois tinham espadas na mão, só que quando as ergueram uma das espadas ficou rodeada de fogo e a outra de água.

   Mas o mais incrível foi quando as espadas se chocavam podia-se ver pequenas brasas e gotas de água se separarem do resto e brilharem em meio ao luar. Era realmente um espetáculo.

   A demonstração continuou, passando por uma dança, cuja dançarina era acompanhada por rajadas de ar e uma apresentação de poesia que era tão tocante e triste que muitos choraram. Inclusive eu. E vão por mim, não sou uma garota que chora com tanta facilidade.

   - O poema foi bonito não foi? – perguntou ele distraído.

   - Um pouco triste, mas mesmo assim bonito. – falei.

  - Se você ver pelo lado positivo não é tão triste. – falou chamando minha atenção. – O poema conta de dois amantes que não podiam ficar juntos em vida, mas depois que morreram se encontraram do outro lado.

  - Nossa! Que romântico. – falei com um grande sorriso.

  - É. – sussurrou parou logo depois me puxar para seus braços e entrelaçar seus braços em minha cintura. – Mas eu prefiro fazer outra coisa que considero bem mais romântico.

  Ele colocou a mão em meu queixo e o levantou com suma delicadeza, me fazendo mira-lo diretamente. Começou a se aproximar lentamente de mim. Podia sentir sua respiração em meu rosto e sua mão acariciando o mesmo levemente.

  Fechei os olhos esperando o contato de seus lábios com os meus. Aquilo que não havia acontecido no meu primeiro sonho iria acontecer agora. Ou isso eu pensada.

   De repente alguém me empurrou fazendo-o me soltar e eu tropeçar para o lado. Por sorte eu não caio. Mas quando olhei para a direção onde ele estava, me arrependi plenamente de fazer. Podia sentir meu coração apertar e a decepção o preencher.

   Ele estava beijando outra garota, de cabelos brancos e um vestido rosa curto e justo. Soube rapidamente que era Eruka.

   Sai rapidamente de lá, mesmo parecendo que ele estava tão surpreso quanto eu, não aquentei ficar mais nenhum segundo lá. Ouvi ele me gritar, mas ignorei e sai do pátio indo ate o dormitório.

   Sentei em minha cama e tirei a mascara. Tentei relaxar, mas era um pouco difícil já que sempre que tentava a imagem dele beijando outra, principalmente ela sendo a Eruka, aparecia em minha mente fazendo meu sangue fervia e o ódio subia por todo meu corpo.

  Acabei por tomar um banho e ir dormir. Sei que era apenas 3 da manhã e que faltava muito tempo para amanhecer, mas precisava relaxar. E só dormir podia fazer isso.

  Demorei um pouco para cair no sono, mas depois de umas duas horas me rendi ao cansaço e cai completamente dormida.

   E acabei sonhando com ele de novo.

  Em meu sonho eu estava em um riacho um pouco agitado cheio de pedras que apareciam fora da água.  Eu estava sentada em uma dessas pedras, só que dessa vez estava com um vestido de cor creme curto, só chegava ate um quarto da minha coxa e que era meio rasgado no final, descalça, com os cabelos soltos e sem mascara.

   Sentia as gotas da água do rio em meu rosto e a brisa fresca acariciando meu corpo e mexendo com meus cabelos.

   De repente ele apareceu voando bem na minha frente. Ele usava apenas uma calça rasgada preta, mais nada.

    Quase cai para trás ao ver seu rosto. Era idêntico ao garoto de cabelos brancos, Soul. Será que era ele mesmo?

    - Olha. – começou a falar quase com desespero.  – Aquilo que aconteceu lá na festa foi um mal entendido. Eu não queria beijar aquela garota, eu queria beijar você.

    Apenas o mirei sem falar nada. Acreditar ou não? Eu realmente vi que ele estava surpreso com o beijo que Eruka lhe deu, mas como saber se isso não foi planejado?

   - Por favor, acredita em mim. – quase implorou.

   O mirei com mais determinação para logo sorri com gentileza. Seu rosto estava na mais pura tristeza e desespero. Não parecia ser alguém que planejasse aquela humilhação.

    - Não se preocupe. – falei com doçura. – Acredito em você.

   Ele sorriu e logo me abraçou. Foi tão repentino que passei meus braços por suas costas para não cair para trás. Mas logo esse pequeno susto virou um terno abraço que durou – ao meu parecer – horas.

   Uma sensação estranha tomou conta do meu corpo quando olhei em volta. Alguma coisa naquele lugar me dava um medo descomunal. Tanto que o abracei ainda mais forte.

   - Algum problema? – perguntou preocupado.

   - Esse lugar me dá um pouco de medo. – falei escondendo meu rosto na curva de seu pescoço.

    - Também me dá um pouco de medo. – confessou me apertando mais contra se, como se seu medo fosse me perder. – Mas tenho um bom jeito de acabar com esse medo.

    Ia perguntar como, mas ele me interrompeu unindo seus lábios com os meus. Era a primeira vez que isso acontecia. E juro que nunca senti nada igual aquilo.

    Sentia seus lábios doces se moverem contras os meus de uma maneira exigente. Não demorou muito para eu sair do choque e o corresponder com a mesma intensidade.

   A cada segundo que se passava o beijo ficava mais exigente e apaixonado. Sua língua já estava dentro da minha boca quando passei meus braços de suas costas para o seu pescoço o puxando lentamente enquanto eu me deitava na pedra que era bem ampla.

   Suas mãos começaram a vagar por minhas pernas subindo o vestido que já era curto. Seu tato frio contra minha pele era tão prazeroso que suspirei contra o beijo. Acariciava seus cabelos e suas costas amplas enquanto ele fazia o mesmo, só que com mais pudor, nas minhas coxas, quadris e cintura.

    Separamo-nos por falta de ar, mas ele logo voltou a me beijar só que dessa vez no pescoço. Aferrei-me com força em seus cabelos passando minhas pernas por sua cintura enquanto sentia seus lábios frios e o roce dos seus caninos na pele do meu pescoço.

    Um desejo sobre-humano se apoderou de mim, me fazendo querer mais e mais. Alguma coisa nele me fazia sentir isso e muito mais.  Era simplesmente inexplicável.

    De repente o rio avançou tão fortemente que a água que bateu na pedra voou sobre nós, nos deixando completamente encharcados.  Podia sentir como o vestido se ajustava mais em meu corpo.  Sem falar que estava quase transparente.

    Ele se separou de mim e me mirou nos olhos. Seus cabelos molhados e a água escorrendo por seu peito moreno era tão tentador e proibido que acabei mordendo o lábio inferior inconscientemente.

    Pude ouvir como ele ria baixinho e acariciava meu rosto com delicadeza.

    - Você não sabe quanto tempo esperei para fazer isso. – falou com um sorriso no rosto.

    Levei as duas mãos ate seu rosto, colocando uma em cada lado do mesmo, e o trousse pouco a pouco ate mim ao mesmo tempo em que o acariciava.

     - Então aproveita. – sussurrei brincalhona.

     Seu sorriso se estendeu mais e, mais uma vez, uniu nossos lábios, só que dessa vez em um beijo terno cheio de amor e carinho. Sentia-me voar naquele beijo tão doce, alem de sentir que era proibido, não me perguntem o porquê de eu senti isso, mas era a verdade. Alguma coisa dentro de mim me dizia isso, mas não era igual pecado, era uma coisa proibida mesmo. Que nunca deveria estar acontecendo.

      Mas como dizem: O proibido é mais gostoso. E nunca dei tanta jus ao ditado quanto agora. Realmente o que é proibido é mais gostoso.

      Voltamos a nos separar para tomar um pouco de ar. O mirei nos olhos e ele nos meus. Me perdi em seus belos olhos vermelhos que brilhavam com amor e luxuria. Me sentia tão feliz em estar em seus braços e por senti-lo tão perto...

       Mas tudo acabou muito rápido. O céu se escureceu e a água do rio ficou mais agitada. Uma risada irritante e bem familiar chamou nossa atenção e me fez sentir um pavor descomunal.

      Ele me abraçou com força, me escondendo em seus braços de alguma coisa que procurava no céu escuro. Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas sabia que se não me segurasse firme nele, poderia perdê-lo junto com minha vida.

     De repente um homem com asas negras e uma aura de pura maldade apareceu. Não podia ver seu rosto, mas seu corpo era de um deus grego em pessoa.

      - Não vou deixar que a tire de mim de novo! – gritou me apertando mais contra se.

      O homem riu novamente. Eu fechei os olhos com força e apertei mais meu rosto contra seu peito. Logo senti como alguém me pegava pelo braço e me puxava me fazendo abrir os olhos e cair no chão de uma caverna.

      Olhei para todos os lados quase com desespero tentando saber onde estava. Era uma caverna escura e úmida. Mas o que me deu mais medo foi sentir como aquele homem se posicionava em cima de mim e segurava minhas mãos com apenas uma.

     Procurei alguém que pudesse me ajudar, mas quando o vi meu coração se apertou de medo. Ele estava com o rosto cheio de horror e preocupação. Parecia querer impedir o que quer que fosse acontecer, mas ao parecer não podia sair do lugar.

     Só voltei a prestar atenção no homem em cima de mim quando começou a passar sua mão livre por meu corpo e a rasgar minha roupa.

     Gritei, esperneei, me contorci, chutei e tentei me soltar de todas as maneiras possíveis. Mas todas em vão. Desesperava-me a cada instante enquanto ele beijava meu corpo e o percorria com as mãos.

      Quando tentei me soltar dele novamente ele me deu um murro no rosto me deixando atordoada, mas mesmo assim não desistir. Continuei tentando me soltar e ele continuou a me bater ate chegar um ponto que comecei a perder meus sentidos.

     Lagrimas começaram a sair de meus olhos. Meu corpo doía e minha garganta já não podia emitir nenhum som. Sentia-me inútil, usada e mal tratada.

     Olhei para o garoto mais uma vez, com os olhos cheios de lagrimas e embaçados. Ele estava de joelhos no chão com os olhos também em lagrimas e com as mãos em uma espécie de parede invisível.

     Fechei os olhos lentamente sentindo o sangue invadir minha boca e escorrer pelo canto de meus lábios. A ultima coisa que vi foi ele gritando e esmurrando a “parede”, para logo depois cair na escuridão e sentir uma tremenda dor em meu interior.

     E... Acordei!

     Logo que abri os olhos de golpe me sentei na cama. Minha respiração estava agitada, meu coração a mil e o suor escorrendo por todo meu corpo.

    Olhei para a cama de Chrona para ver se estava lá e suspirei aliviada ao vê-la dormindo profundamente. Abracei a mim mesma e me encolhi em um canto da cama. Não percebi que estava chorando ate que me ouvi soluçar.

     Aquele tinha sido o melhor e o pior sonho que já havia tido em toda minha vida. Melhor por que havia beijado o garoto que estava começando a suspeitar que amava e pior porque FUI ESTUPRADA!

      Levei um bom tempo para voltar a dormir. Não antes de conferir as horas e tentar acalmar meu alocado coração. Mas dessa vez não sonhei com nada, para a minha sorte.


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Notas finais do capítulo

Falei que ia ter um pouco de estupro, bem levinho, mas foi. Desculpa se to demorando de mais para postar, mas é que da preguissa fazer isso tudo.

Bom, o proximo vai ser um pouco melhor.