ALMA PURA

                          Cap. 12: Loucura. Para sempre juntos!

MAKA POV.

Estava em um lugar escuro, só tinha uma pequena luz, mas que não iluminava bem o lugar. Era frio e molhado, mas ao mesmo tempo relaxante.

  O que havia acontecido? Não consigo me lembrar. A ultima coisa que recordo é de ver aquele demônio indo na direção de Soul com uma lança e... Eu o empurrei só que não consegui escapar da lança do demônio.

  Eu estava morta? É isso que acontece quando uma alma desaparece de todos os mundos? Olhei para meu peito e não havia nada, nem um só arranhão. Impressionada dirige minha atenção para o ferimento em meu braço, mas como no peito, não havia nada. Olhei para minha perna e também não havia nada. Nem os arranhões que tinha feito recentemente não estavam.

  “Me ajude”

  Da onde veio isso. Era uma voz fina e tímida, mas que podia escutar com tanta clareza que parecia que a pessoa que as havia proliferado estava bem do meu lado.

  Olhei para todos os lados em meio aquela escuridão, mas não vi nada.

  “Por favor, me ajude”

Voltou a dizer aquela voz, mas de novo não via nada. Isso tudo estava começando a me assustar.

  “Estou aqui”

Dessa vez a voz era ainda mais clara,o que indicava que estava me aproximando de quem quer que fosse.

  “Mais pra baixo”

Olhei para baixo e comecei a descer, me afastando ainda mais da pouca luz que iluminava o lugar.

  Mas quando desci ate um certo ponto pude ver uma luz roxa. Cheguei mais perto e pude distinguir uma garota mais ou menos da minha idade, com um vestido negro e botas da mesma cor. Seus cabelos eram rosados e sua pele era tão pálida quanto à neve. Seus olhos estavam fechados levemente, como se estivesse apenas dormindo.

  “Por favor, me ajude!” disse a voz com mais firmeza “Preciso ajudá-lo. Tem que me tirar daqui!”

Aproximei-me mais dela e vi uma lança encravada em seu peito. Podia ver também que desse ferimento saia uma espécie de sangue, mas era mais grosso e não era vermelho e sem preto. Assustei-me por um momento, mas logo a voz voltou a dizer.

  “Por favor, tire isso de mim para eu poder ir lá ajudá-lo”

Tomei coragem e segurei o cabo da lança, que não estava muito enfiado no corpo da garota. Puxei, mas a lança nem se móvel. Tentei com mais força e pude notar como se mexia um pouco. Tomei fôlego e puxei com toda a força que tinha, tendo assim sucesso.

  Logo depois de tirar a lança do corpo da garota, a mesma começou a soltar um brilho ofuscante que me deixou praticamente cega.

  Fechei os olhos com força esperando que a luz desaparecesse ou que, pelo menos, ficasse mais fraca. Quando finalmente abri os olhos percebi que estava na margem do lago perto do portal.

  Olhei para todos os lados procurando entender o que havia acontecido, quando uma voz tímida e fina chamou minha atenção.

  - Obrigada. – a garota de cabelos rosa estava do meu lado com um pequeno sorriso e a face um pouco avermelhada. Agora que seus olhos estavam abertos podia ver que seus olhos tinham uma bela cor lilás. – Se não fosse você ainda estaria presa lá.

  - Ora, não foi nada. – falei meio sem graça. – E por acaso, meu nome é Maka, Maka Albarm.

- Chrona, Chrona Makenshi. – apertamos nossas mãos em um cumprimento e sorrimos uma para a outra.

Quando no soltamos ela pareceu se recordar de algo e fez uma expressão de horror.

- Essa não! Kid! – ela se virou para uma parte do lago em que estava uma estatua de um garoto um pouco mais velho que nos duas.

  Chrona se aproximou da estatua e ergueu um pouco o corpo para seu rosto ficar da altura da do garoto. Logo depois ela lhe deu um pequeno beijo nos lábios de pedra do garoto com uma ternura inigualável.

De repente a estatua começou a rachar e das rachaduras saiam fiapos de uma luz intensa. Quando a estatua se quebrou apareceu um garoto alto, de um corpo bem formado, olhos dourados, pele pálida e um cabelo preto com três raias brancas só de um lado da cabeça. Ele usava o que parecia um terno com partes brancas separadas simetricamente pelo terno.

- Chrona! – exclamou ele ao ver a garota a sua frente que tinha um sorriso extenso. Sua voz era aveludada e harmoniosa, que faria qualquer um derreter.

  Ele abraçou Chrona com força levantando-a do chão e dando pequenas volta com ela no ar enquanto Chrona ria alegre.

  - Não acredito! Você esta bem! – disse logo após colocá-la de volta no chão – Achei que aquele demônio havia te matado.

- Eu também achei. – falou ela um pouco triste. – Mas depois de um tempo percebi que ainda estava viva só que estava presa dentro do lago que cai quando aquele demônio me atacou.

- Parece que o lago do portal retém o desaparecimento das almas. – disse o garoto pensativo.

- Ah! E Kid. Essa é a Maka. – disse me apresentando para o que supus ser o shinigame da historia que Soul me contou. – Ela me ajudou a sair da prisão do lago.

- É um prazer conhecê-la. – falou dando uma pequena reverencia. – Meu nome é Deafh the Kid, mas pode me chamar só de Kid. E obrigado por ter nos ajudado.

- Maka, Maka Albarm - me apresentei formalmente. – O prazer é todo meu. E não foi nada.

De repente alguma coisa caiu com fossa perto do local onde estávamos. Logo depois que a fumaça causada pelo impacto abaixou pude identificar o demônio que nos havia atacado antes. Ele estava todo machucado e com a respiração agitada. 

Depois outra coisa atingiu o solo perto de nós, só que dessa vez pude distinguir bem quem era mesmo com a fumaça. Era Soul.

- Soul! – gritei feliz, mas ao vê-lo melhor me assustei.

Uma aura negra o estava envolvendo todo o corpo. Sua foice que tinha a lamina vermelha estava agora preta e seus olhos estavam vazios. Só continham uma emoção: Ódio.

  - Soul! – gritei com desespero tentando ir a onde ele estava. Esse não era o Soul que eu conheci e amei, esse era outro. Um mais vingativo e louco.

Antes que eu pudesse correr ate Soul para ver o que estava acontecendo, Kid segurou meu braço me impedindo de ir.

- Me solta! Eu tenho que ir lá! – falei tentando soltar do seu agarre.

- Não Maka, ele esta tomado pela loucura. Não a mais nada que você possa fazer. – disse Kid serio, mirando a Soul e o outro demônio respectivamente.

- Não. Vou trazer o Soul de volta. – falei com lagrimas nos olhos. – Eu tenho que trazê-lo de volta.

- Você não pode Maka. Ele nunca mais vai voltar a ser o que era antes.

- Eu tenho que tentar. – falei com determinação me soltando de Kid e correndo na direção de Soul que começava a andar ate o outro demônio.

- Maka! – ouvi Kid gritar, mas não voltei.

- Vocês cuidam do outro demônio que eu dou um jeito no Soul! – gritei de volta sem voltar a vê-los.

Minha visão estava toda focada em Soul. Iria trazê-lo de volta. Não iria deixar que ele ficasse desse jeito nunca.

- Soul!!!! – gritei enquanto pulava em cima dele e o abraçava com força. – Por favor, Soul, você não é assim! Por favor, volta. Eu preciso de você!

Ele continuava olhando para frente, na direção do demônio que nos havia atacado. Virei para trás e vi Kid lutando contra o demônio. A luta estava equiparada, mas Kid tinha a vantagem já que o demônio estava muito ferido.

Voltei a ver Soul quando senti algo frio e molhado encostar-se à minha garganta. Era Soul que agora segurava meu braço com força e colocava a ponta da foice em minha garganta.

  O mirei assustada e, a única coisa que pude ver era um olhar cheio de insanidade.

  Levantei um pouco meu corpo, fazendo com que a foice cortasse um pouco meu pescoço e que Soul apertasse mais meu braço.

  - Por favor, volta pra mim. – sussurrei antes de dar um leve beijo em seus lábios. Fechei os com força e levei minha mão livre para o rosto dele.

  Por alguma razão sente como se minha alma era transportada para outro lugar. Quando voltei a abrir os olhos pude ver que não estava mais no lago do portal. Estava em uma habitação escura que tinha azulejos vermelhos e pretos. Havia cortinas negras em algumas partes da parede e dentro da sala havia uma cadeira e uma vitrola.

  Mirei a mim mesma e notei que não estava mais com a mesma roupa que estava usando antes. Usava um vestido negro que chegava ate o tornozelo, cuja saia era um pouco rodada e tinha uma faixa presa na cintura e nos braços. Os ombros eram tampados por um fino tecido que era transparente e que ligava com luvas pretas que iam ate acima do cotovelo.

  Uma doce melodia chamou minha atenção. Era um pouco tétrica e triste, mas do mesmo jeito linda.

  Olhei para onde vinha essa melodia e vi um piano de corda negro com um pequeno banco que cabia mais ou menos duas pessoas, com acolchoamento vermelho. E, sentado no banco estava Soul, que estava de costas para mim, tocando aquela bela melodia.

  Ele estava usando um terno preto com listras brancas que se ajustava perfeitamente em seu corpo.

  - Soul. – disse quando dava meu primeiro passo para ir a sua direção, mas uma risada me chamou a atenção.

  Voltei a ver a pessoa que havia rido e vi um pequeno diabinho vermelho com um terno preto e blusa branca em baixo.

   - Não vai conseguir tira-lo daqui. – falou o diabinho com aquela voz um pouco esganiçada.

  - E por que não? – perguntei meio confundida. Primeiro porque não é todo dia que agente vê um diabinho falante usando um terno.

  - Ele está completamente submergido na loucura. E não a nada que você possa fazer para tirá-lo depois que ele já foi absorvido completamente. – falou o diabinho sorrindo intensamente.

  - Não posso dizer isso ate tentar! – exclamei determinada.

  - Jajaja. – riu histérico. – Não me faça rir garota. Não tem a menor chance de uma garota como você conseguir vencer a pura loucura.

  - Isso é o que vamos ver. – comecei a correr na direção de Soul gritando seu nome e tentando chamar sua atenção. Mas ele estava muito absorto em sua melodia que nem notava minha presença.

  O diabinho pulou em cima de mim me fazendo cair para o lado, me distanciando ainda mais de Soul, que nem percebia o que estava acontecendo.

   - Não vou deixar que uma garota estúpida estrague meus planos. – falou o diabinho se aproximando lentamente de mim. – Você já atrasou muito minha dominação desse corpo, mas agora que ele acha que você morreu não tem nada que o prenda na sanidade.

  Ele tentou me atacar de novo, mas eu rolei pelo chão para um lugar longe dele.

  Então era isso. Soul achava que eu havia morrido quando aquele demônio enfiou a lança em mim. Devia avisar a ele que estava bem, que estava viva. Assim ele voltaria a ser o que era.

   Levantei-me em um salto e voltei a correr na direção de Soul, gritando que estava viva, que voltasse a ser o que era antes.

  O diabinho voltou a se lançar contra mim me jogando para longe de Soul novamente. E ficamos um bom tempo assim. Eu tentando chegar perto de Soul e o diabinho me mandando para longe dele sempre que chegava perto.

  Fui jogada contra o chão novamente pelo diabinho. Minha respiração estava agitada e meu corpo já começava a doer por causa dos golpes do diabinho. Mas não iria desistir. Iria conseguir trazer o Soul de volta nem que custasse minha vida.

  Levantei-me novamente e voltei a correr na direção de Soul, mas dessa vez consegui desviar do diabinho e chegar bem perto de Soul a ponto de abraçá-lo por trás.

  - Nãooo!!! – gritou o diabinho quando viu meus braços envolvendo a Soul que parou de tocar aquela tétrica melodia.

  Meus braços envolveram seu pescoço, deixando sua cabeça encostada em meu peito. Escondi meu rosto no topo de sua cabeça e falei em um sussurro exausto:

  - Por favor, Soul... Volta. – apertei um pouco mais meu abraço. Soul levou uma das mãos ao pescoço e tocou de leve no meu braço, como se estivesse conferindo se era real ou não. – Eu estou viva. Viva, Soul! Mas não posso viver sem você! Por favor, volta. Volta pra mim, Soul.

  - Maka... – ouvi ele sussurrar antes de sentir novamente minha alma sendo deslocada para algum lugar, e quando voltei a abrir os olhos estava ajoelhada na margem do lago do portal com Soul me abraçando fortemente.

  Levantei a cabeça e vi seus olhos abrindo lentamente, para logo se encontrarem com os meus. Ele deu um sorriso extenso e voltou a me apertar contra seu peito, colocando o rosto em meu ombro.

  - Você tá viva! – falou com tanta alegria e alivio que meu coração se deteve para logo depois voltar a bater em um ritmo acelerado. – Não posso acreditar que você ainda esta viva!

  - Mas estou. – sussurrei de novo. – E estou ao seu lado.

  - Promete não me dar um susto desses de novo? – perguntou suplicante.

 

  - Prometo.- falei esboçando um leve sorriso.

  Ele me soltou devagar e se levantou, para logo me ajudar. Vir-me-ei para ver Kid e Chrona que estavam perto do portal olhando para mim com um sorriso. Kid tinha uma alma vermelha na mão que supus ser a do demônio que havia enfrentado enquanto eu tentava trazer Soul de volta.

  Aproximamo-nos deles lentamente. Soul segurou minha mão com um pouco de força e me aproximou um pouco mais de seu corpo. Notava que estava um pouco tenso.

  Quando chegamos perto de Kid e Chrona, Soul estendeu a mão na direção de Kid e falou com um tom respeitoso.

  - Poderia me entregar a alma? – perguntou educadamente. – Pelo que saiba shinigames não utilizam as almas de demônios.

  - E o que você pensa em fazer com ela? – rebateu Kid um pouco desconfiado, enquanto Chrona se escondia tímida atrás dele.

  - Come-la ora. – falou Soul um pouco injuriado.

  -Come-la? – perguntou Kid confuso erguendo uma sobrancelha. – Não prefere almas humanas.

  - Se eu preferisse almas humanas acha que eu estaria andando com uma humana ao invés de comer sua alma? – rebateu Soul um pouco ofendido.

  - Tem razão. – afirmou Kid entregando a alma para Soul que não demorou para devorá-la. – Então Maka?

   Olhei para Kid um pouco confusa, pedindo com a mirada que me desse mais explicações do que queria.

   - Não vai atravessar o portal?

  O mirei incrédula e assustada. Essa parte era aquela que eu temia que chegasse.

  Olhei para Soul e logo depois para o portal. O que faria? Não queria deixar a Soul, mas sabia que correríamos perigo se ficasse. Estava confusa. Não sabia que decisão tomar.

  Senti como Soul apertava mais minha mão e me puxava de leve para trás, a uma distancia em que Kid e Chrona não pudessem ouvir nossa conversa.

  - Desculpa Maka. Achei que podia ficar e ver, mas não posso. – disse com a cabeça baixa, não deixando que eu visse sua expressão. Uma leve chama de esperança apareceu dentro de mim achando que ele iria pedir para eu ficar com ele, mas ao invés disso ele me deu um beijo na testa e sussurrou com a voz cheia de tristeza. – Adeus meu anjo. – e começou a se afastar de mim.

  Já ia falar alguma coisa para protestar, mas ao ver seu rosto as palavras ficaram presas na garganta. Ele estava chorando. Nunca o vi chorar, nem quando era pequeno.

  Queria dizer um tanto de coisas, mas as palavras não saíam de minha boca. Ele se afastava cada vez mais de mim e eu não conseguia nem segurar sua mão, que escorregava lentamente da minha.

  - Te amo. – sussurrou para logo depois sair andando na direção da floresta. Não conseguia sair do choque para impedi-lo de ir. Apenas pude ficar vendo-o desaparecer entre as árvores.

  Quando ele finalmente desapareceu senti meu coração apertar e uma vontade imensa de chorar me inundou.

  As lagrimas começaram a acumular em meus olhos ate chegar ao ponto de não agüentar mais segura-las e elas começarem a sair a montes. Meu coração se partia em milhões de pedaços a cada lagrima que escorria pelo meu rosto.

  Senti uma mão sobre meu ombro. Me virei e pude ver Kid me mirando triste ao igual que Chrona.

  Não suportei mais e me deixei cair em pranto. Caindo no chão de joelhos e tampando meu rosto com as mãos enquanto soluçava sem controle.

  Um silencio fúnebre se apoderou do local. A única coisa que quebrava esse silencio eram meus soluços.

  Queria tê-lo de volta. Queria estar em seus braços novamente enquanto ouço-o dizer que me ama. Queria senti-lo me acariciar da mesma maneira que faz quando estou triste ou chateada. Não suportava ficar sem ele.

  - Maka. – sussurrou Kid em um tom serio. – Quer ficar com ele?

  - Quero. – responde sem duvidar. – Quero estar sempre com ele! Quero tê-lo de volta!

  - Então se levante. – falou em um tom, agora, autoritário.

  O mirei confundida, mas fiz o que ele mandou. Ele me mirava nos olhos com uma expressão seria que me fez ter calafrios na espinha. Mas logo sorriu.

  - Tem um jeito de você ficar com ele sem trazer problemas para nenhum dos dois. – falou feliz.

  - Qual? – perguntei com uma pontada de esperança.Chrona o mirava com curiosidade.

  - Vou te transformar em demônio! – afirmou com toda a naturalidade do mundo.

  - Pode fazer isso?! – gritamos eu e Chrona juntas, impressionadas pelo que havia dito Kid.

  - Só com aqueles que cometem pecados extremos. – falou ainda com o sorriso no rosto.

  - E o que eu fiz de tão extremo? – ainda estava confusa. E muito!

  - Cometeu o pior pecado de todos. Juntou-se com um demônio. – meus olhos se arregalaram ao ouvir aquilo. – O que esta dentro de seu ventre mostra isso.

  Levei uma mão ate meu ventre entendendo o que quis dizer. Uma felicidade imensa fez meu coração acelerar ate não poder mais.

  - Mas como... – comecei a perguntar, mas ele me interrompeu.

  - Sou um shinigame. E posso ver as almas das pessoas, mesmo que ainda estejam em formação.

  - Mas como posso estar... – de novo ele me interrompeu.

- Nesse mundo sua alma forma uma capa para se proteger dos perigos que tem aqui. Mas essa capa tem as mesmas funções de um corpo, podendo assim se procriar.

  Quase saltei de alegria. Não podia acreditar no que estava ouvindo. A junção entre mim e Soul deu frutos? Não podia acreditar.

  - Esta pronta para virar um demônio? – perguntou Kid voltando ao seu tom serio. O voltei a ver e lhe sorri alegre.

  - Pronta.

  Kid proferiu algumas palavras que não pude entender e logo após meu corpo começou a brilhar. Podia sentir como o mesmo começava a se transformar e a tomar uma nova forma.

  Quando tudo acabou percebi que estava completamente diferente. Meu cabelo havia crescido ate os quadris, meus seios haviam se avantajado um pouco e minha cintura tinha afinado.

  Olhei para Kid e ele me sorriu dando a indicação que eu podia ir procurá-lo. Não perdi tempo e sai correndo na direção em que havia ido Soul.

  Não só meu corpo havia mudado como também minhas habilidades. Estava mais rápida e resistente. Sentia meu corpo forte e preparado para qualquer coisa.

  Não demorou muito para começar a ver Soul que caminhava lentamente.

  - Soul!!!! – gritei fazendo-o se virar e eu poder me jogar em seus braços.

  Por sorte ele conseguiu sustentar meu peso e nos manter em pé. O apertei mais forte contra mim e escondi meu rosto em seu peito, deixando que as lagrimas de felicidade saíssem por meus olhos livremente.

  - Maka? – perguntou Soul ainda aturdido. – O que esta fazendo aqui? E o que houve com seu corpo?

  - Kid me transformou em um demônio. – falei olhando-o nos olhos e sorrindo sem parar.

  - O que? Mas como?

  - Tudo porque carrego uma coisa considerada pecado para muitos e uma benção para mim. – disse colocando sua mão em meu ventre para demonstrar o que estava falando. Ele me mirou surpreendido. – Isso mesmo. Estou grávida.

  Vi o rosto de Soul se iluminar lentamente. Sem aviso ele me abraçou e me levantou do chão dando voltas em si mesmo.

  - Maka, você não sabe o quanto feliz essa noticia me faz. – exclamou me beijando logo em seguida.

  Quando ele me colocou no chão e se separou de mim pude falar o que estava desejando a muito tempo.

  - Te amo. E agora podemos ficar juntos.

  - Para sempre.